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Dissertação de Mestrado em Serviço Social.pdf - Instituto Superior ...

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Trabalho Doméstico:<br />

Narrativas ex<strong>em</strong>plares <strong>de</strong> mulheres “Domésticas”<br />

um namoro que terá sido controlado pelos pais, como <strong>de</strong> resto acontecia naquela época.<br />

Durante a juventu<strong>de</strong>, disse-nos Natércia que, para ocupar os seus t<strong>em</strong>pos livres, ia aos bailes<br />

e festas da sua terra. Para além disso, também gostava muito <strong>de</strong> bordar e costurar, tendo sido<br />

ela qu<strong>em</strong> bordou o enxoval do seu casamento (Ap. G – pp.88-89). É na transição <strong>de</strong> criança-<br />

filha para esposa-mãe que assinalamos o M2 da sua Trajetória, com o seu casamento.<br />

Ao casar Natércia alterou o seu T. S-I Habitacional uma vez que saiu <strong>de</strong> casa dos pais<br />

e passou a partilhar o espaço com o marido. Em 1981 foi mãe pela 1.ª vez <strong>de</strong> um rapaz; uma<br />

vez que ela cuidava do filho era o marido qu<strong>em</strong> garantia o sustento da família. No entanto,<br />

<strong>em</strong> 1982 essa situação alterou-se com a entrada <strong>de</strong> Natércia no mercado <strong>de</strong> trabalho para<br />

realizar ativida<strong>de</strong>s rurais como vindima e apanha da azeitona – passando a conciliar a dupla<br />

tarefa – alterando o seu T. S-I Laboral. Para a narradora, esta foi uma época <strong>de</strong> muito<br />

trabalho, on<strong>de</strong> as tarefas domésticas tinham <strong>de</strong> ser feitas à noite pois <strong>em</strong> casa não contava<br />

com a ajuda do marido. Passado um ano, <strong>em</strong> 1983 a narradora é mãe pela 2.ª vez, agora <strong>de</strong><br />

uma menina, sendo a Maternida<strong>de</strong> motivo para alterar novamente o seu T. S-I Laboral, ao<br />

<strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> trabalhar fora <strong>de</strong> casa (Etapa 1 do M2); (Ap. G – pp.89-90). Ainda no mesmo ano<br />

Natércia e a família alteraram o seu T. S-I Habitacional/geográfico (Etapa 2 do M2), <strong>de</strong>vido à<br />

profissão do marido, uma vez que ele era polícia e foi colocado no Algarve. Como tal, a<br />

família acompanhou-o, assinalando-se um Fator <strong>de</strong> Mudança na vida familiar com essa<br />

mobilida<strong>de</strong> geográfica. Enquanto lá esteve, Natércia cuidava dos filhos, realizava as tarefas<br />

domésticas e, quando os filhos estavam a dormir, <strong>de</strong>dicava-se ao bordado e costura pois<br />

recebia encomendas <strong>de</strong> uma loja. Para além disso, os seus t<strong>em</strong>pos livres eram passados com<br />

os filhos: Natércia disse-nos que levava os filhos a um parque perto <strong>de</strong> casa, sendo certo que<br />

o marido n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre os acompanhava <strong>de</strong>vido à exigência dos seus horários. Ao fim <strong>de</strong> dois<br />

anos (1985), a família regressa novamente a Beja (Etapa 3 do M2), alterando-se mais uma<br />

vez o T. S-I Habitacional/geográfico, b<strong>em</strong> como o T. S-I Laboral, isto porque, <strong>em</strong>bora<br />

mantivesse a sua condição <strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>em</strong>pregada <strong>em</strong> casa a cuidar dos seus filhos, Natércia<br />

começava, então, a cuidar <strong>de</strong> outras crianças na sua casa e a ven<strong>de</strong>r roupa para ganhar algum<br />

dinheiro (Ap. G – pp.90-91). Com os filhos mais crescidos a frequentar a escola, Natércia<br />

alterou o seu T. S-I Laboral pois retomou uma ativida<strong>de</strong> laboral fora <strong>de</strong> casa; este é também<br />

um Fator <strong>de</strong> Mudança a assinalar na sua Trajetória <strong>de</strong> vida, até porque a narradora retomava,<br />

assim, a dupla tarefa. Agora, Natércia era cozinheira (auto-avaliação da profissão: Ap. G –<br />

p.94) num restaurante. Segundo ela os horários eram muito exigentes, trabalhando <strong>de</strong> dia e<br />

noite; por isso, era fundamental que fosse organizada nos seus afazeres. Para ela, conciliar a<br />

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