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Dissertação Fernanda Flaviana de Souza Martins - PUC Minas

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feito a laqueadura <strong>de</strong> trompas, teria um filho após o outro, pois João gosta muito <strong>de</strong><br />

criança, justifica.<br />

“Mas eu sempre falava, não quero arrumar menino não, pelo<br />

amor <strong>de</strong> Deus. Ele falava; não vai arrumar não, me<br />

engalobando. Não, você vai arrumar não. E eu caí na <strong>de</strong>le...<br />

Se <strong>de</strong>ixasse ele ia ficar pondo um atrás do outro. Ele gosta <strong>de</strong><br />

menino... gosta <strong>de</strong> menino <strong>de</strong> longe, né. Porque ele não ajuda<br />

a cuidar nem nada”. (Ana)<br />

Ana justificou as quatro gravi<strong>de</strong>zes pelo seu <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> dar um filho homem<br />

para João. Sempre que estava grávida, <strong>de</strong>sejava um menino. Diz que se não tivesse<br />

ganhado a Marina, tivesse sido um menino, ela não teria arrumado mais, teria<br />

parado nos dois. Mas foi tentando..., tentando até vir um menino.<br />

Ana e João foram morar juntos por gostarem um do outro, mas, para Ana,<br />

essa situação não é um casamento, pois casamento significa para ela.<br />

“Ir à igreja <strong>de</strong> vestido <strong>de</strong> noiva e tudo mais... tem que ter uma<br />

aliança no <strong>de</strong>do. Não tem aliança não tem nada”. (Ana).<br />

Sobre o motivo do abrigamento das crianças, Ana relatou:<br />

“A gente morava lá embaixo. Eu acho que é as condições.<br />

Também acho que os vizinhos <strong>de</strong>ve ter <strong>de</strong>nunciado. O pai vivia<br />

batendo nos meninos... Só na maior. Pelo jeito que a gente<br />

morava, também porque não tinha nada, faltava as coisas”.<br />

(Ana).<br />

João vendia tudo o que tinham para comprar drogas, uma vez que ele não<br />

trabalhava, estava <strong>de</strong>sempregado. E o que ele ganhava pegava e vendia, não<br />

<strong>de</strong>ixava nada <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> casa.<br />

Na época em que as duas meninas mais velhas foram abrigadas, Ana ainda<br />

não tinha os outros filhos. Ela relatou que não gostava <strong>de</strong> ficar sozinha e nem<br />

sempre tinha dinheiro para a passagem e, muitas vezes, ia a pé visitar as filhas no<br />

abrigo, e que João sempre a acompanhava. As crianças ficaram no abrigo durante<br />

dois anos. Ana não conseguia pensar, nesse período, em uma solução.<br />

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