Dissertação Fernanda Flaviana de Souza Martins - PUC Minas
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eu bato. Ainda mais a mais velha, nossa senhora, não respeita<br />
não. Respeita só o pai <strong>de</strong>la”.(Ana).<br />
Mães ou pais que não tiveram um ambiente facilitador em sua infância<br />
dificilmente conseguem estabelecê-lo com o filho. Sobre seu relacionamento com os<br />
filhos, Antônio disse ser bom. Eles ficam muito em casa, não têm o hábito <strong>de</strong> sair.<br />
Ele não tem costume <strong>de</strong> brincar com os filhos, mas sempre conversa com eles.<br />
“Eles brincam no beco e na rua, não têm costume <strong>de</strong> ir muito<br />
longe”. (Antonio).<br />
Quando as famílias são abordadas sobre o relacionamento com os filhos e<br />
sobre o brincar, elas expõem com simplicida<strong>de</strong> e naturalida<strong>de</strong> o seu universo.<br />
Para que as crianças se divirtam, Ana as leva nos finais <strong>de</strong> semana para<br />
brincarem na rua. Brincam com outras crianças, <strong>de</strong> peteca e velotrol. Mesmo se ela<br />
não levar, eles vão sozinhos.<br />
Beatriz fala <strong>de</strong> sua dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> contato com sua filha, não consegue brincar<br />
com ela, nem tocá-la quando vai visitá-la no abrigo:<br />
“É minha filha, mas não me pega <strong>de</strong> jeito nenhum, pra mim dar<br />
bênção é um sacrifício”. (Beatriz).<br />
Os pais expressam certa dificulda<strong>de</strong> no brincar com os próprios filhos. Por<br />
meio dos relatos, foi possível perceber que não existem momentos <strong>de</strong> interação<br />
quando os pais brincam com os filhos. No contar as histórias, nota-se que os<br />
entrevistados também não vivenciaram essa prática <strong>de</strong> brincar.<br />
No caso da mãe adolescente, Beatriz tem boas lembranças da infância,<br />
apesar das práticas <strong>de</strong> violência e negligência da mãe. Nesse caso, a dificulda<strong>de</strong> em<br />
estabelecer algumas comparações entre a sua infância e a infância <strong>de</strong> sua filha<br />
<strong>de</strong>ve-se ao fato <strong>de</strong> que a criança foi retirada, como já relatado, <strong>de</strong> seu convívio com