Dissertação de Mestrado em Serviço Social.pdf - Instituto Superior ...
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Trabalho Doméstico:<br />
Narrativas ex<strong>em</strong>plares <strong>de</strong> mulheres “Domésticas”<br />
aten<strong>de</strong>r ao T. S-I Laboral, percebendo-se claramente que Ana não quer ser consi<strong>de</strong>rada<br />
Doméstica a t<strong>em</strong>po inteiro, o que a t<strong>em</strong> levado a optar, s<strong>em</strong>pre, pela Dupla Tarefa.<br />
5.3. Interpretação Teorizante e Analítica do Caso <strong>de</strong> Bety<br />
A Trajetória I<strong>de</strong>ntitária <strong>de</strong> Bety po<strong>de</strong> ser analisada mediante 2 Momentos Marcantes:<br />
o M1 (1977-2010): “A criança, filha e irmã”, subdividido por 2 Etapas; e o M2 (2010-2012):<br />
“Casamento: a Mulher e Esposa”, com 1 Etapa (1 Fator <strong>de</strong> Mudança); (Ap. E – p.67).<br />
O caso <strong>de</strong> Bety é claramente marcado por uma Lógica <strong>de</strong> Encantamento Provisório na<br />
transição do M1 para o M2 da sua Trajetória I<strong>de</strong>ntitária.<br />
A partir do relato conhec<strong>em</strong>os uma mulher alentejana, nascida <strong>em</strong> 1977 na Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Beja e a residir na Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Moura. Tal como se compreen<strong>de</strong> no M1, Bety t<strong>em</strong> um irmão<br />
ligeiramente mais velho e, muito <strong>em</strong>bora no seu relato não nos tenha falado muito sobre a sua<br />
infância, a sua avaliação relativamente a essa época é positiva (Etapa 1 do M1). Neste mesmo<br />
contexto, diz-nos que foi com os seus 13/14 anos que começou a realizar as primeiras tarefas<br />
domésticas na casa dos pais, mais precisamente <strong>em</strong> 1991 (Ap. E – pp.67-68). Passados 4 anos<br />
(1995), a narradora ingressa na universida<strong>de</strong>, foi uma fase <strong>de</strong> constante alteração do seu T. S-I<br />
Habitacional/Geográfico, uma vez que foi estudar para a Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Beja até 1997 e nesse<br />
mesmo ano, mudou-se para a Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lisboa, on<strong>de</strong> concluiu o seu curso superior – tendo<br />
sido também um momento <strong>de</strong> mudança do seu T. S-I Escolar. Ao mudar-se para Lisboa a<br />
narradora foi morar com a avó materna e, <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> realizar tarefas domésticas, pois estas<br />
eram asseguradas pela avó (alteração do T. S-I das Tarefas Domésticas). Segundo nos disse,<br />
ao fim <strong>de</strong> s<strong>em</strong>ana regressava a Moura mas, com o t<strong>em</strong>po reduzido ajudava muito pouco <strong>em</strong><br />
casa (Ap. E – p.68). Passados dois anos, <strong>em</strong> 1999 Bety concluiu o seu curso superior <strong>em</strong><br />
Psicologia, como tal, a sua entrada no mercado <strong>de</strong> trabalho foi imediata – alterando-se o T. S-<br />
I Laboral, o que fez com que se mantivesse a residir <strong>em</strong> Lisboa, na casa da avó (Etapa 2 do<br />
M1). Mediante o seu relato soube-se que, <strong>em</strong> 2005, Bety regressou <strong>de</strong>finitivamente a Moura,<br />
alegadamente <strong>de</strong>vido ao começo do namoro com o agora, marido. Enten<strong>de</strong>-se por isso que o<br />
seu regresso é marcado pela alteração <strong>de</strong> alguns dos seus Territórios Sócio-I<strong>de</strong>ntitários, como<br />
sejam: o T. S-I Habitacional/geográfico, por ter <strong>de</strong> readaptar-se ao meio on<strong>de</strong> havia passado<br />
muitos anos da sua vida; o T. S-I Familiar, pois Bety voltou a morar com os pais ao fim <strong>de</strong><br />
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