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Aleister Crowley - Download de livros sobre magia, ocultismo ...

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Então o entendimento me atingiu, e eu tomei as Setas. A seta branca não tinha<br />

ponta, mas a seta negra era pontiaguda como uma floresta <strong>de</strong> anzóis; era toda orlada <strong>de</strong><br />

metal e havia sido embebida em veneno mortal. E então Ajustamento a seta branca à<br />

corda do arco e disparei contra o coração <strong>de</strong> Eros, e embora tenha disparado com toda<br />

minha força, ela caiu inócua do seu lado. Mas naquele momento a seta negra era<br />

enterrada em meu próprio coração. Estou repleto <strong>de</strong> terrível agonia.<br />

E a criança sorri e diz: Embora tua flecha não tenha me trespassado, embora a<br />

ponta envenenada tenha te atravessado, ainda assim estou morto e tu vives e triunfas,<br />

pois eu sou tu e tu és eu.<br />

Com isso ele <strong>de</strong>saparece e o Æthyr se fragmenta com um estrondo como <strong>de</strong> <strong>de</strong>z<br />

mil trovões. E olha, A Seta! As penas <strong>de</strong> Maat são sua coroa, dispostas em torno do<br />

disco. É a coroa Ateph <strong>de</strong> Thoth, e há o feixe <strong>de</strong> luz ar<strong>de</strong>nte, e abaixo há uma cunha <strong>de</strong><br />

prata.<br />

Eu me arrepio e estremeço diante da visão, pois a toda sua volta há espirais e<br />

torrentes <strong>de</strong> fogo tempestuoso. As estrelas do céu são apanhadas nas cinzas da chama. E<br />

elas são todas escuras. Aquilo que era um sol fulgurante é como uma pequena mancha<br />

<strong>de</strong> cinza. E no meio a Seta ar<strong>de</strong>!<br />

Vejo que a coroa da Seta é o Pai <strong>de</strong> toda a Luz, e a haste da Seta é o Pai <strong>de</strong> toda a<br />

Vida, e a ponta da Seta é o Pai <strong>de</strong> todo o Amor. Pois aquela cunha <strong>de</strong> prata é como uma<br />

flor <strong>de</strong> lótus, e o Olho no interior da Coroa Ateph brada: eu vigio. E a Haste brada: eu<br />

trabalho. E a Ponta brada: eu espero. E a voz do Æthyr ecoa: Ela irradia. Ela ar<strong>de</strong>. Ela<br />

floresce.<br />

E agora surge um pensamento estranho; esta Seta é a fonte <strong>de</strong> todo o movimento;<br />

é movimento infinito, ainda que ela se mova, <strong>de</strong> sorte que não há nenhum movimento.<br />

E, por isso, não há nenhuma matéria. Esta Seta é o olhar rápido do Olho <strong>de</strong> Shiva. Mas<br />

por não se mover, o universo não é <strong>de</strong>struído. O universo é tornado manifesto e tragado<br />

no tremor das plumas <strong>de</strong> Maat, que são as plumas da Seta; mas estas plumas não<br />

tremem.<br />

E soa uma voz: Aquilo que está acima não é como o que está abaixo.<br />

E outra voz lhe respon<strong>de</strong>: Aquilo que está abaixo não é como o que está acima.<br />

E uma terceira voz respon<strong>de</strong> a essas duas: O que está acima e o que está abaixo?<br />

Pois há a divisão que não divi<strong>de</strong> e a multiplicação que não multiplica. E o Um é o<br />

Muitos. Vê, este Mistério ultrapassa o entendimento, pois o globo alado é a coroa e a<br />

haste é a sabedoria, e a ponta é o entendimento. E a Seta é um, e tu estás perdido no<br />

Mistério, tu que não és senão como um bebê que é carregado no útero <strong>de</strong> sua mãe, que<br />

não estás ainda pronto para a luz.<br />

E a visão me domina. Meus sentidos estão atordoados: murcha está minha visão,<br />

embotada está minha audição.<br />

E soa uma voz: Tu buscaste realmente o remédio do pesar; por isso todo o pesar é<br />

tua porção. Isto é o que está escrito: “Deus <strong>sobre</strong> ele <strong>de</strong>positou a iniquida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todos<br />

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