10.05.2013 Views

Espaço Vectorial com Produto Interno

Espaço Vectorial com Produto Interno

Espaço Vectorial com Produto Interno

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Espaço</strong> <strong>Vectorial</strong> <strong>com</strong> <strong>Produto</strong> <strong>Interno</strong><br />

1 <strong>Espaço</strong> Euclidiano<br />

Definição 1.1 Seja V um espaço vectorial real. O produto interno real em V é uma aplicação<br />

real de V × V , denote-se por < , >, que satisfaz as seguintes condições.<br />

1. < x, y >=< y, x >;<br />

2. < x + y, z >=< x, z > + < y, z >;<br />

3. < αx, y >= α < x, y >;<br />

4. < x, x >≥ 0, ∀x ∈ V , e < x, x >= 0 se e só se x = 0.<br />

Definição 1.2 Seja V um espaço vectorial real, de dimensão finita, munido de um produto interno.<br />

Então, V diz-se um espaço Euclidiano.<br />

Exemplo 1.3 Seja C[a, b] um espaço vectorial das todas funções reais continuas no intervalo<br />

[a, b]. Definimos produto interno por<br />

b<br />

< f, g >= f(t)g(t)dt.<br />

a<br />

Então C[a, b] é um espaço Euclidiano. Porque, para quaisquer funções f e g, f(t)g(t) é integrável<br />

e também satisfaz<br />

b<br />

b<br />

1. < f, g >= f(t)g(t)dt = g(t)f(t)dt =< g, f >;<br />

a<br />

b<br />

b<br />

2. < f + g, h >= (f(t) + g(t))h(t)dt =<br />

a<br />

a<br />

b<br />

b<br />

3. < αf, g >= (αf(t))g(t)dt = α f(t)g(t)dt = α < f, g >;<br />

a<br />

a<br />

a<br />

b<br />

f(t)h(t)dt + g(t)h(t)dt =< f, h > + < g, h >;<br />

a<br />

b<br />

4. < f, f >= f(t) 2 b<br />

dt ≥ 0 e se e só se f(t) = 0, < f, f >= f(t) 2 dt = 0.<br />

a<br />

Exemplo 1.4 Seja V = IR n um espaço vectorial. A aplicação IR n × IR n → IR definida por<br />

n<br />

< x, y >= xiyi, x = (x1, x2, ..., xn), y = (y1, y2, ..., yn) ∈ IR<br />

i=1<br />

n<br />

é um produto interno. (ao qual se chama produto interno usual em IR n ). Assim V = IR n é um<br />

espaço Euclidiano.<br />

Observação 1.5 A condição 1 da definição 1 diz que produto interno é simétrico, por isso,<br />

relativamente as condições 2 e 3, temos<br />

< x, y + z >=< x, y > + < x, z ><br />

< x, αy >= α < x, y > .<br />

A condição 4 diz que para qualquer vector x ∈ V , √ < x, x > faz sentido.<br />

1<br />

a


Definição 1.6 Chama-se √ < x, x > à norma do vector x ∈ V , denota-se por ||x||. Se ||x|| = 1,<br />

diz-se que x é vector unitário.<br />

Propriedade 1.7 ||αx|| = |α|||x||.<br />

Demonstração: ||αx|| = √ < αx, αx > = α 2 < x, x > = |α|||x||. ✷<br />

Então ∀x ∈ V, x = 0, temos<br />

|| x 1 1<br />

|| = || x|| = ||x|| = 1.<br />

||x|| ||x|| ||x||<br />

i.e., x<br />

é um vector unitário. O processo de dividir um vector pela sua norma chama-se normal-<br />

||x||<br />

ização de vector.<br />

Teorema 1.8 (Desigualdade de Cauchy-Schwarz) Seja V espaço Euclidiano e x, y ∈ V .<br />

Então<br />

| < x, y > | ≤ ||x|| · ||y||.<br />

Demonstração: ∀α ∈ IR, tem-se<br />

i.e.,<br />

< αx + y, αx + y > ≥ 0<br />

α 2 < x, x > +2α < x, y > + < y, y > ≥ 0<br />

Considere o lado esquerdo é uma função quadrática em ordem de α, <strong>com</strong>o o sinal dele é sempre<br />

≥ 0, então o discriminante ∆ ≤ 0, i.e.,<br />

ou<br />

isto é<br />

4 < x, y > 2 −4 < x, x >< y, y > ≤ 0<br />

< x, y > 2 ≤< x, x >< y, y >,<br />

| < x, y > | ≤ ||x||||y||.<br />

Pela desigualdade de Cauchy-Schwarz, tem-se<br />

| < x, y > |<br />

||x||||y||<br />

≤ 1.<br />

Definição 1.9 Seja x, y ∈ V, x, y = 0, definimos o ângulo formado por x e y por<br />

θ = arc cos<br />

Pela desigualdade de Cauchy-Schwarz, tem-se<br />

Teorema 1.10 (Desigualdade triangular)<br />

< x, y ><br />

, 0 ≤ θ ≤ π.<br />

||x||||y||<br />

||x + y|| ≤ ||x|| + ||y||.<br />

2<br />


Demonstração: ||x + y|| 2 =< x + y, x + y >=< x, x > +2 < x, y > + < y, y >≤ ||x|| 2 + 2||x|| ·<br />

||y|| + ||y|| 2 = (||x|| + ||y||) 2 .<br />

Logo<br />

||x + y|| ≤ ||x|| + ||y||.<br />

Também podemos provar que,<br />

2 Ortogonalidade de vectores<br />

||x − y|| ≥ ||x|| − ||y||.<br />

||x − y|| + ||y − z|| ≤ ||x − z||.<br />

Definição 2.1 Seja V espaço Euclidiano e x, y ∈ V . Diz-se que dois vectores x, y são ortogonais,<br />

e escreve-se x⊥y, se < x, y >= 0.<br />

Observação 2.2 1. x⊥y ⇔ y⊥x.<br />

2. Dois vectores são ortogonais se o ângulo entre eles for π<br />

2 .<br />

3. O vector nulo é ortogonal a qualquer vector de V .<br />

4. Um sistema <strong>com</strong> um vector é um sistema ortogonal.<br />

Teorema 2.3 (Teorema de Pitágoras) Seja V um espaço Euclidiano. Dados dois quaisquer<br />

vectores ortogonais x, y de V , tem-se que<br />

||x + y|| 2 = ||x|| 2 + ||y|| 2 .<br />

Demonstração: x, y são ortogonais, então < x, y >=< y, x >= 0.<br />

||x + y|| 2 =< x + y, x + y >=< x, x > +2 < x, y > + < y, y >= ||x|| 2 + ||y|| 2 .<br />

Teorema 2.4 Seja V um espaço Euclidiano. Então, um sistema ortogonal de vectores não nulos<br />

é um sistema linearmente independente.<br />

Demonstração: Seja {v1, v2, ..., vr} um sistema de vectores não nulos tais que, para todos i, j ∈<br />

{1, 2, ..., r},<br />

< vi, vj >= 0 se i = j.<br />

Sejam α1, α2, ..., αr ∈ IR tais que<br />

Então, para cada i ∈ {1, 2, ..., r},<br />

i.e.,<br />

Como < vi, vj >= 0 se i = j, então temos,<br />

α1v1 + α2v2 + ... + αrvr = 0.<br />

< vi, α1v1 + α2v2 + ... + αrvr >= 0.<br />

α1 < vi, v1 > +α2 < vi, v2 > +... + αr < vi, vr >= 0.<br />

αi < vi, vi >= 0, i = 1, 2, ..., r,<br />

mas vi é não nulo, < vi, vi >≥ 0, então αi = 0, i = 1, 2, ..., r. Logo {v1, v2, ..., vr} são linearmente<br />

independentes.<br />

✷<br />

3<br />

✷<br />


Definição 2.5 Seja V um espaço Euclidiano e {v1, v2, ..., vn} uma base de V . Então diz-se que<br />

{v1, v2, ..., vn} é uma base ortogonal se o sistema {v1, v2, ..., vn} é um sistema ortogonal. Uma base<br />

de V diz-se ortonormada se é ortogonal e se todos os vectores que a constituem são unitários.<br />

Observação 2.6 Uma base {v1, v2, ..., vn} de V é ortonormada se e só se<br />

<br />

1 se i = j<br />

< vi, vj >= δij =<br />

, ∀i, j ∈ {1, 2, ..., n}.<br />

0 se i = 0.<br />

Teorema 2.7 Num espaço Euclidiano existe uma base ortonormada. (O processo Gram-<br />

Schmidt)<br />

Demonstração: Seja V espaço Euclidiano e {v1, v2, ..., vn} uma base de V . Podemos obter uma<br />

base ortonormada pelo seguinte processo.<br />

1. Seja w1 = v1 e u1 = w1<br />

||w1|| . Então u1 é um vector unitário.<br />

2. Seja w2 = α21u1 + v2, onde α é indeterminado, <strong>com</strong>o u1 e v2 são linearmente independentes,<br />

então w2 = 0, para que w2 e u1 serem ortogonais, temos<br />

i.e.,<br />

0 =< u1, w2 >= α21+ < u1, v2 ><br />

α21 = − < u1, v2 > .<br />

Seja u2 = w2<br />

||w2|| . Então u2 é unitário e ortogonal <strong>com</strong> u1.<br />

3. Continuando o processo, suponhamos que já temos u1, u2, ..., um−1 que são unitários e ortogonais<br />

dois a dois. Agora queremos um.<br />

Seja wm = αm1u1+αm2u2+...+αm,m−1um−1+vm. Tem-se que wm = 0, senão, u1, u2, ..., um−1, vm<br />

são linearmente dependentes.<br />

Para que wm ser ortogonal a u1, u2, ..., um−1, tem-se<br />

⎧<br />

0 =< u1, wm ><br />

⎪⎨<br />

0 =< u2, wm ><br />

= αm1+ < u1, vm ><br />

= αm2+ < u2, vm ><br />

................<br />

⎪⎩<br />

0 =< um−1, wm > = αm,m−1+ < um−1, vm ><br />

i.e., αm1 = − < u1, vm >, αm2 = − < u2, vm >, ... , αm,m−1 = − < um−1, vm > . Fazendo<br />

um = wm<br />

||wm|| , tem-se que um é unitário e ortogonal a u1, u2, ..., um−1.<br />

Pelo método de indução, podemos obter o conjunto dos vectores que são unitários e ortogonais<br />

dois a dois. Assim podemos obter uma base ortonormada.<br />

✷<br />

Exemplo 2.8 Considere um subespaço V de IR 4 <strong>com</strong> base v1 =<br />

⎛<br />

⎜<br />

v3 = ⎜<br />

⎝<br />

3<br />

3<br />

3<br />

0<br />

⎞<br />

⎛<br />

⎜<br />

⎝<br />

2<br />

1<br />

0<br />

2<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠ , v2 =<br />

⎟<br />

⎠ . O produto interno é o usual em IR4 . Vamos usar o processo Gram-Schmidt para nor-<br />

4<br />

⎛<br />

⎜<br />

⎝<br />

0<br />

1<br />

1<br />

4<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠ ,


malizar os vectores. Como ||v1|| = 3, obtermos u1 = 1<br />

3<br />

obtemos w2 = α21u1 + v2 = −3 · 1<br />

3<br />

⎛<br />

⎜<br />

⎝<br />

Finalmente, w3 = α31u1 + α32u2 + v3 = −3 · 1<br />

3<br />

u3 = w3 1<br />

=<br />

||w3|| 3 √ 17<br />

⎛<br />

⎜<br />

⎝<br />

1<br />

2<br />

10<br />

−4<br />

⎞<br />

2<br />

1<br />

0<br />

2<br />

⎛ ⎞<br />

2<br />

⎜ 1<br />

⎟<br />

⎜ ⎟<br />

⎝ 0 ⎠<br />

2<br />

. Como α21 = − < u1, v2 >= −3,<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠ +<br />

⎛ ⎞<br />

0<br />

⎜ 1<br />

⎟<br />

⎜ ⎟<br />

⎝ 1 ⎠<br />

4<br />

=<br />

⎛ ⎞<br />

−2<br />

⎜ 0<br />

⎟<br />

⎜ ⎟<br />

⎝ 1 ⎠<br />

2<br />

, logo u2 = w2<br />

⎛ ⎞<br />

−2<br />

1 ⎜ 0<br />

⎟<br />

= ⎜ ⎟<br />

||w2|| 3 ⎝ 1 ⎠<br />

2<br />

.<br />

⎛ ⎞ ⎛ ⎞<br />

2<br />

−2<br />

⎜ 1<br />

⎟ 1 ⎜ 0<br />

⎟<br />

⎜ ⎟ + 1 · ⎜ ⎟<br />

⎝ 0 ⎠ 3 ⎝ 1 ⎠<br />

2<br />

2<br />

+<br />

⎛ ⎞ ⎛<br />

3<br />

⎜ 3<br />

⎟ 1 ⎜<br />

⎜ ⎟ = ⎜<br />

⎝ 3 ⎠ 3 ⎝<br />

⎞<br />

1<br />

2<br />

⎟<br />

10 ⎠<br />

0 −4<br />

e<br />

⎟<br />

⎠ . {u1, u2, u3} é uma base ortonormada.<br />

Exemplo 2.9 Considere o espaço vectorial P2[x], formado pelos polinómios reais de grau não<br />

superior 2 munido o produto interno (f, g) = 1<br />

0 f(x)g(x)dx. A base canónica de P2[x] {1, x, x 2 }<br />

não é ortogonal sobre o produto interno. Podemos usar o processo de Gram-Schmidt para obter<br />

uma base ortonormada. Seja w1 = 1, é fácil ver < 1, 1 >= 1 e < x, 1 >= 1/2. Consequentemente,<br />

w2 = α1u1 + v2 = −1/2 · 1 + x = x − 1/2. ||w2|| 2 1<br />

=< w2, w2 >= (x − 1/2) 2 dx = 1/12, então<br />

0<br />

u2 = w2<br />

||w2|| = √ 12(x − 1/2). Como α31 = −(x2 , 1) = −1/3, α32 = −(x2 , √ 12(x − 1/2)) =<br />

1 √ √<br />

2<br />

12(x−1/2)x dx = − 12/12, então w3 = −1/3·1− √ 12/12· √ 12(x−1/2)+x2 = x2−x+1/6. 0<br />

< w3, w3 >= 1/180, então u3 = √ 180(x 2 − x + 1/6).<br />

Proposição 2.10 Sejam V um espaço euclidiano e B = {v1, v2, ..., vn} uma base ortonormada<br />

de V . Então, para qualquer vector v ∈ V , tem-se que<br />

v =< v, v1 > v1+ < v, v2 > v2 + ...+ < v, vn > vn.<br />

Demonstração: Seja v ∈ V = sp{v1, v2, ..., vn}. Então, existem α1, α2, ..., αn ∈ IR tais que<br />

Assim para cada i ∈ {1, 2, ..., n},<br />

o resultado segue de imediato.<br />

v = α1v1 + α2v2 + ... + αnvn.<br />

< v, vi > = (α1v1 + α2v2 + ... + αnvn, vi)<br />

= α1 < v1, vi > +α2 < v2, vi > +... + αn < vn, vi ><br />

= αi.<br />

Proposição 2.11 Sejam V um espaço euclidiano e B = {v1, v2, ..., vn} uma base ortonormada<br />

de V . Se<br />

v = α1v1 + α2v2 + ... + αnvn e w = β1v1 + β2v2 + ... + βnvn,<br />

então<br />

< v, w >= α1β1 + α2β2 + ... + αnβn.<br />

5<br />


Demonstração: Sejam<br />

Então<br />

v = α1v1 + α2v2 + ... + αnvn e w = β1v1 + β2v2 + ... + βnvn.<br />

< v, vi > = (α1v1 + α2v2 + ... + αnvn, β1v1 + β2v2 + ... + βnvn)<br />

n<br />

= αiβj < vi, vj ><br />

=<br />

i,j=1<br />

n<br />

i=1<br />

αiβi < vi, vi ><br />

= α1β1 + α2β2 + ... + αnβn.<br />

3 Ortogonalidade de subespaços<br />

Proposição 3.1 Sejam V um espaço Euclidiano e W um subespaço de V . Então,<br />

é um subespaço de V .<br />

U = {v ∈ V :< v, w >= 0, ∀w ∈ W }<br />

Demonstração: Como < 0, v >= 0, para todo v ∈ V , temos, em particular,<br />

< 0, w >= 0, ∀w ∈ W.<br />

Assim, 0 ∈ U pelo que U é um subconjunto de V não vazio. Sejam x, y ∈ U e α ∈ IR. Então,<br />

Logo, para todo w ∈ W ,<br />

e<br />

Assim, U é subespaço vectorial de V .<br />

< x, w >= 0, < y, w >= 0.<br />

< x + y, w >=< x, w > + < y, w >= 0 + 0 = 0<br />

< αx, w >= α < x, w >= α · 0 = 0.<br />

Definição 3.2 Sejam V um espaço Euclidiano e W um subespaço de V . Então,<br />

U = {v ∈ V :< v, w >= 0, ∀w ∈ W }<br />

definido na proposição anterior diz-se o <strong>com</strong>plemento ortogonal de W e representa-se por W ⊥ .<br />

Proposição 3.3 Sejam V um espaço Euclidiano e W um subespaço de V . Então, se {v1, v2, ..., vp}<br />

é uma base de W ,<br />

W ⊥ = {v ∈ V : < v, vi >= 0 i = 1, 2, ..., p}.<br />

6<br />


Demonstração: Queremos provar que v ∈ V é ortogonal a qualquer vector de W se e só se é<br />

ortogonal a cada um dos vectores de uma sua base, {v1, v2, ..., vp}.<br />

Se v ∈ V é ortogonal a qualquer vector de W , então em particular, é ortogonal a qualquer<br />

vector v1, v2, ..., vp ∈ W .<br />

Reciprocamente, seja v ∈ V tal que<br />

< v, vi >= 0, para todo i ∈ {1, 2, ..., p}.<br />

Sabendo que, para todo w ∈ W , temos que existem α1, α2, ..., αp ∈ IR tais que<br />

e, portanto,<br />

Logo, v ∈ W ⊥ .<br />

w = α1v1 + α2v2 + ... + αpvp,<br />

< v, w > = (v, α1v1 + α2v2 + ... + αpvp)<br />

= α1 < v, v1 > +α2 < v, v2 > +... + αp < v, vp ><br />

= 0<br />

Exemplo 3.4 Sejam V = IR3 munido <strong>com</strong> o produto interno usual e<br />

⎛ ⎞<br />

x<br />

⎜ ⎟<br />

W = { ⎝ y ⎠ ∈ IR<br />

z<br />

3 : x + y + z = 0}.<br />

Como<br />

temos que<br />

W ⊥ ⎜<br />

= { ⎝<br />

⎛<br />

⎜<br />

W = { ⎝<br />

⎛<br />

⎛<br />

⎜<br />

= { ⎝<br />

⎛<br />

⎜<br />

= { ⎝<br />

x<br />

y<br />

z<br />

x<br />

y<br />

z<br />

x<br />

x<br />

x<br />

⎛<br />

⎜<br />

= sp{ ⎝<br />

⎞<br />

x<br />

y<br />

−x − y<br />

⎟<br />

⎠ ∈ IR 3 :<<br />

⎞<br />

⎞<br />

⎛<br />

⎟<br />

⎜<br />

⎠ , x, y ∈ IR} = sp{ ⎝<br />

⎛<br />

⎜<br />

⎝<br />

x<br />

y<br />

z<br />

⎞<br />

⎛<br />

⎟ ⎜<br />

⎠ , ⎝<br />

1<br />

0<br />

−1<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠ ∈ IR 3 : x − z = 0, y − z = 0}<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠ , x ∈ IR}<br />

1<br />

1<br />

1<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠}<br />

7<br />

1<br />

0<br />

−1<br />

⎞<br />

⎛<br />

⎟ ⎜<br />

⎠ , ⎝<br />

⎛<br />

⎟ ⎜<br />

⎠ >= 0 e { ⎝<br />

x<br />

y<br />

z<br />

0<br />

1<br />

−1<br />

⎞<br />

⎞<br />

⎟ ⎜<br />

⎠ , ⎝<br />

⎟<br />

⎠},<br />

⎛<br />

0<br />

1<br />

−1<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠ >= 0}<br />


Proposição 3.5 Sejam V um espaço Euclidiano e W um subespaço de V . Então,<br />

1. W W ⊥ = {0};<br />

2. V = W + W ⊥ .<br />

Demonstração: (i) Suponhamos que w0 ∈ W W ⊥ . Então, w0 ∈ W ⊥ , pelo que < w0, w >=<br />

0, ∀w ∈ W . Em particular, w0 ∈ W . Então, < w0, w0 >= 0 e, portanto, w0 = 0. Logo,<br />

W W ⊥ = {0}.<br />

(ii) A inclusão W + W ⊥ ⊆ V é obvio, pelo que falta provar que V ⊆ W W ⊥ . Para tal, basta<br />

provar que dimV = dim(W + W ⊥ ).<br />

Suponhamos que dimV = n e dimW = k, <strong>com</strong> 0 ≤ k ≤ n.<br />

Se k = 0, temos que W = {0} e, portanto, W ⊥ = {v ∈ V :< v, 0 >= 0} = V , pelo que<br />

V = W + W ⊥ .<br />

Se k ≥ 1, existe uma base ortonormada de W , {w1, w2, ..., wk} e uma base de V ,<br />

{w1, w2, ..., wk, u1, u2, ..., un−k}. Através do processo Gram-Schmidt, podemos determinar uma<br />

base ortonormada de V , {w1, w2, ..., wk, v1, v2, ..., vn−k}. Então, sp{v1, v2, ..., vn−k} ⊆ W ⊥ , pelo<br />

que dimW ⊥ ≥ n − k. Logo,<br />

e, portanto,<br />

e assim<br />

4 <strong>Espaço</strong> Unitário<br />

n = dimV ≥ dim(W + W ⊥ ) = dimW + dimW ⊥ ≥ k + n − k = n,<br />

dimV = dim(W + W ⊥ )<br />

V = W + W ⊥<br />

Definição 4.1 Seja U um espaço vectorial sobre IC. O produto interno em U é uma aplicação de<br />

U × U, denota-se por ( , ), que satisfaz as seguintes condições.<br />

1. < x, y >= < y, x >;<br />

2. < x + y, z >=< x, z > + < y, z >;<br />

3. < αx, y >= α < x, y > α ∈ IC;<br />

4. < x, x >≥ 0, ∀x ∈ U, e < x, x >= 0 se é só se x = 0.<br />

O espaço vectorial <strong>com</strong>plexo, de dimensão finita, munido de um produto interno chama-se<br />

<strong>Espaço</strong> Unitário.<br />

Observação 4.2 1. A propriedade (1) diz que o produto interno <strong>com</strong>plexo é conjugado simétrico;<br />

2. Por (1), temos < x, αy >= ¯α < x, y >, ∀ α ∈ IC, x, y ∈ U;<br />

3. < x, y + z >=< x, y > + < x, z >.<br />

8<br />


Exemplo 4.3 1. O produto interno usual de IR n pode generalizar-se a IC n . Para x = (x1, x2, ..., xn), y =<br />

(y1, y2, ..., yn) ∈ IC n<br />

< x, y >=<br />

n<br />

xi ¯yi,<br />

é um produto interno. (ao qual se chama produto interno usual em IC n ). Assim U = IC n é<br />

um espaço Unitário.<br />

2. Seja U = C([0, 1], IC) espaço vectorial das funções continuas <strong>com</strong>plexas no intervalo [0, 1].<br />

∀ f(x), g(x) ∈ U definimos produto interno por<br />

Podemos verificar logo as 4 propriedades.<br />

i=1<br />

1<br />

< f(x), g(x) >= f(x)g(x)dx.<br />

As definições de base, ortogonalidade, etc., são semelhantes ao caso do espaço Euclidiano.<br />

Finalmente, vamos conhecer o determinante de Gram definido da seguinte forma:<br />

Definição 4.4 Seja V um espaço vectorial munido o produto interno. x1, x2, ..., xn ∈ V . Chamase<br />

o determinante de Gram ao determinante<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

G = <br />

<br />

<br />

<br />

< x1, x1 > < x1, x2 > ... < x1, xn ><br />

< x2, x1 > < x2, x2 > ... < x2, xn ><br />

... ...<br />

< xn, x1 > < xn, x2 > ... < xn, xn ><br />

Teorema 4.5 Os vectores x1, x2, ..., xn são linearmente dependentes se e só se o determinante de<br />

Gram é igual a 0.<br />

Demonstração: Considere o sistema linear en relação a α1, α2, ..., αn:<br />

⎧<br />

⎪⎨<br />

⎪⎩<br />

< x1, x1 > α1+ < x1, x2 > α2 + ...+ < x1, xn > αn = 0<br />

< x2, x1 > α1+ < x2, x2 > α2 + ...+ < x2, xn > αn = 0<br />

..................<br />

< xn, x1 > α1+ < xn, x2 > α2 + ...+ < xn, xn > αn = 0<br />

O seu determinante de coeficiente é o G.<br />

Se G = 0, então o sistema linear acima tem soluções non zeros. Por a sistema linear acima,<br />

temos<br />

⎧<br />

⎪⎨<br />

⎪⎩<br />

< x1,<br />

< x2,<br />

0<br />

n<br />

αixi > = 0<br />

i=1<br />

n<br />

i=1<br />

αixi > = 0<br />

..................<br />

< xn,<br />

n<br />

αixi > = 0<br />

i=1<br />

9<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

.


Multiplicando o αi por a equação i e somando, tem-se<br />

i.e.,<br />

n<br />

< αixi,<br />

i=1<br />

n<br />

αixi >= 0<br />

n<br />

αixi = 0, logo, x1, x2, ..., xn são linearmente dependentes.<br />

i=1<br />

i=1<br />

Por outro lado, se x1, x2, ..., xn são linearmente dependentes, existem α1, α2, ..., αn não nulos,<br />

tais que<br />

n<br />

αixi = 0<br />

i=1<br />

Fazendo produto interno <strong>com</strong> x1, x2, ..., xn, obtemos o sistema linear anterior. Isto quer dizer que<br />

o sistema linear homogéneo tem soluções não nulas. Então G = 0.<br />

5 A ligação às Matrizes<br />

5.1 Matrizes simétricas, Matrizes hermíticas<br />

Definição 5.1 Sejam p, n ∈ IN e A = [ast] ∈ Mp×n(IC). Chama-se matriz conjugada de A, e<br />

representa-se por A, à matriz do tipo p×n sobre IC, tal que Ast = ast, ∀s ∈ {1, ..., p}, t ∈ {1, ..., n}.<br />

Exemplo 5.2 Seja<br />

<br />

2 3i 1 − i<br />

0 −1 2 + i<br />

<br />

. Então A =<br />

<br />

2 −3i 1 + i<br />

0 −1 2 − i<br />

Proposição 5.3 Sejam A, B matrizes <strong>com</strong>plexas e α ∈ IC. Então, sempre que as operações em<br />

causa façam sentido, temos:<br />

1. A + B = A + B;<br />

2. A = A;<br />

3. αA = αA;<br />

4. AB = A B;<br />

5. A = A ⇔ A ∈ Mm×n(IR).<br />

Combinando as operações de transposição e conjugação de matrizes, tem-se<br />

Definição 5.4 Sejam p, n ∈ IN e A = [ast] ∈ Mp×n(IC). Chama-se matriz transconjugada de A,<br />

e representa-se por A ∗ , à matriz do tipo p × n sobre IC, tal que A ∗ st = ats, ∀s ∈ {1, ..., p}, t ∈<br />

{1, ..., n}.<br />

Exemplo 5.5 Seja<br />

<br />

2 3i 1 − i<br />

0 −1 2 + i<br />

<br />

. Então A ∗ =<br />

⎡<br />

⎢<br />

⎣<br />

2 0<br />

−3i −1<br />

1 + i 2 − i<br />

Proposição 5.6 Sejam A, B matrizes <strong>com</strong>plexas e α ∈ IC. Então, sempre que as operações em<br />

causa façam sentido, tem-se:<br />

1. (A + B) ∗ = A ∗ + B ∗ ;<br />

10<br />

⎤<br />

<br />

⎥<br />

⎦.<br />

.


2. (αA) ∗ = αA ∗ ;<br />

3. (A ∗ ) ∗ = A;<br />

4. (AB) ∗ = B ∗ A ∗ .<br />

tal <strong>com</strong>o as matrizes que coincidem <strong>com</strong> a sua transposta, também as matrizes que coincidem<br />

<strong>com</strong> a sua transconjugada são importantes.<br />

Definição 5.7 Seja A uma matriz quadrada. Diz-se que a matriz A é hermítica se A ∗ = A; e<br />

que a matriz A é anti-hermítica se A ∗ = −A.<br />

Observação 5.8 Seja A = [ast] ∈ Mn(IC).<br />

1. Se A é hermítica, tem-se ast = ats, ∀ s, t ∈ {1, 2, ..., n}; em particular, ass ∈ IR, ∀ s ∈<br />

{1, 2, ..., n}.<br />

2. A é hermítica se e só se A = A T .<br />

3. Se A é anti-hermítica, tem-se ast = −ats, ∀ s, t ∈ {1, 2, ..., n}<br />

4. Toda a matriz simétrica de elemento em IR é hermítica; toda a matriz anti-simétrica de<br />

elementos em IR é anti-hermítica.<br />

⎡<br />

2 i<br />

⎢<br />

Exemplo 5.9 Sejam A = ⎣ −i 0<br />

⎤<br />

−3<br />

⎥<br />

2 + i ⎦ e B =<br />

⎡<br />

i<br />

⎢<br />

⎣ −2 − i<br />

2 − i<br />

0<br />

⎤<br />

−1<br />

⎥<br />

0 ⎦. Então A é<br />

−3<br />

hermítica e B é anti-hermítica.<br />

2 − i 1<br />

1 0 −i<br />

Proposição 5.10 Seja A uma matriz <strong>com</strong>plexa quadrada. Tem-se que<br />

(i) A + A ∗ e AA ∗ são matrizes hermíticas; (ii) A − A ∗ é matriz anti-hermíticas.<br />

Proposição 5.11 Sejam A e B são matrizes hermíticas e λ ∈ IC. Então<br />

1. A + B é hermítica;<br />

2. λA é hermítica se e só se A = 0 ou λ ∈ IR;<br />

3. AB é hermítica se e só se AB = BA.<br />

Relativamente aos valores próprios de uma matriz hermítica, tem-se<br />

Teorema 5.12 Seja A uma matriz hermítica. Então A tem n valores próprios reais.<br />

Demonstração: Seja A hermítica. Então pA é um polinómio de coeficientes em IC e <strong>com</strong> grau n,<br />

logo A tem n valores próprios em IC. Seja λ ∈ IC valor próprio de A. Então existe Y ∈ Mn×1(IC)<br />

tal que Y = 0 e AY = λY . Agora, Y T AT = λY T e, portanto,<br />

Y T A T Y = λY T n<br />

n<br />

Y = [λ Yi1Yi1] = λ |Yi1|<br />

i=1<br />

i=1<br />

2 .<br />

n<br />

Como |Yi1|<br />

i=1<br />

2 é um número real, se Y T AT Y também é número real, então λ ∈ IR. Tem-se<br />

Y T AT Y ∈ M1(IC) e A Hermítica, vem<br />

Y T A T Y = Y T A T Y = Y T AY = (Y T AY ) T = Y T A T Y ,<br />

logo Y T A T Y ∈ M1(IR), então λ ∈ IR. Todos os valores próprios de A são reais.<br />

11<br />


Observação 5.13 Em particular, se A ∈ Mn(IR) é simétrica, então A tem n valores próprios<br />

reais.<br />

Definição 5.14 Uma matriz A ∈ Mn(IR) diz-se simétrica definida positiva se é simétrica e<br />

x T Ax > 0, (∀ x ∈ Mn×1(IR) \ {0}).<br />

Uma matriz A ∈ Mn(IC) diz-se hermítica definida positiva se é hermítica e<br />

x T Ax > 0, (∀ x ∈ Mn×1(IC) \ {0}).<br />

Observação 5.15 A definição anterior tem sentido já que, se A é hermítica, então<br />

x T Ax = x T Ax = x T A T x = x T A T (x T ) T = (x T Ax) T = x T Ax.<br />

Proposição 5.16 Seja A ∈ Mn(IF) uma matriz simétrica (ou hermítica). Então, A é uma matriz<br />

simétrica (ou hermítica) definida positiva se e só se<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

a11 a12 a13 <br />

a11 a12 <br />

<br />

|a11| > 0, > 0, <br />

> 0, ..., |A| > 0.<br />

a21 a22 <br />

<br />

<br />

<br />

a21 a22 a23<br />

a31 a32 a33<br />

Corolário 5.17 Toda a matriz simétrica (hermítica) definida positiva é invertível.<br />

5.2 Matriz da Métrica<br />

Definição 5.18 Sejam V um espaço euclidiano ou um espaço unitário e {v1, v2, ..., vn} uma base<br />

de V . Chama-se matriz da métrica (do produto interno de V ) relativamente à base {v1, v2, ..., vn}<br />

á matriz G = [gij] ∈ Mn(IF) em que gij =< vi, vj >, ∀ i, j ∈ {1, 2, ..., n}, i.e.,<br />

G =<br />

⎡<br />

⎢<br />

⎣<br />

< v1, v1 > ... < v1, vn ><br />

. · · · .<br />

< vn, v1 > ... < vn, vn ><br />

Exemplo 5.19 Seja V = IR2 o espaço euclidiano <strong>com</strong> produto interno<br />

<br />

x a<br />

< , >= 2xa + xb + ya + yb.<br />

y b<br />

Se a base B={<br />

<br />

1<br />

1<br />

<br />

,<br />

⎡<br />

<br />

1<br />

0<br />

<br />

<br />

⎢ <<br />

⎢<br />

G = ⎢ <br />

⎢<br />

⎣<br />

<<br />

}, então,<br />

1<br />

1<br />

1<br />

0<br />

<br />

<br />

,<br />

<br />

,<br />

1<br />

1<br />

1<br />

1<br />

<br />

<br />

> <<br />

<br />

> <<br />

1<br />

1<br />

1<br />

0<br />

<br />

<br />

,<br />

<br />

,<br />

1<br />

0<br />

1<br />

0<br />

<br />

⎤<br />

⎥<br />

⎦ .<br />

⎤<br />

> ⎥<br />

⎥<br />

⎦<br />

><br />

=<br />

<br />

5 3<br />

3 2<br />

O conceito de matriz da métrica fornece un processo para calcular o produto interno de dois<br />

vectores conhecidas as suas <strong>com</strong>ponentes em relação a uma base do espaço.<br />

12<br />

<br />

.<br />


Proposição 5.20 Sejam V um espaço euclidiano ou um espaço unitário e {v1, v2, ..., vn} uma<br />

base de V e G = [gij] a matriz da métrica relativamente à base {v1, v2, ..., vn}. Sejam x, y ∈ V e<br />

x = α1v1 + α2v2 + ... + αnvn<br />

y = β1v1 + β2v2 + ... + βnvn<br />

⎛ ⎞ ⎛ ⎞<br />

α1<br />

β1<br />

⎜ ⎟ ⎜ ⎟<br />

⎜ α2 ⎟ ⎜ β2 ⎟<br />

e X, Y os respectivos vectores coluna na base {v1, v2, ..., vn}, ie., X = ⎜ ⎟<br />

⎜ ⎟ , Y = ⎜ ⎟<br />

⎜ ⎟<br />

⎝ . ⎠ ⎝ . ⎠ .<br />

Então < x, y >= X T GY .<br />

Demonstração: Nas condições do enunciado, temos que<br />

XT ⎡ ⎤<br />

⎡<br />

⎤ β1<br />

< v1, v1 > ... < v1, vn > ⎢ ⎥<br />

⎢<br />

⎥ ⎢ β2 ⎥<br />

GY = [α1, α2, ..., αn] ⎣ . · · · . ⎦ ⎢ ⎥<br />

⎢ ⎥<br />

⎣ . ⎦<br />

< vn, v1 > ... < vn, vn ><br />

βn ⎡<br />

n<br />

n<br />

n<br />

⎢<br />

= [ αi < vi, v1 >, αi < vi, v2 >, ..., αi < vi, vn >] ⎢<br />

i=1<br />

i=1<br />

i=1<br />

⎣<br />

β1<br />

β2<br />

.<br />

⎤<br />

⎥<br />

⎦<br />

=<br />

n<br />

αi < vi, vj > βj =<br />

n<br />

αiβj < vi, vj >=< x, y > .<br />

βn<br />

i,j=1<br />

i,j=1<br />

Observação 5.21 Se o espaço é euclidiano, então < x, y >= X T GY .<br />

Exemplo 5.22 1. Considere, no espaço vectorial real IR3 ⎛ ⎞ ⎛ ⎞ ⎛ ⎞ , o produto ⎡ interno⎤cuja matriz da<br />

1 1 1<br />

2 1 0<br />

⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ⎢<br />

⎥<br />

métrica relativamente à base B={ ⎝ 1 ⎠ , ⎝ 1 ⎠ , ⎝ 0 ⎠} é G = ⎣ 1 2 −1 ⎦.<br />

1 0 0<br />

0 −1 4<br />

⎛ ⎞ ⎛ ⎞<br />

2 0<br />

⎜ ⎟ ⎜ ⎟<br />

Sejam ⎝ 1 ⎠ , ⎝ 0 ⎠ ∈ IR<br />

1 1<br />

3 ⎛ ⎞ ⎛ ⎞<br />

2 0<br />

⎜ ⎟ ⎜ ⎟<br />

, vamos determinar o produto interno de < ⎝ 1 ⎠ , ⎝ 0 ⎠ >.<br />

⎛ ⎞ ⎛ ⎞ ⎛ ⎞ ⎛ ⎞<br />

2 1 1 1<br />

⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ⎜ ⎟<br />

Como ⎝ 1 ⎠ = 1 ⎝ 1 ⎠+0 ⎝ 1 ⎠+1 ⎝ 0 ⎠ e<br />

1 1<br />

⎛ ⎞ ⎛ ⎞ ⎛ ⎞ ⎛ ⎞<br />

0 1<br />

1 1<br />

⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ⎜ ⎟<br />

⎝ 0 ⎠ = 1 ⎝ 1 ⎠+(−1) ⎝ 1 ⎠+0 ⎝ 0 ⎠.<br />

1 1 0 0<br />

⎛ ⎞ ⎛ ⎞<br />

1<br />

1<br />

⎜ ⎟ ⎜ ⎟<br />

Tem-se X = ⎝ 0 ⎠ e Y = ⎝ −1 ⎠, então<br />

1 1<br />

0 0<br />

1<br />

0<br />

X T ⎡<br />

2<br />

⎢<br />

GY = [1 0 1] ⎣ 1<br />

1<br />

2<br />

⎤ ⎡ ⎤<br />

⎡ ⎤<br />

0 1<br />

1<br />

⎥ ⎢ ⎥<br />

⎢ ⎥<br />

−1 ⎦ ⎣ −1 ⎦ = [2 0 4] ⎣ −1 ⎦ = 2.<br />

0 −1 4 0<br />

0<br />

⎛ ⎞ ⎛ ⎞<br />

2 0<br />

⎜ ⎟ ⎜ ⎟<br />

Logo < ⎝ 1 ⎠ , ⎝ 0 ⎠ >= 2.<br />

1 1<br />

13<br />

αn<br />

βn<br />


2. Considere, no espaço vectorial <strong>com</strong>plexo IC 2 , o produto interno cuja matriz da métrica<br />

1 0<br />

3 i<br />

relativamente à base B={ , } é G = .<br />

0 1<br />

−i 2<br />

<br />

2 i<br />

Sejam , ∈ IC<br />

i 1<br />

2 <br />

2 i<br />

, vamos determinar o produto interno de < , >.<br />

i 1<br />

<br />

2 1 0 i 1 0<br />

Como = 2 + i e = i + 1 .<br />

i 0 1 1 0 1<br />

<br />

2<br />

i<br />

Tem-se X = e Y = , então<br />

i<br />

1<br />

X T <br />

3 i −i<br />

−i<br />

GY = [2 i]<br />

= [7 4i] = −3i.<br />

−i 2 1<br />

1<br />

<br />

2 i<br />

Assim < , >= −3i.<br />

i 1<br />

Quer em espaço euclidiano quer em espaço unitário, as matrizes da métrica têm propriedades<br />

importantes:<br />

Proposição 5.23 Sejam V um espaço euclidiano, B uma base de V e G a matriz da métrica<br />

relativamente à base B. Então G é uma matriz simétrica definida positiva.<br />

Demonstração: Para quaisquer i, j ∈ {1, ..., n}, tem-se gij =< vi, vj >=< vj, vi >= gji. Logo G é<br />

simétrica. Sejam X ∈ Mn×1(IR) \ {0} e x o vector de V cujo vector coluna na base B é X. Como<br />

X = 0, tem-se x = 0; logo < x, x >> 0. Pela proposição anterior, tem-se X T GX =< x, x >.<br />

Portanto X T GX > 0, e G é simétrica definida positiva.<br />

Proposição 5.24 Sejam V um espaço unitário, B uma base de V e G a matriz da métrica<br />

relativamente à base B. Então G é uma matriz hermítica definida positiva.<br />

Proposição 5.25 Sejam V um espaço vectorial real de dimensão finita n ≥ 1, B uma base de V<br />

e A = [aij] ∈ Mn(IR). Então A é matriz da métrica de um produto interno em V relativamente à<br />

base B se e só se A é uma matriz simétrica definida positiva.<br />

Proposição 5.26 Sejam V um espaço vectorial <strong>com</strong>plexo de dimensão finita n ≥ 1, B uma base<br />

de V e A = [aij] ∈ Mn(IC). Então A é matriz da métrica de um produto interno em V relativamente<br />

à base B se e só se Aé uma matriz hermítica definida positiva.<br />

Observação 5.27 Sejam V um espaço euclidiano ou unitário, B uma base de V e G a matriz<br />

da métrica relativamente à base B.<br />

1. A base B é ortogonal se e só se G é uma matriz diagonal.<br />

2. A base B é ortonormada se e só se G = In.<br />

5.3 Orientação de espaços vectoriais reais<br />

Sejam V um espaço vectorial real de dimensão n e B0 = {v1, v2, ..., vn} uma base fixa de V . Para<br />

qualquer base B de V , a matriz M(idv; B, B0) tem determinante não nulo, pois trata-se de um<br />

isomorfismo.<br />

Assim, para qualquer base B de V , temos que<br />

14


detM(idv; B, B0) > 0 ou detM(idv; B, B0) < 0.<br />

Definição 5.28 Sejam V um espaço vectorial real de dimensão n, B(V ) o conjunto de base de V<br />

e B0 ∈ B(V ). Chama-se orientação de V determinada pela base B0 à partição de B(V ) formada<br />

pelos conjuntos<br />

B d B0 = {B ∈ B(V ) : detM(idv; B, B0) > 0}.<br />

e<br />

B i B0 = {B ∈ B(V ) : detM(idv; B, B0) < 0}.<br />

Nesta orientação, os elementos de B d B0 dizem-se bases directas de V e os elementos de Bi B0 dizemse<br />

base inversas de V .<br />

O espaço V diz-se orientado quando se fixa a orientação determinada por uma sua base.<br />

Observação 5.29 Faz sentido falar na partição de B(V ) pelos dois conjuntos Bd B0 e Bi , pois B0<br />

dada uma base B ∈ B(V ), é verdade que uma e uma só das duas situações acontece:<br />

ou detM(idv; B, B0) > 0 ou detM(idv; B, B0) < 0.<br />

Proposição 5.30 Sejam V um espaço vectorial real de dimensão n <strong>com</strong> orientação determinada<br />

por B0 ∈ B(V ). Seja B = {v1, v2, ..., vi, ..., vj, ..., vn} ∈ B(V ). Então:<br />

1. Se B ∈ B d B0 ,<br />

(a) α ∈ IR + ⇒ {v1, v2, ..., αvi, ..., vj, ..., vn} ∈ B d B0 ,<br />

(b) α ∈ IR − ⇒ {v1, v2, ..., αvi, ..., vj, ..., vn} ∈ B i B0 ,<br />

(c) α ∈ IR i = j ⇒ {v1, v2, ..., vi + αvj, ..., vj, ..., vn} ∈ B d B0 ,<br />

(d) i = j ⇒ {v1, v2, ..., vj, ..., vi, ..., vn} ∈ B i B0 ,<br />

2. Se B ∈ B i B0 ,<br />

(a) α ∈ IR + ⇒ {v1, v2, ..., αvi, ..., vj, ..., vn} ∈ B i B0 ,<br />

(b) α ∈ IR − ⇒ {v1, v2, ..., αvi, ..., vj, ..., vn} ∈ B d B0 ,<br />

(c) α ∈ IR i = j ⇒ {v1, v2, ..., vi + αvj, ..., vj, ..., vn} ∈ B i B0 ,<br />

(d) i = j ⇒ {v1, v2, ..., vj, ..., vi, ..., vn} ∈ B d B0 ,<br />

Definição 5.31 Seja V um espaço vectorial real de dimensão n. Diz-se que as bases B0 e B1 de<br />

V determinam a mesma orientação de V se B d B0 = Bd B1 (ou Bi B0 = Bi B1 ).<br />

Proposição 5.32 Seja V um espaço vectorial real de dimensão n. Então, V admite exactamente<br />

duas orientações distintas.<br />

Definição 5.33 Seja n ∈ IN. Chama-se orientação canónica de IR n à orientação determinada<br />

pela base canónica.<br />

Proposição 5.34 Dado n ∈ IN, a base canónica de IR n é directa se e só se a orientação fixada<br />

em IR n é a orientação canónica.<br />

15


5.4 <strong>Produto</strong> externo<br />

A fixação de uma orientação num espaço euclidiano V de dimensão 3 permite introduzir a noção<br />

de produto externo de dois vectores de V .<br />

Teorema 5.35 Sejam V um espaço euclidiano orientado de dimensão 3, {x, y} um sistema linearmente<br />

independente de vectores de V e α ∈ IR + . Então existe um e um só vector z ∈ V que<br />

satisfaz as três condições seguintes:<br />

1. z⊥x e z⊥y;<br />

2. {x, y, z} é base directa de V ;<br />

3. ||z|| = α.<br />

Demonstração: Existência de z:<br />

Seja {x, y} um sistema linearmente independente. Então, dimsp{x, y} = 2, pelo que<br />

dimsp{x, y} ⊥ = 1. Seja (w) uma base ortonormada de sp{x, y} ⊥ . Então, {x, y, w} e {x, y, −w}<br />

são bases de V , mas apenas uma delas é directa. Sejam {x, y, w}base directa de V e z = αw.<br />

Então,<br />

1. z⊥x e z⊥y, pois z ∈ sp{x, y} ⊥ ;<br />

2. {x, y, z} é base directa de V , pois {x, y, w} é base directa e α ∈ IR + ;<br />

3. ||z|| = ||αw|| = α||w|| = α.<br />

Unicidade de z:<br />

Considere z ′ ∈ V um vector que satisfaz as condições (1), (2), (3). Então, de (1) concluímos<br />

que z ′ ∈ sp{x, y} ⊥ =< w >. Logo, existe β ∈ IR tal que z ′ = βw. Mais ainda, de (2), {x, y, w} e<br />

{x, y, βw} são ambas directas, pelo que β ∈ IR + . Finalmente, de (3), temos que<br />

α = ||z ′ || = ||βw|| = β||w|| = β,<br />

o que prova que z ′ = z. ✷<br />

Definição 5.36 Sejam V um espaço euclidiano orientado de dimensão 3, {x, y} um sistema de<br />

vectores de V . Chama-se produto externo de x por y, e representa-se por x ∧ y, ao vector definido<br />

do seguintes modo:<br />

1. se {x, y} é linearmente independente, x ∧ y é único vector z ∈ V tal que<br />

(a) z⊥x e z⊥y;<br />

(b) {x, y, z} é base directa de V ;<br />

(c) ||z|| = ||x||||y||sen (x, y).<br />

2. se {x, y} é linearmente dependente, x ∧ y = 0.<br />

Observação 5.37 Se {x, y} é l.i., então (x, y) ∈]0, π[, pelo que (c) tem todo o sentido.<br />

16


Exemplo 5.38 Consideremos o espaço vectorial real IR3 ⎛ ⎞ ⎛ ⎞ <strong>com</strong> a orientação canónica e munido do<br />

produto interno definido por <<br />

⎜<br />

⎝<br />

a1 b1<br />

⎟ ⎜<br />

a2 ⎠ , ⎝ b2<br />

⎟<br />

⎠ >= 2a1b1 + a1b2 + a2b1 + a2b2 + 2a3b3.<br />

a3 b3<br />

⎛ ⎞ ⎛ ⎞<br />

⎛ ⎞ ⎛ ⎞<br />

2 1<br />

2 1<br />

⎜ ⎟ ⎜ ⎟<br />

⎜ ⎟ ⎜ ⎟<br />

1) O sistema { ⎝ 0 ⎠ , ⎝ 0 ⎠} é linearmente dependente, logo ⎝ 0 ⎠ ∧ ⎝ 0 ⎠ = 0.<br />

0 0<br />

0 0<br />

⎛ ⎞ ⎛ ⎞<br />

⎛ ⎞ ⎛ ⎞<br />

1 0<br />

1 0<br />

⎜ ⎟ ⎜ ⎟<br />

⎜ ⎟ ⎜ ⎟<br />

2) O sistema { ⎝ 1 ⎠ , ⎝ 1 ⎠} é linearmente independente, vamos determinar ⎝ 1 ⎠∧⎝<br />

1 ⎠.<br />

⎛ ⎞ ⎛<br />

1 0<br />

⎜ ⎟ ⎜<br />

sp{ ⎝ 1 ⎠ , ⎝ 1<br />

0 0<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠}<br />

0 0<br />

0 0<br />

⊥ ⎛<br />

a1<br />

⎜<br />

= { ⎝ a2<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠ ∈ IR<br />

a3<br />

3 ⎛<br />

a1<br />

⎜<br />

:< ⎝ a2<br />

⎞ ⎛ ⎞ ⎛<br />

1<br />

a1<br />

⎟ ⎜ ⎟ ⎜<br />

⎠ , ⎝ 1 ⎠ >= 0, < ⎝ a2<br />

⎞ ⎛ ⎞<br />

0<br />

⎟ ⎜ ⎟<br />

⎠ , ⎝ 1 ⎠ >= 0}<br />

a3 0<br />

a3 0<br />

⎛ ⎞<br />

a1<br />

⎜ ⎟<br />

= { ⎝ a2 ⎠ ∈ IR<br />

a3<br />

3 ⎛ ⎞<br />

0<br />

⎜ ⎟<br />

⎛ ⎞ || ⎝ 0 ⎠||=<br />

0<br />

⎜ ⎟ 1<br />

: 3a1 + 2a2 = 0, a1 + a2 = 0} = sp{ ⎝ 0 ⎠}<br />

1<br />

√ 2 ⎛<br />

⎜<br />

= sp{ ⎜<br />

⎝<br />

0<br />

0<br />

1<br />

√<br />

2<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠ }<br />

⎛ ⎞<br />

0<br />

⎜<br />

= sp{ ⎜<br />

⎝ √<br />

0<br />

2<br />

⎟<br />

⎠ }.<br />

2<br />

A base<br />

⎛<br />

⎜<br />

{ ⎝<br />

1<br />

1<br />

0<br />

⎞<br />

⎛<br />

⎟ ⎜<br />

⎠ , ⎝<br />

0<br />

1<br />

0<br />

⎞<br />

⎛<br />

⎟ ⎜<br />

⎠ , ⎜<br />

⎝<br />

0<br />

0<br />

√ 2<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠ },<br />

2<br />

é directa.<br />

⎛ ⎞<br />

1<br />

⎜ ⎟<br />

Por outro lado, tem-se || ⎝ 1 ⎠ || =<br />

0<br />

√ ⎛ ⎞<br />

⎛ ⎞ ⎛<br />

0<br />

1<br />

⎜ ⎟<br />

⎜ ⎟ ⎜<br />

5, || ⎝ 1 ⎠ || = 1, < ⎝ 1 ⎠ , ⎝<br />

0<br />

0<br />

⎛ ⎞ ⎛ ⎞<br />

1 0<br />

⎜ ⎟ ⎜ ⎟<br />

cos ( ⎝ 1 ⎠ , ⎝ 1 ⎠) =<br />

0 0<br />

2<br />

⎛ ⎞ ⎛ ⎞<br />

1 0<br />

⎜ ⎟ ⎜ ⎟<br />

√ ; e sin ( ⎝ 1 ⎠ , ⎝ 1 ⎠) =<br />

5<br />

0 0<br />

1<br />

√ .<br />

5<br />

Assim, ||z|| = ||x||||y||sin (x, y) = √ 5 1<br />

√ = 1.<br />

5<br />

⎛ ⎞ ⎛ ⎞ ⎛ ⎞<br />

0<br />

1 0<br />

⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ⎜<br />

Logo, ⎝ 1 ⎠ ∧ ⎝ 1 ⎠ = 1 ⎜ 0 ⎟<br />

⎝ √ ⎟<br />

0 0<br />

2<br />

⎠<br />

2<br />

=<br />

⎛ ⎞<br />

0<br />

⎜ 0 ⎟<br />

⎝ √ ⎟<br />

2<br />

⎠<br />

2<br />

.<br />

0<br />

1<br />

0<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠ >= 2. Logo<br />

Proposição 5.39 Sejam V um espaço euclidiano orientado de dimensão 3 e {v1, v2, v3} uma base<br />

ortonormada e directa de V . Se v = α1v1 + α2v2 + α3v3 e w = β1v1 + β2v2 + β3v3, então,<br />

<br />

<br />

α2 α3 <br />

v ∧ w = <br />

v1<br />

<br />

<br />

α1 α3 <br />

− <br />

v2<br />

<br />

<br />

α1 α2 <br />

+ <br />

v3.<br />

β2 β3<br />

β1 β3<br />

17<br />

β1 β2


Observação 5.40 Tendo em conta o teorema de Laplace, escrevemos simbolicamente<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

v ∧ w = <br />

<br />

<br />

v1<br />

α1<br />

v2<br />

α2<br />

v3<br />

α3<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

.<br />

<br />

<br />

β1 β2 β3<br />

Exemplo 5.41 1. No espaço vectorial real IR3 munido do produto interno usual e da orientação<br />

canónica, a base canónica é ortonormada e directa. Tem-se<br />

⎛ ⎞ ⎛ ⎞ <br />

<br />

1 −1 <br />

<br />

e1 e2 e3 <br />

⎜ ⎟ ⎜ ⎟ <br />

2 1<br />

<br />

<br />

⎝ 2 ⎠ ∧ ⎝ 1 ⎠ = 1 2 1 = <br />

<br />

1 0 <br />

1 0 −1 1 0 <br />

e1<br />

<br />

<br />

1 1<br />

<br />

<br />

− <br />

−1 0 e2<br />

<br />

<br />

1 2<br />

<br />

<br />

+ <br />

−1 1 e3<br />

⎛ ⎞<br />

−1<br />

⎜ ⎟<br />

= ⎝ −1 ⎠ .<br />

3<br />

2. Sejam V um espaço euclidiano orientado de dimensão 3 e {v1, v2, v3} uma base ortonormada<br />

e directa de V . Tem-se<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

v1 v2 v3 <br />

<br />

0 1<br />

<br />

<br />

(2v1+v3)∧(v1−v2+2v3) = 2 0 1 = <br />

<br />

−1 2 <br />

1 −1 2 <br />

v1−<br />

<br />

<br />

2 1<br />

<br />

<br />

<br />

1 2 v2+<br />

<br />

<br />

2 0<br />

<br />

<br />

<br />

1 −1<br />

v3 = v1−3v2−2v3.<br />

Proposição 5.42 Sejam V um espaço euclidiano orientado de dimensão 3, x, y, z ∈ V e α ∈ IR.<br />

Então:<br />

1. (x + y) ∧ z = x ∧ z + y ∧ z; x ∧ (y + z) = x ∧ y + x ∧ z;<br />

2. (αx) ∧ y = α(x ∧ y) = x ∧ (αy);<br />

3. x ∧ y = −y ∧ x.<br />

Definição 5.43 Sejam V um espaço euclidiano orientado de dimensão 3, x, y, z ∈ V . Chama-se<br />

produto misto dos vectores x, y e z ao escalar (real) < x ∧ y, z >.<br />

Proposição 5.44 Sejam V um espaço euclidiano orientado de dimensão 3 e {v1, v2, v3} uma<br />

base ortonormada e directa de V .<br />

u = γ1v1 + γ2v2 + γ3v3. Então,<br />

Se v = α1v1 + α2v2 + α3v3, w = β1v1 + β2v2 + β3v3, e<br />

<br />

<br />

α1<br />

<br />

< v ∧ w, u >= β1<br />

<br />

<br />

α2<br />

β2<br />

α3<br />

β3<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

.<br />

<br />

<br />

γ1 γ2 γ3<br />

Proposição 5.45 Sejam V um espaço euclidiano orientado de dimensão 3, x, y, z ∈ V . Então<br />

(i) < x ∧ y, z >= − < y ∧ x, z >= − < z ∧ y, x >= − < x ∧ z, y >;<br />

(ii) < x ∧ y, z >=< y ∧ z, x >=< z ∧ x, y >.<br />

18

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!