Aleister Crowley - Download de livros sobre magia, ocultismo ...
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“Há uma lenda assíria <strong>de</strong> uma mulher com um peixe e há também uma lenda <strong>de</strong><br />
Eva e a Serpente, pois Caim era o filho <strong>de</strong> Eva e a Serpente, e não <strong>de</strong> Eva e Adão; e,<br />
portanto, quando ele assassinara seu irmão, que foi o primeiro assassino por ter<br />
sacrificado coisas vivas ao seu <strong>de</strong>mônio, Caim recebeu a marca em sua fronte, que é a<br />
marca da Besta referida no Apocalipse e o sinal da iniciação.<br />
“O <strong>de</strong>rramamento <strong>de</strong> sangue é necessário, pois Deus não ouviu os filhos <strong>de</strong> Eva<br />
até que o sangue fosse <strong>de</strong>rramado. E isto é religião externa; mas Caim não falou a Deus<br />
nem recebeu a marca <strong>de</strong> iniciação <strong>sobre</strong> sua fronte, <strong>de</strong> sorte que fosse evitado por todos<br />
os homens, até que tivesse <strong>de</strong>rramado sangue. E este sangue foi o sangue <strong>de</strong> seu irmão.<br />
Este é um mistério da sexta chave do Tarô, que não <strong>de</strong>ve ser chamada <strong>de</strong> Os Amantes,<br />
mas sim Os Irmãos.<br />
“No meio da carta posta-se Caim; em sua mão direita está o martelo <strong>de</strong> Thor com<br />
o qual ele assassinara seu irmão, e está todo tinto <strong>de</strong> seu sangue. Sua mão esquerda ele<br />
mantém aberta como um sinal <strong>de</strong> inocência. Sobre sua mão direita está sua mãe Eva, ao<br />
redor da qual a serpente se enrosca com seu capelo <strong>de</strong>sdobrado atrás da cabeça <strong>de</strong>la, e<br />
<strong>sobre</strong> sua mão esquerda encontra-se uma figura um tanto semelhante a Kali indiana,<br />
mas muito mais sedutora. Todavia, eu sei que é Lilith. E acima <strong>de</strong>le está o Gran<strong>de</strong><br />
Sigillum da Seta, voltado para baixo, atingindo o coração da criança. Esta criança é<br />
também Abel. E o significado <strong>de</strong>sta parte da carta é obscuro, mas este é o <strong>de</strong>senho<br />
correto da carta do Tarô; e esta é a fábula mágica correta da qual os escribas hebreus,<br />
que não eram iniciados completos, furtaram sua lenda da Queda e os eventos<br />
subsequentes.”<br />
É bastante significativo que quase toda sentença <strong>de</strong>ste trecho parece inverter o<br />
significado da anterior. Isto é porque a reação é sempre igual e oposta à ação. Esta<br />
equação é, ou <strong>de</strong>veria ser, simultânea no mundo intelectual, on<strong>de</strong> não existe gran<strong>de</strong><br />
retardamento <strong>de</strong> tempo; a formulação <strong>de</strong> qualquer i<strong>de</strong>ia cria sua contraditória quase no<br />
mesmo momento. A contraditória <strong>de</strong> qualquer proposição está implícita nela mesma.<br />
Isto é necessário para preservar o equilíbrio do universo. A teoria foi explicada na<br />
exposição <strong>sobre</strong> o Atu I, O Prestidigitador, mas faz-se mister que seja agora enfatizada a<br />
fim <strong>de</strong> se interpretar esta carta.<br />
A chave é que a carta representa a Criação do Mundo. Os hierarcas mantinham<br />
este segredo como <strong>de</strong> transcen<strong>de</strong>nte importância. Consequentemente, os iniciados que<br />
publicaram o Tarô para uso durante o Æon <strong>de</strong> Osíris substituíram a carta original acima<br />
<strong>de</strong>scrita em The Vision and the Voice. Estavam interessados em criar um novo universo<br />
próprio; eles eram os pais da Ciência. Seus métodos <strong>de</strong> trabalho, agrupados sob o termo<br />
genérico <strong>de</strong> alquimia, jamais foram tornados públicos. O ponto interessante é que todos<br />
os <strong>de</strong>senvolvimentos da ciência mo<strong>de</strong>rna nos últimos cinquenta anos têm proporcionado<br />
às pessoas inteligentes e instruídas a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> refletir que toda a tendência da<br />
ciência tem sido retornar aos objetivos e mutatis mutandis aos métodos alquímicos. O<br />
segredo observado pelos alquimistas tornou-se necessário <strong>de</strong>vido ao po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />
perseguição <strong>de</strong> Igrejas. Tão amargamente quanto os beatos intolerantes lutavam entre si,<br />
eles estavam igualmente preocupados em <strong>de</strong>struir a ciência infante, a qual, como<br />
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