Aleister Crowley - Download de livros sobre magia, ocultismo ...
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Naturalmente, quando i<strong>de</strong>ias tão sublimes se tornam vulgarizadas, <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong><br />
exibir o símbolo com luci<strong>de</strong>z. O gran<strong>de</strong> hierofante, frente a um símbolo inteiramente<br />
ambíguo, é obrigado, exatamente <strong>de</strong>vido ao seu cargo <strong>de</strong> hierofante, ou seja, daquele<br />
que manifesta o mistério, a “rebaixar a mensagem para o cão”. Tem que fazer isto<br />
exibindo um símbolo da segunda or<strong>de</strong>m, um símbolo que se ajuste à inteligência da<br />
segunda or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> iniciados. Este símbolo, em lugar <strong>de</strong> ser universal, ultrapassando<br />
assim a expressão ordinária, precisa ser adaptado à capacida<strong>de</strong> intelectual <strong>de</strong> um<br />
conjunto particular <strong>de</strong> pessoas, as quais ao hierofante compete iniciar. Tal verda<strong>de</strong>,<br />
consequentemente, aparece para o vulgo como fábula, parábola, lenda e mesmo credo.<br />
No caso <strong>de</strong>ste símbolo muito abrangente <strong>de</strong> O Louco, há no âmbito do<br />
conhecimento real, diversas tradições, completamente distintas, <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> clareza e,<br />
historicamente, <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância.<br />
Essas tradições <strong>de</strong>vem ser examinadas em separado, <strong>de</strong> maneira que se possa<br />
compreen<strong>de</strong>r a doutrina única da qual todas brotaram.<br />
O “HOMEM VERDE” DO FESTIVAL DA PRIMAVERA.<br />
“O BOBO DE PRIMEIRO DE ABRIL.” O ESPÍRITO SANTO.<br />
Esta tradição representa a i<strong>de</strong>ia original adaptada à compreensão do camponês<br />
médio. O Homem Ver<strong>de</strong> é uma personificação da influência misteriosa que produz os<br />
fenômenos da primavera. É difícil dizer por que tem <strong>de</strong> ser assim, mas é assim: há uma<br />
conexão com as i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> irresponsabilida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> <strong>de</strong>sregramento, <strong>de</strong> i<strong>de</strong>alização, <strong>de</strong><br />
romance, <strong>de</strong> <strong>de</strong>vaneio radiante.<br />
O Louco se agita <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> todos nós no retorno da primavera; e, por estarmos um<br />
tanto <strong>de</strong>snorteados, um tanto constrangidos, pensou-se ser salutar o costume <strong>de</strong> se<br />
exteriorizar o impulso subconsciente mediante recursos cerimoniais. Era uma forma <strong>de</strong><br />
facilitar a confissão. Relativamente a todos esses festivais, po<strong>de</strong>-se dizer que são<br />
representações sob a forma mais simples, sem introspecção, <strong>de</strong> um fenômeno<br />
perfeitamente natural. Deve-se observar, em particular, o costume do ovo <strong>de</strong> páscoa e<br />
do poisson d’avril [O Peixe do Salvador é abordado em outra parte <strong>de</strong>ste ensaio. A<br />
precessão dos equinócios fez a primavera começar com a entrada do Sol em Áries (O<br />
Carneiro) em lugar <strong>de</strong> Pisces (Peixes), como foi o caso nas épocas mais primitivas].<br />
O “GRANDE LOUCO” DOS CELTAS (DALUA)<br />
Constata-se aqui um consi<strong>de</strong>rável avanço em relação aos fenômenos puramente<br />
naturais <strong>de</strong>scritos logo acima. No Gran<strong>de</strong> Louco existe uma doutrina <strong>de</strong>finida. O mundo<br />
está sempre procurando um salvador, e a doutrina em pauta é filosoficamente mais do<br />
que uma doutrina: é um simples fato. A salvação, seja lá o que possa isto significar, não<br />
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