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Dissertação de Mestrado em Serviço Social.pdf - Instituto Superior ...

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Trabalho Doméstico:<br />

Narrativas ex<strong>em</strong>plares <strong>de</strong> mulheres “Domésticas”<br />

pais, compreensivos (…)” (pág.13). Visto ter sido a pastelaria a sua última activida<strong>de</strong> laboral<br />

fora <strong>de</strong> casa, Rita explica-nos como é que que conseguia conciliar tudo: “ (…) levava os<br />

serões orientando as coisas para o outro dia, por ex<strong>em</strong>plo, à sexta feira adiantava a minha<br />

limpeza, p`a no sábado (…) dia da folga (…) dar uma voltinha (…)” (pág.52). Ora, Rita e o<br />

marido aproveitavam o sábado para sair um pouco, visto que haviam trabalhado a s<strong>em</strong>ana<br />

toda, segundo nos revela: “ íamos petiscar, ou íamos jantar fora (…) com o filho, ou com a<br />

filha se eles `tivess<strong>em</strong> iam connosco, senão íamos só os dois (…)” (pág.52). Mais nos adianta<br />

que essa era também a forma encontrada para que ela tivesse pelo menos um dia da s<strong>em</strong>ana<br />

s<strong>em</strong> cozinhar. Ao recordar este episódio, é clara a tristeza no seu discurso: “ (…) é verda<strong>de</strong>,<br />

saíamos dar uma voltinha e, petiscávamos, ou jantávamos (…) já não fazíamos (…) jantar.”<br />

(pág.52). De facto, são saídas como estas que <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> existir na vida da narradora e <strong>de</strong><br />

que t<strong>em</strong> sauda<strong>de</strong>. Ainda <strong>em</strong> relação ao conciliar da dupla tarefa, Rita disse-nos que: “ (…)<br />

por um lado, é complicado a gente ‘tar a trabalhar e ter tudo na casa a nosso cargo mas, por<br />

outro lado, se a gente ‘tá <strong>em</strong> casa, limpa e suja a toda a hora (…) porque a gente v<strong>em</strong>,<br />

arruma a loiça, <strong>em</strong> andando é hora <strong>de</strong> lanchar (…) hora <strong>de</strong> fazer o jantar (…) quando<br />

‘tamos a trabalhar t<strong>em</strong>os a preocupação, ou <strong>de</strong> noite, ou <strong>de</strong> manhã cedo, <strong>de</strong>ixar o comer<br />

feito.” (pág.52-53). Neste sentido, Rita enten<strong>de</strong> que a mulher doméstica estando <strong>em</strong> casa a<br />

t<strong>em</strong>po inteiro encontra-se s<strong>em</strong>pre tarefas para fazer, ao passo que, a mulher que concilia a<br />

dupla tarefa, faz <strong>de</strong> manhã ou à noite e mantém a casa arrumada por mais t<strong>em</strong>po.<br />

Segundo a narradora, a vida <strong>de</strong> casada implicou algumas mudanças e novas<br />

aprendizagens, nomeadamente, ao nível da gestão do orçamento familiar, como <strong>de</strong> seguida se<br />

compreen<strong>de</strong>.<br />

2.3. ETAPA 3 do Momento 2: Mudanças ocorridas na trajetória <strong>de</strong> vida<br />

da narradora com o casamento: assumir a gestão dos recursos familiares.<br />

Quando Rita compara a vida <strong>de</strong> casada à vida <strong>de</strong> solteira na casa dos pais, apresenta<br />

diferenças significativas: “ (…) é s<strong>em</strong>pre diferente, por mais que nós façamos na casa dos<br />

nossos pais (…) é a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma casa. E gerir o or<strong>de</strong>nado, é um bocado<br />

complicado, faz uma diferença muito gran<strong>de</strong> (…).” (pág.9). Essa gestão, ainda se dificultou<br />

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