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Dissertação de Mestrado em Serviço Social.pdf - Instituto Superior ...

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Trabalho Doméstico:<br />

Narrativas ex<strong>em</strong>plares <strong>de</strong> mulheres “Domésticas”<br />

(…) sinto-me b<strong>em</strong>, sinto-me alegre (…), sinto-me feliz quando ando trabalhando nas<br />

cozinhas, gosto <strong>de</strong> trabalhar num restaurante (…) agora não tenho nada, o pior é isso.”<br />

(pág.56). Ao longo do seu relato está patente a tristeza por, neste momento, não conseguir<br />

uma ativida<strong>de</strong> laboral fora <strong>de</strong> casa, nomeadamente, como cozinheira num restaurante, como<br />

as suas palavras clarificam: “ (…) tenho pena <strong>de</strong> não `tar a trabalhar, `tar aqui fechada (…)<br />

fico sozinha (…).” (pág.57). Percebe-se, neste sentido que os dias <strong>de</strong> Natércia são<br />

predominant<strong>em</strong>ente passados <strong>em</strong> casa, como ela admite: “ (…) é casa, só casa, casa, casa<br />

(…)” (pág.54); “ (…) ir ali beber um cafezinho, são os meus passeios agora” (pág.55). E ela<br />

própria reconhece: “ (…) `tou melhor se sair, se for a trabalhar, saio, vejo, converso um<br />

bocadinho (…).” (pág.65). É, notória a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Natércia <strong>em</strong> po<strong>de</strong>r voltar a trabalhar<br />

fora <strong>de</strong> casa, “ (…) gostava muito, muito mais do que `tar <strong>em</strong> casa.” (pág.67).<br />

No seguimento <strong>de</strong> toda esta rotina <strong>de</strong>vidamente estruturada pela narradora, a mesma<br />

explica que quando conciliava uma ativida<strong>de</strong> laboral fora <strong>de</strong> casa, a programação variava: “<br />

(…) como andava a trabalhar (…) era diferente (…) nunca tinha uma orientação <strong>de</strong> começar<br />

logo <strong>de</strong> manhã na limpeza (…)” (pág.13), isto porque, logo <strong>de</strong> manhã, o seu t<strong>em</strong>po era<br />

exclusivo para preparar os filhos, levá-los à escola e, posteriormente, seguir então, para o seu<br />

local <strong>de</strong> trabalho (pág.13). Não po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ter <strong>em</strong> atenção que, mesmo trabalhando<br />

fora <strong>de</strong> casa, antes <strong>de</strong> sair <strong>de</strong> casa a narradora tinha <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar o almoço preparado para o seu<br />

marido e para os seus filhos (pág.14). A sua preocupação era tal que não só <strong>de</strong>ixava a mesa<br />

posta, como também lhes <strong>de</strong>ixava: “ (…) um termo aqui na mesma p`a não andar<strong>em</strong> a mexer<br />

no fogão, <strong>de</strong>ixava-lhe o almoço já preparado <strong>de</strong>ntro do termo.” (pág.14).<br />

Tendo s<strong>em</strong>pre muita vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r, Natércia não se satisfez pelo facto <strong>de</strong> ter<br />

apenas a quarta classe e, <strong>em</strong> 2011 concluiu com sucesso o 6.º ano <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> através do<br />

centro <strong>de</strong> novas oportunida<strong>de</strong>s (pág.35) <strong>em</strong> Moura, e é clara a sua disponibilida<strong>de</strong> para novas<br />

aprendizagens: “ (…) tirei o sexto ano, agora <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> adulta (…) com 51 anos (…) e gostei.<br />

(…) se aparecer mais alguma gostaria d`ir tamêm.” (pág.10). Apesar <strong>de</strong> não nos ter<br />

precisado as datas, também nos disse que, para além do sexto ano já tirou o curso <strong>de</strong> cozinha,<br />

o curso <strong>de</strong> costura e ainda, o curso <strong>de</strong> higiene e segurança no trabalho (pág.36).<br />

. Avaliação, por Natércia, das alterações na gestão do orçamento familiar<br />

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