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Dissertação de Mestrado em Serviço Social.pdf - Instituto Superior ...

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Trabalho Doméstico:<br />

Narrativas ex<strong>em</strong>plares <strong>de</strong> mulheres “Domésticas”<br />

marido, segundo ela: “ (…) tinha que orientar as (…) coisas todas (…) se uma precisava <strong>de</strong><br />

sapatos, a outra (…) outra coisa, tinha que orientar isso tudo (…).” (pág.42).<br />

Segundo Maria, quando o marido se reformou, começou a ajudar mais <strong>em</strong> casa: “ (…)<br />

dantes não ajudava tanto (…)” (pág.26) na realização das tarefas domésticas, daí que sinta<br />

sauda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>le e reconheça: “ (…) ajudava-me muito, agora já me ajudava muito.” (pág.22).<br />

. Avaliação, por Maria, da ocupação dos seus t<strong>em</strong>pos livres<br />

Os seus t<strong>em</strong>pos livres eram aproveitados para a realização <strong>de</strong> trabalhos manuais,<br />

aquilo que, segundo Maria, gostava mais <strong>de</strong> fazer (pág.13). Como <strong>de</strong> resto se percebe pelo<br />

seu discurso, sair <strong>de</strong> casa para passear era algo que não fazia com muita frequência, ia ao<br />

mercado fazer as suas compras e, pontualmente, po<strong>de</strong>ria sair para fazer um piquenique com o<br />

marido, as filhas e colegas do marido, mas eram situações muito raras, até porque, o marido<br />

não tinha carro (pág.13). No presente, a narradora passa os seus dias a rezar, n<strong>em</strong> televisão<br />

vê, como afirma: “ (…) a televisão (…) chega a `tar mais <strong>de</strong> quinze dias s<strong>em</strong> a ligar (…) não<br />

tenho vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> ver nada, não tenho vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> sair sozinha, `tava habituada a sair com o<br />

meu marido (…)” (pág.25). De fato, o falecimento do marido abalou muito a narradora e esta<br />

sofre pela sua ausência. Devido a probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, Maria não consegue trabalhar, então,<br />

tal como relatou: “ (…) não faço nada (…) faço a minha cama (…) e… b<strong>em</strong> me custa a<br />

fazer.” (pág.13). Neste momento, como acima se referiu, precisa mesmo <strong>de</strong> apoio na<br />

realização da sua higiene pessoal diária, b<strong>em</strong> como, no vestir e <strong>de</strong>spir-se diariamente, daí que<br />

pague a uma senhora para ter garantidos esses serviços (pág.13). No presente, Maria diz-nos<br />

sentir muitas sauda<strong>de</strong>s dos t<strong>em</strong>pos <strong>em</strong> que podia ser ela a arrumar a casa: “ tenho sauda<strong>de</strong>s<br />

(…) do t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que eu fazia tudo. (…) tinha a minha casinha arrumadinha (…) s<strong>em</strong>pre<br />

tudo <strong>em</strong> or<strong>de</strong>m (…).” (pág.14). Recorda e admite ter sido uma boa dona <strong>de</strong> casa, s<strong>em</strong>pre<br />

muito organizada: “ (…) tinha as gavetas s<strong>em</strong>pre arrumadinhas (…)” (pág.14), apesar <strong>de</strong> já<br />

não conseguir fazer nada, valoriza o trabalho da senhora a qu<strong>em</strong> paga para ver feito o<br />

trabalho doméstico: “ (…) esta senhora que me v<strong>em</strong> cá (…) é muito <strong>de</strong>spachada, gosto muito<br />

<strong>de</strong>la. Faz b<strong>em</strong> o serviço (…).” (pág.14).<br />

Não menos importante, é perceber como é que a família avalia o trabalho da mulher<br />

doméstica e sucessivamente, qual a avaliação da socieda<strong>de</strong> no geral.<br />

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