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Dissertação de Mestrado em Serviço Social.pdf - Instituto Superior ...

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Trabalho Doméstico:<br />

Narrativas ex<strong>em</strong>plares <strong>de</strong> mulheres “Domésticas”<br />

Entrada no Mercado do Trabalho pois, Rita enten<strong>de</strong> que a participação do casal é feita<br />

regularmente quando ambos trabalham fora <strong>de</strong> casa, ex<strong>em</strong>plo disso, é o caso do seu filho. Ao<br />

contrário <strong>de</strong> Natércia e <strong>de</strong> Rita, O consi<strong>de</strong>ra fundamental que ocorra uma mudança na<br />

mentalida<strong>de</strong>, <strong>em</strong>bora tenha clara noção do seu grau <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>, uma vez que isso implica<br />

alterar e reeducar os mais novos para a valorização do trabalho da mulher doméstica. Assim<br />

sendo, O diz-nos: “ (…) espero que seja mais valorizado (…) é muito difícil (…) t<strong>em</strong> muito a<br />

ver com a educação e o que se vê <strong>em</strong> casa (…) as crianças imitam os pais.” (p.19). Neste<br />

sentido, a narradora enten<strong>de</strong> que, como é um trabalho feito <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> casa e a socieda<strong>de</strong> não o<br />

vê, isso permite que <strong>de</strong>svalorize ainda mais, “(…) a maior parte das pessoas não o vê (…)<br />

mas t<strong>em</strong> <strong>de</strong> ser feito (…) a socieda<strong>de</strong> ainda não (…) valoriza o suficiente (…) porque ao fim<br />

ao cabo todas as mulheres faz<strong>em</strong>.” (p.18). Esta é também uma opinião partilhada por Maria<br />

A que acredita na valorização da mulher doméstica pelos mais novos. No caso <strong>de</strong> Maria CM,<br />

e aten<strong>de</strong>ndo à avaliação feita pela família, a narradora assume ter sido s<strong>em</strong>pre valorizada pela<br />

sua, consi<strong>de</strong>rando que, ainda hoje, as suas filhas a valorizam. No entanto, e r<strong>em</strong>ontando ao<br />

passado, diz-nos que se registam algumas mudanças, uma vez que antigamente, não só a<br />

família educava a mulher para ser Doméstica como a própria socieda<strong>de</strong> avaliava a mulher<br />

consoante o seu <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho na realização das tarefas <strong>de</strong> casa, como elucida: “ (…) aquela é<br />

muito boa rapariga, uma boa dona <strong>de</strong> casa (…)” (pp.20-21). De forma muito clara, Maria<br />

CM diz-nos que a mentalida<strong>de</strong> da socieda<strong>de</strong> influencia o modo como esta trata e valoriza as<br />

pessoas. Assim sendo, diz-nos que, <strong>de</strong> um modo geral a nossa socieda<strong>de</strong> ainda não valoriza o<br />

trabalho doméstico como <strong>de</strong>veria. Ainda <strong>em</strong> torno da mentalida<strong>de</strong>, Ana relata-nos a sua<br />

opinião: “a socieda<strong>de</strong> não avalia. A socieda<strong>de</strong> não dá valor nenhum (…) é da geração, é a<br />

mentalida<strong>de</strong> que vai, que vai mudando e infelizmente nã se dá valor (…)” (p.20). Para ela, a<br />

mudança é cada vez mais <strong>de</strong>svalorizadora, fazendo isso com que a socieda<strong>de</strong> mantenha o seu<br />

não reconhecimento pelo trabalho <strong>de</strong>senvolvido diariamente por estas mulheres Domésticas.<br />

Partilhando a mesma avaliação negativa, A é clara no seu discurso: “ (…) não dão valor (…)<br />

pensam que a gente nunca faz nada (…) acho que, as pessoas todas pensam (…) ‘tá <strong>em</strong> casa,<br />

‘tá <strong>de</strong>scansada.” (pp.16-17). Igualmente negativa é a avaliação apresentada por Bety, ao<br />

reflectir sobre avaliação feita à mulher doméstica pela socieda<strong>de</strong>, a narradora diz-nos que: “<br />

não têm noção (…) pensam que ser doméstica é não fazer nada (…) as pessoas <strong>de</strong> fora,<br />

acabam por não ter noção (…) da realida<strong>de</strong>, só qu<strong>em</strong> passa mesmo é que t<strong>em</strong> (…) [<strong>de</strong>sta<br />

feita, Bety conclui:] o trabalho doméstico não é (…) valorizado.” (p.12). Constituindo-se<br />

esta, como sendo a conclusão <strong>de</strong> todas as 8 narradoras.<br />

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