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Aleister Crowley - Download de livros sobre magia, ocultismo ...

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“O ARRANJO DE NÁPOLES”<br />

Os qabalistas expandiram essa i<strong>de</strong>ia do nada e obtiveram uma segunda espécie <strong>de</strong><br />

nada, a que chamaram <strong>de</strong> Ain Sof ‒ “Sem Limite” (i<strong>de</strong>ia aparentemente não<br />

<strong>de</strong>ssemelhante daquela <strong>de</strong> espaço). Decidiram, então, que, para interpretar essa mera<br />

ausência <strong>de</strong> qualquer modo <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição, seria necessário postular o Ain Sof Aur ‒ “Luz<br />

Ilimitada”. Assim, parece que eles queriam dizer exatamente o que os homens <strong>de</strong><br />

ciência do período vitoriano queriam dizer, ou pensavam que queriam dizer, pela<br />

expressão “Éter Luminífero” (o continuum espaço-tempo?).<br />

Tudo isso é evi<strong>de</strong>ntemente sem forma e vazio; são condições abstratas e não<br />

i<strong>de</strong>ias positivas. O passo seguinte tem que ser a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> posição. É preciso formular<br />

esta tese: se há alguma coisa exceto o nada, tem que existir <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ssa luz ilimitada;<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sse espaço; <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sse Nada inconcebível, que não po<strong>de</strong> existir como nada,<br />

mas tem que ser concebido como um nada criado da aniquilação <strong>de</strong> dois opostos<br />

imaginários. Assim aparece o ponto, que não tem “nem partes nem magnitu<strong>de</strong>, mas<br />

somente posição”.<br />

Contudo, posição não significa coisa alguma, a não ser que haja alguma coisa a<br />

mais, alguma outra posição com a qual ela possa ser comparada. Tem-se que <strong>de</strong>screvêla,<br />

e o único modo <strong>de</strong> fazê-lo é possuir outro ponto, o que significa que é preciso<br />

inventar o número dois, tornando possível a linha.<br />

Mas essa linha não significa realmente muito, porque não existe ainda medida <strong>de</strong><br />

comprimento. O limite do conhecimento neste estágio é que há duas coisas, <strong>de</strong> modo<br />

que se po<strong>de</strong> falar <strong>sobre</strong> elas, mas não se po<strong>de</strong> dizer que estão uma próxima da outra ou<br />

que estão muito apartadas; é-se apenas capaz <strong>de</strong> dizer que estão distantes. Para<br />

efetivamente discernir-se entre elas, é necessário que haja uma terceira coisa.<br />

Precisamos ter outro ponto. Tem-se que inventar a superfície; tem-se que inventar o<br />

triângulo. Ao fazer isto, a propósito, a totalida<strong>de</strong> da geometria plana surge. É-se capaz<br />

<strong>de</strong> dizer agora: ‒ “A está mais próximo <strong>de</strong> B do que A está <strong>de</strong> C”.<br />

Mas, até agora, não há nenhuma substância em quaisquer <strong>de</strong>ssas i<strong>de</strong>ias. Na<br />

verda<strong>de</strong>, não há quaisquer i<strong>de</strong>ias, salvo a <strong>de</strong> distância e talvez a <strong>de</strong> intermediarieda<strong>de</strong> e<br />

a <strong>de</strong> medição angular, <strong>de</strong> sorte que a geometria plana, que agora existe em teoria, é,<br />

afinal <strong>de</strong> contas, completamente dispersiva e incoerente. Não houve nenhuma<br />

aproximação da concepção <strong>de</strong> uma coisa realmente existente. Tudo que se realizou foi a<br />

fabricação <strong>de</strong> <strong>de</strong>finições, e tudo num mundo puramente i<strong>de</strong>al e imaginário.<br />

Agora, então, vem o abismo. Não se po<strong>de</strong> avançar mais no i<strong>de</strong>al. O próximo passo<br />

tem que ser o real; ao menos, uma abordagem do real. Há três pontos, mas nenhuma<br />

i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> on<strong>de</strong> qualquer um <strong>de</strong>les está. Um quarto ponto é essencial, e este formula a<br />

i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> matéria.<br />

O ponto, a linha, o plano. O quarto ponto, contanto que não esteja no plano,<br />

produz o sólido. Caso se queira saber a posição <strong>de</strong> qualquer ponto, tem-se que <strong>de</strong>fini-lo<br />

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