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Dissertação de Mestrado em Serviço Social.pdf - Instituto Superior ...

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Trabalho Doméstico:<br />

Narrativas ex<strong>em</strong>plares <strong>de</strong> mulheres “Domésticas”<br />

gravi<strong>de</strong>z (Fator <strong>de</strong> Mudança). Face a esta notícia e, estando ambos <strong>de</strong>s<strong>em</strong>pregados, optam por<br />

regressar a Moura, contando com o apoio crucial dos pais <strong>de</strong> ambos, nomeadamente na<br />

cedência gratuita <strong>de</strong> uma casa o que permite pesar menos no orçamento familiar <strong>de</strong> que o<br />

casal faz uma gestão conjunta (Etapa 3 do M2; Ap. F – pp.80-81). É no regresso a Moura e<br />

<strong>de</strong>vido à sua condição <strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>em</strong>pregada que O. se torna Doméstica (Etapa 2 do M2). Repare-<br />

se que foi com a alteração do T. S-I Laboral que a narradora assume a condição <strong>de</strong><br />

Doméstica, não sendo <strong>de</strong> todo uma condição <strong>de</strong>sejada por ela, até porque nos fez saber que<br />

continua a procurar trabalho, ainda que s<strong>em</strong> sucesso, enten<strong>de</strong>ndo que a Maternida<strong>de</strong> é muitas<br />

vezes um impedimento à contratação (Ap. E – p.81. Po<strong>de</strong>, por isso, interpretar-se que O<br />

adopta uma Lógica <strong>de</strong> Aceitação Não Passiva, pois, <strong>em</strong>bora seja doméstica a t<strong>em</strong>po inteiro,<br />

não se t<strong>em</strong> acomodado e tenta diariamente alterar essa situação, na procura incessante <strong>de</strong> uma<br />

colocação laboral. A narradora prefere, por isso, conciliar a dupla tarefa, a tornar-se<br />

Doméstica <strong>em</strong> exclusivo.<br />

5.5. Interpretação Teorizante e Analítica do Caso <strong>de</strong> Natércia<br />

A Trajetória I<strong>de</strong>ntitária <strong>de</strong> Natércia foi analisada tendo <strong>em</strong> conta 3 Momentos<br />

Marcantes: o M1 (1960-1980): “A criança, filha única”, composto por 2 Etapas; o M2 (1980-<br />

2011): “O Casamento”, com 3 Etapas (1 Fator <strong>de</strong> Mudança); e o M3 (2011-2012):<br />

“Des<strong>em</strong>prego e <strong>de</strong>scontentamento com a vida <strong>de</strong> casada”, com 1 Etapa (Ap. G – p.87).<br />

Este é um caso ex<strong>em</strong>plar <strong>de</strong> como a alteração do T. S-I Laboral, no caso da narradora<br />

ter ficado <strong>de</strong>s<strong>em</strong>pregada – po<strong>de</strong> conduzir à alteração do T. S-I Familiar – b<strong>em</strong> como, à perda<br />

<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r para gerir o orçamento familiar.<br />

Natércia é uma mulher alentejana, nascida <strong>em</strong> 1960 na Amareleja, filha única (M1)<br />

que viveu com os pais até aos seus 20 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> (Ap. G – p.87). Ao recordar a sua<br />

infância (Etapa 1 do M1), <strong>de</strong>screve-a como “uma infância feliz” (p.1), gozando <strong>de</strong> um bom<br />

ambiente familiar juntos dos pais. A narradora l<strong>em</strong>bra-se que o seu percurso escolar terminou<br />

com a 4.ª classe, tinha ela 11 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, não por dificulda<strong>de</strong>s financeiras dos pais mas,<br />

por residir numa zona com escassos meios <strong>de</strong> transporte (alterado o T. S-I Escolar; Ap. G –<br />

pp. 87-88). Como não podia estudar mais, Natércia ficava <strong>em</strong> casa, começando nesta altura<br />

(1971) a sua participação nas tarefas domésticas <strong>em</strong> casa (T. S-I das Tarefas Domésticas;<br />

Etapa 2 do M1). Poucos anos <strong>de</strong>pois, <strong>em</strong> 1974 começou a namorar com o seu actual marido,<br />

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