Dissertação Fernanda Flaviana de Souza Martins - PUC Minas
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vonta<strong>de</strong>.<br />
correiadas.<br />
Em relação às crianças, Ana não é muito <strong>de</strong> corrigir, <strong>de</strong>ixando-as bem à<br />
“Fico sem paciência <strong>de</strong> ficar pegando no pé. A gente passa<br />
mal e eles também, eu <strong>de</strong>ixo à vonta<strong>de</strong>. Só que <strong>de</strong> vez em<br />
quando eu bato. Ainda mais a mais velha, nossa senhora, não<br />
respeita não. Respeita só o pai <strong>de</strong>la”. (Ana)<br />
Ana a princípio diz que só dá uns tapinhas, logo após revela que dá<br />
“É, bato assim. A gente fala, fala não tem jeito. A gente per<strong>de</strong><br />
a paciência na hora. Eu bato pra espancar não”. (Ana).<br />
Quanto às ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> lazer, Ana relata que leva as crianças nos finais <strong>de</strong><br />
semana para brincar na rua. Brincam <strong>de</strong> peteca, velotrol e com outras crianças.<br />
Mesmo se ela não levar eles vão sozinho. Têm que ir.<br />
Sobre a última gestação, Ana disse que ocorreu <strong>de</strong>vido às ameaças <strong>de</strong> João.<br />
“O homem não morava comigo, ainda vinha aqui brigar com<br />
minha mãe. Os dois não dá certo um com o outro. Brigava,<br />
queria pegar os meninos a força. Eu ia pra a creche e ele<br />
muntava a falar <strong>de</strong> mim. Por isso que eu arrumei esse último<br />
meu. Ficava na minha cola; não saía da minha cola. Ficava<br />
falando... ficava ameaçando, aí eu ia. Eu gosto muito <strong>de</strong>le”.<br />
(Ana).<br />
Embora separada <strong>de</strong> João, Ana afirma seu afeto por ele. Po<strong>de</strong>m falar que ele<br />
está com mulher, po<strong>de</strong>m falar que ele está com quem for que ela não está nem aí,<br />
Ela gosta <strong>de</strong>le. Ana acha que João <strong>de</strong>ve estar sofrendo, pois rouba para sobreviver<br />
e está ameaçado.<br />
Quanto às práticas contraceptivas, Ana relata que, após o nascimento do<br />
quarto filho, fez laqueadura <strong>de</strong> trompas. Fez essa opção porque tem medo <strong>de</strong><br />
engravidar, uma vez que todas as suas gestações foram consi<strong>de</strong>radas <strong>de</strong> risco. Ana<br />
nunca utilizou nenhum método contraceptivo, pois confiava nos argumentos <strong>de</strong> seu<br />
companheiro <strong>de</strong> que não iria engravidar. Ela acredita que, se o médico não tivesse<br />
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