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081 - Cee - USP

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Condutor<br />

CONDUTOR<br />

- junho de 1999<br />

Junho/Julho de 1999<br />

Este ano, a diretoria do CEE<br />

está de parabéns pelas iniciativas.<br />

Ficamos até felizes em ver que os<br />

elétricos, famosos pela sua desunião<br />

e competição, estão se tocando de<br />

que é muito mais negócio cultivar<br />

amigos e se unir.<br />

Desta vez fomos a Itaipu que,<br />

por enquanto, até o término da<br />

construção de uma usina na China, é<br />

a maior hidroelétrica do planeta, com<br />

uma potência instalada de 12,6MVA.<br />

Ao contrário de outros anos,<br />

quando a Civil fazia tudo, a iniciativa<br />

da viagem foi nossa e a Civil<br />

colaborou. Tradicionalmente, íamos<br />

apenas à Usina, a Foz e ao Paraguai.<br />

Entretanto, a inclusão no pacote do<br />

passeio do Macuco, um divertimento<br />

ímpar, e a visita à Subestação de<br />

Furnas fizeram a viagem bem mais<br />

legal e completa que as dos anos<br />

anteriores. Como iríamos a Furnas,<br />

a visita em Itaipu foi dividida em duas<br />

turmas: os civis e os elétricos. Esta<br />

divisão pecou pela integração, mas<br />

melhorou muito a visita, já que<br />

tivemos a chance de ver os<br />

equipamentos elétricos, e não só as<br />

estruturas civis. Para completar o<br />

show, tivemos uma rara<br />

oportunidade de ver uma<br />

demonstração de manutenção em<br />

“linha viva”, isto é, um indivíduo meio<br />

pancada veste uma roupa metálica<br />

e sobe, como um homem-aranha,<br />

sentando-se no cabo energizado da<br />

torre de 500kV! O som das correntes<br />

induzidas foi de arrepiar.<br />

Desta vez, conseguimos levar o<br />

prof Leb, do PEA, que deu uma aula<br />

in loco sobre máquinas síncronas<br />

(para quem não sabe, os geradores<br />

Órgão Representativo do Centro de Engenharia Elétrica<br />

1<br />

Número 81<br />

Uma aula de Engenharia em Escala 1:1<br />

Daniel Villela “Araça” (6º Potência) e Tadeu R. Azevedo (5! Potência)<br />

de Itaipu são máquinas síncronas –<br />

quem ainda não viu, não percam em<br />

Conversão), e outra, no anfiteatro de<br />

Furnas, sobre trafos e retificadores.<br />

Também tivemos a companhia do já<br />

veterano de Itaipu Prof. Matai, que<br />

fez a gentileza de acompanhar os<br />

alunos da Civil, já que eles não<br />

conseguiram nenhum outro professor<br />

para acompanhá-los.<br />

Para quem não conhece a usina,<br />

vale a pena acessar o site<br />

www.itaipu.gov.br e dar uma olhada.<br />

Tem muita coisa lá que todo<br />

engenheiro eletricista deveria saber.<br />

Apesar de nossa opinião ser suspeita,<br />

é muito bom ver que, apesar do<br />

desprezo de muitos, graças a nossa<br />

Engenharia Elétrica de Energia e<br />

Automação, este país está andando.<br />

Obras como Furnas e Itaipu mostram<br />

de maneira exemplar um pouco do<br />

que aprendemos no PEA.<br />

Por fim, gostaríamos de<br />

agradecer a ajuda do Grêmio<br />

Politécnico, que deu a força essencial<br />

para o andamento da viagem. Eles<br />

nos adiantaram o financiamento total<br />

É O FIM<br />

TUDO POR<br />

R$0,50<br />

Breja/ Refri / Choconhaque<br />

Festa de encerramento do semestre<br />

Dia 25 às 18h52 no estacionamento da Elétrica-POLI/<strong>USP</strong><br />

APERITIVOS NA FAIXA<br />

Ca$$ino!<br />

Depois das visitas técnicas,<br />

tinhamos a noite livre. Como ocorre<br />

tradicionalmente, fomos ao cassino.<br />

Lá chegando, na impossibilidade de<br />

jogar, pelo nível das apostas,<br />

montamos um time! O Tadeu, Oscar,<br />

Érico, Marcos e o profº Matai fizeram<br />

uma vaquinha e um representante foi<br />

jogar, com direito a torcida e tudo.<br />

Como bons engenheiros, jogavam<br />

comedidamente e iam ganhando aos<br />

poucos. Na hora de ir embora,<br />

resolveram “torrar” algumas fichas. O<br />

Tadeu apostou nos vermelhos, o<br />

Marcos no 34, o Oscar no 12, o Matai<br />

no 28, e o Érico no 4. Sobrou uma<br />

ficha. Com a roleta já rodanto, o<br />

Tadeu deu a ficha ao profº Leb que<br />

colocou-a no 23 (ia por no 22, mas<br />

era preto). Roleta, roleta roleta, e….<br />

23! Mais inusitado do que ganhar foi<br />

ver a cena dos quinze politécnicos que<br />

assistiam comemorando, no meio do<br />

cassino, como se estivéssemos no meio<br />

de um estádio de futebol!<br />

e subsidiaram R$20,00 de cada<br />

passageiro. O CEC e o CEE<br />

subsidiaram R$10,00 de cada um, o<br />

que ajudou a reduzir o custo da viagem<br />

substancialmente.<br />

Ficamos aqui, na expectativa da<br />

próxima viagem para Itaipu, no<br />

semestre que vem. Faremos o possível<br />

para levar dois ônibus da Elétrica, e<br />

podermos convidar a todos. Por<br />

sugestão do Prof. Matai, já estamos<br />

pensando também na próxima<br />

empreitada: uma visita à usina nuclear<br />

de Angra dos Reis. Aguardem!


2 Condutor - junho de 1999<br />

CEE Informa<br />

Editorial<br />

Chegamos agora ao final de mais<br />

um suado semestre, com as inevitáveis<br />

P3s, SUBs e (quem sabe) RECs<br />

invadindo o período de férias. As<br />

novidades, para quem não sabe, foram<br />

as mesmas de sempre: POLI vice no<br />

Inter<strong>USP</strong>, Corinthians campeão<br />

paulista, nabos nas matérias<br />

Nababescas (aliás, quem pediu a revisão<br />

da P2 de Cálculo III andou caindo<br />

gelado de susto), etc., etc.<br />

E, como ninguém é de ferro, para<br />

aliviar o sufoco, vem o CONDUTOR e<br />

uma grandiosa festa para nos salvar. A<br />

festa, em conjunto com o CEC e o<br />

CAM (valeu!), será na sexta-feira que<br />

vem, dia 25/06, logo depois da última<br />

prova. Não perca!<br />

O CONDUTOR termina o<br />

semestre como o jornal de maior<br />

circulação dentro da POLI e,<br />

possivelmente, dentro da <strong>USP</strong>. Quatro<br />

edições em quatro meses! Será que<br />

havia tanta gente querendo participar?<br />

Como editor deste jornal desde<br />

novembro, eu tenho percebido que a<br />

periodicidade do CONDUTOR anima<br />

os elétricos a participar, gerando um<br />

saudável “círculo vicioso”: mais gente<br />

escreve porque o jornal é freqüente e<br />

o jornal é freqüente porque mais gente<br />

escreve. Espero que o segundo<br />

semestre ainda seja melhor que o<br />

primeiro, não deixem de colaborar!<br />

O meu espaço já está quase<br />

acabando... E ainda falta uma boa parte<br />

do jornal para terminar... Nesse caso,<br />

desejo um abraço a todos os leitores,<br />

boas férias e até agosto!<br />

Humberto<br />

Expediente<br />

CONDUTOR 81 - Junho/99<br />

Humberto Luiz Valdivia (2º)<br />

Editor, repórter, diagramador,<br />

distribuidor, caça-patrocinadores,<br />

ombudsman, baixista, brasileiro,<br />

corinthiano, estressado, cansado e<br />

office-boy não-remunerado (e eu nem<br />

estou estagiando ainda...)<br />

Roberto Penido “Brasília” (3º)<br />

Revisão ortográfica<br />

CEE<br />

Recadastramento<br />

dos armários<br />

Os atuais usuários dos armários<br />

devem se recadastrar obrigatoriamente<br />

até o dia 1º de julho, para poder<br />

continuar a usufruir dessa comodidade<br />

durante o segundo semestre.<br />

Quem não quiser usá-los no próximo<br />

semestre deve desocupá-los até essa<br />

data. O recadastramento se dará nos<br />

mesmos termos do semestre passado<br />

e a taxa se manterá inalterada<br />

(R$10,00), sendo dada toda a preferência<br />

aos atuais ocupantes. Para se<br />

recadastrar, basta passar na secretaria<br />

do CEE, no mezzanino da vivência.<br />

Até que enfim<br />

(Será que dá pra estudar...PARTE 3)<br />

Depois de algumas criticas<br />

severas sobre o prédio e outros<br />

assuntos, agente tem que dar a<br />

mão à palmatoria!!<br />

Desta vez a diretoria da escola<br />

fez o seu papel e está realizando a<br />

reforma do banheiro. O que não significa<br />

que as coisas já estão resolvidas,<br />

pois de nada adianta ter banheiros<br />

novos se estes não tem sabão e<br />

muito menos papel.<br />

Isso foi o primeiro passo e temos<br />

todos que valorizar essa atitude. É nossa<br />

obrigação ficar em cima e cobrar<br />

dos nossos diretores que tomem as atitudes.<br />

Creio que todos devam escrever,<br />

fazer criticas e reivindicar os seus<br />

direitos. Ainda esperamos alguma atitude<br />

da diretoria com relação ao estacionamento<br />

e tudo aquilo que envolve<br />

a segurança que chega a ser<br />

patética aqui na escola.<br />

Marcelo Tarkieltaub (3 ºano)<br />

Michelle Tung Gabriel (2º)<br />

Ilustradora<br />

Tadeu Azevedo (5! Potência)<br />

Fotos<br />

Daniel Pezeta (4!)<br />

Força, apoio moral e um texto<br />

Marcelo Tarkieltaub (3º)<br />

Tapa-buracos<br />

Márcio Miashiro (3º)<br />

$$$$<br />

Centro de Engenharia Elétrica<br />

Associação dos Alunos de Engenharia Elétrica<br />

Gestão: ATENSÃO Presidente: Daniel Pezeta Vice-Presidente: Érico Guizzo<br />

Tesoureiro: Márcio Miashiro Secretário Geral: Rodrigo “Bigato” Freitas<br />

Av. Profº Luciano Gualberto, travessa 3, nº 158 - Cidade Universitária – SP – CEP: 05508-900<br />

Tel: 818-5451 na internet: www.cee.poli.usp.br e-mail:cee@cee.poli.usp.br<br />

Bronca: PLAYBOYs, biblioteca,<br />

relatórios e violão<br />

É um absurdo que algumas pessoas<br />

não tenham entendido que o CEE voltou<br />

a assinar a PLAYBOY para atender<br />

as demandas da galera toda, e não para<br />

satisfazer algum eventual onanista<br />

perebento. A edição com a Vanessa<br />

Lombardi (ou será Sílvia?- não deu tempo<br />

nem para ver a cor da revista) sumiu<br />

assim que chegou ao CEE.<br />

A mesma coisa vale para os relatórios<br />

do arquivo, principalmente de PEE-<br />

315 e PEE-318. Por favor, pedimos a<br />

quem precisar dos relatórios que só tire<br />

uma cópia no Xerox e os traga de volta<br />

Aviso aos alunos: Matrícula em<br />

disciplinas do PCS como optativas<br />

Desde o dia 23/4/99, está afixado<br />

um aviso, no quadro da Secretaria do<br />

PCS e em outros locais do prédio, sobre<br />

o oferecimento da disciplina PCS-586 -<br />

Redes de Computadores para alunos<br />

que desejam cursá-la como optativa, no<br />

2º semestre de 99. O PCS tomou esta<br />

iniciativa devido ao interesse mostrado<br />

por um grande número de alunos<br />

durante o primeiro semestre deste ano.<br />

Esta disciplina não é nova, e era<br />

oferecida para os alunos de uma das<br />

ênfases do PEE. Há dois anos, porém,<br />

por solicitação do PEE, ela foi desativada.<br />

O PCS tomou a iniciativa de reoferecêla,<br />

pretendendo ministrá-la enquanto lhe<br />

for possível. Os horários são: 2ª feira,<br />

das 15:00 às 16:40, e 3ª feira, das<br />

16:50 às 18:30. Não há pré-requisito.<br />

O número de vagas é 40.<br />

imediatamente, para que os outros possam<br />

usufruir do mesmo serviço.<br />

A nova biblioteca será inaugurada em<br />

Agosto, depois de meses em obra. Ela disporá<br />

de bagageiro, sensores e catracas como<br />

a biblioteca da Mecânica.Tenham a sensibilidade<br />

de não depredar as mesas e cadeiras.<br />

Queríamos, também, fazer mais um<br />

pedido às pessoas que reclamam do<br />

estado do violão do CEE: dêem um jeito<br />

no(s) filho(s) da puta que arranca(m) as<br />

cordas do dito cujo. Desfrutar do que um<br />

centro acadêmico oferece é, também,<br />

saber respeitar o que é de todos.<br />

Prédio da Elétrica passará a ficar<br />

fechado no período noturno<br />

Os problemas com a segurança<br />

aqui no Campus persistem, e não se<br />

limitam ao roubo de carros. Depois de<br />

uma tentativa de assalto ao caixa<br />

eletrônico que se encontra na entrada<br />

do prédio, a COD-Elétrica decidiu<br />

manter o portão verde fechado no<br />

período noturno. Será instalado um<br />

interfone ao lado do portão, e as<br />

Atenção para os dias de matrícula<br />

e das provas de recuperação:<br />

A matrícula para o próximo<br />

semestre será realizada na semana<br />

de 05/07 a 09/07. Fiquem atentos<br />

para a divulgação dos dias de<br />

matrícula de cada turma. Para a<br />

escolha de turmas de laboratório (3º<br />

ano), será adotado o mesmo critério<br />

que o do semestre passado: os<br />

alunos que estiverem em situação<br />

complicada devido a dependências<br />

pessoas que quiserem entrar no prédio<br />

das 22:00 às 6:00hs terão que se<br />

identificar. Fica a pergunta no ar:<br />

será que em breve os alunos<br />

também terão que ficar enjaulados<br />

no prédio? Cabe a todos buscar uma<br />

alternativa para podermos ter uma<br />

Universidade tranqüila sem<br />

transformá-la num presídio.<br />

terão prioridade. Por isso, confira a<br />

lista prévia e, caso alguma<br />

informação estiver errada sobre a<br />

sua classificação, procure os<br />

responsáveis pela matrícula.<br />

A semana de RECs foi antecipada<br />

para os dias 19/07 a 23/07. Isto<br />

porque a data máxima para entrega<br />

das notas foi fixada pela escola para<br />

dia 28/07. (Férias, pra quê?)<br />

Para as outras disciplinas PCS a<br />

serem cursadas como optativas, valem<br />

as mesmas regras que vêm sendo<br />

adotadas há alguns anos. São 40<br />

vagas, com número máximo de 45<br />

alunos. Havendo menos de 45 alunos<br />

da ênfase Computação matriculados,<br />

os demais alunos poderão ser<br />

matriculados dentro deste limite, como<br />

já vem ocorrendo. Dependendo do<br />

número de interessados, poderá haver<br />

uma seleção, feita pelo Sistema<br />

Júpiter, que adota um critério baseado<br />

em notas. Para as disciplinas de<br />

laboratório, o número de vagas e<br />

número máximo de alunos é 15. Os<br />

pré-requisitos, em qualquer caso,<br />

deverão ser obedecidos.<br />

Edit G.L. de Campos - PCS<br />

edit@pcs.usp.br<br />

A Imprensa Marginal informa os resultados do Esporte: (2ª rodada) Cálculo 3 x 2,5 Elétrica.


Condutor - junho de 1999<br />

O Centro de Engenharia Elétrica, em<br />

conjunto com os departamentos da Elétrica<br />

(PCS, PEA, PEE), e com apoio do<br />

Grêmio Politécnico e do IEEE, realizou,<br />

na semana de 7 a 11 de junho, um ciclo<br />

de palestras sobre as ênfases do curso<br />

de Engenharia Elétrica. Participaram do<br />

evento, também, cinco empresas<br />

(Rockwell Automation, 3Com, ABB,<br />

Motorola e Siemens), cada uma representando<br />

uma especialização.<br />

Com três palestras diárias, sempre<br />

na parte da noite, a semana atraiu em<br />

massa não só alunos da Elétrica, mas<br />

também de outras áreas e do primeiro<br />

ano, além de professores e outros interessados.<br />

O público superou os 100<br />

espectadores em todas as palestras, e<br />

chegou a índices surpreendentes, como<br />

as 190 pessoas que assistiram às palestras<br />

do primeiro dia, sobre<br />

Automação e Controle, as 120 que, na sextafeira<br />

à noite, estavam no Anfiteatro da Administração<br />

para ouvir o pessoal de Telecomunicações<br />

e, por que não, as 100 pessoas que compareceram<br />

Semana das Opções<br />

Professores, profissionais e empresas debatem as ênfases do curso de Engenharia Elétrica<br />

na quinta-feira, dia da Microeletrônica!<br />

Pudemos perceber, nas falas de professores<br />

e profissionais, alguns pontos com os quais todos<br />

parecem concordar. Na área acadêmica, deu-se<br />

destaque à necessidade da formação<br />

generalista do engenheiro. Enfatizouse<br />

que o engenheiro formado em Eng.<br />

Elétrica pela Escola Politécnica deve<br />

ser capaz, não importa qual<br />

especialização ele curse, de lidar com<br />

problemas de qualquer área. Deve<br />

também ter flexibilidade para migrar<br />

e se comunicar com profissionais de<br />

outras especializações.<br />

No âmbito do mercado de trabalho,<br />

ficou evidente que não é a opção<br />

que o aluno fará por uma das cinco<br />

ênfases que determinará o seu sucesso<br />

como profissional, e sim aspectos como<br />

iniciativa e empreendedorismo, além<br />

de, por exemplo, a capacidade de se<br />

comunicar bem em outros idiomas. Na<br />

opinião de todos os palestrantes, a ênfase<br />

que trará ao futuro engenheiro<br />

realização profissional e pessoal é<br />

aquela com a qual o aluno mais se identifica.<br />

O Centro de Engenharia Elétrica só tem a agradecer<br />

a todos os palestrantes e colaboradores, que<br />

contribuíram para o sucesso deste evento.<br />

Para quem (não) foi ao Inter<strong>USP</strong>...<br />

Humberto Luiz Valdivia (2°)<br />

Participar de um Inter<strong>USP</strong> é uma emoção que só<br />

quem já esteve lá é capaz de entender. Neste ano, no<br />

feriado de Corpus Christi, o Inter<strong>USP</strong> rolou em Indaiatuba,<br />

a uma hora e meia (mais ou menos) de São Paulo. Estavam<br />

lá todas as faculdades de sempre: POLI, Odonto, FEA,<br />

ESALQ, Farmácia, Med-RP e Me(r)d-Pinheiros. O placar<br />

final foi o de menos; importante foi que rolou muita<br />

diversão e integração entre as diversas faculdades da <strong>USP</strong><br />

(com exceção, é claro, da porcada, que não quer se<br />

misturar), tanto nos jogos quanto nas baladas (seja na rua,<br />

na Hípica, ou no Zoff-Toff-Goff-Club, que, pelo visto, era<br />

a ÚNICA casa noturna de Indaiatuba).<br />

O alojamento da POLI, para variar, estava um<br />

show à parte. Além de muito bem localizado (bem no<br />

meio da cidade, e a apenas algumas quadras do<br />

ginásio onde rolaram as competições de futsal e vôlei),<br />

era relativamente habitável. O comentário à parte<br />

vai para os chuveiros, que não podiam ser ligados<br />

todos ao mesmo tempo, sob o risco de desarmar o<br />

disjuntor e deixar a escola toda sem luz (o que<br />

aconteceu em TODAS as noites, entre as 7 e as 10<br />

da noite, propiciando ao espertalhão que causou o<br />

blecaute a devida saraivada de vaias).<br />

O Inter<strong>USP</strong> também tem baladas, claro, e elas não<br />

faltaram: Festa da Odonto-FEA, festa da ESALQ, rodeio<br />

Da esq. para a<br />

dir.:<br />

Marília e sua<br />

bóia, o time de<br />

Handebol, a<br />

mulherada na<br />

torcida da<br />

POLI, o<br />

bandeirão e as<br />

modernas<br />

instalações<br />

locais<br />

Professores, palestrantes e o pessoal do CEE após a palestra de Teleco<br />

em Americana (para quem teve saco de pegar estrada),<br />

festa no aloja da SanFran e até na Pinheiros(!),<br />

desembocando na tradicional Festa do Inter<strong>USP</strong>, no<br />

sábado. Sem contar os bares, botecos, lojas de<br />

conveniência, postos de gasolina e afins para os que<br />

queriam passar a noite reabastecendo (e bem).<br />

O Inter<strong>USP</strong> é, também (acreditem), uma<br />

competição esportiva e, em (quase) todos os jogos, a<br />

torcida politécnica estava lá, empurrando os times em<br />

quadra, embalados (quase) sempre pela Rateria, que<br />

fica melhor a cada ano. O ápice deste ano foi, sem<br />

dúvida, o jogo de handebol masculino contra a Pinheiros,<br />

que ganhamos com um gol a poucos instantes do final,<br />

vingando as nossas derrotas dos últimos dois anos, nas<br />

mesmas condições. A comemoração incluiu a invasão<br />

da quadra, o desenrolamento da bandeira e a<br />

confraternização geral da galera, incluindo um pessoal<br />

da Odonto e da SanFran, além de assanhadas minhocas<br />

(N. do T.: meninas da terra, nativas, locais, etc., etc.).<br />

A propósito: este ano, para variar, o regulamento<br />

foi mantido (se você é bixo e não sabe qual foi o resultado<br />

dos últimos quinze Inter<strong>USP</strong>s, pergunte a um veterano<br />

e ouça um merecido “bixo burro” - a essa altura você já<br />

devia saber...), mas podem ter certeza de que ano que<br />

vem vai dar, ah, mas vai dar...<br />

3


4 Condutor - junho de 1999<br />

O Mercado de Trabalho do<br />

Engenheiro de Energia e Automação<br />

Profº Lineu Belico dos Reis (PEA)<br />

Introdução:<br />

Busca-se, aqui, apresentar o<br />

mercado de trabalho do engenheiro<br />

de Energia e Automação Elétricas, em<br />

um texto conciso.<br />

É importante ressaltar, inicialmente,<br />

que a visualização de qualquer mercado<br />

de trabalho, no contexto atual do mundo,<br />

se mostra complicada; dentre outras<br />

razões, pelas incertezas associadas com<br />

o impacto da globalização, em todos os<br />

seus aspectos políticos, econômicos,<br />

tecnológicos e sócio-ambientais. A ordem<br />

mundial que deverá resultar, após este<br />

período de transição, ainda não está<br />

totalmente clara, o que, de certa forma,<br />

afeta a procura de distinguir, de forma<br />

mais concreta, as nuances específicas de<br />

cada país, até mesmo em seu contexto<br />

regional (no nosso caso, pode-se citar o<br />

Mercosul e a Alca). E o mercado de<br />

trabalho, em seu contexto geral, estará<br />

atrelado a esta ordem.<br />

Neste cenário nebuloso, é, no<br />

entanto, possível, com base nas<br />

transformações já ocorrendo no País e<br />

naquelas que se prenunciam, delinear as<br />

tendências do mercado de trabalho do<br />

engenheiro de energia e automação<br />

elétricas. É o que se faz a seguir.<br />

Considerando o pouco espaço<br />

disponível, procurou-se seguir um roteiro<br />

extremamente sucinto e objetivo. Assim,<br />

apresenta-se inicialmente uma lista das<br />

principais áreas de atuação do<br />

engenheiro de Energia e Automação<br />

Elétricas, salientando-se aquelas<br />

específicas, as de caráter multidisciplinar<br />

e as acadêmicas. Em seguida, após breves<br />

considerações sobre o cenário atual do<br />

setor elétrico brasileiro, apresenta-se o<br />

delineamento do mercado de atuação<br />

para as respectivas áreas.<br />

Principais áreas de atuação:<br />

Áreas específicas:<br />

- Automação industrial;<br />

- Automação de sistemas elétricos de potência;<br />

- Sistemas elétricos industriais;<br />

- Equipamentos elétricos;<br />

- Sistemas elétricos de potência - geração,<br />

transmissão, distribuição;<br />

- Energia elétrica - planejamento,<br />

integração energética, conservação,<br />

uso racional;<br />

- Atuação nos mais diversos tipos de<br />

empresas, em: Planejamento; Projetos;<br />

Estudos; Vendas; Operação e<br />

Manutenção; Reforma e Adequação;<br />

Fiscalização e Auditoria; Adaptação e<br />

Integração de tecnologias e sistemas;<br />

Desenvolvimento de “softwares”.<br />

Áreas com características<br />

multidisciplinares:<br />

- Novo mercado de energia elétrica;<br />

- Regulação, fiscalização;<br />

- Planejamento energético - energia,<br />

meio ambiente, desenvolvimento,<br />

energia e infra-estrutura; Energização<br />

(eletrificação) rural<br />

- Atuação em: Bancos, Consultoras,<br />

Agências Reguladoras, Órgãos<br />

Governamentais<br />

Área acadêmica:<br />

- Ensino - novas metodologias, novas<br />

técnicas - multimídia, ensino à distância,<br />

Internet e outras; cursos de pós-graduação<br />

e extensão.<br />

- Pesquisa nas áreas citadas - novas<br />

tecnologias, métodos, metodologias e<br />

processos - integração local e regional.<br />

- Extensão e relação com a sociedade -<br />

projetos com indústrias, concessionárias,<br />

agências reguladoras, instituições<br />

governamentais, organizações não<br />

governamentais ( ONGs ), dentre outras.<br />

Delineamento do mercado:<br />

O mercado é bastante dependente<br />

do momento. Como a energia elétrica,<br />

no contexto global da energia, é parte<br />

integrante da infra-estrutura necessária<br />

para o desenvolvimento, o mercado de<br />

atuação de seus profissionais é<br />

extremamente sensível à situação<br />

econômica do país. Além disso, poderá<br />

também existir um processo de<br />

descentralização dos locais de atuação do<br />

engenheiro, caso o País venha a distribuir<br />

o desenvolvimento de uma forma melhor.<br />

Atualmente, em meados de 1999, este<br />

mercado se encontra em fase de<br />

transição para um novo modelo, onde se<br />

configuram como mais promissores os<br />

seguintes campos:<br />

Áreas especializadas:<br />

Num contexto delineado pelos<br />

requisitos colocados pela globalização, de<br />

maior competitividade, busca de<br />

qualidade e respeito ambiental, a atuação<br />

pode se dar em indústrias,<br />

concessionárias, consultoras, empresas<br />

voltadas à operação e planejamento no<br />

novo setor elétrico, empresas produtoras<br />

de energia elétrica, empresas de serviços<br />

energéticos.<br />

Áreas com características<br />

multidisciplinares:<br />

A curto e médio prazos, em<br />

empresas atuantes no novo mercado, na<br />

regulação e fiscalização do novo modelo<br />

do setor elétrico ( após o processo de<br />

privatização ): concessionárias, bancos,<br />

atores do mercado de energia, agências<br />

reguladoras do novo setor elétrico,<br />

empresas voltadas à operação e<br />

planejamento no novo setor elétrico,<br />

empresas/cooperativas/projetos<br />

governamentais voltados à energização<br />

rural. A médio e longo prazos, nas áreas<br />

de planejamento a longo prazo,<br />

integração energética, infra-estrutura<br />

para o desenvolvimento, desenvolvimento<br />

sustentável - instituições governamentais,<br />

empresas voltadas ao planejamento<br />

estratégico do setor energético,<br />

consultoria ou áreas de planejamento<br />

estratégico de empresas do setor elétrico.<br />

Área acadêmica:<br />

Atuação em escolas de nível<br />

superior, federais, estaduais, municipais<br />

e privadas, e institutos de pesquisa.<br />

Finalizando, fica-se à disposição, no<br />

PEA - Departamento de Engenharia de<br />

Energia e Automação Elétricas - para<br />

quaisquer esclarecimentos, ou mesmo para<br />

discutir e considerar outras áreas e<br />

mercados que possam eventualmente não<br />

terem sido considerados ou detalhados.<br />

Lineu Belico dos Reis<br />

Fone 8185279<br />

e-mail: lineu@pea.usp.br<br />

INDUTOR<br />

20 anos de um clássico do Rock<br />

Humberto Luiz Valdivia (2º)<br />

Está de volta mais uma seção do<br />

CONDUTOR esquecida por muitos anos:<br />

o INDUTOR. O INDUTOR possui dois<br />

propósitos: o primeiro é trazer aos leitores<br />

uma obra artística, seja da música, da<br />

literatura, do cinema, da fotografia, da<br />

pintura ou de qualquer outra coisa que<br />

vocês puderem imaginar. A segunda<br />

finalidade é tapar eventuais buracos no<br />

CONDUTOR. Se você é uma pessoa com<br />

um mínimo de cultura (coisa rara na<br />

POLI), não deixe de colaborar.<br />

A seção de hoje é uma homenagem<br />

a um dos maiores discos da história do<br />

Rock, que neste ano completa 20 anos:<br />

The Wall, do grupo inglês Pink Floyd.<br />

Considerado por muitos o ápice da<br />

ópera-rock - gênero iniciado com<br />

Tommy, do the Who, dez anos antes - o<br />

trabalho foi praticamente todo escrito pelo<br />

baixista e vocalista Roger Waters. Em<br />

linhas gerais, trata-se da biografia de um<br />

astro pop, alter-ego do autor, que<br />

principia conclamando os ouvintes a<br />

enxergar através de seu disfarce e expõe<br />

toda sua vida, desde a infância até seu<br />

estouro como músico, mostrando apectos<br />

diversos de sua existência: a mãe<br />

dominadora, o pai que morreu na guerra,<br />

as frustrações e inquietações da<br />

adolescência, o “tédio” da vida de músico,<br />

as viagens nas drogas, os rigorosos<br />

professores, as desilusões amorosas, o<br />

repúdio aos movimentos neonazistas e a<br />

pressão que o mundo exerce sobre ele.<br />

O disco contém alguns dos maiores<br />

sucessos do grupo. De todos, “Another<br />

brick in the wall-part II”, erroneamente<br />

conhecida como simplesmente “The<br />

Wall”, foi o maior e se tornou hino de<br />

uma geração (“We don’t need no education/We<br />

don’t need no thought control/<br />

No dark sarcasm in the classroom/Teachers<br />

leave them kids alone”). O destaque<br />

vai para o solo de David Gilmour,<br />

guitarrista que, ao contrário de Yngwie<br />

Malmsteen, diz muito em poucas notas.<br />

“Comfortably Numb”, outro ponto<br />

alto do disco, foi pivô de uma crise entre<br />

os membros da banda, que já não se<br />

entendiam muito bem. David Gilmour,<br />

autor da música, queria um arranjo mais<br />

cru, com apenas guitarra, baixo e bateria.<br />

Roger Waters, autor da letra, por outro<br />

lado, pretendia deixá-la como o resto do<br />

disco, cheia de coros, músicos extras,<br />

grandiosa como convinha a uma óperarock.<br />

O conflito teve que ser resolvido pelo<br />

produtor Bob Ezrin (que acompanhou a<br />

banda de 1973 até 1994, com o disco<br />

The Divison Bell), que deixou a guitarra,<br />

o baixo e a bateria bem aparentes e<br />

adicionou uma orquestra ao fundo.<br />

A turnê para este disco contou com<br />

uma das maiores montagens da história<br />

da música. Um muro era construído ao<br />

longo do show e derrubado no final, fora<br />

os tradicionais efeitos que já faziam<br />

sucesso nas apresentações do Pink Floyd,<br />

como o porco voador e o avião que caía<br />

(literalmente) sobre a platéia. A turnê<br />

durou até 1981, percorrendo toda a<br />

Europa, os EUA, o Japão e a Austrália<br />

(como de praxe, o Brasil ficou de fora).<br />

O disco ganhou, em 1983, um filme<br />

homônimo, sob a direção de Alan Parker<br />

(o mesmo de The Commitments-<br />

Loucos pela fama), com o cantor Bob<br />

Geldorf no papel do personagem principal,<br />

Pink. Vale a pena assistir a esse filme,<br />

não só pela música (ligeiramente diferente<br />

do disco), mas também pelas<br />

impressionantes animações de Gerard<br />

Scarfe, desenhista do encarte do álbum.<br />

Enfim, se você curte um bom som,<br />

não deixe, em hipótese alguma, de ter<br />

esse disco em casa. O mesmo vale para<br />

The Dark Side of the Moon, outro mito,<br />

que ficou mais de 15 anos na parada da<br />

Billboard e influenciou gerações. Enquanto<br />

isso, junte-se à imensa torcida dos que<br />

aguardam um novo disco e, quem sabe,<br />

um show por estas bandas...


Condutor - junho de 1999<br />

O Tecno e a trilha sonora do Homem de Lata<br />

O que é toda a história da<br />

Robótica senão o sonho de<br />

humanizar esse universo de<br />

mecanismos e de máquinas<br />

engendrados pelo Homo Sapiens?<br />

Desde teóricos utópicos, como Isaac<br />

Asimov (que redigiu a Carta Magna<br />

dos andróides), até estudiosos da<br />

hoje promissora Inteligência<br />

Artificial (que visa nos emular<br />

através de redes neurais), estão<br />

todos na corrida pelo segundo<br />

milagre da Criação. Prometem, num<br />

futuro próximo, nos aliviar dos<br />

aborrecimentos e dos desgastes mais<br />

elementares do quotidiano -premiando-nos<br />

com a última palavra<br />

em Einsteins de lata.<br />

Na contramão dessa história,<br />

ou por outra: em paralelo a essa<br />

revolução que desabrocha, vem<br />

engatinhando, inocente e silenciosa,<br />

uma outra revolução de mesmo<br />

porte. Revolução que promete, em<br />

âmbito organizacional, transformar<br />

não as máquinas em homens, mas<br />

sim os homens em máquinas.<br />

Automatizando desde os seus<br />

rituais de alimentação sintética e<br />

cada vez mais acelerada, até suas<br />

incontinências biológicas<br />

aparentemente involuntárias (mas<br />

facilmente programáveis); desde<br />

seus anseios afetivos cíclicos<br />

(substituíveis e contornáveis) até<br />

suas ambições estéticas e de<br />

projeção individual (iludíveis e<br />

manipuláveis); desde seus desejos<br />

de procriar (estimuláveis ou<br />

reprimíveis, conforme necessidade)<br />

até sua aculturação por meio das<br />

mais variadas manifestações da sub-<br />

Arte (ou pseudo-sofisticação Pop).<br />

Resumindo: em nome da mais<br />

totalitária qualidade, produtividade,<br />

competitividade, credibilidade,<br />

adaptabilidade ou outro slogan que<br />

se quiser inventar, poder-se-á, num<br />

futuro, manobrar rebanhos inteiros<br />

de cegueira e subserviência.<br />

Rebanhos a serviço do que se<br />

convencionar aconselhável,<br />

benéfico, imprescindível, divino, vital<br />

para a Humanidade.<br />

Dentro desse pacote de<br />

ideologias tecnológicas, poderíamos<br />

tranqüilamente encaixar toda essa<br />

vanguarda musical de agora, que<br />

reduz harmonias inteiras a beats e<br />

breaks seqüenciais; limitando a<br />

participação humana a repetitivas<br />

linhas de baixo e a sussurros<br />

vocálicos ocasionais. É o que se<br />

chama, não por acaso, de<br />

drum’n’bass, tecno ou, num<br />

passado remoto, industrial.<br />

Afinal, como Sócrates, que<br />

condicionaria seus soldados da<br />

República a hinos e cânticos<br />

militares, tenciona-se neste<br />

momento orquestrar nossa<br />

juventude estéril (exatamente como<br />

as vacas que dão mais leite ao som<br />

de música cadenciada). E o tecno<br />

se presta para tal, visto que se<br />

compõe basicamente de loops circulares<br />

em que o refrão toma conta,<br />

abolindo a estrutura secular do<br />

cancioneiro e preparando para uma<br />

lavagem cerebral.<br />

Merece, portanto, uma análise.<br />

À primeira vista, o novo ritmo<br />

lembra a trilha sonora ornamental<br />

de naves espaciais, de ET’s insossos<br />

ou de linhas de montagem de<br />

fábricas. Produzida praticamente<br />

em laboratório (leia-se estúdio), essa<br />

música nasce da sobreposição de<br />

seqüenciadores, sintetizadores,<br />

teclados, produtores, DJ’s,<br />

engenheiros de som, samplers e os<br />

mais artificiais efeitos sonoros que<br />

se puder imaginar.<br />

Sua vertente mais dançante e<br />

ruidosa vem encabeçada pelo<br />

“Prodigy”, cujo líder, Liam Howlett,<br />

pode ser considerado o arquétipo<br />

de criador desta geração pós-pósmoderna<br />

atual. Exclusivista e<br />

onipotente, catalisa as influências<br />

mais descabidas, desde que o<br />

mundo começou para ele, com<br />

Sargent Peppers Lonely Hearts<br />

Club Band. Inspirando-se na<br />

linguagem agressiva, quase<br />

cuspida, do rap e do hip-hop, e no<br />

J.D. Borges (formado em 1997)<br />

rock anarquista e desbocado dos<br />

Sex Pistols, o “Prodigy” consegue<br />

inovar no mesmo gênero que Kurt<br />

Cobain preferiu abandonar, há<br />

cinco anos.<br />

Já os “Chemical Brothers”<br />

(outro conjunto sob os holofotes)<br />

parecem mais interessados no lado<br />

percussivo da realidade. Seus sons<br />

de ambulância, de elevador e de<br />

motorzinho de dentista, embora<br />

palatáveis nos comerciais de cinema<br />

e de esportes ditos radicais, tendem<br />

a se esgotar pela exaustão com que<br />

estão sendo executados. Sua força<br />

estaria no movimento que<br />

impingem aos notívagos<br />

desavisados; daí o seu sucesso<br />

pautado em raves e outros eventos<br />

cuja tônica é o entretenimento<br />

descompromissado e inadvertido.<br />

Valem pelas experiências<br />

interdisciplinares com outras<br />

cabeças da mesma époque como,<br />

por exemplo, Noel Gallagher, do<br />

Oasis, que em Setting Sun faz uma<br />

interpretação livre e apocalíptica<br />

de Tomorrow Never Knows (dos<br />

Beatles, claro).<br />

Quem observa uma<br />

performance desses sujeitos, ou<br />

meramente os ambientes em que<br />

suas composições são tocadas, tem<br />

a impressão de que o público ou vai<br />

pôr o local abaixo, ou vai embarcar<br />

num ecstasy hipnótico, rumo a<br />

O Direito da Tréplica<br />

Concordo com o argumento do McDonald’s de querer<br />

tentar oferecer a maior qualidade possível a seus<br />

consumidores; é um direito de qualquer empresa. Deve-se<br />

medir, entretanto, o preço que se paga por essa qualidade.<br />

“O McDonald’s considera que o sanduíche que não<br />

se encontra nos padrões para ser vendido (sic), também<br />

não pode ser doado”. É o caso, portanto, de se analisar<br />

e debater esse padrão de qualidade, bem como a<br />

possibilidade deste ser mais rigoroso que o necessário.<br />

O pão que caiu no chão e a carne que não foi<br />

devidamente cozida indubitavelmente não são próprios<br />

para consumo, e menos ainda para venda.<br />

Mas um sanduíche que apenas passou um pouco de<br />

tempo esfriando não precisa ser descartado, bastando<br />

armazená-lo apropriadamente e requentá-lo para que possa<br />

novamente estar em condições de consumo. Tomemos por<br />

exemplo a festa da Poli no 1 o dia de aula deste ano, onde<br />

foram distribuídos gratuitamente milhares de sanduíches do<br />

McDonald’s (produzidos na loja Jaguaré): o tempo que levou<br />

entre a produção e o consumo de cada um deles - e incluemse<br />

aí o empacotamento, o transporte e a distribuição entre<br />

os alunos - foi certamente muito maior que o limite de 10<br />

minutos que torna o lanche “impróprio para consumo”, e<br />

nem por isso houve reclamações da parte de ninguém, nem<br />

cancelamento da festa. Até mesmo este que vos escreve<br />

pôde atestar que os lanches distribuídos no evento em<br />

questão eram de boa qualidade.<br />

5<br />

experiências extra-corpóreas,<br />

astrofísicas, multidimensionais (se é<br />

que isso pode ser combinado). Logo,<br />

a preocupação dos entusiastas da<br />

tendência tecna se concentra na<br />

coreografia letárgica, espasmódica,<br />

desajeitada, e não em qualquer<br />

conteúdo poético ou melódico.<br />

Como uma palavra de ordem<br />

que late, enquanto conforma. A<br />

natureza não interessa mais; foi-se<br />

o tempo da inspiração bucólica, da<br />

perfeição campestre e das<br />

pastorais. O ponto de partida agora<br />

é a cidade, a megalópole: veloz<br />

como um raio, poluída como o<br />

pecado, barulhenta como a<br />

explosão de uma supernova,<br />

apinhada como um cupinzeiro,<br />

tediosa como uma lagoa morta,<br />

condenada como o anjo caído e<br />

feia como a morte.<br />

Mas, ainda assim, fatal como o<br />

homem de lata.<br />

Eis o nosso destino: ou a integração<br />

plena com a cidade, ou a desintegração<br />

total, no hiperespaço.<br />

J. D. Borges<br />

jdborges@usa.net<br />

http://www.jdborges.com.br<br />

"The danger of the past was<br />

that men became slaves. The danger<br />

of the future is that men may<br />

become robots." (Erich Fromm)<br />

Terceira (e última) parte da polêmica iniciada no CONDUTOR 78<br />

Carlos Zanella (ex- 3°)<br />

Basta um mínimo de esforço por parte do<br />

McDonald’s para que alguns lanches que hoje são<br />

desnecessariamente descartados possam ser doados<br />

àqueles que têm fome. Também não há necessidade<br />

de doar apenas os lanches que não foram vendidos:<br />

por quê o McDonald’s não realiza campanhas contra<br />

a fome, onde estaria produzindo lanches<br />

especialmente para doação? Não seria este um motivo<br />

de orgulho tão grande, ou até maior, do que os R$<br />

10 milhões arrecadados no McDia Feliz e doados a<br />

instituições de combate ao câncer? R$ 10 milhões<br />

estes que poderiam ser 20, 30 ou mais, se não fosse<br />

a renda apenas do “Big Mac” a ser arrecadada?<br />

O McDonald’s é uma das multinacionais mais<br />

poderosas existentes na atualidade, e como tal é uma<br />

das poucas entidades capazes de fazer uma diferença<br />

realmente significante no atual quadro social do Brasil.<br />

Na verdade, é praticamente um dever que a empresa<br />

tem, dada a quantidade de recursos que possui. Não<br />

pretendo causar danos ou ataques sem nenhum sentido<br />

ao McDonald’s; se este decidir tomar uma atitude<br />

realmente forte quanto a atual situação social<br />

brasileira, estarei plenamente disposto a ajudar de<br />

qualquer forma. E, acredito, muitos outros também.<br />

“Dai-me serenidade, para aceitar o que não posso<br />

mudar; coragem, para mudar o que puder; e sabedoria,<br />

para perceber a diferença.”


6 Condutor - junho de 1999<br />

J.P.:<br />

Matéria viajante<br />

Perda de tempo total<br />

Não tem pé nem cabeça<br />

Para que isso, afinal?<br />

Não entendo bulhufas<br />

O que foi que ele disse?<br />

Da onde veio tal coisa<br />

Tamanha absurdice<br />

Integrando por partes<br />

O termo exponencial<br />

Encontramos sem tardança<br />

Ômega, téta e tau<br />

É inacreditável<br />

É mais que sensacional<br />

Pra eles tudo se prova<br />

Com álgebra trivial<br />

Antes mundo era pequeno<br />

Não mais o mesmo parece<br />

A área se transformou<br />

Na integral de ds<br />

Um pedaço de gelo<br />

Da poça não brotará<br />

Pois a tal da entropia<br />

Sempre tem que aumentar<br />

Lá na Escola me disseram<br />

Parece coisa do Mal<br />

Nunca mais fui o mesmo<br />

O mundo é vetorial!<br />

Nada é absoluto<br />

Quando em c da luz se vai<br />

O tempo se dilata<br />

O espaço se contrai<br />

Energia e massa...<br />

Parece até engraçado<br />

E igual a mc<br />

Elevado ao quadrado<br />

Onde estão as máquinas?<br />

Quero apertar os botões<br />

Praticar a prática<br />

Chega dessas ilusões<br />

Abstrair para<br />

Concretizar<br />

Em redondilhas maiores, J.P. e P.S. travam um diálogo impossível sobre o<br />

porquê de estudar tantas matérias abstratas, inúteis e incompreensíveis.<br />

por Érico M. Guizzo (5º Controle)<br />

“Imaginação é mais importante que conhecimento.”<br />

Albert Einstein<br />

P.S.:<br />

Se o porquê de estar aqui<br />

Saber você queria<br />

Já é hora de entender<br />

Pra que tanta teoria<br />

Vê se pára de babar<br />

Vê se pára de dormir<br />

Pra depois concretizar<br />

É preciso abstrair<br />

De sinapse em sinapse<br />

Acontece a ligação<br />

Uma rede se forma<br />

Propicia a abstração<br />

Não que nem bitolado<br />

Você pode extrapolar<br />

O poder do pensamento<br />

Logo, logo surgirá<br />

Alimentando os sentidos<br />

Exercitando a razão<br />

Você estará munido<br />

De singular percepção<br />

Seus bilhões de neurônios<br />

Pegarão agilidade<br />

Pensamentos vão fluir<br />

Com naturalidade<br />

Seu universo se expande<br />

Isocoricamente<br />

Sua visão se amplia<br />

Surpreendentemente<br />

Você então vai poder<br />

O inexistente, criar<br />

O que não se enxerga, ver<br />

O intangível, tocar<br />

E então entenderás<br />

A razão de estar aqui:<br />

Pra depois concretizar<br />

É preciso abstrair<br />

Anuncie no CONDUTOR.<br />

Atinja 3000 leitores na <strong>USP</strong><br />

e venda seu produto.<br />

Fone: 818-5451<br />

Visite a home page do CEE:<br />

http://www.cee.poli.usp.br<br />

E-mail do Editor:<br />

hvaldivia@cee.poli.usp.br<br />

Acidentes de Carro<br />

O texto a seguir saiu na coluna do Mario Prata no Estado. Acredite,<br />

são fatos verídicos. São frases colhidas de formulários de companhias de<br />

seguros, nas quais motoristas tentam descrever os detalhes de seus<br />

acidentes com os comentários mais breves possíveis. O português não foi<br />

nem corrigido para garantir a veracidade das declarações.<br />

- O pedestre não tinha idéia para onde<br />

ir, então eu o atropelei.<br />

- Eu vi um velho mole, de cara triste,<br />

quando ele caiu do teto do meu carro.<br />

- A causa indireta do acidente foi um<br />

rapazinho num carrinho pequeno com<br />

uma boca enorme.<br />

- Eu tinha certeza que o velho não<br />

conseguiria chegar ao outro lado da<br />

estrada, então eu o atropelei.<br />

- Eu disse à polícia que não estava<br />

machucado, mas quando tirei o chapéu,<br />

percebi que havia fraturado o crânio.<br />

- Eu fui atirado para fora do meu<br />

carro quando ele saiu da estrada.<br />

Mais tarde, fui encontrado numa<br />

vala por vacas perdidas.<br />

- Eu pensei que a minha janela estava<br />

aberta, mas descobri que estava fechada<br />

quando botei a cabeça para fora.<br />

- Eu bati contra um carro parado que<br />

vinha em direção contrária.<br />

A Quarta-<br />

Feira Cultural<br />

continua rolando.<br />

E está cada vez<br />

melhor!No<br />

primeiro semestre<br />

rolaram nove<br />

apresentações,<br />

sendo oito musicais<br />

(variando entre<br />

Rock, Pop, MPB e<br />

até Pagode!) e<br />

uma de mágica. O<br />

mais legal de<br />

tudo: todos os que<br />

se apresentaram<br />

eram da Elétrica ou do Cooperativo<br />

de Computação. Isso nos permite<br />

arriscar dois palpites: 1) elétrico não<br />

gosta só de rock pesado; 2) nem<br />

todos os Elétricos e Cooperativos são<br />

nerds babacas, como muita gente<br />

por aí afora pensa!<br />

A Quarta-Feira Cultural vai dar<br />

uma pausa durante as férias de<br />

julho, mas em agosto voltará com<br />

força total! Fique ligado. A página<br />

da QFC na Internet fica no endereço<br />

http://www.cee.poli.usp.br/qfc.<br />

Nela você vai encontrar, além de<br />

informações gerais sobre o evento<br />

e sobre as atrações passadas e<br />

futuras, o formulário para inscrição<br />

online. Estamos esperando você<br />

fazer a sua! E se você perdeu<br />

alguma QFC, não se desespere:<br />

estamos gravando as apresentações<br />

- Um caminhão deu ré pelo meu párabrisa,<br />

direto na cabeça da minha mulher.<br />

- Eu saí do acostamento, olhei<br />

para a cara da minha sogra e caí<br />

pela montanha abaixo.<br />

- O cara estava por tudo quanto era lado<br />

da estrada. Eu tive que desviar uma<br />

porção de vezes antes de atropelá-lo.<br />

- Eu vinha dirigindo já há 40 anos quando<br />

dormi no volante e sofri o acidente.<br />

- Um carro invisível veio de não sei onde,<br />

bateu no meu carro e desapareceu.<br />

- Meu carro estava estacionado<br />

legalmente, quando ele foi de<br />

ré no outro carro.<br />

- Eu estava a caminho do médico<br />

com um problema na traseira,<br />

quando a minha junta universal<br />

caiu, causando o acidente.<br />

- De volta para casa eu entrei com o<br />

meu carro na casa errada e bati numa<br />

árvore que não é minha.<br />

Quartas-feiras Culturais<br />

Sérgio Saad (3º Coop.)<br />

Acústico do Virgin Lizards na QFC<br />

e colocando na página, em formato<br />

MP3. Não é a mesma coisa que ter<br />

estado lá, mas quebra um galho...<br />

Embora a QFC seja aberta a<br />

qualquer um (inclusive de fora da<br />

Elétrica e da Poli) que queira se<br />

apresentar, até agora só alunos se<br />

inscreveram, então, para dar um<br />

incentivo, aqui vai um desafio: eu pago<br />

uma cerveja pro primeiro professor<br />

que se inscrever (e se apresentar, é<br />

claro, só fazer inscrição não vale...) !!!<br />

Mais uma vez, o CEE agradece<br />

ao LSI, ao Grêmio e à Diretoria os<br />

empréstimos dos equipamentos de<br />

som, sem os quais a Quarta-Feira<br />

Cultural não se realizaria.<br />

Em agosto ela estará de volta,<br />

no mesmo horário: quartas, das<br />

12h45 às 13:15. Compareçam (para<br />

ver e para se apresentar)!


Condutor - junho de 1999<br />

ISOLANTE<br />

“Nós não temos slogan”<br />

Prepare-se, galera! Se você já não aguentava mais aquelas piadinhas sem graça e repetitivas aqui do ISOLANTE®© ®© ®© ®©, ®©<br />

muito menos aquela historinha do curso cooperativo, algo muito mais sem graça acaba de chegar...<br />

Sessão Pé-de-Boi<br />

por Driko Patrick (3!)<br />

As perguntas que você quis fazer na semana das opções, mas não teve coragem...<br />

· Controle:<br />

1. Vamos supor que você tenha um robô que<br />

se locomove. Você vê um objeto que está na<br />

frente dele e, depois disso, não consegue<br />

desviá-lo do obstáculo. Isso é um problema<br />

de controle?<br />

R. Olha, veja bem, existem diversos tipos de<br />

controle. Se o software que está executando<br />

o movimento desse robô for um PC comum,<br />

doméstico, então o problema pode ser tanto<br />

de controle como de joystick, keyboard, etc.<br />

Dependendo do caso, pode ser até um<br />

problema mental do cérebro débil de quem<br />

estiver jogando do outro lado do monitor...<br />

2. Porque só em Teleco tem Controle I e<br />

Controle II?<br />

R. Pra jogar de dois, sua anta!<br />

3. Por que eu devo saber falar inglês tendo<br />

escolhido a ênfase Controle?<br />

R. Para poder se comunicar com os robôs,<br />

que falam em inglês, oras! Já existiram uns<br />

brasileiros que tentaram fazer adaptações<br />

para o português; mas já imaginou se o<br />

Exterminador do Futuro, ao invés de<br />

“Aubibéqui”, falasse “Já volto, bichinho!” ?<br />

(Obs.: Eu não sei falar inglês.)<br />

· Computação:<br />

1. Se eu quiser desenvolver um hardware que<br />

tenha a capacidade de um Pentium III em<br />

apenas um CI, com qual opção eu<br />

conseguirei?<br />

R. A melhor de todas: Computação!<br />

2. E se eu quiser desenvolver um processo<br />

de comunicação que seja mais rápido que a<br />

velocidade da luz, qual é a ênfase que me<br />

possibilitará isso?<br />

R. A melhor de todas: Computação!<br />

3. E se eu quiser desenvolver a cura para a<br />

AIDS, que opção me dará condições para<br />

tal?<br />

R. A melhor de todas: Computação!<br />

4. E se eu quiser comer a Sharon Stone,<br />

ganhar milhões de dólares, jogar futebol<br />

melhor do que o Ronaldinho, ser mais<br />

engraçado do que o Driko, viajar por todo o<br />

mundo, ter 20cm, montar uma banda mais<br />

famosa que o Metallica e dominar mais o<br />

mercado que o Bill Gates; qual é agora a<br />

opção que eu devo escolher?<br />

R. System is busy.<br />

The system is busy waiting for the Close<br />

Program dialog box to be displayed. You can<br />

wait and see if it appears, or you can restart your<br />

computer.<br />

5. Como é que é, maluco?<br />

R. Warning!<br />

The system is either busy or has become unstable.<br />

You can wait and...<br />

· Potência<br />

1. Na palestra sobre a ênfase Energia e<br />

Automação Elétricas eu fiquei com um monte<br />

de dúvidas. Por que não teve, então, a famosa<br />

sessão de perguntas?<br />

R. Ué? E empregada serve pra quê?<br />

2. Por que o patê de alho é sempre o último a<br />

acabar?<br />

R. Porque todos nós sabemos que alho deixa um<br />

puta bafo de ralo de banheiro. Na verdade, o ideal<br />

era não ter patê de alho; mas como o Coffee Break<br />

foi organizado pela diretoria do CEE (que não tem<br />

uma empregada), esse triste fato ocorreu.<br />

3. Por que nessa palestra vieram menos pessoas?<br />

R. Eu já não te disse que Computação é a melhor?<br />

Oras!<br />

· Micro<br />

1. Por que a ênfase Microeletrônica é,<br />

normalmente, a menos procurada?<br />

R. Devido a uma síndrome chamada Sedramia/<br />

Smithênica; que tá difícil do pessoal do<br />

departamento curar...<br />

2. Já que é assim, por que essa palestra lotou?<br />

R. Já se esqueceram de que Computação era a<br />

melhor...<br />

3. Por que existe pouco mercado nesse ramo da<br />

Elétrica, aqui no Brasil?<br />

R. É que os brasileiros têm uma mania de<br />

grandeza...<br />

· Teleco<br />

1. Notei, após a palestra, que esta ênfase está<br />

num nível de desenvolvimento muito avançado.<br />

Sendo assim, qual é a área das telecomunicações<br />

que ainda tem problemas hoje em dia?<br />

R. Na verdade, eu gostaria de uma meia anchovas,<br />

meia catupiry e banana, com borda recheada de<br />

repolho, por favor.<br />

2. Vai, ... isso, ... não pára, garotão! Já tô toda<br />

molhadinha! Ui!...<br />

R. Chamada a cobrar. Para aceitá-la, continue na<br />

linha após a identificação.<br />

3. Alô! É da farmácia?<br />

R. Tu, tu, tu, tu, tu...<br />

Mensagem poética<br />

para o dia dos namorados<br />

Satânico é meu pensamento a teu respeito, e ardente é o meu<br />

desejo de apertar-te em minha mão, numa sede de vingança<br />

incontestável pelo que me fizeste ontem.<br />

A noite quente e calma chegara a ser angustiosa.<br />

Apareceste e, nesta cama, aconteceu...<br />

Sorrateiramente te aproximaste... Sem o mínimo de pudor...<br />

Encostaste o teu corpo sem roupa no meu corpo nu.<br />

Percebendo minha aparente indiferença, aconchegaste-te a<br />

mim, e mordeste-me sem escrúpulos; até os mais íntimos<br />

lugares jamais tocados de meu casto corpo.<br />

E adormeci...<br />

Hoje, quando acordei, procurei-te numa ânsia ardente, mas em<br />

vão... Deixaste provas irrefutáveis do que ocorrera na noite que<br />

passou. Grandes manchas no meu corpo, e o alvo lençol<br />

salpicado de sangue...<br />

Esta noite recolho-me mais cedo para, na mesma cama, te esperar.<br />

Oh! Quando chegares, nem quero pensar com que perspicácia,<br />

avidez e força eu quero te pegar, para que não escapes mais de<br />

mim.<br />

Em minhas mãos quero apertar-te até o fim. Não haverá parte<br />

do teu corpo que os meus dedos não tocarão. Só descansarei<br />

quando vir sair o sangue quente de teu corpo.<br />

Só assim, livrar-me-ei de ti, pulga maldita.<br />

PROCURADO<br />

O imbecil que roubou o controle do decoder da<br />

Sky do Centrinho...<br />

7


8 Condutor - junho de 1999<br />

Aeroporto de Buenos Aires, 15:30. Pequeno<br />

mal-estar causado por uma cólica intestinal, mas nada<br />

que uma urinada e um flato não aliviasse. Porém,<br />

atrasado para pegar o ônibus que o levaria para o<br />

outro aeroporto da cidade, de onde partiria o vôo<br />

para Córdoba, resolveu segurar as pontas. “Afinal de<br />

contas, são só uns 15 minutos de viagem. Chegando<br />

lá, tenho tempo de sobra para dar aquela mijadinha<br />

esperta.” Tranquilo. O avião só saía às 16:30.<br />

Entrando no ônibus, sem sanitários, sentiu a<br />

primeira contração e tomou consciência de que sua<br />

gravidez fecal chegara ao nono mês, e que faria um<br />

parto de cócoras assim que entrasse no banheiro do<br />

outro aeroporto. Virou para o amigo que o<br />

acompanhava e, sutil, falou: “Cara, mal posso esperar<br />

para chegar na merda do aeroporto porque preciso<br />

largar um barro.” Nesse momento, sentiu um urubu<br />

beliscando sua cueca, mas botou o esfíncter pra<br />

trabalhar e este segurou a onda. O ônibus nem tinha<br />

começado a andar quando, para seu desespero, uma<br />

voz em castelhano disse pelo auto falante: “Senhoras<br />

e senhores, nossa viagem entre os dois aeroportos<br />

levara em torno de 1 hora”. Aí o urubu ficou maluco,<br />

querendo sair a qualquer custo!<br />

Fez um esforco hercúleo para segurar o trem<br />

merda que estava para chegar na estação cu a<br />

KH: Uma Epopéia Sanitária<br />

Phrases Phantásticas<br />

“Esse suco do McDonald’s tem muito gosto de natural: até parece que tem um laranjal aqui do lado...”<br />

David Lawant (2º), na saída do cinema. Detalhe: o suco que ele estava tomando era de maracujá<br />

“- Onde você vai almoçar hoje?”<br />

“- Na produção.”<br />

“- Ué, mas o que que tem lá?”<br />

“- Um americano sarado!”<br />

Emerson (3º Coop.) - Todo mundo come o Americano da Produção!<br />

“Aquela mina era uma cuzona: só queria saber de me abusar”<br />

Moranguinho (1º) , sobre as conquistas de Inter<strong>USP</strong><br />

“Agora peguei essa sua mania de ficar agachado”<br />

“Gostei do jeito que você se mexeu ontem”<br />

“Depois disso tudo, ele ainda quer passar a mão”<br />

Pérolas do Fabinho (5º Teleco), jogando Duke-Nuken com o Miranda (5º Comp.)<br />

“Humberto, corrige aí o CONDUTOR: eu gosto da minha fama de babaca, não de idiota!”<br />

Coruja (2º), em mais um esclarecimento para sua legião de fãs<br />

“Beijar mulher que fuma é como beijar homem”<br />

Bigato(3!), doutor no assunto<br />

qualquer momento. Suava em bicas. Seu amigo<br />

percebeu e, como bom amigo que era, aproveitou<br />

para tirar o sarro. O alívio provisório veio em forma<br />

de bolhas estomacais, indicando que, pelo menos por<br />

enquanto, as coisas tinham se acomodado. Tentava<br />

se distrair vendo a paisagem mas só conseguia pensar<br />

em um banheiro, não com uma privada, mas com um<br />

vaso sanitário. Tao branco e tão limpo que alguém<br />

poderia botar seu almoço nele. E o papel higiênico,<br />

então? Branco e macio e com textura e perfume e -<br />

ops! - sentiu um volume almofadado entre seu traseiro<br />

e o assento do ônibus, e percebeu consternado que<br />

havia cagado. Um cocô solido e comprido, daqueles<br />

que dão orgulho de pai ao seu autor. Daqueles que<br />

dá vontade de ligar pros amigos e parentes e convidálos<br />

a apreciar, na privada, tão perfeita obra: dava<br />

pra expôr na Bienal. Mas, sem dúvida, não nesse caso.<br />

Olhou para o amigo, procurando um pouco de<br />

solidariedade, e confessou sério: “Cara, caguei.”<br />

Quando o amigo parou de rir, uns cinco minutos<br />

mais tarde, aconselhou-o a ficar no centro da<br />

cidade, escala que o ônibus faria no meio da viagem,<br />

e que se limpasse em algum lugar. Mas ele resolveu<br />

que ia seguir viagem, pois agora estava tudo sob<br />

controle. “Foda-se, me limpo no aeroporto”,<br />

pensou. “Pior que isso não fico”.<br />

“Lab. de micro (processadores) é que é lab... Me faz sentir homem de novo!”<br />

Miranda(5º Computação), durante um dos labs de redes<br />

“Vocês, aliás... nós homens...”<br />

Profº Moacyr Martucci, explicando a invasão feminina na Engenharia na aula de PCS-551)<br />

“Sinceramente... coletar é problema da coleta!”<br />

Kris (1º), querendo explicar as tarefas de cada grupo de Introdução<br />

“Vocês dois aí... naquele grupo... de quatro...”<br />

Prof.º Toledo (PCC-2100), dividindo os grupos para o trabalho<br />

“Eu coloco no modo vibratório. Assim, eu sinto ele aqui dentro.”<br />

Quem adivinhar sobre o que o Thiago(1º) falava merecia um prêmio<br />

“O dia que não chover em festa do Grêmio, chove.”<br />

Bigato(3!), no dia da Festa Junina<br />

Mal o ônibus entrou em movimento, a cólica<br />

recomeçou forte. Ele arregalou os olhos, segurou-se<br />

na cadeira, mas não pode evitar e, sem muita<br />

cerimônia ou anunciação, veio a segunda leva de<br />

merda, desta vez como uma pasta morna. Foi merda<br />

pra tudo que é lado, borrando, esquentando e melando<br />

a bunda, cuecas, barra da camisa, pernas,<br />

panturrilhas, calças, meias e pés. E mais uma cólica<br />

anunciando mais merda, agora líquida, das que<br />

queimam o fiofó do freguês ao sair rumo à<br />

liberdade. E depois um peido tipo bufa, que ele<br />

nem tentou segurar, afinal de contas o que era um<br />

peidinho pra quem já estava todo cagado. Já o<br />

peido seguinte foi do tipo que pesa e ele se cagou<br />

pela quarta vez. Lembrou-se de um amigo que certa<br />

vez estava com tanta caganeira que resolveu botar<br />

modess na cueca, mas colocou com as linhas<br />

adesivas viradas para cima e, quando foi tirá-lo,<br />

levou metade dos pêlos do cu junto. Mas era tarde<br />

demais para tal artifício absorvente. Tinha<br />

menstruado tanta merda que nem uma bomba de<br />

cisterna poderia ajudá-lo a limpar a sujeirada.<br />

Finalmente chegou ao aeroporto e, saindo<br />

apressado, com passos curtinhos, suplicou ao amigo<br />

que apanhasse sua mala no bagageiro do ônibus e a<br />

levasse ao sanitário do aeroporto, para que ele<br />

pudesse trocar de roupas. Correu ao banheiro e<br />

entrando de box em box, constatou a falta de papel<br />

higiênico em todos os cinco. Olhou para cima e<br />

blasfemou: “Agora deu, né?” Entrou no último, sem<br />

papel mesmo, e tirou a roupa toda para analisar sua<br />

situação (que concluiu como sendo o fim do poço) e<br />

esperar pela mala da salvação com roupas limpinhas<br />

e cheirosinhas e, com elas, uma lufada de dignidade<br />

no seu dia. Seu amigo entrou no banheiro com pressa,<br />

tinha feito o “check-in” e ia correndo tentar segurar o<br />

vôo. Jogou por cima do box o cartão de embarque e<br />

uma maleta de mão, e saiu antes de qualquer protesto.<br />

Ele tinha despachado a mala com roupas. Na mala<br />

de mão só tinha um pulover de lã gola “V”.<br />

A temperatura em Buenos Aires era<br />

aproximadamente 35 graus. Desesperado, começou<br />

a analisar quais de suas roupas seriam, de algum<br />

modo, aproveitáveis. Suas cuecas, jogou no lixo. A<br />

camisa era história. As calças estavam deploráveis e,<br />

assim como suas meias, mudaram de cor, tingidas pela<br />

merda. Seus sapatos estavam nota 3, numa escala<br />

de 1 a 10. Teria que improvisar. A invenção é mãe<br />

da necessidade; então ele transformou uma simples<br />

privada em uma magnífica máquina de lavar. Virou<br />

as calças do lado avesso, segurou-as pela barra, e<br />

mergulhou a parte atingida na água. Começou a dar<br />

descarga até que o grosso da merda se desprendeu.<br />

Estava pronto para embarcar. Saiu do banheiro e<br />

atravessou o aeroporto em direção ao portão de<br />

embarque, trajando sapatos sem meia, as calças do<br />

lado avesso e molhadas da cintura ao joelho (não<br />

exatamente limpas), e o pulôver gola “V” sem camisa.<br />

Mas caminhava com a dignidade de um lorde.<br />

Embarcou no avião, onde todos os passageiros estavam<br />

esperando o “RAPAZ QUE ESTAVA NO BANHEIRO”<br />

e atravessou todo o corredor até o seu assento, ao<br />

lado do amigo que sorria. A aeromoça aproximou-se<br />

e perguntou se precisava de algo. Ele chegou a pensar<br />

em pedir uma gilete para cortar os pulsos, ou 130<br />

toalhinhas perfumadas para disfarcar o cheiro de fossa<br />

transbordante, mas decidiu não pedir:<br />

“NADA, OBRIGADO, EU SÓ QUERO<br />

ESQUECER ESTE DIA DE MERDA”.<br />

Assine o CONDUTOR :<br />

_________________________________________<br />

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