09.05.2013 Views

Dissertação Fernanda Flaviana de Souza Martins - PUC Minas

Dissertação Fernanda Flaviana de Souza Martins - PUC Minas

Dissertação Fernanda Flaviana de Souza Martins - PUC Minas

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

“Imaginava nada. Bem que eu queria que acabasse tudo né,<br />

com as meninas comigo, com o pai <strong>de</strong>las junto. Só que o pai<br />

vivia prometendo que ia arrumar lugar, acabou que não arrumou<br />

nada. Eu disse: o que essas meninas vão ficar aqui o resto da<br />

vida vou dar o meu jeito. Ai minha mãe foi lá e me ajudou”.<br />

(Ana).<br />

Os motivos pelos quais as crianças foram abrigadas, segundo Ana, estavam<br />

relacionados às condições da moradia, à forma que o pai tratava as crianças e ao<br />

seu envolvimento com as drogas. Em relação à alimentação, relatou que fome elas<br />

não passavam não, ele dava o jeito <strong>de</strong>le. Ele ia catar ferro velho, dava o jeito <strong>de</strong>le.<br />

Apesar <strong>de</strong> todas as dificulda<strong>de</strong>s, Ana recorda-se do tempo em que morava com<br />

João com sauda<strong>de</strong>, dizendo que era bom.<br />

Quanto aos cuidados <strong>de</strong> higiene com as filhas, Ana relata:<br />

“Dar banho, não tinha banheiro, tinha que dar banho <strong>de</strong>ntro do<br />

bal<strong>de</strong>, esquentar água. Lavar roupa tinha que <strong>de</strong>scer na bica.<br />

Não tinha banheiro, tinha que ir no meio do mato.[Mas,<br />

permaneceu nesse local pelo sentimento que tinha por João].<br />

Eu ficava porque eu gostava <strong>de</strong>le”. (Ana).<br />

Ana reconhece as condições precárias <strong>de</strong> sua moradia: A casa não tinha as<br />

coisas direito, não tinha móveis, não tinha colchão, não tinha cama, não tinha nada.<br />

Só colchão velho no chão, coberta ganhada.<br />

Quanto à possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> voltar a morar com João, Ana acredita que tudo<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do <strong>de</strong>stino:<br />

“Eu acho assim se ele tiver <strong>de</strong> ser meu ele vai ser meu. Ele<br />

gosta do menino <strong>de</strong>mais. O pessoal falou comigo pra arrumar<br />

namorado, eu falo assim: Ahahaha... vou arrumar namorado<br />

não”. (Ana).<br />

A mãe <strong>de</strong> Ana nos momentos <strong>de</strong> raiva ameaça <strong>de</strong>volver as crianças para o<br />

abrigo, alegando que João não contribui para a criação dos filhos.<br />

85

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!