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Aleister Crowley - Download de livros sobre magia, ocultismo ...

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O “RICO PESCADOR”: PERCIVAL<br />

A lenda <strong>de</strong> Percival, que integra o mistério do Deus-Peixe Salvador e do<br />

Sangraal, ou Cálice Sagrado, tem origem controvertida. Aparece, certamente, em<br />

primeiro lugar, na Bretanha, a terra mais amada da <strong>magia</strong>, a terra <strong>de</strong> Merlin, dos<br />

druidas, da floresta <strong>de</strong> Brocelian<strong>de</strong>. Alguns eruditos supõem que a forma galesa <strong>de</strong>sta<br />

tradição, que empresta muito <strong>de</strong> sua importância e sua beleza ao ciclo do rei Artur, é<br />

ainda mais antiga. Isto não tem relevância aqui, mas é vital compreen<strong>de</strong>r-se que a lenda,<br />

como aquela <strong>de</strong> O Louco, é puramente pagã originalmente e chega a nós através <strong>de</strong><br />

recensões latino-cristãs: não há nenhum traço <strong>de</strong> quaisquer <strong>de</strong> tais matérias nas<br />

mitologias nórdicas (Percival e Galahad eram “inocentes”: esta é uma condição da<br />

guarda do Cálice). Note-se, a<strong>de</strong>mais, que Monsalvat, montanha da salvação, lar do<br />

Graal (Cálice), a fortaleza dos cavaleiros guardiões, fica nos Pirineus.<br />

Convém, aqui, introduzir a figura <strong>de</strong> Parsifal, porque ele representa a forma<br />

oci<strong>de</strong>ntal da tradição do Louco e porque sua lenda foi altamente elaborada por iniciados<br />

eruditos (a encenação dramática do Parsifal, <strong>de</strong> Wagner, foi arranjada pelo então chefe<br />

da O.T.O.).<br />

Parsifal, em sua primeira fase é Der reine Tor, O Louco Puro. Seu primeiro ato é<br />

atirar no cisne sagrado. É o <strong>de</strong>sregramento da inocência. No segundo ato, é a mesma<br />

qualida<strong>de</strong> que o capacita a resistir aos agrados das damas no jardim <strong>de</strong> Kundry.<br />

Klingsor, o mago mau, que pensava em preencher as condições da vida pela automutilação,<br />

vendo seu império ameaçado, arremessa a lança sagrada (que havia furtado<br />

da Montanha da Salvação) em Parsifal, mas esta se mantém suspensa <strong>sobre</strong> a cabeça do<br />

menino. Parsifal a agarra; em outras palavras, atinge a puberda<strong>de</strong> (esta transformação<br />

será vista nas outras fábulas simbólicas na sequência).<br />

No terceiro ato, a inocência <strong>de</strong> Parsifal amadureceu em santificação; ele é o<br />

sacerdote iniciado cuja função é criar. É Sexta-Feira Santa, o dia das trevas e da morte.<br />

On<strong>de</strong> buscará ele sua salvação? On<strong>de</strong> é Monsalvat, a montanha da salvação, que ele<br />

buscou por tanto tempo em vão? Ele venera a lança: imediatamente, o caminho, há<br />

tanto tempo fechado para ele, está aberto; o cenário muda rapidamente, não havendo<br />

necessida<strong>de</strong> para que ele se mova. Ele chegou ao Templo do Graal. Toda religião<br />

cerimonial verda<strong>de</strong>ira <strong>de</strong>ve ser solar e fálica em caráter. É o ferimento <strong>de</strong> Amfortas que<br />

removeu a virtu<strong>de</strong> do templo (Amfortas é o símbolo do <strong>de</strong>us que morre).<br />

Consequentemente, a fim <strong>de</strong> redimir toda a situação, <strong>de</strong>struir a morte, reconsagrar<br />

o templo, basta-lhe mergulhar a lança no Cálice Sagrado. Ele redime não só Kundry,<br />

mas a si mesmo (esta era, então, uma doutrina somente apreciável em sua plenitu<strong>de</strong><br />

pelos membros do Santuário Soberano da Gnosis do Nono Grau da O.T.O.).<br />

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