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Dissertação de Mestrado em Serviço Social.pdf - Instituto Superior ...

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Trabalho Doméstico:<br />

Narrativas ex<strong>em</strong>plares <strong>de</strong> mulheres “Domésticas”<br />

É com o casamento <strong>de</strong> Rita que chegamos ao M2 da sua Trajetória I<strong>de</strong>ntitária. Como<br />

nos disse, casou <strong>em</strong> 1973 na Baixa da Banheira, assumindo que o casamento foi sinónimo <strong>de</strong><br />

liberda<strong>de</strong>, visto ter vivido s<strong>em</strong>pre muito controlada pelo pai. Embora não nos tenha dito<br />

quando exatamente, sabe-se que, t<strong>em</strong>pos mais tar<strong>de</strong> o casal regressou a Moura (T. S-I<br />

Habitacional/geográfico). Em 1975 Rita foi mãe pela 1.ª vez <strong>de</strong> um rapaz e, <strong>em</strong> 1977 foi mãe<br />

pela 2.ª vez <strong>de</strong> uma rapariga, o que fez com que se <strong>de</strong>dicasse à Maternida<strong>de</strong>, não conciliando<br />

qualquer ativida<strong>de</strong> laboral fora <strong>de</strong> casa nessa época. Disse-nos que ainda comprou uma<br />

máquina <strong>de</strong> malhas, com o intuito <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r as suas peças, mas as crianças retiravam-lhe<br />

muito t<strong>em</strong>po e, não sendo compensador acabou por <strong>de</strong>sistir (Etapa 1 do M2;Ap. H – pp.104-<br />

105). É com os filhos já crescidos, a frequentar a escolar que Rita <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> alterar o seu T. S-I<br />

Laboral, indo trabalhar para um salão <strong>de</strong> móveis. No entanto, <strong>de</strong>vido ao falecimento do dono<br />

da loja, rapidamente ficou <strong>de</strong>s<strong>em</strong>pregada (T. S-I Laboral). Passado algum t<strong>em</strong>po, não nos<br />

informando ao certo quando, a narradora e o marido abr<strong>em</strong> uma pastelaria, passando ela a<br />

conciliar mais uma vez a Dupla Tarefa e alterando o seu T. S-I Laboral. Sabe-se que, o<br />

motivo principal <strong>de</strong>ste negócio era garantir que os filhos concluíss<strong>em</strong> um curso superior,<br />

apesar do rapaz não ter prosseguido para a universida<strong>de</strong>. Embora o marido trabalhasse numa<br />

oficina, Rita recorda que ele ajudava-a muito, quer <strong>em</strong> casa com a realização das tarefas<br />

domésticas, quer na pastelaria com a limpeza e o horário da noite. Gozando <strong>de</strong> um dia <strong>de</strong><br />

folga da pastelaria, segundo nos disse, o casal aproveitava o sábado para sair um pouco,<br />

jantavam s<strong>em</strong>pre fora para que Rita pu<strong>de</strong>sse ficar um dia s<strong>em</strong> cozinhar (Etapa 2 do M2;Ap. H<br />

– pp.106-107). Ao assumir ser ela qu<strong>em</strong> geriu s<strong>em</strong>pre os recursos familiares, inclusivé, o<br />

or<strong>de</strong>nado do marido, a narradora diz-nos, ter passado por várias fases: <strong>de</strong>pois do casamento,<br />

uma fase <strong>de</strong> muita rigi<strong>de</strong>z na gestão, pois, o or<strong>de</strong>nado do marido era muito baixo; com a<br />

abertura da pastelaria, uma vida <strong>de</strong>safogada, s<strong>em</strong> olhar muito aos preços; e, no presente,<br />

<strong>de</strong>vido à doença do marido, uma gestão, novamente rigorosa, uma vez que, mensalmente<br />

conta com a reforma <strong>de</strong>le e com a renda da pastelaria (Etapa 3 do M2). Neste sentido,<br />

entenda-se, sendo Rita proveniente <strong>de</strong> uma família carenciada, diz-nos que apren<strong>de</strong>u sozinha<br />

a gerir o orçamento familiar pois, na casa dos pais não teve o melhor ex<strong>em</strong>plo (Ap. H –<br />

pp.108-109).<br />

A doença do marido da narradora, permite-nos chegar ao M3 da sua Trajetória<br />

I<strong>de</strong>ntitária. Segundo Rita, esta foi uma fase muito complicada para si pois, estando os filhos a<br />

estudar <strong>em</strong> Beja, acompanhou sozinha o início da doença do marido, sendo certo que, ao<br />

relatar o que se passava aos filhos, eles não acreditavam na mãe. O processo <strong>de</strong> doença do<br />

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