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Dissertação de Mestrado em Serviço Social.pdf - Instituto Superior ...

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Trabalho Doméstico:<br />

Narrativas ex<strong>em</strong>plares <strong>de</strong> mulheres “Domésticas”<br />

A maternida<strong>de</strong> não foi um assunto muito relatado pela narradora, como tal, passamos<br />

à etapa seguinte que <strong>de</strong>monstra as várias mudanças geográficas a que esteve sujeita Maria e<br />

suas filhas, para po<strong>de</strong>r estar perto do marido.<br />

2.2.1.1. FACTOR DE MUDANÇA do Momento 2: Ida do marido<br />

para o Ultramar e regresso da narradora a Campo Maior<br />

Devido às frequentes <strong>de</strong>slocações geográficas do marido, poucos anos <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

estar casada, Maria teve <strong>de</strong> regressar à sua terra natal, isto porque, o marido tinha <strong>de</strong> ir<br />

para o Ultramar, esta foi s<strong>em</strong> dúvida, uma mudança na vida da narradora que na etapa<br />

seguinte melhor se compreen<strong>de</strong>rá.<br />

2.2.2. ETAPA 2 do Momento 2: Regresso <strong>de</strong> Maria à sua terra natal (Campo<br />

Maior), <strong>de</strong>vido à ida do marido para o Ultramar<br />

Na verda<strong>de</strong>, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> Santa Margarida, Maria viveu várias mudanças <strong>de</strong> localida<strong>de</strong>s e<br />

<strong>de</strong> casa. Tendo o marido <strong>de</strong> ir cumprir uma comissão militar ao Ultramar, Maria regressa ao<br />

Alentejo, mais precisamente a Campo Maior, com as suas duas filhas pequenas. Nesta fase<br />

<strong>em</strong> que o marido estava longe, a narradora passava muito t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> casa, como nos relatou: “<br />

(…) passei o t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que não tive o meu marido, passei-o <strong>em</strong> casa, não saia, só ia à<br />

missa.” (pág.8 e 46). Mediante o seu discurso percebe-se inclusive que era a mãe <strong>de</strong> Maria<br />

qu<strong>em</strong> ia à praça fazer as compras, isto porque, os pais viviam perto e como tal, passavam<br />

muito t<strong>em</strong>po todos juntos: “ (…) os meus pais iam todas as noites lá passar o serão comigo.”<br />

(pág.8). Maria reconhece ter lidado b<strong>em</strong> com a distância do marido, apesar <strong>de</strong> sublinhar ter<br />

tido “ (…) <strong>de</strong>sgostos muito gran<strong>de</strong>s, mas (…) passei s<strong>em</strong>pre o t<strong>em</strong>po muito b<strong>em</strong> (…) muito<br />

<strong>em</strong> casa (…).” (pág.14-15). Enquanto esteve <strong>em</strong> Campo Maior com as filhas, Maria<br />

reconhece ter enfrentado momentos mais difíceis a nível financeiro, mas que conseguiu<br />

ultrapassar: “ (…) fazia uma vida mais económica, eu na alimentação limitava-me a comer<br />

certas coisas que (…) não dava às filhas (…) p`ra elas fazia s<strong>em</strong>pre uma coisinha melhor<br />

(…) eu limitava-me a ficar só com uma sopa (…).” (pág.42). A planificação das refeições,<br />

visto ter duas filhas pequenas, era, por isso, uma gran<strong>de</strong> preocupação para a narradora, era<br />

importante que as alimentasse corretamente: “ (…) pensar o que havia <strong>de</strong> dar (…) eu fazia<br />

assim (…) todas as s<strong>em</strong>anas dava bife (…) mioleira (…) fígado (…) peixe p`ra cozer (…)<br />

assar (…) fritar. Depois (…) comprava todas as s<strong>em</strong>anas um queijinho (…) dos mais<br />

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