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Dissertação de Mestrado em Serviço Social.pdf - Instituto Superior ...

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da pastelaria<br />

Trabalho Doméstico:<br />

Narrativas ex<strong>em</strong>plares <strong>de</strong> mulheres “Domésticas”<br />

3.1. ETAPA 1 do Momento 3: Descoberta da doença do marido leva a abandono<br />

Esta não foi <strong>de</strong> todo uma fase muito animadora para a narradora, visto ter<br />

acompanhado, muitas vezes sozinha, o <strong>de</strong>senrolar da doença do marido. Com os filhos a<br />

estudar na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Beja, quando o marido começou a apresentar os primeiros sinais <strong>de</strong><br />

doença, os filhos não acreditavam naquilo que Rita lhes contava, e até ela, ao início, não<br />

queria admitir e atribuía vários comportamentos do marido a cansaço, como nos explica: “<br />

(…) quando eu vi que ele não ´tava realmente b<strong>em</strong>, foi quando ele resolveu sair da oficina<br />

(…) eu notava mas, eu atribuía e <strong>de</strong>pois certas cosas lá na pastelaria (…) ele s<strong>em</strong>pre foi uma<br />

pessoa muito arrumada, muito asseada, ele fazia a limpeza da pastelaria (…) <strong>de</strong>pois, vejo as<br />

garrafas do frigorífico (…) umas p`ra cá, outras p`ra lá (…) mas, é assim, a gente aos<br />

cinquenta anos não t<strong>em</strong> a mesma força (…) eu atribuía muito à pressa (…) a cansaço.”<br />

(pág.20). Conforme nos relatou Rita, tudo começou com o pedido <strong>de</strong> <strong>de</strong>missão que, <strong>de</strong> fato,<br />

acabou por se efetivar pouco t<strong>em</strong>po <strong>de</strong>pois. Ora se, por um lado, Rita havia ficado<br />

preocupada com o pedido <strong>de</strong> <strong>de</strong>missão, uma vez que os filhos do casal ainda estudavam, por<br />

outro, ficou contente, pois sentia que o marido não estava a receber o reconhecimento que<br />

merecia no seu local <strong>de</strong> trabalho (pág.21). Tal como nos disse Rita, ao dar a notícia aos<br />

filhos, estes ficaram surpresos, tendo sido a filha mais compreensiva (pág.22). Rita, muito<br />

preocupada com o marido, achou por b<strong>em</strong> acompanhá-lo ao médico, para averiguar se o seu<br />

estado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> se encontrava normalizado. Não obtendo muitos esclarecimentos por parte da<br />

médica <strong>de</strong> família do casal, Rita resolveu recorrer a outro médico e a situação começou a<br />

mudar, tal como o estado físico do marido <strong>de</strong> Rita que, com o passar do t<strong>em</strong>po, foi<br />

enfraquecendo e <strong>de</strong>bilitando-se (pág.22-23). Com o marido <strong>de</strong>s<strong>em</strong>pregado, Rita <strong>de</strong>cidiu<br />

comprar-lhe uma pequena loja “ (…) porque o sonho <strong>de</strong>le era comprar uma lojinha p`ra se<br />

entreter, assim com peças pequenas.” (pág.23). Através <strong>de</strong> um leilão a narradora conseguiu o<br />

espaço para a nova loja do marido mas, o que parecia estar a correr b<strong>em</strong>, rapidamente se<br />

alterou e, mais uma vez, a doença apresentou sinais; isto, quando o marido <strong>de</strong> Rita lhe<br />

informou que no dia seguinte iria abrir a loja. Repare-se que, segundo a narradora, a loja<br />

ainda não dispunha <strong>de</strong> qualquer móvel, tinha sido pintada mas, ainda não estava pronta a ser<br />

aberta (pág.23). Para Rita esse era um comportamento muito estranho pois, o marido já tinha<br />

experiência adquirida na oficina on<strong>de</strong> trabalhou anteriormente: “ (…) vindo <strong>de</strong> uma pessoa<br />

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