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Guia de Divulgação Científica - Museu da Vida - Fiocruz

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Pequena, mas perfeitamente forma<strong>da</strong>:<br />

O dínamo <strong>da</strong> divulgação científica na Colômbia<br />

Se quisermos provas <strong>da</strong> influência que um pequeno grupo <strong>de</strong><br />

pessoas po<strong>de</strong> ter, a Associação Colombiana <strong>de</strong> Jornalismo<br />

Científico (ACPC) seria um ótimo exemplo. Nosso grupo <strong>de</strong><br />

jornalistas e cientistas nativos, que vivem em diferentes regiões<br />

do país e também nos Estados Unidos e Canadá, não passa <strong>de</strong> 25<br />

membros. Mas conseguimos enviar nossa mensagem através <strong>da</strong><br />

maior parte <strong>da</strong> América Latina e contribuímos substancialmente<br />

para o <strong>de</strong>senvolvimento do jornalismo científico na Colômbia.<br />

Nossos membros freelance na América do Norte estão em contato<br />

permanente e apresentam conferências para o restante do grupo<br />

quando visitam o país natal. Assim, não só informamos mas<br />

também nos mantemos informados.<br />

Em 1976, Manuel Calvo Hernando, jornalista científico espanhol<br />

que trabalhava para El Mundo, inspirou um grupo <strong>de</strong> 20 cientistas<br />

e jornalistas científicos <strong>de</strong> renome para formar a ACPC. Calvo<br />

Hernando permanece, até hoje, muito ativo junto à Associação<br />

Espanhola <strong>de</strong> Jornalismo Científico.<br />

Inicialmente, o envolvimento <strong>da</strong> ACPC na divulgação científica<br />

era mo<strong>de</strong>sto. Restringia-se à organização <strong>de</strong> alguns poucos<br />

encontros internacionais sobre jornalismo científico em Bogotá,<br />

Me<strong>de</strong>llín e Bucaramanga, envolvendo personali<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>staque do mundo político e científico.<br />

Mesmo antes <strong>de</strong>ssa época, editoriais <strong>de</strong> ciência começaram a<br />

aparecer em jornais locais e nacionais <strong>da</strong> Colômbia e do Brasil;<br />

alguns cientistas tinham até seus próprios programas <strong>de</strong><br />

televisão. Em 1968 foi criado o Instituto Colombiano para o<br />

Desenvolvimento <strong>de</strong> Ciência e Tecnologia (Colciencias),<br />

instituição pública <strong>de</strong>stina<strong>da</strong> a apoiar ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> ciência e<br />

tecnologia e programas <strong>de</strong> pós-graduação. O Colciencias<br />

anunciou uma nova era na história do país, que começava a pensar<br />

em termos científicos.<br />

Enquanto isso, a ACPC passava por altos e baixos. Havia alguns<br />

poucos e pequenos eventos, as oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s iam e vinham assim<br />

como as páginas <strong>de</strong>dica<strong>da</strong>s à ciência apareciam em alguns jornais<br />

e sumiam em outros. Em 1996, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um longo período <strong>de</strong><br />

inativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, o cenário finalmente começou a mu<strong>da</strong>r. Uma nova<br />

geração <strong>de</strong> profissionais, com apoio do jornalista e neurologista<br />

colombiano Juan Mendoza-Vega, começou a injetar novo fôlego<br />

na associação. A <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> algumas dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s para rastrear<br />

seus documentos institucionais, em dois anos a ACPC estava<br />

oficialmente restabeleci<strong>da</strong> e pronta para levar adiante um<br />

programa <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

<strong>Guia</strong> <strong>de</strong> <strong>Divulgação</strong> <strong>Científica</strong><br />

Lisbeth Fog, Presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Associação Colombiana <strong>de</strong> Jornalismo Científico (ACPC)<br />

Duas organizações – a Associação Colombiana para o Avanço <strong>da</strong><br />

Ciência (ACAC) e o Colciências – nos aju<strong>da</strong>ram nessa empreita<strong>da</strong>.<br />

As duas iniciaram programas na área <strong>de</strong> divulgação científica e<br />

estavam conscientes <strong>de</strong> que a ciência, sem a divulgação, não é<br />

plenamente eficaz. A população precisa estar informa<strong>da</strong> sobre<br />

temas <strong>da</strong> ciência e <strong>da</strong> tecnologia produzi<strong>da</strong>s em seu país e além<br />

<strong>de</strong> suas fronteiras.<br />

Por volta <strong>de</strong> 1998, a ACPC reunia menos <strong>de</strong> 15 membros, mas<br />

mantínhamos nossos sonhos. O principal <strong>de</strong>safio era a gran<strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> coisas diferentes que queríamos fazer. Por on<strong>de</strong> começar?<br />

Um <strong>de</strong>sses sonhos era lançar uma agência <strong>de</strong> notícias científicas,<br />

mas não tínhamos experiência bastante para começar com algo<br />

tão gran<strong>de</strong>. Precisávamos “começar pelo começo”: treinar<br />

comunicadores, jornalistas e professores <strong>de</strong> jornalismo<br />

científico. E o treinamento precisaria acontecer no exterior, já<br />

que a Colômbia era carente <strong>de</strong> programas na área.<br />

Formação <strong>de</strong> recursos<br />

Naquele período, apenas um <strong>de</strong> nós – eu mesma – tinha título <strong>de</strong><br />

mestre em divulgação científica. Voltei <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Boston em 1993, on<strong>de</strong> havia acabado <strong>de</strong> completar um mestrado<br />

em <strong>Divulgação</strong> <strong>de</strong> Ciência e Medicina. Como resultado <strong>da</strong> minha<br />

experiência, começamos a entrar em contato com programas <strong>de</strong><br />

pós-graduação em várias partes do mundo, principalmente na<br />

Espanha e nos Estados Unidos, para permitir que associados <strong>da</strong><br />

ACPC e outros colombianos se especializassem nesse campo. Ao<br />

mesmo tempo, começamos um curso <strong>de</strong> jornalismo científico<br />

em duas universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s priva<strong>da</strong>s – Universi<strong>da</strong>d Minuto <strong>de</strong> Dios e<br />

Universi<strong>da</strong>d Santo Tomas.<br />

Até agora, oito jornalistas e cientistas <strong>da</strong> Colômbia – nem todos<br />

membros <strong>da</strong> ACPC – viajaram para o exterior para participar <strong>de</strong><br />

diferentes programas em divulgação científica; alguns ain<strong>da</strong><br />

estão para voltar. No início <strong>de</strong> 2000, a ACPC começou a organizar<br />

também workshops e seminários <strong>de</strong> um ou dois dias, para<br />

públicos específicos.<br />

Estamos convencidos <strong>de</strong> que você não precisa ser um jornalista<br />

para divulgar ciência <strong>de</strong> forma eficiente. Um cientista também<br />

po<strong>de</strong> se tornar um gran<strong>de</strong> comunicador, se treinar para isso.<br />

Também acreditamos que, embora nosso principal foco seja o<br />

jornalismo, os meios <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> massa oferecem outras<br />

opções para divulgar a ciência. Assim, os cursos que organizamos<br />

Pequena, mas perfeitamente forma<strong>da</strong>: O dínamo <strong>da</strong> divulgação científica na Colômbia<br />

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