Aleister Crowley - Download de livros sobre magia, ocultismo ...
Aleister Crowley - Download de livros sobre magia, ocultismo ... Aleister Crowley - Download de livros sobre magia, ocultismo ...
princípio, de qualquer modo. E este Mago gera, pelo poder de suas quatro armas véu após véu; mil cores brilhantes, rasgando e dilacerando o Æthyr, de sorte que é como serras cheias de mossas, ou como dentes quebrados à face de uma menina, ou como ruptura, ou loucura. Há um som horrível de trituramento, enlouquecedor. Este é o moinho no qual a substância universal, que é o éter, foi moída e reduzida à matéria. Uma voz diz: “Contempla o brilho do Senhor, cujos pés estão colocados sobre aquele que perdoa a transgressão. Contempla a Estrela sêxtupla que flameja na Abóbada, o selo do casamento do grande Rei Branco com sua escrava negra.” Assim eu olhei para a Pedra e vi a Estrela sêxtupla: o Æthyr inteiro se assemelha a nuvens fulvas, como a chama de uma fornalha. E há uma poderosa hoste de Anjos, azuis e dourados, que a invadem, e eles gritam: Santo, Santo, Santo, és tu que não és sacudido nos terremotos, e nos trovões! O fim das coisas é vindo sobre nós; o dia do Esteja-conosco está à mão! Pois ele criou o Universo e o destruiu, de modo que pudesse tirar seu prazer disso. E agora, no meio do Æthyr, eu contemplo aquele deus. Ele possui mil braços e em cada mão há uma arma de força terrível. Seu rosto é mais terrível que a tempestade, e de seus olhos lampejam relâmpagos de brilho intolerável. De sua boca fluem mares de sangue. Sobre sua cabeça há uma coroa de toda coisa morta. Sobre sua fronte está o ereto Tau, e em cada lado dele existem signos de blasfêmia. E em torno dele se prende uma menina, como para a filha do Rei que apareceu no nono Æthyr. Mas ela se tornou rósea devido à força dele, e a pureza dela tingiu seu negro com azul. Eles estão agarrados num abraço furioso, de sorte que ela está dilacerada pelo terror do deus; e, contudo, agarra-se ela tão firmemente a ele que ele está estrangulado. Ela forçou a cabeça dele para trás e sua garganta está lívida sob a pressão dos dedos dela. O grito conjunto deles é uma angústia intolerável, e, todavia, é o grito de seu arrebatamento, de modo que todo sofrimento e toda maldição e toda privação, e toda morte de tudo no universo todo não passa de uma pequena lufada de vento naquele grito-tempestade de êxtase. 63 E um Anjo fala; “Vê, esta visão está inteiramente além de tua compreensão. Contudo, tu te esforçarás para unir-te ao formidável leito nupcial.” E assim estou despedaçado, nervo por nervo e veia por veia, e mais intimamente ‒ célula por célula, molécula por molécula e átomo por átomo, e ao mesmo tempo todo esmagado em conjunto (escreve que o despedaçamento é um esmagamento em conjunto). Todos os fenômenos duplos são apenas duas maneiras de olhar para um único fenômeno, e o fenômeno único é paz. Não há sentido em minhas palavras ou em meus pensamentos. “Surgiram faces semi-formadas.” Este é o significado daquela passagem; são tentativas de interpretar o caos. Mas o caos é paz. O cosmos é a guerra 63 Esta imagem deve ser encontrada pintada (usualmente sobre seda e repetida em variadas formas, com frequência representando os planetas em torno de sua auréola central) sobre os estandartes sagrados que adornam os santuários do Tibete. 136
da Rosa e da Cruz. Esta foi uma “face semi-formada” que eu disse então. Todas as imagens são inúteis. Sim, como num espelho, assim em tua mente, que é apoiada com o falso metal da mentira, é todo símbolo lido ao avesso. Repara, tudo em que confiaste deve confundir-te e aquilo de que tu realmente fugiste era teu salvador. Assim, por conseguinte, gritaste, com efeito, estrepitosamente no sabá negro quando beijaste as nádegas peludas do bode, quando o deus áspero te despedaçou, quando a catarata gelada da morte te varreu. Grita, portanto, grita alto; mistura o urro do leão chifrado e o gemido do touro despedaçado, e o berro do homem que foi dilacerado pelas garras da águia e o guincho da águia que é estrangulada pelas mãos do homem. Mistura todos estes no grito de morte da esfinge, pois o homem cego profanou o mistério dela. Quem é este, Édipo, Tirésias, Erinies? Quem é este, que é cego e um vidente, um tolo acima da sabedoria? Quem os cães do céu seguem e os crocodilos do inferno aguardam? Aleph, Vau, Yod, Ayin, Resh, Tau é seu nome. 64 Debaixo de seus pés está o Reino, e sobre sua cabeça a Coroa. Ele é espírito e matéria; ele é paz e poder; nele está Caos e Noite e Pã; e em BABALON, sua concubina, que o embriagou do sangue dos santos que ela colheu em sua taça dourada, gerou ele a virgem que agora ele realmente deflora. E isto é o que está escrito: Malkuth será guindada e colocada no trono de Binah. E esta é a pedra filosofal que é posta como um selo sobre o Túmulo de Tetragrammaton, e o elixir da vida que é destilado do sangue dos santos e o pó vermelho que é o trituramento dos ossos de Choronzon. Terrível e maravilhoso é o mistério disso, oh tu Titã que subiste ao leito de Juno! Certamente estás preso e rompido sobre a roda; e, contudo, descobriste a nudez da Santa, e a Rainha do Céu está em trabalho de parto de uma criança e seu nome será Vir, e Vis, e Virus, e Virtus, e Viridis, em um nome que é todos estes, e acima de todos estes. 65 * * * * * O excerto a seguir proveniente de Liber Aleph, o Livro da Sabedoria ou Loucura, pode também auxiliar a elucidação do significado desta carta. “Tahuti, ou Thoth, confirmou a Palavra de Dionísio continuando-a, pois mostrou como pela Mente era possível dirigir as Operações da Vontade. Pela Crítica e pela Memória registrada o Homem evita o Erro e a Repetição do Erro. Mas a verdadeira Palavra de Tahuti era AMOUN, por meio da qual Ele fez os Homens entenderem sua Natureza secreta, ou seja, sua unidade com seus Eus Verdadeiros, ou, como eles diziam então, com Deus. E ele descobriu junto a eles a Senda dessa Obtenção, e a relação dela 64 Estes são os caminhos formando uma corrente 1 ‒ 2 ‒ 6 ‒ 8 ‒ 9 na Árvore da Vida. 65 Vi Veri Vniversum Vivus Vici, o mote de Mestre Therion como um 8° = 3 □ . 137
- Page 85 and 86: masculino e feminino. Prossegue o s
- Page 87 and 88: Essa carruagem é puxada por quatro
- Page 89 and 90: também porque ela é a parceira do
- Page 91 and 92: IX ‒ O EREMITA Esta carta é atri
- Page 93 and 94: X ‒ FORTUNA Esta carta é atribu
- Page 95 and 96: XI ‒ VOLÚPIA Este trunfo era cha
- Page 97 and 98: Os videntes dos primeiros tempos do
- Page 99 and 100: XII ‒ O PENDURADO Esta carta, atr
- Page 101 and 102: intervenção masculina, da Deusa-M
- Page 103 and 104: XIII ‒ MORTE Esta carta é atribu
- Page 105 and 106: Esta carta, portanto, deve ser cons
- Page 107 and 108: glúten branco dela (só é possív
- Page 109 and 110: XV ‒ DIABO Esta carta é atribuí
- Page 111 and 112: energia criadora masculina, porém
- Page 113 and 114: sumários, a doutrina é que a real
- Page 115 and 116: sua própria cabeça, indicando a e
- Page 117 and 118: XVIII ‒ A LUA O décimo oitavo tr
- Page 119 and 120: XIX ‒ O SOL Em linguagem heráldi
- Page 121 and 122: XX ‒ O ÆON Nesta carta foi neces
- Page 123 and 124: XXI ‒ O UNIVERSO A primeira e mai
- Page 125 and 126: forma final da imagem da fórmula m
- Page 127 and 128: APÊNDICE Seguem-se alguns ensaios
- Page 129 and 130: 2. DE SAPIENTIA ET STULTITIA 55 Oh,
- Page 131 and 132: tudo isso não chega ao Mérito de
- Page 133 and 134: Virtude de teus Estudos de O Livro
- Page 135: macrocosmo, o símbolo da operaçã
- Page 139 and 140: “As figuras na roda são mais esc
- Page 141 and 142: participante nesse mistério. E pel
- Page 143 and 144: Tetragrammaton, e Jod é uma mão,
- Page 145 and 146: nós.” Pois como teu sangue está
- Page 147 and 148: TERCEIRA PARTE AS CARTAS DA CORTE 1
- Page 149 and 150: OBSERVAÇÕES GERAIS Estas cartas c
- Page 151 and 152: DESCRIÇÃO SUMÁRIA DAS DEZESSEIS
- Page 153 and 154: CAVALEIRO DE BASTÕES O cavaleiro d
- Page 155 and 156: RAINHA DE BASTÕES A rainha de Bast
- Page 157 and 158: PRÍNCIPE DE BASTÕES O príncipe d
- Page 159 and 160: PRINCESA DE BASTÕES A princesa de
- Page 161 and 162: CAVALEIRO DE COPAS O cavaleiro de C
- Page 163 and 164: RAINHA DE COPAS A rainha de Copas r
- Page 165 and 166: PRÍNCIPE DE COPAS O príncipe de C
- Page 167 and 168: PRINCESA DE COPAS A princesa de Cop
- Page 169 and 170: CAVALEIRO DE ESPADAS O cavaleiro de
- Page 171 and 172: RAINHA DE ESPADAS A rainha de Espad
- Page 173 and 174: PRÍNCIPE DE ESPADAS Esta carta rep
- Page 175 and 176: PRINCESA DE ESPADAS A princesa de E
- Page 177 and 178: CAVALEIRO DE DISCOS O cavaleiro de
- Page 179 and 180: RAINHA DE DISCOS A rainha de Discos
- Page 181 and 182: PRÍNCIPE DE DISCOS O príncipe de
- Page 183 and 184: AL I, 22-23. Ou, ainda de maneira m
- Page 185 and 186: considera-se como simbólico. Num c
da Rosa e da Cruz. Esta foi uma “face semi-formada” que eu disse então. Todas as<br />
imagens são inúteis.<br />
Sim, como num espelho, assim em tua mente, que é apoiada com o falso metal da<br />
mentira, é todo símbolo lido ao avesso. Repara, tudo em que confiaste <strong>de</strong>ve confundir-te<br />
e aquilo <strong>de</strong> que tu realmente fugiste era teu salvador. Assim, por conseguinte, gritaste,<br />
com efeito, estrepitosamente no sabá negro quando beijaste as ná<strong>de</strong>gas peludas do<br />
bo<strong>de</strong>, quando o <strong>de</strong>us áspero te <strong>de</strong>spedaçou, quando a catarata gelada da morte te varreu.<br />
Grita, portanto, grita alto; mistura o urro do leão chifrado e o gemido do touro<br />
<strong>de</strong>spedaçado, e o berro do homem que foi dilacerado pelas garras da águia e o guincho<br />
da águia que é estrangulada pelas mãos do homem. Mistura todos estes no grito <strong>de</strong><br />
morte da esfinge, pois o homem cego profanou o mistério <strong>de</strong>la. Quem é este, Édipo,<br />
Tirésias, Erinies? Quem é este, que é cego e um vi<strong>de</strong>nte, um tolo acima da sabedoria?<br />
Quem os cães do céu seguem e os crocodilos do inferno aguardam? Aleph, Vau, Yod,<br />
Ayin, Resh, Tau é seu nome. 64<br />
Debaixo <strong>de</strong> seus pés está o Reino, e <strong>sobre</strong> sua cabeça a Coroa. Ele é espírito e<br />
matéria; ele é paz e po<strong>de</strong>r; nele está Caos e Noite e Pã; e em BABALON, sua concubina,<br />
que o embriagou do sangue dos santos que ela colheu em sua taça dourada, gerou ele a<br />
virgem que agora ele realmente <strong>de</strong>flora. E isto é o que está escrito: Malkuth será<br />
guindada e colocada no trono <strong>de</strong> Binah. E esta é a pedra filosofal que é posta como um<br />
selo <strong>sobre</strong> o Túmulo <strong>de</strong> Tetragrammaton, e o elixir da vida que é <strong>de</strong>stilado do sangue<br />
dos santos e o pó vermelho que é o trituramento dos ossos <strong>de</strong> Choronzon.<br />
Terrível e maravilhoso é o mistério disso, oh tu Titã que subiste ao leito <strong>de</strong> Juno!<br />
Certamente estás preso e rompido <strong>sobre</strong> a roda; e, contudo, <strong>de</strong>scobriste a nu<strong>de</strong>z da<br />
Santa, e a Rainha do Céu está em trabalho <strong>de</strong> parto <strong>de</strong> uma criança e seu nome será Vir,<br />
e Vis, e Virus, e Virtus, e Viridis, em um nome que é todos estes, e acima <strong>de</strong> todos<br />
estes. 65<br />
* * * * *<br />
O excerto a seguir proveniente <strong>de</strong> Liber Aleph, o Livro da Sabedoria ou Loucura,<br />
po<strong>de</strong> também auxiliar a elucidação do significado <strong>de</strong>sta carta.<br />
“Tahuti, ou Thoth, confirmou a Palavra <strong>de</strong> Dionísio continuando-a, pois mostrou<br />
como pela Mente era possível dirigir as Operações da Vonta<strong>de</strong>. Pela Crítica e pela<br />
Memória registrada o Homem evita o Erro e a Repetição do Erro. Mas a verda<strong>de</strong>ira<br />
Palavra <strong>de</strong> Tahuti era AMOUN, por meio da qual Ele fez os Homens enten<strong>de</strong>rem sua<br />
Natureza secreta, ou seja, sua unida<strong>de</strong> com seus Eus Verda<strong>de</strong>iros, ou, como eles diziam<br />
então, com Deus. E ele <strong>de</strong>scobriu junto a eles a Senda <strong>de</strong>ssa Obtenção, e a relação <strong>de</strong>la<br />
64 Estes são os caminhos formando uma corrente 1 ‒ 2 ‒ 6 ‒ 8 ‒ 9 na Árvore da Vida.<br />
65 Vi Veri Vniversum Vivus Vici, o mote <strong>de</strong> Mestre Therion como um 8° = 3 □ .<br />
137