Dissertação Fernanda Flaviana de Souza Martins - PUC Minas
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juntos, o bebê com fome alucina algo capaz <strong>de</strong> satisfazê-lo e a mãe apresenta-lhe o<br />
seio (ou mama<strong>de</strong>ira), proporcionando-lhe um momento <strong>de</strong> ilusão, pois o bebê<br />
acredita que o seio é parte <strong>de</strong> si mesmo e está sob o seu controle. Para Winnicott<br />
citado por Celeri (2005, p.31), é um “objeto subjetivamente concebido”.<br />
A relação <strong>de</strong> objeto está completamente vinculada à exposição que a mãe faz<br />
do mundo para o bebê. Lentamente, a mãe vai apresentando ao lactente parte da<br />
realida<strong>de</strong>. Aos poucos satisfaz a crescente capacida<strong>de</strong> da criança <strong>de</strong> <strong>de</strong>sfrutar do<br />
mundo, sempre preservando um pouco <strong>de</strong> ilusão, condição, segundo Winnicott<br />
(2000), indispensável para o viver criativo.<br />
Após <strong>de</strong>screver a <strong>de</strong>pendência absoluta, Winnicott (2000) irá se <strong>de</strong>dicar aos<br />
estágios da <strong>de</strong>pendência e in<strong>de</strong>pendência relativas. O <strong>de</strong>smame e o início das<br />
funções mentais; o estágio do uso do objeto e o estágio do EU SOU.<br />
O processo <strong>de</strong> amadurecimento é <strong>de</strong>scrito em estágios por Winnicott, citado<br />
por Dias (2003). Nos estágios iniciais, o bebê vive a maior parte do tempo no estado<br />
<strong>de</strong> não-integração, ou seja, em situação <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência absoluta. Essa situação só<br />
é possível <strong>de</strong>vido à adaptação também absoluta da mãe. Nos primeiros meses <strong>de</strong><br />
vida, a <strong>de</strong>pendência é tão extrema que, segundo Winnicott (2000), não é possível<br />
pensar-se no novo indivíduo como sendo uma unida<strong>de</strong>.<br />
Na mente do bebê, ele e o meio são uma coisa só. Ora, i<strong>de</strong>almente, seria<br />
por uma perfeita adaptação às necessida<strong>de</strong>s do bebê que a mãe permitiria<br />
o livre <strong>de</strong>senrolar dos processos <strong>de</strong> maturação. (WINNICOTT apud<br />
ARCANGIOLI, 1995, p.184).<br />
Para o autor, não há como <strong>de</strong>screver um bebê, ou uma criança pequena, sem<br />
que se incluam, na <strong>de</strong>scrição, os cuidados que ela está recebendo. É<br />
gradativamente que os cuidados ambientais vão sendo incorporados como aspectos<br />
individuais do bebê, ao mesmo tempo em que o ambiente facilitador vai se<br />
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