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Dissertação de Mestrado em Serviço Social.pdf - Instituto Superior ...

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Trabalho Doméstico:<br />

Narrativas ex<strong>em</strong>plares <strong>de</strong> mulheres “Domésticas”<br />

marido saísse para trabalhar, Maria utilizava um “ (…) can<strong>de</strong>eiro (…) do petróleo, com uma<br />

chaminé <strong>em</strong> vidro, um copinho <strong>em</strong> esmalte, aquecia o café (…)” (pág.5). No seguimento do<br />

seu relato e, tendo <strong>em</strong> conta que Maria estava a conciliar uma ativida<strong>de</strong> laboral fora <strong>de</strong> casa, é<br />

claro o acumular <strong>de</strong> tarefas que tinha a seu cargo, daí que nos afirme só ter t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> realizar<br />

as tarefas domésticas à noite, <strong>de</strong> que é ex<strong>em</strong>plo a pintura das casas, como nos refere a<br />

própria: “ (…) caiávamos <strong>de</strong> noite, porque <strong>de</strong> dia não tínhamos vagar (…) esta noite<br />

caiávamos um pedacinho da casa, ou uma casa, amanhã caiávamos a outra (…).” (pág.5).<br />

Ora, passado um ano do casamento, Maria foi mãe, o que provocou mudanças na sua<br />

trajetória <strong>de</strong> vida.<br />

2.2.1.1. FACTOR DE MUDANÇA (1960): Gravi<strong>de</strong>z e nascimento<br />

da única filha do casal<br />

Maria engravida e é mãe da única filha do casal <strong>em</strong> 1960, ao fim <strong>de</strong> um ano <strong>de</strong><br />

casamento a residir na Amareleja.<br />

2.2.2. ETAPA 2 do Momento 2 (1961): Maternida<strong>de</strong> e Regresso do casal ao<br />

campo<br />

Com efeito, sendo o seu marido trabalhador rural, o casal só ficou na Amareleja o<br />

t<strong>em</strong>po que mediou a sua gravi<strong>de</strong>z e o nascimento da filha. Como nos refere Maria: “ (…) a<br />

minha filha (…) nasceu aqui nesta casa <strong>em</strong> frente que é minha tamêm, n<strong>em</strong> sequer fui p`ra<br />

maternida<strong>de</strong> (…) então, fomos p`ro monte, nessa altura já se vivia numa casa.” (pág.3).<br />

Tendo o casal passado a sua infância e juventu<strong>de</strong> no campo, compreen<strong>de</strong>-se que, após<br />

o nascimento da filha, tenham <strong>de</strong>cidido voltar ao campo, on<strong>de</strong> o trabalho os esperava.<br />

De fato, apesar do casal ter casa na Amareleja, não constituiu motivo para que por lá<br />

ficass<strong>em</strong> a residir, até porque, para além <strong>de</strong> sabermos que ambos foram criados no monte,<br />

também o trabalho do marido exigia essa <strong>de</strong>slocação para o campo, por ser vaqueiro (pág.13).<br />

Tudo isto <strong>de</strong> resto, se compreen<strong>de</strong> pelas palavras <strong>de</strong> Maria: “ (…) o meu marido quando veio<br />

p`ra casa já `tava reformado (…)” (pág.14), o que nos permite concordar com a narradora,<br />

quando afirma: “ (…) `tiv<strong>em</strong>os toda a vida no campo, toda a vida no campo (…).” (pág.14).<br />

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