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Dissertação de Mestrado em Serviço Social.pdf - Instituto Superior ...

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Trabalho Doméstico:<br />

Narrativas ex<strong>em</strong>plares <strong>de</strong> mulheres “Domésticas”<br />

Apesar <strong>de</strong> Maria reconhecer que a mulher t<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre muito que fazer, consi<strong>de</strong>ra que<br />

a socieda<strong>de</strong> n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre pensa assim e que, se exist<strong>em</strong> pessoas que valorizam esse trabalho,<br />

outras não o faz<strong>em</strong> (pág.38).<br />

3.3. Avaliação positiva da evolução do trabalho doméstico e partilha das<br />

tarefas<br />

Ao <strong>de</strong>finir o trabalho realizado pela mulher doméstica, Maria enten<strong>de</strong>-o como: “ (…) um<br />

trabalho muito custoso, é um trabalho que é todos os dias (…)” (pág.35), não obstante,<br />

reconhece ter havido uma mudança ao nível da partilha <strong>de</strong> tarefas, pois tal como sublinha: “<br />

(…) os homens (…) agora já ajudam às mulheres mas, antigamente os homens não ajudavam<br />

à mulher, então, a mulher fazia tudo, tudo (…)” (pág.35), como tal, Maria admite que<br />

antigamente o trabalho da mulher doméstica era mais exigente, até porque, não haviam<br />

eletrodomésticos que a auxiliass<strong>em</strong> na realização das tarefas domésticas, segundo a própria: “<br />

(…) as mulheres antigamente trabalhavam muito (…) nã tínhamos uma máquina p`ra lavar<br />

(…) nã tínhamos água <strong>em</strong> casa (…) tínhamos que carregar água (…) agora é tudo diferente.<br />

Nã tínhamos um fogão, tinha que ser tudo à lenha (…) a vida da mulher t<strong>em</strong> sido uma vida<br />

muito má (…)” (pág.35). Daí que Maria consi<strong>de</strong>re ter-se registado uma mudança também ao<br />

nível do trabalho realizado pela mulher doméstica, uma vez que consi<strong>de</strong>ra existir no presente<br />

menor esforço físico: “ (…) é tudo diferente (…) a gente (…) era trabalhar um trabalho<br />

custoso e, quando chegava a casa do trabalho a labuta da casa (…)” (pág.36). Quanto à<br />

partilha <strong>de</strong> tarefas, no presente a narradora está convicta que “ (…) esta mocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> agora,<br />

já ajudam mais as mulheres (…)” (pág.36), até porque, diz conhecer casais que partilham<br />

diariamente, quer as tarefas domésticas, quer os cuidados com os filhos, realida<strong>de</strong> que<br />

antigamente não era admitida sequer (pág.36). Neste sentido, Maria espera que no futuro esta<br />

partilha se mantenha, tal como afirmou no seu discurso: “ (…) `tão agora, têm é que ajudar,<br />

já que não ajudaram naquela época que foi a nossa (…) porque a mulher t<strong>em</strong> falta <strong>de</strong> ajuda<br />

(…)” (pág.36), a narradora enten<strong>de</strong> que <strong>de</strong>ve existir mudança e, como tal, “ (…) as coisas<br />

têm que ser p`ra frente e têm que se fazer, repartir<strong>em</strong> as coisas todas (…)” (pág.40). Ao<br />

refletir sobre o trabalho <strong>de</strong>senvolvido pela mulher, Maria conclui que “ (…) a mulher<br />

trabalha s<strong>em</strong>pre muito mais que o hom<strong>em</strong> (…)” (pág.37), pois, para além <strong>de</strong> conciliar uma<br />

ativida<strong>de</strong> laboral fora <strong>de</strong> casa, esta t<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre algo para fazer <strong>em</strong> casa, mais nos explica: “<br />

(…) uma mulher chega <strong>de</strong> on<strong>de</strong> chegar, t<strong>em</strong> que passar a ferro, ou pôr uma máquina a lavar,<br />

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