Para desorganizar - Ministério Público do Distrito Federal e Territórios
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Segurança corporativa<br />
22<br />
Crime organiza<strong>do</strong>:<br />
a importância da segurança corporativa<br />
Marcelo da Silva Barenco<br />
Promotor de Justiça<br />
Embora a expressão conste<br />
em alguns diplomas legais<br />
(em especial a Lei nº<br />
9.034/95, modificada pela Lei nº<br />
10.217/01), não existe ainda uma<br />
definição exata <strong>do</strong> que seja ‘crime<br />
organiza<strong>do</strong>’. Tal proposição não<br />
parece fácil de ser feita por envolver<br />
diversos aspectos, mas uma<br />
conclusão é certa: tal omissão legislativa<br />
inibe os órgãos de repressão<br />
– incluí<strong>do</strong> o <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong><br />
– de saber, com eficiência, onde e<br />
como combater o ‘crime organiza<strong>do</strong>’,<br />
bem como dele se proteger.<br />
Neste contexto, algumas dicas são<br />
importantes para a sua identificação,<br />
sem prejuízo de outras: observar<br />
as estruturas de sustentação e<br />
divisões de funções dentro <strong>do</strong> gru-<br />
po criminoso, a constante busca<br />
de benefício econômico por meio<br />
de suas atividades ilícitas (que vão<br />
desde o tráfico de entorpecentes a<br />
extorsão e corrupção), bem como<br />
o modus operandi utiliza<strong>do</strong> pelos<br />
respectivos criminosos na execução<br />
<strong>do</strong>s atos ilícitos organiza<strong>do</strong>s,<br />
quase sempre com efetivo envolvimento<br />
de uma rede de influências<br />
de agentes <strong>do</strong> Poder <strong>Público</strong>.<br />
Ninguém nega que nosso país<br />
vive atualmente um momento crítico<br />
no que se refere à atuação da<br />
criminalidade organizada. A to<strong>do</strong><br />
momento somos bombardea<strong>do</strong>s<br />
com notícias impressas e televisivas<br />
dan<strong>do</strong> conta da atuação de<br />
grupos criminosos como o PCC e<br />
suas filiais criadas em presídios de<br />
MPDFT MPDFT<br />
em revista<br />
to<strong>do</strong> o país, mas chama a atenção<br />
o aumento na prática e repressão<br />
de crimes conheci<strong>do</strong>s como de colarinho<br />
branco – ainda em pequena<br />
escala –, em especial por conta da<br />
atuação bem-sucedida <strong>do</strong>s <strong>Ministério</strong>s<br />
<strong>Público</strong>s e das polícias.<br />
A arrogância <strong>do</strong>s criminosos organiza<strong>do</strong>s<br />
tem origem na pseu<strong>do</strong>-certeza<br />
da impunidade e a sensação<br />
de que não podem ser incomoda<strong>do</strong>s,<br />
derivan<strong>do</strong> dessa constatação<br />
a importância de ações como a<br />
coleta e guarda de da<strong>do</strong>s, informações<br />
e conhecimentos, da utilização<br />
de ferramentas jurídicas<br />
como as interceptações telefônica,<br />
telemática e ambiental, ação<br />
controlada (Lei nº 9.034/95), acesso<br />
a da<strong>do</strong>s fiscais e bancários e