Dissertação de Mestrado em Serviço Social.pdf - Instituto Superior ...
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Trabalho Doméstico:<br />
Narrativas ex<strong>em</strong>plares <strong>de</strong> mulheres “Domésticas”<br />
vantajoso, pois a flexibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> horários seria uma atingida mais facilmente, segundo Ana:<br />
“ (…) vi que tinha mais facilida<strong>de</strong>, <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> horários, p`ra conseguir ir buscá-los e levá-<br />
los mais cedo, mais tar<strong>de</strong> (…).” (pág.4). Para além disso, estando mais perto dos filhos, o<br />
t<strong>em</strong>po que dispen<strong>de</strong> para eles acaba por ser maior; Ana reconhece que, agora, consegue dar<br />
mais carinho aos filhos do que na época <strong>em</strong> que exercia uma ativida<strong>de</strong> profissional fora <strong>de</strong><br />
casa (pág.6). Neste sentido, Ana sublinha que não é fácil conciliar a dupla tarefa: a<br />
acumulação <strong>de</strong> trabalho é inevitável e a gestão do t<strong>em</strong>po t<strong>em</strong> <strong>de</strong> ser b<strong>em</strong> planeada. Com<br />
efeito, l<strong>em</strong>bra-se a narradora <strong>de</strong> na véspera <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> ano <strong>de</strong> 2010 para 2011, ter terminado “<br />
(…) as últimas unhas aqui <strong>em</strong> casa, eram três da manhã. (…) E <strong>de</strong> manhã, começou tudo<br />
outra vez, p`a ter que ir trabalhar, p`ra <strong>de</strong>ixar os miúdos na creche…” (pág.15). Por isso,<br />
Ana t<strong>em</strong> consciência da dificulda<strong>de</strong> da dupla tarefa: “fazer isso tudo, é, é um bocado<br />
complicado porque eu só podia fazer as unhas na hora do almoço e à noite.” (pág.15). Não<br />
obstante o fim <strong>de</strong> s<strong>em</strong>ana ainda lhe garantia algum t<strong>em</strong>po livre (pág.15).<br />
2.2.2. ETAPA 2 do Momento 2 (2012): O quotidiano da esposa, mãe e filha<br />
Em Janeiro <strong>de</strong> 2012 foi mãe pela terceira vez, o que leva a narradora a não exercer<br />
qualquer activida<strong>de</strong> profissional neste momento (pág.5). Em 2012 é mãe <strong>de</strong> três filhos e,<br />
<strong>em</strong>bora reconheça que o quotidiano não é fácil, acrescenta que, com esforço e <strong>de</strong>dicação,<br />
tudo se consegue: “ (…) fácil não… não é, não posso dizer que é fácil, mas é uma vida <strong>de</strong><br />
muito trabalho com eles, muitas dores <strong>de</strong> cabeça, mas que também é muito b<strong>em</strong> aproveitada<br />
se nós…, se for essa a nossa intenção e a nossa vonta<strong>de</strong>.” (pág.5).<br />
Ao relatar-nos o seu quotidiano diário, compreen<strong>de</strong>-se que o seu dia começa muito<br />
cedo e termina muito tar<strong>de</strong>, “ (…) o normal dos dias é levantar-me às sete e <strong>de</strong>itar-me às<br />
tantas. Menos que a meia-noite nunca é!” (pág.5). Sublinhando que o trabalho <strong>em</strong> casa nunca<br />
escasseia, “ (…) há s<strong>em</strong>pre, há s<strong>em</strong>pre p`ra fazer, s<strong>em</strong>pre, s<strong>em</strong>pre, s<strong>em</strong>pre…” (pág.5). A<br />
agitação impera na casa <strong>de</strong> Ana diariamente: a começar pelas crianças, os maiores são<br />
levados à creche e à pré-primária, muitas vezes com a irmã pequenina também. Ao regressar<br />
a casa <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter <strong>de</strong>ixado os dois filhos mais velhos na escola, a jov<strong>em</strong> explica como gere<br />
o seu t<strong>em</strong>po: “ (…) <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo das marcações que tenha, faço o trabalho, ou <strong>de</strong> manhã, ou<br />
<strong>de</strong> tar<strong>de</strong>. (…) roupas, é os almoços, os jantares e a limpeza. (…) São as três coisas que, todos<br />
os dias há s<strong>em</strong>pre p`ra, p`ra fazer. (…) esporadicamente (…) t<strong>em</strong> que se tirar uns borbotos<br />
da roupa (…) cozer um botão das calças (…) fazer umas bainhas (…).” (pág.10). Depois, à<br />
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