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10.05.2013 Views

método o de progressão sugere a ondulação rítmica daquelas fases gêmeas da vida que chamamos respectivamente de vida e morte. A serpente é também, como já previamente explicado, o principal símbolo da energia masculina. A partir disto se perceberá que esta carta é, num sentido rigorosíssimo, o complemento da carta chamada Volúpia, Atu XI e o Atu XII representa a solução ou dissolução que as une. O aspecto mais elevado da carta é a águia, que representa exaltação acima da matéria sólida. Os antigos químicos entenderam que em certos experimentos os elementos mais puros (isto é, os mais tênues) presentes eram desprendidos como gás ou vapor. São assim representados nesta carta os três tipos essenciais de putrefação. A própria carta representa a dança da morte. A figura é um esqueleto manipulando uma foice, sendo tanto o esqueleto quanto a foice importantes símbolos saturninos. Isto parece estranho, visto que Saturno não tem nenhuma conexão clara com Escorpião; todavia, Saturno representa a estrutura essencial das coisas existentes. Ele é aquela natureza elementar das coisas que não é destruída pelas alterações ordinárias que ocorrem nas operações da natureza. Além disso, o esqueleto está coroado com a coroa de Osíris, representando Osíris nas águas de Amenti. E, ainda, ele é o deus criativo original, secreto e masculino: ver Atu XV, “Redeunt Saturnia regna.” Foi somente a corrupção da tradição, a confusão com Set, e o culto do deus que morre, incompreendido, deformado e distorcido pela Loja Negra, que o transformaram num símbolo senil e monstruoso. Pela varredura de sua foice o esqueleto cria bolhas nas quais começam se configurar as novas formas que ele cria em sua dança, sendo que estas formas também dançam. Nesta carta o símbolo do peixe é soberano. O peixe (IL PESCE, como o chamam em Nápoles e muitos outros lugares) e a serpente são os dois principais objetos de veneração em cultos que ensinaram as doutrinas da ressurreição ou reencarnação. Assim temos Oannes e Dagon, deuses-peixes, na Ásia ocidental. Em muitas outras partes do mundo existem cultos similares. Mesmo no cristianismo, Cristo era representado como um peixe. Supunha-se que a palavra grega ICQUS, “que significa peixe e muito adequadamente representa Cristo”, como Browning lembra, fosse um notariqon, as iniciais de uma sentença que significa “Jesus Cristo Filho de Deus, Salvador”. Também não é por acidente que São Pedro fosse um pescador. Os Evangelhos, inclusive, estão cheios de milagres envolvendo peixes e o peixe é sagrado para Mercúrio devido ao seu sangue frio, sua celeridade e seu brilho. Há, ademais, o simbolismo sexual. Isto lembra novamente a função de Mercúrio como guia dos mortos e como o contínuo elemento elástico na natureza. secreta, o Redentor. Esta tese pode ser desenvolvida de maneira extensiva e detalhada. Na lenda, mais tarde, a doutrina reaparece num simbolismo ligeiramente diferente como a história do dilúvio, explicada alhures neste ensaio. Certamente, o peixe é idêntico em essência à serpente, pois Peixe = NVN = Escorpião = Serpente. Além disso, Teth, a letra de Leão, significa serpente. Mas Peixe é também Vesica ou útero e Cristo, e assim por diante. Este símbolo resume a Doutrina Secreta inteira. 104

Esta carta, portanto, deve ser considerada de uma maior importância e catolicidade do que se poderia esperar da simples atribuição zodiacal. Chega a ser um compêndio de energia universal na sua forma mais secreta. 105

método o <strong>de</strong> progressão sugere a ondulação rítmica daquelas fases gêmeas da vida que<br />

chamamos respectivamente <strong>de</strong> vida e morte. A serpente é também, como já previamente<br />

explicado, o principal símbolo da energia masculina. A partir disto se perceberá que esta<br />

carta é, num sentido rigorosíssimo, o complemento da carta chamada Volúpia, Atu XI e<br />

o Atu XII representa a solução ou dissolução que as une.<br />

O aspecto mais elevado da carta é a águia, que representa exaltação acima da<br />

matéria sólida. Os antigos químicos enten<strong>de</strong>ram que em certos experimentos os<br />

elementos mais puros (isto é, os mais tênues) presentes eram <strong>de</strong>sprendidos como gás ou<br />

vapor. São assim representados nesta carta os três tipos essenciais <strong>de</strong> putrefação.<br />

A própria carta representa a dança da morte. A figura é um esqueleto manipulando<br />

uma foice, sendo tanto o esqueleto quanto a foice importantes símbolos saturninos. Isto<br />

parece estranho, visto que Saturno não tem nenhuma conexão clara com Escorpião;<br />

todavia, Saturno representa a estrutura essencial das coisas existentes. Ele é aquela<br />

natureza elementar das coisas que não é <strong>de</strong>struída pelas alterações ordinárias que<br />

ocorrem nas operações da natureza. Além disso, o esqueleto está coroado com a coroa<br />

<strong>de</strong> Osíris, representando Osíris nas águas <strong>de</strong> Amenti. E, ainda, ele é o <strong>de</strong>us criativo<br />

original, secreto e masculino: ver Atu XV, “Re<strong>de</strong>unt Saturnia regna.” Foi somente a<br />

corrupção da tradição, a confusão com Set, e o culto do <strong>de</strong>us que morre,<br />

incompreendido, <strong>de</strong>formado e distorcido pela Loja Negra, que o transformaram num<br />

símbolo senil e monstruoso.<br />

Pela varredura <strong>de</strong> sua foice o esqueleto cria bolhas nas quais começam se<br />

configurar as novas formas que ele cria em sua dança, sendo que estas formas também<br />

dançam.<br />

Nesta carta o símbolo do peixe é soberano. O peixe (IL PESCE, como o chamam em<br />

Nápoles e muitos outros lugares) e a serpente são os dois principais objetos <strong>de</strong><br />

veneração em cultos que ensinaram as doutrinas da ressurreição ou reencarnação.<br />

Assim temos Oannes e Dagon, <strong>de</strong>uses-peixes, na Ásia oci<strong>de</strong>ntal. Em muitas outras<br />

partes do mundo existem cultos similares. Mesmo no cristianismo, Cristo era<br />

representado como um peixe. Supunha-se que a palavra grega ICQUS, “que significa<br />

peixe e muito a<strong>de</strong>quadamente representa Cristo”, como Browning lembra, fosse um<br />

notariqon, as iniciais <strong>de</strong> uma sentença que significa “Jesus Cristo Filho <strong>de</strong> Deus,<br />

Salvador”. Também não é por aci<strong>de</strong>nte que São Pedro fosse um pescador. Os<br />

Evangelhos, inclusive, estão cheios <strong>de</strong> milagres envolvendo peixes e o peixe é sagrado<br />

para Mercúrio <strong>de</strong>vido ao seu sangue frio, sua celerida<strong>de</strong> e seu brilho. Há, a<strong>de</strong>mais, o<br />

simbolismo sexual. Isto lembra novamente a função <strong>de</strong> Mercúrio como guia dos mortos<br />

e como o contínuo elemento elástico na natureza.<br />

secreta, o Re<strong>de</strong>ntor. Esta tese po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>senvolvida <strong>de</strong> maneira extensiva e <strong>de</strong>talhada. Na lenda, mais<br />

tar<strong>de</strong>, a doutrina reaparece num simbolismo ligeiramente diferente como a história do dilúvio, explicada<br />

alhures neste ensaio. Certamente, o peixe é idêntico em essência à serpente, pois Peixe = NVN =<br />

Escorpião = Serpente. Além disso, Teth, a letra <strong>de</strong> Leão, significa serpente. Mas Peixe é também Vesica<br />

ou útero e Cristo, e assim por diante. Este símbolo resume a Doutrina Secreta inteira.<br />

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