10.05.2013 Views

Dissertação de Mestrado em Serviço Social.pdf - Instituto Superior ...

Dissertação de Mestrado em Serviço Social.pdf - Instituto Superior ...

Dissertação de Mestrado em Serviço Social.pdf - Instituto Superior ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Trabalho Doméstico:<br />

Narrativas ex<strong>em</strong>plares <strong>de</strong> mulheres “Domésticas”<br />

alguns anos a residir <strong>em</strong> Lisboa na casa da avó; o T. S-I das Tarefas Domésticas, com a<br />

suspensão <strong>em</strong> Lisboa e retoma das mesmas no regresso a Moura, pois, como nos diz, <strong>em</strong> casa<br />

dos pais, todos tinham <strong>de</strong> colaborar; e, ainda, o T. S-I Laboral, uma vez que <strong>de</strong>ixou o<br />

<strong>em</strong>prego que tinha <strong>em</strong> Lisboa e teve <strong>de</strong> adaptar-se a outro contexto laboral, dada a sua rápida<br />

a sua colocação profissional ao chegar a Moura (Ap. E – pp.69-70).<br />

É no contexto do seu regresso a Moura e início do namoro que registamos a transição<br />

para o M2 da sua Trajetória I<strong>de</strong>ntitária: o seu casamento <strong>em</strong> 2010 e, como tal, a saída da casa<br />

dos pais, passando a partilhar o seu espaço com o marido – alteração dos T. S-I Habitacional<br />

e T. S-I Familiar. Ao falar-nos sobre a vida <strong>de</strong> casada, o discurso <strong>de</strong> Bety chega a ser<br />

paradoxal, pois se, por um lado, admite não ter sentido dificulda<strong>de</strong>s na adaptação, por outro,<br />

assume que a responsabilida<strong>de</strong> é acrescida, mesmo para qu<strong>em</strong>, como ela, conta com a ajuda<br />

do marido. Neste sentido, a narradora consi<strong>de</strong>ra que, com o casamento passou a ter uma<br />

sobrecarga <strong>de</strong> tarefas domésticas, comparativamente ao período <strong>em</strong> que vivia na casa dos<br />

pais. Isto porque, sendo a mãe qu<strong>em</strong> organizava/planeava tudo, as tarefas não eram assumidas<br />

por Bety com um caráter tão regular quanto o <strong>de</strong> hoje, dada a sua condição <strong>de</strong> esposa, mãe e<br />

doméstica. Assim sendo, para Bety é fundamental que a mulher doméstica seja organizada<br />

para que consiga conciliar todas as tarefas que t<strong>em</strong> a seu cargo, nomeadamente a<br />

gestão/organização do dinheiro do casal (Etapa 1 do M2), que no caso <strong>de</strong> Bety é realizada <strong>em</strong><br />

conjunto (Ap. E – pp.70-71). A gravi<strong>de</strong>z um ano <strong>de</strong>pois do casamento assinala um Fator <strong>de</strong><br />

Mudança na Trajetória I<strong>de</strong>ntitária da narradora. Sabe-se que ela foi mãe <strong>de</strong> uma menina <strong>em</strong><br />

Dez<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 2011 <strong>de</strong> uma menina, encontrando-se, no momento da entrevista (Abril <strong>de</strong><br />

2012), <strong>de</strong> licença <strong>de</strong> maternida<strong>de</strong>. Bety disse-nos que enquanto estivesse <strong>em</strong> casa a cuidar da<br />

filha o seu t<strong>em</strong>po estaria muito centrado na bebé, afirmando que nesta fase as tarefas<br />

domésticas <strong>de</strong>ixariam <strong>de</strong> ser realizadas com tanta precisão como eram antes da Maternida<strong>de</strong>.<br />

Também reconhece que po<strong>de</strong> contar com a ajuda do marido não só na realização <strong>de</strong> tarefas<br />

domésticas, como nos cuidados com a filha (Ap. E – p.71). É no contexto da Maternida<strong>de</strong> que<br />

se compreen<strong>de</strong> a alteração ocorrida no T. S-I do Estilo <strong>de</strong> Vida <strong>de</strong> Bety pois, tal como referiu,<br />

a sua rotina e t<strong>em</strong>pos livres mudaram: “ (…) quando não estou com a bebé, se o meu marido<br />

‘tá <strong>em</strong> casa (…) nesse t<strong>em</strong>po livre, vou aproveitar p’a dar um jeito à casa (…) p’ra mim, é só<br />

quando ‘tou a tomar banho, ou dormir.” (p.8). Embora se compreenda pelo discurso da<br />

narradora que a sua rotina é gerida <strong>em</strong> função da filha e que os seus t<strong>em</strong>pos livres são<br />

utilizados para adiantar as tarefas domésticas, é clara a sua Estratégia <strong>de</strong> A<strong>de</strong>quação Positiva<br />

e Valorizadora ao referir que a maternida<strong>de</strong> é compensadora <strong>de</strong> todas as exigências a que está<br />

12

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!