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Dissertação Fernanda Flaviana de Souza Martins - PUC Minas

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ase do ego. Falhas po<strong>de</strong>m ocorrer, contudo, ao serem apreendidas e corrigidas<br />

pela mãe, proporcionará ao bebê uma percepção <strong>de</strong> segurança e <strong>de</strong> ter sido amado.<br />

No entanto, se perturbações fundamentais <strong>de</strong> adaptação ocorrem, como, por<br />

exemplo, mudanças repetidas na maternagem, <strong>de</strong> rotina, abandono do bebê,<br />

comportamentos imprevisíveis da mãe, a continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser é interrompida, já que<br />

o bebê passa a ter <strong>de</strong> reagir às falhas, pois estas são vivenciadas como intromissão.<br />

Tal invasão provoca, para o autor, um enfraquecimento do ego e uma ameaça <strong>de</strong><br />

extermínio do self, sendo um sofrimento <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e intensida<strong>de</strong> psicóticas.<br />

Para o autor, o self, que não é o ego, é a pessoa que é eu, que é apenas eu,<br />

que tem uma totalida<strong>de</strong> baseada no funcionamento do processo <strong>de</strong> maturação. Ao<br />

mesmo tempo, o self tem partes e, na realida<strong>de</strong>, é constituído <strong>de</strong>ssas partes. Elas se<br />

aglutinam <strong>de</strong>s<strong>de</strong> uma direção interior para o exterior no curso do funcionamento do<br />

processo maturacional, ajudado como <strong>de</strong>ve ser pelo meio ambiente humano que<br />

sustenta e maneja e, por uma maneira viva, facilita.<br />

O self se <strong>de</strong>scobre naturalmente localizado no corpo, mas po<strong>de</strong>, em certas<br />

circunstâncias, dissociar-se do último, ou este <strong>de</strong>le. O self se reconhece<br />

essencialmente nos olhos e na expressão facial da mãe e no espelho que<br />

po<strong>de</strong> vir a representar o rosto da mãe. O self acaba por chegar a um<br />

relacionamento significante entre a criança e a soma das i<strong>de</strong>ntificações que<br />

(após suficiente incorporação e introjeção <strong>de</strong> representações mentais) se<br />

organizam sob a forma <strong>de</strong> uma realida<strong>de</strong> psíquica interna viva. O<br />

relacionamento entre o menino ou a menina e suas próprias organizações<br />

psíquicas internas se modificam <strong>de</strong> acordo com as expectativas<br />

apresentadas pelo pai e pela mãe e por aqueles que se tornaram<br />

importantes na vida externa do indivíduo. São o self e a vida do self que,<br />

sozinhos, fazem sentido da ação ou do viver <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ponto <strong>de</strong> vista do<br />

indivíduo que cresceu até ali e está continuando a crescer, da <strong>de</strong>pendência<br />

e da imaturida<strong>de</strong> para a in<strong>de</strong>pendência e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar-se<br />

com objetos amorosos maduros, sem perda da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> individual.<br />

(WINNICOTT apud ARCANGIOLI, 1995, p. 210).<br />

Se o bebê não tiver oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recuperar-se <strong>de</strong>ssas falhas num<br />

ambiente favorável, a continuida<strong>de</strong> da linha da vida não po<strong>de</strong>rá ser facilmente<br />

recuperada e, nos casos extremos, o bebê <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ter condições <strong>de</strong> ser, passando<br />

a reagir.<br />

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