Dissertação Fernanda Flaviana de Souza Martins - PUC Minas
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- IBGE- até 1999, que <strong>de</strong>ram visibilida<strong>de</strong> à realida<strong>de</strong> da circulação <strong>de</strong> crianças no<br />
País. Segundo a pesquisa, o total <strong>de</strong> crianças e jovens até 14 anos que não são<br />
criados pela mãe biológica correspon<strong>de</strong> a 7,1%, o que representa em números<br />
absolutos, cerca <strong>de</strong> 3,3 milhões <strong>de</strong> crianças e adolescentes que não são criados por<br />
suas mães biológicas.<br />
Essas crianças e esses jovens viviam ou ainda vivem parte consi<strong>de</strong>rável, se<br />
não integral, da infância e adolescência com avó (60%), com o pai (20%) e,<br />
finalmente com amigos, vizinhos, casas <strong>de</strong> conhecidos, ou seja, pessoas da re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
afinida<strong>de</strong> ou em instituições assistenciais (casas lares, abrigos), (20%).<br />
Ainda, segundo Serra (2003), as alterações nos padrões familiares em<br />
conseqüência do aumento <strong>de</strong> divórcio, <strong>de</strong> uniões consensuais e da precocida<strong>de</strong> da<br />
maternida<strong>de</strong> estão entre os principais motivos que levam as mães a <strong>de</strong>ixarem os<br />
filhos para outra pessoa criar. A pesquisadora ainda observa que os filhos <strong>de</strong> mães<br />
solteiras ou <strong>de</strong> mulheres que vivem em famílias reconstituídas têm maiores chances<br />
<strong>de</strong> serem criadas pelas avós. “Às vezes, a mãe se casa novamente, e o filho fica<br />
com a avó, porque o novo parceiro não aceita a criança ou porque o filho não aceita<br />
o novo conjugue”. (SERRA apud NASCIMENTO, 2003, p. 04).<br />
No que se refere à precocida<strong>de</strong> da maternida<strong>de</strong>, filhos gerados por mães<br />
com ida<strong>de</strong> entre 10 a 19 anos apresentam probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estarem em circulação<br />
entre a família extensa e ou grupo <strong>de</strong> pertencimento treze vezes superior ao<br />
daqueles cujas mães os tiveram com 30 anos ou mais. “Quanto mais jovem a mãe,<br />
maior o risco da criança circular”. (SERRA, apud NASCIMENTO 2003, p. 05).<br />
A pesquisa aponta que crianças com menos <strong>de</strong> um ano <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> saem <strong>de</strong><br />
casa pela primeira vez por causa <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s financeiras da família (41% dos<br />
casos). Em ida<strong>de</strong> superior, o principal motivo relatado é a separação dos pais (32%).<br />
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