10.05.2013 Views

Dissertação de Mestrado em Serviço Social.pdf - Instituto Superior ...

Dissertação de Mestrado em Serviço Social.pdf - Instituto Superior ...

Dissertação de Mestrado em Serviço Social.pdf - Instituto Superior ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Trabalho Doméstico:<br />

Narrativas ex<strong>em</strong>plares <strong>de</strong> mulheres “Domésticas”<br />

No Momento 3 é possível compreen<strong>de</strong>r a situação laboral actual da narradora, sendo<br />

certo que esta encontra-se <strong>de</strong>s<strong>em</strong>pregada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2011 (pág.35). Este engloba ainda a avaliação<br />

da vida <strong>de</strong> casada <strong>de</strong> Natércia.<br />

1.1.1. ETAPA 1 do Momento 3 (2011-2012): Des<strong>em</strong>prego e restrição às<br />

tarefas domésticas<br />

Para Natércia, a inserção laboral acumulando as tarefas <strong>de</strong> casa (dupla tarefa), é uma<br />

vivência preferencial comparativamente à situação <strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>em</strong>prego. Contudo, ao relatar o seu<br />

dia-a-dia, percebe-se que Natércia t<strong>em</strong> estruturada toda a sua rotina diária, como <strong>de</strong> resto nos<br />

esclarece: “ (…) <strong>de</strong> manhã, é logo assim (…) arranjo-me e <strong>de</strong>pois tenho logo por hábito ir<br />

arranjar o quarto, é a primeira coisa (…) <strong>de</strong>pois venho, tomo o pequeno-almoço (…) se<br />

tenho que ir à loja comprar alguma coisa (…) pão ou assim (…) vou (…) <strong>de</strong>pois faço o<br />

almoço (…) porque eu gosto logo <strong>de</strong> preparar as coisas.” (pág.12-13). Orientada a refeição,<br />

a narradora começa a tratar das limpezas, “ (…) a varrer, a limpar o chão, a limpar o pó<br />

(…)” (pág.13), e, então, <strong>de</strong>pois do almoço é que po<strong>de</strong> <strong>de</strong>dicar-se um pouco à costura, “ (…)<br />

na parte da tar<strong>de</strong> (…) é que eu costumo sentar ali p`a fazer a costura.” (pág.13 e 28).<br />

Posteriormente, e controlando <strong>em</strong> simultâneo o seu t<strong>em</strong>po, chegada a hora <strong>de</strong> preparar o<br />

jantar, Natércia suspen<strong>de</strong> a costura: “ vou fazer o jantar p`a quando o M. chegar termos o<br />

jantar feito (…).” (pág.13). Segundo a narradora, normalmente <strong>de</strong>pois do jantar o casal sai<br />

para tomar um café e, <strong>de</strong>pois, voltam para casa e, ou vê<strong>em</strong> um pouco <strong>de</strong> televisão juntos ou,<br />

então, a narradora vai distrair-se um pouco no computador (pág.13). Repare-se que, <strong>em</strong>bora<br />

entenda que a organização <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> muito da pessoa, a narradora assume: “ (…) tenho s<strong>em</strong>pre<br />

tudo organizado (…)” (pág.17). Mesmo não conciliando a dupla tarefa, é a própria a<br />

reconhecer ter “ (…) horas marcadas p`ra tudo (…)” (pág.17), consi<strong>de</strong>rando ser esse o seu<br />

método <strong>de</strong> trabalho, “ (…) apesar <strong>de</strong> `tar <strong>em</strong> casa, tenho horas (…) dá-me jeito assim (…)<br />

oriento assim as coisas (…).” (pág.17). Esta acaba por ser a sua rotina s<strong>em</strong>anal, porque ao<br />

fim-<strong>de</strong>-s<strong>em</strong>ana recebe os filhos e netos <strong>em</strong> casa, “ vêm s<strong>em</strong>pre cá, ao sábado (…) vêm jantar<br />

(…) e <strong>de</strong>pois no domingo é almoçar (…)” (pág.56). Depreen<strong>de</strong>-se, assim, um aumento <strong>de</strong><br />

trabalho para Natércia, pois t<strong>em</strong> <strong>de</strong> cozinhar para a família, como nos disse: “ (…) no fim-<strong>de</strong>-<br />

s<strong>em</strong>ana, <strong>em</strong> lugar <strong>de</strong> <strong>de</strong>scansar, é mais trabalhoso do que os dias normais (…).” (pág.56).<br />

Contudo, e como gosta verda<strong>de</strong>iramente <strong>de</strong> cozinhar a narradora fá-lo por gosto, ou não fosse<br />

esclarecedor o seu discurso: “ (…) faço mesmo porque gosto (…) é uma coisa que me satisfaz<br />

98

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!