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detecção de defeitos em chapas de aço laminado via redes neurais

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO - UFOP<br />

ESCOLA DE MINAS – EM<br />

COLEGIADO DO CURSO DE ENGENHARIA DE CONTROLE E<br />

AUTOMAÇÃO – CECAU<br />

DETECÇÃO DE DEFEITOS EM CHAPAS DE AÇO LAMINADO VIA REDES<br />

NEURAIS<br />

MONOGRAFIA DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE CONTROLE E<br />

AUTOMAÇÃO<br />

RAFAEL SOARES FERREIRA<br />

Ouro Preto, 2008


RAFAEL SOARES FERREIRA<br />

DETECÇÃO DE DEFEITOS EM CHAPAS DE AÇO LAMINADO VIA REDES<br />

NEURAIS<br />

Orientador: Prof. Dr. Agnaldo José da Rocha Reis<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Ouro Preto<br />

Escola <strong>de</strong> Minas – EM<br />

Ouro Preto – MG<br />

Julho/2008<br />

III<br />

Monografia apresentada ao Curso <strong>de</strong><br />

Engenharia <strong>de</strong> Controle e Automação da<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Ouro Preto como<br />

parte dos requisitos para obtenção <strong>de</strong> Grau


Agra<strong>de</strong>ço a minha família pelo amor e apoio incondicionais.<br />

V


ÍNDICE<br />

LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................ VII<br />

LISTA DE TABELAS ..........................................................................................................VIII<br />

RESUMO .................................................................................................................................IX<br />

ABSTRACT .............................................................................................................................. X<br />

CAPÍTULO I ..............................................................................................................................1<br />

I INTRODUÇÃO ...................................................................................................................1<br />

1.1 Histórico da Laminação....................................................................................................2<br />

1.2 Objetivo ............................................................................................................................3<br />

1.3 Justificativa.......................................................................................................................3<br />

1.4 Metodologia......................................................................................................................3<br />

CAPÍTULO II.............................................................................................................................5<br />

II PROCESSO DE LAMINAÇÃO ........................................................................................5<br />

2.1 Laminadores .....................................................................................................................5<br />

2.2 Laminação a quente..........................................................................................................6<br />

2.3 Laminação a Frio..............................................................................................................7<br />

2.4 Forças e relações geométricas na laminação ....................................................................8<br />

2.5 Probl<strong>em</strong>as e <strong>de</strong>feitos <strong>em</strong> produtos <strong>laminado</strong>s...................................................................9<br />

III PROCESSAMENTO DE IMAGENS .............................................................................13<br />

3.1 Amostrag<strong>em</strong> e quantização.............................................................................................13<br />

3.2 Detecção <strong>de</strong> bordas.........................................................................................................15<br />

3.3 Dilatação e erosão...........................................................................................................18<br />

3.4 MATLAB .......................................................................................................................19<br />

3.5 IMAGE PROCESSING TOOLBOX..........................................................................21<br />

CAPITULO IV .........................................................................................................................22<br />

IV REDES NEURAIS ARTIFICIAIS..................................................................................22<br />

4.1 Introdução.......................................................................................................................22<br />

4.2 Neurônios artificiais e reais ............................................................................................22<br />

4.3 Neurônio biológico.........................................................................................................23<br />

4.4 Neurônios artificiais .......................................................................................................24<br />

4.5 O perceptron ...................................................................................................................26<br />

4.6 Arquitetura <strong>de</strong> Re<strong>de</strong>s Neurais.........................................................................................27<br />

4.7 Aprendizado <strong>de</strong> Re<strong>de</strong>s Neurais Artificiais .....................................................................28<br />

4.8 Aprendizado supervisionado <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s <strong>neurais</strong>................................................................29<br />

4.9 Re<strong>de</strong>s perceptron multicamadas e o algoritmo <strong>de</strong> retro propagação..............................30<br />

CAPÍTULO V ..........................................................................................................................32<br />

V METODOLOGIA E RESULTADOS ..............................................................................32<br />

5.1 Preparo da imag<strong>em</strong> .........................................................................................................32<br />

5.2 Análise da imag<strong>em</strong> .........................................................................................................36<br />

5.2.1 Medidas das formas.................................................................................................36<br />

5.3 Classificação <strong>via</strong> Re<strong>de</strong>s Neurais.....................................................................................38<br />

5.3.1 Geração dos dados para treinamento.......................................................................39<br />

5.3.2 Criando e treinando as re<strong>de</strong>s....................................................................................42<br />

CAPITULO VI .........................................................................................................................48<br />

VI CONCLUSÃO ................................................................................................................48<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ....................................................................................49<br />

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:...................................................................................50<br />

VI


LISTA DE FIGURAS<br />

Figura 2.1 – Disposições típicas <strong>de</strong> rolos <strong>em</strong> <strong>laminado</strong>res.........................................................6<br />

Figura 2.2 – Forças atuantes durante a laminação......................................................................8<br />

Figura 2.3 – Conseqüências da flexão do cilindro produzindo laterais maiores ......................10<br />

Figura 2.4 – Defeitos resultantes <strong>de</strong> expansão lateral ..............................................................11<br />

Figura 2.5 – Defeitos na superfície do <strong>aço</strong>. ..............................................................................12<br />

Figura 3.1 – Amostrag<strong>em</strong> e quantização ..................................................................................15<br />

Figura 3.2 – (a)Imag<strong>em</strong> contínua (b) Resultado da amostrag<strong>em</strong> e quantização.......................15<br />

Figura 3.3 – Máscara 3 x 3 .......................................................................................................16<br />

Figura 3.4 – (a) Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> uma borda digital i<strong>de</strong>al (b) Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> uma borda <strong>em</strong> rampa. .....17<br />

Figura 3.5 – Detalhamento da borda <strong>de</strong> uma imag<strong>em</strong>..............................................................17<br />

Figura 3.6 – Dilatação ..............................................................................................................18<br />

Figura 3.7 – Erosão...................................................................................................................19<br />

Figura 4.1 – Estrutura <strong>de</strong> um neurônio biológico.....................................................................24<br />

Figura 4.2 – Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> um neurônio artificial.........................................................................25<br />

Figura 4.3 – Funções <strong>de</strong> ativação típicas..................................................................................26<br />

Figura 4.4 – Uma re<strong>de</strong> perceptron............................................................................................27<br />

Figura 4.5 – Re<strong>de</strong> neural ..........................................................................................................28<br />

Figura 4.6 – Representação esqu<strong>em</strong>ática <strong>de</strong> um aprendizado <strong>de</strong> MLP ....................................31<br />

Figura 5.1 – Imag<strong>em</strong> Original ..................................................................................................32<br />

Figura 5.2 – Imag<strong>em</strong> após <strong><strong>de</strong>tecção</strong> das bordas utilizando o método <strong>de</strong> Sobel .......................33<br />

Figura 5.3 – Imag<strong>em</strong> após dilatação.........................................................................................33<br />

Figura 5.4 – Imag<strong>em</strong> preenchida ..............................................................................................34<br />

Figura 5.5 – Imag<strong>em</strong> após a limpeza das bordas da região <strong>de</strong> interesse ..................................34<br />

Figura 5.6 – Imag<strong>em</strong> após a suavização do contorno dos objetos............................................35<br />

Figura 5.7 – Imag<strong>em</strong> após a retirada <strong>de</strong> conjuntos <strong>de</strong>sinteressantes ........................................35<br />

Figura 5.8 – Imag<strong>em</strong> original com <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong>lineados............................................................36<br />

Figura 5.9 – Imag<strong>em</strong> com <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong>stacados por retângulos.................................................38<br />

Figura 5.10 – Defeitos classificados.........................................................................................38<br />

Figura 5.11 – Valores <strong>de</strong> entrada..............................................................................................39<br />

Figura 5.12 – Características dos <strong>de</strong>feitos Classe A.................................................................40<br />

Figura 5.13 – Características dos <strong>de</strong>feitos Classe B.................................................................40<br />

Figura 5.14 – Características dos <strong>de</strong>feitos Classe C.................................................................41<br />

Figura 5.15 – Características dos <strong>de</strong>feitos Classe D.................................................................41<br />

Figura 5.16 – Interface da ferramenta nntool ...........................................................................42<br />

Figura 5.17 – Interface <strong>de</strong> importação <strong>de</strong> variáveis do workspace do Matlab. ........................43<br />

Figura 5.18 – Interface <strong>de</strong> criação da re<strong>de</strong>................................................................................44<br />

Figura 5.19 – Interface da re<strong>de</strong>.................................................................................................44<br />

Figura 5.20 – Interface <strong>de</strong> treinamento.....................................................................................45<br />

Figura 5.21 – Gráfico do <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho da re<strong>de</strong>.........................................................................45<br />

VII


LISTA DE TABELAS<br />

VIII<br />

Tabela 5.1 – Características avaliadas <strong>de</strong> cada classe ..............................................................39<br />

Tabela 5.2 – Valores das variáveis <strong>de</strong> entrada e sua saída após simulação na re<strong>de</strong>.................46<br />

Tabela 5.3 – Valores <strong>de</strong> entrada simulados e resposta da re<strong>de</strong> neural artificial.......................47


RESUMO<br />

Uma das mais importantes etapas na produção <strong>de</strong> <strong>aço</strong> é a laminação. Nesta etapa, o <strong>aço</strong> sofre<br />

<strong>de</strong>formação plástica pela passag<strong>em</strong> entre rolos com conseqüente diminuição <strong>de</strong> espessura da<br />

peça trabalhada. Por tratar-se <strong>de</strong> uma operação que gera produtos acabados e s<strong>em</strong>i-acabados, é<br />

<strong>de</strong> suma importância o estudo <strong>de</strong> métodos <strong>de</strong> controle da qualida<strong>de</strong> dos materiais trabalhados<br />

na laminação. Neste processo, po<strong>de</strong>m ser i<strong>de</strong>ntificados vários tipos diferentes <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos na<br />

superfície do <strong>aço</strong> como trincas, carepas e riscos, que po<strong>de</strong>m ser oriundos da própria laminação<br />

ou mesmo <strong>de</strong> processos anteriores. Estes <strong>de</strong>feitos causam uma <strong>de</strong>svalorização do produto final<br />

e conseqüente prejuízo para o fabricante.<br />

O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é <strong>de</strong>tectar e i<strong>de</strong>ntificar os <strong>de</strong>feitos na superfície do <strong>aço</strong> durante a<br />

laminação. Utilizando-se técnicas <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> imagens e ferramentas baseadas <strong>em</strong><br />

re<strong>de</strong>s <strong>neurais</strong>, foi possível o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> aplicativos <strong>em</strong> ambiente MATLAB valendose<br />

dos toolboxes: IMAGE PROCESSING TOOLBOX e NEURAL NETWORKS<br />

TOOLBOX. Para elaboração do presente trabalho, foram utilizados dados reais <strong>de</strong> uma<br />

companhia si<strong>de</strong>rúrgica. Os resultados obtidos mostram precisão na classificação dos <strong>de</strong>feitos<br />

encontrados.<br />

Palavras-chave: Laminação <strong>de</strong> <strong>aço</strong>, <strong>de</strong>feitos, controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, processamento <strong>de</strong><br />

imagens, re<strong>de</strong>s <strong>neurais</strong>.<br />

IX


ABSTRACT<br />

One of the most important stages in steel production is the rolling of metal. In this phase, the<br />

steel suffers plastic <strong>de</strong>formation by passing through rolls causing a thickness <strong>de</strong>crease of the<br />

working piece. Because it is an operation that generates finished and s<strong>em</strong>i-finished products,<br />

it is important to study methods for quality control of the worked products in the stage of<br />

rolling. In this process, can be i<strong>de</strong>ntified lots of different <strong>de</strong>fects on the steel surface, like<br />

cracks, scales and scratches, which can be originated from the rolling or previous processes.<br />

These <strong>de</strong>fects cause a <strong>de</strong>valuation of the final product and a consequent injury for the<br />

manufacturer.<br />

The objective was to i<strong>de</strong>ntify <strong>de</strong>fects on the steel surface during the rolling of metal. Using<br />

image processing and tools based on neural networks, were <strong>de</strong>veloped applications on<br />

MATLAB environment using the toolboxes: IMAGE PROCESSING TOOLBOX and<br />

NEURAL NETWORKS TOOLBOX. For the <strong>de</strong>velopment of this dissertation real data from<br />

a steel company were used. The achieved results show accuracy on the classification of the<br />

<strong>de</strong>fects foun<strong>de</strong>d.<br />

Key words: Steel rolling, <strong>de</strong>fects, quality control, image processing, neural networks.<br />

X


I INTRODUÇÃO<br />

CAPÍTULO I<br />

Na produção <strong>de</strong> <strong>aço</strong>, muitos processos são realizados a partir do minério <strong>de</strong> ferro até que o<br />

produto (<strong>aço</strong>) chegue a seu estado final. No presente trabalho, é estudado o processo <strong>de</strong><br />

laminação <strong>de</strong> bobinas <strong>de</strong> <strong>aço</strong>. O equipamento <strong>em</strong>pregado é constituído <strong>de</strong> vários <strong>laminado</strong>res,<br />

que são máquinas equipadas com conjuntos <strong>de</strong> cilindros agrupados <strong>de</strong> forma a aten<strong>de</strong>r o<br />

objetivo da laminação que varia quanto ao estado do material a ser trabalhado e forma do<br />

produto gerado. O esforço <strong>de</strong> compressão executado pelos cilindros é aplicado sobre a<br />

superfície plana da chapa, sendo que, por esta ação, há uma redução da espessura<br />

acompanhada do conseqüente aumento <strong>de</strong> comprimento. O encruamento <strong>de</strong>corrente da<br />

laminação a frio resulta <strong>em</strong> maior resistência mecânica do produto final.<br />

O processo <strong>de</strong> laminação registrou um significativo avanço através da tecnologia oferecida<br />

pela laminação a frio. A laminação a frio é um processo mecânico-metalúrgico <strong>de</strong><br />

conformação plástica dos metais e ligas, realizado <strong>em</strong> t<strong>em</strong>peraturas abaixo da t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong><br />

recristalização do material, no qual ocorre a redução da área da seção transversal reta <strong>de</strong><br />

corpos metálicos pela sua passag<strong>em</strong> entre dois ou mais cilindros, dotados <strong>de</strong> movimento <strong>de</strong><br />

rotação. A importância da laminação a frio po<strong>de</strong> ser constatada pelas melhorias no<br />

acabamento dos produtos planos, na sua maior resistência e redução adicional <strong>de</strong> espessura<br />

<strong>em</strong> relação à laminação a quente, com aplicações <strong>em</strong> diferentes tipos <strong>de</strong> <strong>aço</strong>. Esses fatores têm<br />

sido <strong>de</strong>cisivos para a aplicação da laminação a frio <strong>em</strong> processos <strong>de</strong> laminação.<br />

Apesar <strong>de</strong> se utilizar, comercialmente, o mesmo nome <strong>em</strong>pregado na área metalúrgica, a<br />

“laminação” <strong>de</strong> mídias impressas, <strong>de</strong> vinil e papel, e <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e revestimentos para móveis<br />

trata-se <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> confecção <strong>de</strong> lâminas <strong>de</strong> diversas espessuras, completamente<br />

diferente da laminação <strong>de</strong> metais, e não se constitui <strong>em</strong> objeto <strong>de</strong>ste trabalho.<br />

No momento da laminação, po<strong>de</strong>m ser i<strong>de</strong>ntificados <strong>de</strong>feitos gerados no processo ou mesmo<br />

oriundos <strong>de</strong> etapas anteriores. Estes <strong>de</strong>feitos po<strong>de</strong>m ser: riscos, carepas, marcas <strong>de</strong> cilindro,<br />

trincas, entre outros... Defeitos na superfície do <strong>aço</strong> po<strong>de</strong>m causar uma <strong>de</strong>preciação do<br />

produto final ou re-processamento do material. Para i<strong>de</strong>ntificar os <strong>de</strong>feitos, foram utilizadas<br />

1


várias técnicas <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> imagens que trabalham a imag<strong>em</strong> <strong>de</strong> entrada permitindo<br />

a extração <strong>de</strong> características úteis dos <strong>de</strong>feitos como forma, tamanho, entre outros... Para fazer<br />

uso das informações adquiridas pelo processamento <strong>de</strong> imagens foram utilizadas re<strong>de</strong>s<br />

<strong>neurais</strong>. Estas re<strong>de</strong>s receb<strong>em</strong> variáveis <strong>de</strong> entrada e, informam ao operador, o tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>feito<br />

encontrado.<br />

O capítulo II trata <strong>de</strong> conceitos fundamentais da laminação <strong>de</strong> <strong>aço</strong>, abordando a área <strong>de</strong><br />

laminação a quente e laminação a frio, as relações geométricas e a distribuição das forças no<br />

processo e a formação e caracterização <strong>de</strong> alguns <strong>de</strong>feitos que po<strong>de</strong>m ocorrer nesta etapa. No<br />

capítulo III são apresentados conceitos <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> imagens e alguns métodos<br />

utilizados no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste trabalho, b<strong>em</strong> como uma introdução à interface <strong>de</strong><br />

tratamento <strong>de</strong> imagens do software MATLAB e sua ferramenta IMAGE PROCESSING<br />

TOOLBOX. No capítulo IV, são introduzidos conceitos importantes <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s <strong>neurais</strong><br />

artificiais, sua arquitetura e mecanismos <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong>. O capítulo V mostra a metodologia<br />

adotada e a funcionalida<strong>de</strong> do aplicativo criado. Através <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrações <strong>em</strong> um processo<br />

<strong>de</strong> laminação <strong>de</strong> <strong>aço</strong>, são apresentados os resultados alcançados. O capítulo VI contém uma<br />

conclusão do trabalho realizado, as contribuições do trabalho e sugestões para trabalhos<br />

futuros.<br />

1.1 Histórico da Laminação<br />

Segundo Araújo (2005), os primórdios da laminação são bastante antigos: a mais antiga<br />

ilustração <strong>de</strong> um <strong>laminado</strong>r é <strong>de</strong> Leonardo da Vinci que projetou um dos primeiros<br />

<strong>laminado</strong>res <strong>em</strong> 1486, que provavelmente se <strong>de</strong>stinava à laminação a frio <strong>de</strong> barras chatas <strong>de</strong><br />

ouro e prata para cunhag<strong>em</strong> <strong>de</strong> moedas. A primeira referência à laminação a quente data <strong>de</strong><br />

1590, para dividir barras <strong>de</strong> ferro, <strong>em</strong> Dartford, Kent, Inglaterra.<br />

Ainda segundo o mesmo autor, cilindros <strong>de</strong> ferro coquilhado foram usados <strong>em</strong> 1697, por Jonh<br />

Hanbury <strong>em</strong> Pontypool, Inglaterra e John Paybe <strong>em</strong> 1728, obteve patente para um <strong>laminado</strong>r<br />

com cilindros com caneluras para produção <strong>de</strong> barras <strong>de</strong> ferro <strong>de</strong> seção redonda.<br />

As primeiras ca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> três cilindros surgiram na Inglaterra <strong>em</strong> 1817. Zorés, na França, <strong>em</strong><br />

1848 <strong>de</strong>senvolvel as primeiras vigas. A utilização do <strong>laminado</strong>r <strong>de</strong> três cilindros para trilhos e<br />

perfis começou <strong>em</strong> Johnstown, Pennsilvania, com John Fritz, <strong>em</strong> 1855 (ARAÚJO, 2005).<br />

2


Os <strong>laminado</strong>res <strong>em</strong> linha para produzir redondos finos fizeram a sua primeira apresentação<br />

<strong>em</strong> 1883. A idéia <strong>de</strong> um <strong>laminado</strong>r contínuo com ca<strong>de</strong>iras alternadamente horizontais e<br />

verticais, patenteada por John Hazledine <strong>em</strong> 1798, foi reapresentada por George Bedson <strong>de</strong><br />

Manchester, Inglaterra, <strong>em</strong> 1862, juntamente com a utilização <strong>de</strong> dobra<strong>de</strong>iras. Alguns anos<br />

mais tar<strong>de</strong>, nos Estados Unidos, Charles H. Morgan construía o seu <strong>laminado</strong>r contínuo com<br />

ca<strong>de</strong>iras horizontais e guias <strong>de</strong> torção entre elas. A obtenção <strong>de</strong> barras retas para concreto<br />

armado no leito <strong>de</strong> resfriamento, foi atingida por V. E. Edwards <strong>em</strong> 1906, com o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong><br />

calhas oscilantes com bordas <strong>de</strong>ntadas (ARAÚJO, 2005).<br />

1.2 Objetivo<br />

Fazer a <strong><strong>de</strong>tecção</strong> e i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos <strong>em</strong> <strong>chapas</strong> <strong>de</strong> <strong>aço</strong> <strong>laminado</strong> através <strong>de</strong><br />

processamento <strong>de</strong> imagens e re<strong>de</strong>s <strong>neurais</strong> artificiais.<br />

1.3 Justificativa<br />

Atualmente, as <strong>em</strong>presas que não utilizam métodos automatizados <strong>de</strong> inspeção por imag<strong>em</strong><br />

para o controle <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos que ocorr<strong>em</strong> nos <strong>aço</strong>s planos durante a laminação, utilizam<br />

inspeção <strong>via</strong> operador. Este método <strong>em</strong>prega um funcionário que visualmente <strong>de</strong>tecta,<br />

i<strong>de</strong>ntifica os <strong>de</strong>feitos e reporta sua localização <strong>em</strong> um banco <strong>de</strong> dados da bobina <strong>em</strong> que o<br />

material se encontra. Este processo apresenta imprecisões por se tratar <strong>de</strong> um processo<br />

humano e, consequent<strong>em</strong>ente, sujeito a <strong>de</strong>satenção e interpretações pessoais, subjetivas e/ou<br />

contraditórias. Atualmente, métodos <strong>em</strong>pregados com processamento <strong>de</strong> imagens e<br />

inteligência artificial têm gerado resultados bastante satisfatórios (FERREIRA;<br />

MENDONÇA, 2008).<br />

1.4 Metodologia<br />

Para <strong><strong>de</strong>tecção</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos contidos nos planos no momento da laminação, são utilizadas re<strong>de</strong>s<br />

<strong>neurais</strong> artificiais que, através do processamento das imagens coletadas do plano no momento<br />

da laminação, são capazes <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar o tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>feito contido no produto.<br />

Utilizando-se imagens reais <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos comuns <strong>em</strong> <strong>chapas</strong> <strong>de</strong> <strong>aço</strong> cedidas por uma companhia<br />

si<strong>de</strong>rúrgica <strong>de</strong> Minas Gerais, foi possível avaliar e aplicar o melhor método <strong>de</strong> processamento<br />

3


<strong>de</strong> imagens para o probl<strong>em</strong>a específico e reunir informações a respeito <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos<br />

encontrados neste processo. Fazendo-se uso das informações adquiridas foi possível o<br />

“treinamento” <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s <strong>neurais</strong> utilizadas para triag<strong>em</strong> dos <strong>de</strong>feitos inseridos <strong>em</strong> classes e,<br />

assim, proce<strong>de</strong>r à sua i<strong>de</strong>ntificação.<br />

4


II PROCESSO DE LAMINAÇÃO<br />

CAPÍTULO II<br />

Segundo Dieter (1986), o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação plástica <strong>de</strong> um metal pela passag<strong>em</strong> entre<br />

rolos é chamado <strong>de</strong> Laminação. Este é o processo mais usado na fabricação <strong>de</strong> metais, pois<br />

possui uma alta produção e controle do produto final. O processo <strong>de</strong> laminação po<strong>de</strong> ser<br />

dividido <strong>em</strong> laminação a quente e laminação a frio, baseado na t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> trabalho.<br />

Na laminação <strong>de</strong> planos, o esforço <strong>de</strong> compressão executado pelos cilindros é aplicado sobre<br />

uma superfície plana do produto <strong>laminado</strong>, ocasionando uma redução da espessura,<br />

acompanhada <strong>de</strong> um conseqüente aumento <strong>de</strong> comprimento. Depen<strong>de</strong>ndo da relação entre a<br />

largura e a espessura iniciais, po<strong>de</strong> haver um alargamento livre do produto <strong>laminado</strong>.<br />

2.1 Laminadores<br />

Um <strong>laminado</strong>r consiste basicamente <strong>em</strong> rolos, rolamentos, um chassi e um mecanismo que<br />

aplica força nos rolos e controla sua velocida<strong>de</strong>. As forças envolvidas na laminação po<strong>de</strong>m<br />

facilmente chegar a muitos milhões <strong>de</strong> quilos. Para tanto, é necessária uma construção<br />

bastante rígida e motores suficient<strong>em</strong>ente gran<strong>de</strong>s para prover a força necessária. Quando<br />

estes equipamentos são multiplicados algumas vezes para sucessivos <strong>laminado</strong>res que<br />

constitu<strong>em</strong> um processo <strong>de</strong> laminação gran<strong>de</strong> e contínuo, é fácil perceber porque uma<br />

mo<strong>de</strong>rna estação <strong>de</strong> laminação custa milhões <strong>de</strong> dólares <strong>de</strong> investimento e muitas horas <strong>de</strong><br />

trabalho <strong>de</strong> profissionais altamente qualificados. (DIETER, 1986)<br />

Laminadores po<strong>de</strong>m ser convenient<strong>em</strong>ente classificados respeitando o número e disposição<br />

dos rolos. O tipo mais simples e comum é o <strong>laminado</strong>r Duo (Figura 2.0(a)).<br />

5


Figura 2.1 – Disposições típicas <strong>de</strong> rolos <strong>em</strong> <strong>laminado</strong>res. (a) Duo; (b) Duo reversível; (c) Quádruo.<br />

FONTE: Dieter, 1986.<br />

Para uma alta produção, é comum se instalar <strong>laminado</strong>res, um após o outro, <strong>em</strong> série. Cada<br />

conjunto <strong>de</strong> rolos é <strong>de</strong>nominado “ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> laminação”. Como uma redução é feita <strong>em</strong> cada<br />

ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> rolos, a tira se move <strong>em</strong> diferentes velocida<strong>de</strong>s <strong>em</strong> cada estágio da laminação. A<br />

velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> rolos é sincronizada para que cada passe sucessivo leve a tira<br />

numa velocida<strong>de</strong> igual à velocida<strong>de</strong> inicial do próximo passe (DIETER, 1986). Quando o<br />

produto a ser <strong>laminado</strong> é uma bobina, um equipamento responsável pelo <strong>de</strong>senrolamento e<br />

outro pelo enrolamento das <strong>chapas</strong> estão localizados no início e no fim da laminação. Eles<br />

farão o “<strong>de</strong>sbobinamento” e “bobinamento” do material, preparando a bobina para a<br />

laminação e enrolando o produto final.<br />

2.2 Laminação a quente<br />

Segundo Dieter (1986), a primeira operação <strong>de</strong> trabalho <strong>em</strong> altas t<strong>em</strong>peraturas realizada na<br />

maioria dos produtos <strong>de</strong> <strong>aço</strong> é feita no primary roughing mill (<strong>de</strong>sbastador). Nesse processo,<br />

os <strong>laminado</strong>res são, normalmente, duos reversíveis (Figura 2.1(b)) com rolos <strong>de</strong> 24 a 54<br />

polegadas <strong>de</strong> diâmetro. O objetivo <strong>de</strong>sta operação é a redução do lingote <strong>em</strong> placas ou barras<br />

para subseqüente acabamento <strong>em</strong> barras, placas ou tiras. Os primeiros passes geralmente<br />

envolv<strong>em</strong> apenas pequenas reduções na espessura. A carepa pesada é r<strong>em</strong>ovida inicialmente,<br />

laminando o lingote. Há um aumento apreciável na largura do lingote na laminação a quente.<br />

Para manter a largura <strong>de</strong>sejada e preservar as beiradas, o lingote é virado 90º no passe<br />

intermediário e passado por guias laterais nos rolos. Segundo Dieter (1986), um <strong>laminado</strong>r<br />

reversível primário t<strong>em</strong> uma taxa <strong>de</strong> produção relativamente baixa, já que a peça po<strong>de</strong> ser<br />

passada para frente e para trás e virada <strong>de</strong> 10 a 20 vezes.<br />

6


On<strong>de</strong> alta produtivida<strong>de</strong> é priorida<strong>de</strong>, passes para redução lateral po<strong>de</strong>m ser eliminados<br />

utilizando um <strong>laminado</strong>r universal que controla a largura enquanto a espessura é reduzida. A<br />

produção <strong>de</strong> tiras a partir <strong>de</strong> lingotes por laminação a quente po<strong>de</strong> ser eliminada utilizando<br />

lingotamento contínuo para produzir a placa diretamente do metal <strong>de</strong>rretido.<br />

O equipamento para produção <strong>de</strong> tiras é conhecido como continuous hot-strip mill<br />

(Laminador contínuo <strong>de</strong> tiras a quente). O processo mais utilizado nos <strong>laminado</strong>res <strong>de</strong> tiras a<br />

quente, é aquele on<strong>de</strong> as placas são reaquecidas, passadas por um <strong>laminado</strong>r quebrador <strong>de</strong><br />

carepa, por um tr<strong>em</strong> <strong>de</strong>sbastador <strong>de</strong> 4 ca<strong>de</strong>iras quádruos e por um tr<strong>em</strong> acabador <strong>de</strong> 6 ca<strong>de</strong>iras<br />

quádruos <strong>de</strong> acabamento.<br />

Na laminação a quente <strong>de</strong> <strong>aço</strong>s, tiras são aquecidas inicialmente <strong>de</strong> 2000ºF(1093ºC) a<br />

2400ºF(1315ºC). A t<strong>em</strong>peratura na última ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> <strong>laminado</strong>res varia <strong>de</strong> 1300ºF(704ºC) a<br />

1600ºF(871ºC) mantendo-se acima da t<strong>em</strong>peratura crítica para uniformização dos grãos <strong>de</strong><br />

ferrite.<br />

2.3 Laminação a Frio<br />

A laminação a frio é usada para produzir tiras com acabamento superficial e tolerâncias<br />

dimensionais superiores a laminação a quente. Além disso, o encruamento resultante da<br />

laminação a frio po<strong>de</strong> ser utilizado para aumentar a dureza. A laminação a frio é realizada<br />

sobre <strong>chapas</strong> e barras laminadas a quente ou, segundo Dieter (1986), no caso <strong>de</strong> algumas ligas<br />

<strong>de</strong> cobre, diretamente da fundição. Trata-se <strong>de</strong> uma operação <strong>de</strong> acabamento on<strong>de</strong> ocorr<strong>em</strong><br />

pequenas <strong>de</strong>formações no material gerando um produto acabado <strong>de</strong> superfície regular.<br />

Segundo Dieter (1986), trens <strong>laminado</strong>res quádruos (Figura 2.1(c)) <strong>de</strong> alta velocida<strong>de</strong> com<br />

três a cinco ca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> laminação são usados para a laminação a frio <strong>de</strong> tiras <strong>de</strong> <strong>aço</strong>, alumínio<br />

e ligas <strong>de</strong> cobre. A redução alcançada neste processo varia entre 50% e 90%. Estabelecendo a<br />

redução <strong>em</strong> cada passe ou <strong>em</strong> cada ca<strong>de</strong>ira, é interessante distribuir o trabalho o mais<br />

uniform<strong>em</strong>ente possível <strong>em</strong> todos os passes s<strong>em</strong> ficar muito abaixo da máxima redução <strong>em</strong><br />

cada passe. Geralmente, a menor redução é feita no último passe para permitir um melhor<br />

controle da planicida<strong>de</strong>, das medidas e acabamento superficial.<br />

7


2.4 Forças e relações geométricas na laminação<br />

Segundo Dieter (1986), os principais parâmetros na laminação são: O diâmetro do cilindro; a<br />

resistência <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação do metal influenciado pela metalurgia, t<strong>em</strong>peratura e taxa <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>formação; a fricção entre o cilindro e o material; a presença <strong>de</strong> tensão à frente e tensão<br />

reversa na tira.<br />

A Figura 2.2 ilustra importantes relações entre a geometria dos rolos e as forças envolvidas na<br />

<strong>de</strong>formação do metal na laminação. Uma tira <strong>de</strong> metal com espessura ho entra no plano <strong>de</strong><br />

entrada XX com velocida<strong>de</strong> vo. Passando através da abertura entre os cilindros e saindo no<br />

plano XY com a espessura reduzida e velocida<strong>de</strong> vf. Como é conservado o mesmo volume na<br />

entrada e na saída e, <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rando um aumento na largura, po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>screver a relação na<br />

equação:<br />

bh =<br />

0 v0<br />

= bhv bh f v f<br />

(2-1)<br />

Em um ponto ao longo da superfície <strong>de</strong> contato entre o rolo e a tira, a velocida<strong>de</strong> da superfície<br />

do rolo v é igual à velocida<strong>de</strong> da tira. Este ponto é chamado ponto neutro (indicado na<br />

r<br />

Figura 2.2 como ponto N).<br />

Figura 2.2 – Forças atuantes durante a laminação<br />

FONTE: Dieter, 1986.<br />

8


Em qualquer ponto da superfície <strong>de</strong> contato, como o ponto A (indicado na Figura 2.2), duas<br />

forças atuam no metal. A força P , conhecida como carga rolante, perpendicular à superfície<br />

<strong>de</strong> contato entre o rolo e a tira, e a força F, que é a força <strong>de</strong> fricção tangencial. A força P é a<br />

força que o rolo exerce contra a tira. A pressão específica do rolo p é o valor <strong>de</strong> P dividido<br />

pela área <strong>de</strong> contato, que é o produto da largura da tira b e o comprimento projetado do arco<br />

<strong>de</strong> contato L .<br />

p<br />

Assim, a pressão específica do rolo é dada por:<br />

r<br />

( h h )<br />

1/<br />

2<br />

2<br />

⎡ 0 − ⎤ f<br />

1/<br />

2<br />

Lp = ⎢r(<br />

h0<br />

− h f ) − ⎥ ≈ [ R(<br />

h0<br />

− h f ) ] (2-2)<br />

⎢⎣<br />

4 ⎥⎦<br />

2.5 Probl<strong>em</strong>as e <strong>de</strong>feitos <strong>em</strong> produtos <strong>laminado</strong>s<br />

P<br />

p = (2-3)<br />

bL<br />

Uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as na laminação, levando a <strong>de</strong>feitos específicos, po<strong>de</strong> surgir<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da interação da <strong>de</strong>formação plástica da peça com a <strong>de</strong>formação elástica dos rolos.<br />

Os cilindros <strong>de</strong> laminação comportam-se como vigas fixas <strong>em</strong> suas extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong>s com uma<br />

carga aplicada <strong>em</strong> sua região central e, naturalmente, estarão sujeitos a uma flexão.<br />

A abertura entre os rolos <strong>de</strong>ve ser perfeitamente paralela, caso contrário, a tira terá uma<br />

redução <strong>de</strong> espessura não uniforme e, como o volume e a largura permanec<strong>em</strong> constantes, um<br />

lado da tira irá se alongar mais que a outra, curvando a tira. Segundo Dieter (1986), há dois<br />

aspectos do probl<strong>em</strong>a <strong>de</strong> formato da tira. O primeiro é a espessura uniforme ao longo da<br />

largura da tira. Esta proprieda<strong>de</strong> da tira po<strong>de</strong> ser medida com precisão e é fundamental para a<br />

o controle automático <strong>de</strong> bitola. A segunda proprieda<strong>de</strong> importante da tira é a planicida<strong>de</strong>. É<br />

difícil medir com precisão esta proprieda<strong>de</strong> e, mais difíceis ainda, são medições tomadas <strong>de</strong><br />

tiras no momento <strong>em</strong> que se mov<strong>em</strong> <strong>em</strong> um <strong>laminado</strong>r contínuo <strong>em</strong> alta velocida<strong>de</strong>.<br />

p<br />

r<br />

r<br />

9


A flexão dos cilindros como mostrado na Figura 2.3(a) resulta num alongamento no sentido<br />

da laminação maior nas laterais do que no centro. Se as laterais estão livres para se mover <strong>em</strong><br />

relação ao centro, t<strong>em</strong>-se uma situação como a mostrada na Figura 2.3(b). Contudo, a tira<br />

permanece um corpo contínuo e as <strong>de</strong>formações reajustam-se para manter a continuida<strong>de</strong>.<br />

Assim, o centro recebe tensões <strong>de</strong> alongamento e as bordas <strong>de</strong> compressão (Figura 2.3(c)),<br />

resultando numa tira com bordas onduladas (Figura 2.3(d)). Em outras condições, as tensões<br />

distribuídas produzidas pelo alongamento das bordas produz<strong>em</strong> fissuras ou rachaduras no<br />

centro da tira como visto na Figura 2.3(e).<br />

Figura 2.3 – Conseqüências da flexão do cilindro produzindo laterais maiores<br />

FONTE: Dieter, 1986.<br />

Para compensar a variação <strong>de</strong> espessura (ao longo da largura da tira) oriunda <strong>de</strong>ssa flexão,<br />

recorre-se ao coroamento dos cilindros, ou seja, eles são usinados com diâmetro maior no<br />

centro e menor nas extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong>s. Uma melhor técnica, segundo Dieter (1986), é equipar o<br />

<strong>laminado</strong>r com macacos hidráulicos que permit<strong>em</strong> a distorção elástica dos rolos para corrigir<br />

a <strong>de</strong>flexão sob as condições <strong>de</strong> laminação.<br />

Outras formas <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações não homogêneas po<strong>de</strong>m levar a probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> trincamento<br />

(cracking). Como a peça passa pelos rolos, todos os el<strong>em</strong>entos ao longo da largura da tira<br />

sofr<strong>em</strong> alguma tendência <strong>de</strong> expansão lateral oposta às forças <strong>de</strong> fricção transversais. Devido<br />

à bossa <strong>de</strong> atrito, elas são maiores no centro da tira que “espalha-se” menos que el<strong>em</strong>entos das<br />

10


laterais e, como toda a diminuição da espessura central se transforma num aumento do<br />

comprimento enquanto parte da expansão nas laterais geram um aumento na largura da tira,<br />

po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>senvolver uma borda arredondada nas pontas da tira como mostrado na Figura<br />

2.4(a). Devido à continuida<strong>de</strong> da peça, as laterais ficam sujeitas a tensões, causando trincas<br />

nas bordas (Figura 2.4(b)) ou, <strong>em</strong> casos mais severos, uma divisão central da tira (Figura<br />

2.4(c)).<br />

Figura 2.4 – Defeitos resultantes <strong>de</strong> expansão lateral<br />

FONTE: Dieter, 1986.<br />

Os efeitos que causam o trincamento nas bordas ou divisão central da tira po<strong>de</strong>m ser<br />

minimizados utilizando rolos verticais que limitam a expansão lateral das bordas da tira.<br />

Outros <strong>de</strong>feitos além <strong>de</strong> trincas são resultados <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos introduzidos durante o processo <strong>de</strong><br />

produção do lingote ou durante a laminação <strong>de</strong>ste. Segundo Dieter (1986), Defeitos internos<br />

como fissuras surg<strong>em</strong> <strong>de</strong>vido a uma soldag<strong>em</strong> incompleta <strong>de</strong> tubos ou bolhas. Linhas<br />

longitudinais <strong>de</strong> inclusões não metálicas ou bandag<strong>em</strong> <strong>de</strong> perlita estão relacionadas às práticas<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>rretimento e solidificação. Estes probl<strong>em</strong>as po<strong>de</strong>m causar, <strong>em</strong> casos mais graves, uma<br />

diminuição da dureza do material.<br />

Porém, a maior parte dos <strong>de</strong>feitos encontrados pelo método abordado neste trabalho é<br />

resultante <strong>de</strong> sujeira proveniente do ambiente, dos líquidos utilizados na lubrificação e<br />

refrigeração ou <strong>de</strong> falhas nas ferramentas do processo como cilindro <strong>de</strong> laminação <strong>de</strong>feituoso<br />

e manuseio do material. Alguns <strong>de</strong>stes <strong>de</strong>feitos po<strong>de</strong>m ser vistos na Figura 2.5.<br />

11


(a) (b)<br />

(c) (d)<br />

Figura 2.5 – Defeitos na superfície do <strong>aço</strong>. (a) Riscos; (b) trinca; (c) marca <strong>de</strong> cilindro; (d) carepa<br />

Como no processo <strong>de</strong> laminação o produto apresenta uma gran<strong>de</strong> superfície por volume <strong>de</strong><br />

material, o controle da qualida<strong>de</strong> da superfície é <strong>de</strong> fundamental importância. Para manter a<br />

qualida<strong>de</strong>, a superfície do tarugo <strong>de</strong>ve ser condicionada fazendo-se uma retífica, um <strong>de</strong>sbaste<br />

<strong>de</strong> rebarbas ou queimando com uma lança <strong>de</strong> oxigênio para r<strong>em</strong>oção dos <strong>de</strong>feitos como<br />

lascas, trincas e crostas.<br />

Portanto, a caracterização e i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos nas superfícies dos materiais trabalhados<br />

são vitais para avaliar não só o produto, mas o processo <strong>em</strong> que ele foi produzido. O controle<br />

da qualida<strong>de</strong> da superfície torna fácil e rápida a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> falhas, contribuindo para a<br />

estabilida<strong>de</strong> da produção e evitando prejuízos causados por eventuais irregularida<strong>de</strong>s.<br />

12


CAPÍTULO III<br />

III PROCESSAMENTO DE IMAGENS<br />

Uma imag<strong>em</strong> po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida como uma função f(x, y), on<strong>de</strong> x e y são coor<strong>de</strong>nadas espaciais<br />

(planos) e a amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> f <strong>em</strong> qualquer par <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nadas (x, y) é chamado <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong><br />

ou nível <strong>de</strong> cinza da imag<strong>em</strong> naquele ponto. Quando x, y e os valores <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> f são<br />

todos finitos, <strong>de</strong> valores discretos, chama-se a imag<strong>em</strong> <strong>de</strong> “imag<strong>em</strong> digital”. O campo <strong>de</strong><br />

processamento <strong>de</strong> imagens digitais se refere ao processamento <strong>de</strong> imagens por meio <strong>de</strong> um<br />

computador. A imag<strong>em</strong> digital é composta <strong>de</strong> um número finito <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos, cada um tendo<br />

uma localização e valor particular. Estes el<strong>em</strong>entos são chamados <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> figura,<br />

el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> imag<strong>em</strong>, pels ou Pixels. Pixel 1 é o termo mais utilizado para <strong>de</strong>notar os<br />

el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> uma imag<strong>em</strong> digital (GONZALEZ; WOODS, 2008).<br />

Uma das maiores áreas <strong>de</strong> aplicação do processamento <strong>de</strong> imagens é a resolução <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as<br />

envolvendo visão <strong>de</strong> máquina. Neste caso, o interesse é <strong>em</strong> procedimentos para extração <strong>de</strong><br />

informações <strong>de</strong> uma imag<strong>em</strong> <strong>de</strong> uma forma útil para o processamento computacional.<br />

Geralmente, esta informação per<strong>de</strong> um pouco a similarida<strong>de</strong> com meios visuais que humanos<br />

usam para interpretar componentes <strong>em</strong> uma imag<strong>em</strong>. Ex<strong>em</strong>plos do tipo <strong>de</strong> informação usada<br />

na visão <strong>de</strong> máquina são momentos estatísticos, coeficientes <strong>de</strong> transformadas <strong>de</strong> Fourier e<br />

medidas multidimensionais <strong>de</strong> distâncias. Probl<strong>em</strong>as típicos <strong>de</strong> visão <strong>de</strong> máquina que<br />

rotineiramente utilizam técnicas <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> imagens são: reconhecimento<br />

automático <strong>de</strong> caracteres, inspeção <strong>de</strong> produtos numa linha <strong>de</strong> produção, processamento<br />

automático <strong>de</strong> impressões digitais, análises <strong>de</strong> raios-X e amostras <strong>de</strong> sangue e processamento<br />

<strong>de</strong> imagens aéreas e espaciais para previsão do t<strong>em</strong>po. (GONZALEZ; WOODS, 2008)<br />

3.1 Amostrag<strong>em</strong> e quantização<br />

A idéia básica <strong>de</strong> amostrag<strong>em</strong> e quantização é mostrada na Figura 3.1. A Figura 3.1(a) mostra<br />

uma imag<strong>em</strong> contínua, f(x, y), que é convertida <strong>em</strong> formato digital. Uma imag<strong>em</strong> po<strong>de</strong> ser<br />

contínua respeitando as coor<strong>de</strong>nadas x e y e a amplitu<strong>de</strong>. Para convergir para o formato<br />

1 Pixel é <strong>de</strong>rivado <strong>de</strong> picture el<strong>em</strong>ent e usualmente <strong>de</strong>nota um simples ponto <strong>em</strong> uma tela <strong>de</strong> computador<br />

13


digital, <strong>de</strong>ve-se amostrar a função nas duas coor<strong>de</strong>nadas e amplitu<strong>de</strong>. Colocar a posição <strong>de</strong><br />

cada ponto <strong>de</strong> uma imag<strong>em</strong> <strong>em</strong> valores das coor<strong>de</strong>nadas x e y é chamado <strong>de</strong> amostrag<strong>em</strong>.<br />

Representar a intensida<strong>de</strong> das cores <strong>de</strong> uma imag<strong>em</strong> <strong>em</strong> valores <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> é chamado<br />

quantização.<br />

A função unidimensional mostrada na Figura 3.1(b) é a representação gráfica dos valores <strong>de</strong><br />

amplitu<strong>de</strong> (nível <strong>de</strong> cinza) da imag<strong>em</strong> contínua ao longo do segmento AB na Figura 3.1(a). As<br />

variações aleatórias são <strong>de</strong>vidas a ruídos da imag<strong>em</strong>. Na Figura 3.1(c) foram retiradas<br />

amostras <strong>de</strong> mesmo espaçamento ao longo da linha AB. As amostras são pequenos quadrados<br />

brancos sobrepostos na função. O conjunto <strong>de</strong>ssas localizações discretas gera a função<br />

amostrada. Contudo, os valores das amostras ainda estão <strong>em</strong> uma faixa contínua <strong>de</strong> valores <strong>de</strong><br />

nível <strong>de</strong> cinza.<br />

14


Figura 3.1 – Amostrag<strong>em</strong> e quantização<br />

FONTE: Gonzalez , Woods e Eddins, 2004.<br />

Para formar a imag<strong>em</strong> digital, os valores <strong>de</strong> nível <strong>de</strong> cinza também <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser convertidos<br />

(quantizados) <strong>em</strong> quantida<strong>de</strong>s discretas. O lado direito da Figura 3.1(c) mostra a escala <strong>de</strong><br />

cinza dividida <strong>em</strong> oito níveis discretos do branco ao preto. A correlação é feita <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da<br />

proximida<strong>de</strong> vertical da amostra ao nível <strong>de</strong> cinza da escala. As amostras resultantes da<br />

amostrag<strong>em</strong> e quantização são apresentadas na Figura 3.1(d). Realizando este procedimento<br />

linha a linha na imag<strong>em</strong>, se produz uma imag<strong>em</strong> digital bidimensional. (Figura 3.2)<br />

Figura 3.2 – (a)Imag<strong>em</strong> contínua (b) Resultado da amostrag<strong>em</strong> e quantização<br />

FONTE: Gonzalez , Woods e Eddins, 2004.<br />

Na Figura 3.2(a) é apresentada a imag<strong>em</strong> contínua do objeto que será digitalizado. Após a<br />

amostrag<strong>em</strong> e quantização da imag<strong>em</strong>, a figura é mostrada <strong>em</strong> partes discretas (Figura 3.2(b)).<br />

3.2 Detecção <strong>de</strong> bordas<br />

Nesta etapa, as entradas são imagens e as saídas são atributos extraídos das imagens. A<br />

segmentação subdivi<strong>de</strong> a imag<strong>em</strong> <strong>em</strong> suas regiões constituintes ou objetos. O nível no qual a<br />

subdivisão é feita <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do probl<strong>em</strong>a a ser resolvido. Ou seja, a segmentação <strong>de</strong>ve parar<br />

quando os objetos <strong>de</strong> interesse na aplicação for<strong>em</strong> isolados. Algoritmos <strong>de</strong> segmentação são<br />

geralmente baseados <strong>em</strong> uma <strong>de</strong> duas proprieda<strong>de</strong>s básicas <strong>de</strong> valores <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong>:<br />

<strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> e similarida<strong>de</strong>. Na <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>, a forma <strong>de</strong> partição da imag<strong>em</strong> é<br />

baseada <strong>em</strong> mudanças abruptas <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong>, como bordas <strong>em</strong> uma imag<strong>em</strong>. Na<br />

15


similarida<strong>de</strong>, a partição é baseada <strong>em</strong> regiões que são similares <strong>de</strong> acordo com um conjunto<br />

<strong>de</strong> critérios pré-<strong>de</strong>finidos.<br />

Segundo Gonzalez e Woods (2008), o método mais comum <strong>de</strong> se encontrar <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s<br />

é passando uma máscara na imag<strong>em</strong>. A máscara mostrada na Figura 3.3 realiza a soma dos<br />

produtos dos coeficientes com os níveis <strong>de</strong> cinza da imag<strong>em</strong> englobados pela máscara.<br />

Figura 3.3 – Máscara 3 x 3<br />

FONTE: Gonzalez, Woods e Eddins, 2004.<br />

A resposta dada pela máscara <strong>em</strong> cada ponto da imag<strong>em</strong> é dada por:<br />

1 z1<br />

+ w2<br />

z2<br />

+ ... w9<br />

z9<br />

16<br />

R = w<br />

+<br />

(3-1)<br />

On<strong>de</strong> é o nível <strong>de</strong> cinza do Pixel associado ao coeficiente e w a posição do Pixel.<br />

zi i<br />

Borda é um conceito “local” dos contornos <strong>de</strong> uma região, pertencendo ao caminho on<strong>de</strong> eles<br />

estão <strong>de</strong>finidos. Uma <strong>de</strong>finição plausível <strong>de</strong> bordas requer a habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medir transições <strong>de</strong><br />

níveis <strong>de</strong> cinza <strong>de</strong> modo significativo. O mo<strong>de</strong>lo i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> borda t<strong>em</strong> as proprieda<strong>de</strong>s do<br />

mo<strong>de</strong>lo mostrado na Figura 3.4(a), on<strong>de</strong> há um conjunto <strong>de</strong> Pixels conectados, localizados <strong>em</strong><br />

uma transição <strong>de</strong>grau ortogonal do nível <strong>de</strong> cinza. Porém, na prática, no momento da<br />

aquisição da imag<strong>em</strong> ela po<strong>de</strong> não vir tão b<strong>em</strong> <strong>de</strong>lineada causando uma borda do tipo rampa,<br />

como mostrado na Figura 3.4(b). A inclinação da rampa é inversamente proporcional ao grau<br />

<strong>de</strong> <strong>em</strong>baçamento da imag<strong>em</strong>.


Figura 3.4 – (a) Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> uma borda digital i<strong>de</strong>al (b) Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> uma borda <strong>em</strong> rampa.<br />

FONTE: Gonzalez, Woods e Eddins, 2004.<br />

A partir das observações, a magnitu<strong>de</strong> da primeira <strong>de</strong>rivada (Figura 3.5) po<strong>de</strong> ser usada para<br />

<strong>de</strong>tectar a presença <strong>de</strong> bordas <strong>em</strong> um ponto da imag<strong>em</strong>. De forma similar, o sinal da segunda<br />

<strong>de</strong>rivada po<strong>de</strong> ser usado para <strong>de</strong>terminar on<strong>de</strong> a borda <strong>de</strong> Pixels muda do lado escuro para o<br />

claro.<br />

Figura 3.5 – Detalhamento da borda <strong>de</strong> uma imag<strong>em</strong><br />

FONTE: Gonzalez, Woods e Eddins 2004.<br />

17


3.3 Dilatação e erosão<br />

As operações <strong>de</strong> dilatação e erosão são fundamentais para processamento morfológico <strong>de</strong><br />

imagens. Muitos algoritmos são baseados nestas operações. A Dilatação é uma operação que<br />

“aumenta” os objetos <strong>em</strong> uma imag<strong>em</strong> binária. A maneira específica <strong>de</strong>ste crescimento é<br />

controlado por um formato chamado el<strong>em</strong>ento estrutural.<br />

Figura 3.6 – Dilatação<br />

FONTE: Gonzalez, Woods e Eddins, 2004.<br />

A Figura 3.6 ilustra como a dilatação é feita. A Figura 3.6(a) mostra uma simples imag<strong>em</strong><br />

binária contendo um objeto retangular. A Figura 3.6(b) é um el<strong>em</strong>ento estrutural, uma linha<br />

diagonal <strong>de</strong> cinco Pixels <strong>de</strong> comprimento. Computacionalmente, el<strong>em</strong>entos estruturais são<br />

tipicamente representados por uma matriz <strong>de</strong> zeros e uns. A orig<strong>em</strong> do el<strong>em</strong>ento estrutural<br />

<strong>de</strong>ve ser claramente i<strong>de</strong>ntificada. A Figura 3.6(c) retrata a dilatação como um processo que<br />

18


translada a orig<strong>em</strong> do el<strong>em</strong>ento estrutural pelo domínio da imag<strong>em</strong> verificando on<strong>de</strong> ele<br />

sobrepõe Pixels <strong>de</strong> valor 1. A imag<strong>em</strong> <strong>de</strong> saída Figura 3.6(d) t<strong>em</strong> valores <strong>de</strong> 1 <strong>em</strong> cada ponto<br />

da orig<strong>em</strong> on<strong>de</strong> o el<strong>em</strong>ento estrutural sobrepõe pelo menos um Pixel <strong>de</strong> valor 1.<br />

A erosão “afina” objetos na imag<strong>em</strong> binária. Como na dilatação, a maneira <strong>de</strong> erodir é<br />

controlada por um el<strong>em</strong>ento estrutural. A Figura 3.7 ilustra o processo <strong>de</strong> erosão. A Figura<br />

3.7(a) é a mesma que a Figura 3.6(a). A figura 3.7(b) mostra o el<strong>em</strong>ento estrutural, que é uma<br />

pequena linha vertical. A Figura 3.7(c) graficamente retrata a erosão como um processo <strong>de</strong><br />

translação do el<strong>em</strong>ento estrutural através do domínio da imag<strong>em</strong> verificando se o el<strong>em</strong>ento<br />

estrutural encaixa completamente no objeto.<br />

Figura 3.7 – Erosão. (a) Imag<strong>em</strong> original com objeto retangular; (b) El<strong>em</strong>ento estrutural; (c) El<strong>em</strong>ento estrutural transladado para pontos da<br />

imag<strong>em</strong>; (d) imag<strong>em</strong> <strong>de</strong> saída.<br />

FONTE: Gonzalez, Woods e Eddins, 2004.<br />

A imag<strong>em</strong> <strong>de</strong> saída (Figura 3.7(d)) t<strong>em</strong> o valor 1 nos pontos on<strong>de</strong> a orig<strong>em</strong> do el<strong>em</strong>ento<br />

estrutural está quando o el<strong>em</strong>ento estrutural sobrepõe apenas valores <strong>de</strong> 1 na imag<strong>em</strong> <strong>de</strong><br />

entrada.<br />

3.4 MATLAB<br />

19


Segundo Gonzalez, Woods e Eddins (2004), MATLAB é uma linguag<strong>em</strong> <strong>de</strong> alta performance<br />

para computação técnica. Ele integra computação, visualização e programação <strong>em</strong> um<br />

ambiente fácil <strong>de</strong> usar on<strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as e soluções são expressos <strong>em</strong> notação mat<strong>em</strong>ática<br />

familiar. Algumas características típicas são:<br />

• Mat<strong>em</strong>ática e computação;<br />

• Desenvolvimento <strong>de</strong> algoritmos;<br />

• Aquisição <strong>de</strong> dados;<br />

• Mo<strong>de</strong>lag<strong>em</strong>, simulação e criação <strong>de</strong> protótipos;<br />

• Análise <strong>de</strong> dados, exploração e visualização;<br />

• Gráficos;<br />

• Desenvolvimento <strong>de</strong> aplicações, incluindo construção <strong>de</strong> interfaces gráficas;<br />

MATLAB é um sist<strong>em</strong>a interativo no qual os el<strong>em</strong>entos básicos <strong>de</strong> dados são matrizes que<br />

não requer<strong>em</strong> dimensionamento. Isto permite formular soluções para muitos probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong><br />

computação técnica, especialmente aqueles que envolv<strong>em</strong> representação <strong>de</strong> matrizes, <strong>em</strong> uma<br />

fração <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po se comparado com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um programa numa linguag<strong>em</strong><br />

escalar não-interativa como C ou Fortran.<br />

O nome MATLAB significa matrix laboratory (laboratório <strong>de</strong> matrizes). MATLAB foi<br />

<strong>de</strong>senvolvido originalmente para prover fácil acesso ao software <strong>de</strong> matriz <strong>de</strong>senvolvido pelos<br />

projetos LINPAK (Linear Syst<strong>em</strong> Package) e EISPACK (Eigen Syst<strong>em</strong> Package).<br />

Hoje, MATLAB incorpora as bibliotecas do LAPACK (Linear Álgebra Package) e BLAS<br />

(Basic Linear Álgebra Subprograms), constituindo uma obra <strong>de</strong> arte <strong>em</strong> computação <strong>de</strong><br />

software e computação <strong>de</strong> matrizes. (GONZALEZ, WOODS E EDDINS, 2004)<br />

A estrutura básica <strong>de</strong> dados no MATLAB® é o vetor, um conjunto or<strong>de</strong>nado <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos<br />

reais ou complexos. Este objeto é naturalmente compatível à representação <strong>de</strong> imagens,<br />

conjuntos or<strong>de</strong>nados <strong>de</strong> valores reais <strong>de</strong> cores ou intensida<strong>de</strong>.<br />

MATLAB® armazena a maior parte das imagens <strong>em</strong> vetores <strong>de</strong> duas dimensões (matrizes),<br />

nas quais cada el<strong>em</strong>ento da matriz correspon<strong>de</strong> a um único Pixel na imag<strong>em</strong> mostrada.<br />

20


3.5 IMAGE PROCESSING TOOLBOX<br />

Segundo Gonzalez, Woods e Eddins (2004), no meio acadêmico, MATLAB é uma ferramenta<br />

computacional comum para cursos introdutórios e avançados <strong>em</strong> mat<strong>em</strong>ática, engenharia e<br />

ciência. No meio industrial, MATLAB é a ferramenta computacional <strong>de</strong> escolha para<br />

pesquisa, <strong>de</strong>senvolvimento e análise. MATLAB é compl<strong>em</strong>entado pela família <strong>de</strong> soluções<br />

para aplicações específicas chamada toolboxes.<br />

O Image Processing Toolbox é uma coleção <strong>de</strong> funções que esten<strong>de</strong>m a capacida<strong>de</strong> do<br />

ambiente <strong>de</strong> computação numérica do MATLAB®. O toolbox suporta uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> operações <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> imagens. Muitas das funções do toolbox são arquivos M -<br />

files do MATLAB®, uma série <strong>de</strong> instruções que impl<strong>em</strong>entam algoritmos especializados <strong>em</strong><br />

processamento <strong>de</strong> imagens.<br />

21


IV REDES NEURAIS ARTIFICIAIS<br />

4.1 Introdução<br />

CAPITULO IV<br />

A seguinte <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s <strong>neurais</strong> foi proposta por Braga, Carvalho e Lu<strong>de</strong>rmir<br />

(2000):<br />

“Re<strong>de</strong>s <strong>neurais</strong> artificiais são sist<strong>em</strong>as paralelos distribuídos, compostos<br />

por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> processamento simples (nodos) que calculam<br />

<strong>de</strong>terminadas funções mat<strong>em</strong>áticas (normalmente não lineares). Tais<br />

unida<strong>de</strong>s são dispostas <strong>em</strong> uma ou mais camadas e interligadas por um<br />

gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> conexões, geralmente unidirecionais. Na maioria dos<br />

mo<strong>de</strong>los, essas conexões estão associadas a pesos, que armazenam o<br />

conhecimento representado no mo<strong>de</strong>lo e serv<strong>em</strong> para pon<strong>de</strong>rar a<br />

entrada recebida por cada neurônio da re<strong>de</strong>. O funcionamento <strong>de</strong>ssas<br />

re<strong>de</strong>s é inspirado <strong>em</strong> uma estrutura física concebida pela natureza: o<br />

cérebro humano”.<br />

Re<strong>de</strong>s Neurais Artificiais realizam o paradigma subsimbólico <strong>de</strong> representação e<br />

processamento <strong>de</strong> informação (KASABOV, 1996). A área científica que lida com métodos e<br />

sist<strong>em</strong>as para processamento <strong>de</strong> informações utilizando re<strong>de</strong>s <strong>neurais</strong> é chamada<br />

neurocomputação.<br />

4.2 Neurônios artificiais e reais<br />

Segundo Kasabov (1996), uma re<strong>de</strong> neural artificial (ou simplesmente re<strong>de</strong> neural) é um<br />

mo<strong>de</strong>lo computacional que consiste <strong>em</strong> processar el<strong>em</strong>entos (chamados neurônios) e<br />

conexões entre eles com coeficientes (pesos) ligados às conexões, que consiste na estrutura<br />

neuronal, treinamento e sensibilida<strong>de</strong> ligada à estrutura. Re<strong>de</strong>s <strong>neurais</strong> são chamadas <strong>de</strong><br />

mo<strong>de</strong>los conexionistas <strong>de</strong>vido ao papel principal das conexões nelas. Os pesos das conexões<br />

são a “m<strong>em</strong>ória” do sist<strong>em</strong>a.<br />

22


Apesar das re<strong>de</strong>s <strong>neurais</strong> apresentar<strong>em</strong> similarida<strong>de</strong>s ao cérebro humano, não se trata <strong>de</strong> uma<br />

tentativa <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lá-lo. Elas são mo<strong>de</strong>los úteis para resolução <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as e engenharia do<br />

conhecimento <strong>de</strong> um jeito “humano”. O cérebro humano é muito mais complexo e,<br />

infelizmente, muitas <strong>de</strong> suas funções cognitivas não são ainda b<strong>em</strong> conhecidas. Mas, quanto<br />

mais apren<strong>de</strong>mos sobre o cérebro humano, melhores mo<strong>de</strong>los computacionais são<br />

<strong>de</strong>senvolvidos para uso prático. Portanto, as re<strong>de</strong>s <strong>neurais</strong> artificiais observam as<br />

características do cérebro humano do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> informação e se<br />

baseiam nestes métodos para criar as re<strong>de</strong>s <strong>neurais</strong>. Segundo Kasabov (1996), as principais<br />

características das re<strong>de</strong>s reais e artificiais são: o aprendizado e adaptação, a generalização,<br />

paralelismo massivo, robustez, armazenamento associativo <strong>de</strong> informação e processamento <strong>de</strong><br />

informações espaciais e t<strong>em</strong>porais.<br />

4.3 Neurônio biológico<br />

O neurônio é célula nervosa e o principal componente do sist<strong>em</strong>a nervoso. Segundo Braga,<br />

Carvalho e Lu<strong>de</strong>rmir (2000), estima-se que no cérebro humano existam <strong>em</strong> torno <strong>de</strong><br />

nodos, responsável por todas as funções do sist<strong>em</strong>a. Cada neurônio se divi<strong>de</strong> <strong>em</strong> três partes: o<br />

corpo da célula, os <strong>de</strong>ndritos e o axônio. Cada uma <strong>de</strong>stas partes com uma função específica,<br />

porém compl<strong>em</strong>entar.<br />

O corpo do neurônio ou soma é constituído <strong>de</strong> núcleo e pericário, e dá suporte metabólico a<br />

toda célula. O axônio é um prolongamento único e gran<strong>de</strong> que aparece no corpo do neurônio.<br />

Ele é responsável pela condução do impulso nervoso para o próximo neurônio, po<strong>de</strong>ndo ser<br />

revestido ou não por mielina (bainha axonial). Os <strong>de</strong>ndritos são prolongamentos menores <strong>em</strong><br />

forma <strong>de</strong> ramificações que <strong>em</strong>erg<strong>em</strong> do pericário e do final do axônio, sendo, na maioria das<br />

vezes, responsáveis pela comunicação entre os neurônios através das sinapses. A estrutura <strong>de</strong><br />

um neurônio biológico é mostrada na Figura 4.1.<br />

23<br />

11<br />

10


Figura 4.1 – Estrutura <strong>de</strong> um neurônio biológico<br />

FONTE: Braga, Carvalho e Lu<strong>de</strong>rmir 2000.<br />

É pela sinapse que os nodos se un<strong>em</strong> funcionalmente, formando re<strong>de</strong>s <strong>neurais</strong>. Em uma<br />

sinapse, os neurônios não se tocam. Entre eles havendo um esp<strong>aço</strong> <strong>de</strong>nominado esp<strong>aço</strong><br />

sináptico, on<strong>de</strong> um neurônio pré-sináptico liga-se a um outro <strong>de</strong>nominado neurônio pós-<br />

sináptico. O sinal nervoso (impulso), que v<strong>em</strong> através do axônio da célula pré-sináptica chega<br />

a sua extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong> e provoca na fenda a liberação <strong>de</strong> neurotransmissores <strong>de</strong>positados <strong>em</strong><br />

bolsas chamadas <strong>de</strong> vesículas sinápticas. Este el<strong>em</strong>ento químico se liga quimicamente a<br />

receptores específicos no neurônio pós-sináptico, dando continuida<strong>de</strong> à propagação do sinal.<br />

Segundo Braga, Carvalho e Lu<strong>de</strong>rmir (2000), esse sist<strong>em</strong>a é responsável pela maioria das<br />

funções realizadas <strong>em</strong> nosso cérebro.<br />

4.4 Neurônios artificiais<br />

Segundo Kasabov (1996), o primeiro mo<strong>de</strong>lo mat<strong>em</strong>ático <strong>de</strong> um neurônio foi proposto por<br />

McCulloch e Pitts <strong>em</strong> 1943. Foi um mecanismo que utilizava entradas e saídas binárias e um<br />

limiar <strong>de</strong> ativação fixo.<br />

Em geral, um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> neurônio é baseado nos seguintes parâmetros como mostrados na<br />

Figura 4.2:<br />

24


Figura 4.2 – Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> um neurônio artificial<br />

FONTE: Kasabov, 1996.<br />

• Entradas: , ,..., . Pesos associados às entradas: , ,..., w ; uma entrada do<br />

x1 2 x xn 1 w 2 w n<br />

neurônio chamada bias t<strong>em</strong> o valor inicial <strong>de</strong> 1 e é normalmente representada como<br />

uma entrada separada, x .<br />

0<br />

• Função <strong>de</strong> entrada f: Calcula o sinal <strong>de</strong> entrada da re<strong>de</strong> agregado ao neurônio u=f(x,<br />

w), on<strong>de</strong> x e w são as entradas e vetores <strong>de</strong> peso correspon<strong>de</strong>ntes; f é normalmente a<br />

função <strong>de</strong> soma:<br />

u =<br />

n<br />

∑<br />

i=<br />

1<br />

i wi<br />

25<br />

x . (4.1)<br />

• Função <strong>de</strong> ativação φ: Calcula o nível <strong>de</strong> ativação <strong>de</strong> um neurônio a= φ (u).<br />

• Função <strong>de</strong> saída: Calcula o sinal <strong>de</strong> saída <strong>em</strong>itido pelo neurônio: o=g(a); o sinal <strong>de</strong><br />

saída normalmente é consi<strong>de</strong>rado igual ao nível <strong>de</strong> ativação do neurônio, ou seja, o=a.<br />

As funções <strong>de</strong> ativação φ dos neurônios são <strong>de</strong>finidas por funções mat<strong>em</strong>áticas. Algumas<br />

funções <strong>de</strong> ativação típicas são <strong>de</strong>scritas na Figura 4.3:


4.5 O perceptron<br />

Figura 4.3 – Funções <strong>de</strong> ativação típicas<br />

FONTE: Kasabov, 1996.<br />

Segundo Kasabov (1996), um dos primeiros mo<strong>de</strong>los no qual foi usado o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> um<br />

neurônio <strong>de</strong> McCulloch e Pitts (1943) foi a re<strong>de</strong> neural chamada perceptron (Rosenblatt,<br />

1958). O ponto da experiência foi mo<strong>de</strong>lar fenômenos da percepção visual. Os neurônios<br />

utilizados na re<strong>de</strong> perceptron tinham uma função simples <strong>de</strong> entrada e uma função <strong>de</strong>grau <strong>de</strong><br />

ativação ou função linear <strong>de</strong> ativação <strong>de</strong> limiar. Os valores <strong>de</strong> entrada, <strong>em</strong> geral, eram<br />

números reais e as saídas binárias. A estrutura <strong>de</strong> conexão do perceptron é unidirecional <strong>de</strong><br />

três camadas.<br />

A primeira camada é um buffer que armazena os dados. Os el<strong>em</strong>entos da primeira camada são<br />

conectados completamente ou arbitrariamente aos el<strong>em</strong>entos da segunda camada, chamada <strong>de</strong><br />

camada característica (ou, feature layer). Cada neurônio <strong>de</strong>sta camada combina informações<br />

vindas <strong>de</strong> diferentes el<strong>em</strong>entos sensoriais e representam uma possível característica. Os<br />

26


neurônios <strong>de</strong>sta camada estão completamente ligados aos neurônios <strong>de</strong> saída <strong>de</strong> uma camada<br />

<strong>de</strong> saída chamada camada perceptron (ou, perceptron layer). Os pesos entre o buffer e a<br />

camada característica são fixos. A Figura 4.5 ilustra uma re<strong>de</strong> perceptron simples com dois<br />

el<strong>em</strong>entos na camada característica e um el<strong>em</strong>ento na camada perceptron. O bias ( x )<br />

também é mostrado.<br />

Figura 4.4 – Uma re<strong>de</strong> perceptron<br />

FONTE: Kasabov, 1996.<br />

Segundo Kasabov (apud MINSKY e PAPERT, 1969) <strong>de</strong>scobriu-se uma severa limitação dos<br />

perceptrons. Eles po<strong>de</strong>m ser treinados para reconhecer apenas classes linearmente separáveis.<br />

Ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> classes que são linearmente separáveis ficam <strong>em</strong> um lado apenas <strong>de</strong> um<br />

hiperplano que separa as classes. Se o esp<strong>aço</strong> <strong>de</strong> entrada é bidimensional, o hiperplano é uma<br />

linha. Se os ex<strong>em</strong>plos não são linearmente separáveis, o perceptron falha <strong>em</strong> convergir.<br />

4.6 Arquitetura <strong>de</strong> Re<strong>de</strong>s Neurais<br />

Segundo Kasabov (1996), uma re<strong>de</strong> neural artificial é um mo<strong>de</strong>lo computacional <strong>de</strong>finido por<br />

quatro parâmetros: tipo <strong>de</strong> neurônios; arquitetura conexionista (a organização das conexões<br />

entre neurônios); algoritmo <strong>de</strong> treinamento; algoritmo <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong>. Uma re<strong>de</strong> neural<br />

simples é mostrada na Figura 4.5. Ela contém quatro nodos <strong>de</strong> entrada, dois intermediários e<br />

um nodo <strong>de</strong> saída. Os ajustes dos pesos ligados às conexões são resultantes do processo <strong>de</strong><br />

treinamento usado.<br />

27<br />

0


Figura 4.5 – Re<strong>de</strong> neural<br />

FONTE: Kasabov, 1996.<br />

Duas principais arquiteturas conexionistas po<strong>de</strong>m ser distinguidas <strong>de</strong> acordo com o número <strong>de</strong><br />

conjuntos <strong>de</strong> neurônios <strong>de</strong> entrada e saída: a auto-associativa, on<strong>de</strong> os neurônios <strong>de</strong> entrada<br />

são os neurônios <strong>de</strong> saída (uma camada) e a hetero-associativa, on<strong>de</strong> há conjuntos <strong>de</strong><br />

neurônios <strong>de</strong> entrada e saída separados.<br />

A partir da presença <strong>de</strong> conexões <strong>de</strong> realimentação na re<strong>de</strong>, dois tipos <strong>de</strong> arquitetura po<strong>de</strong>m<br />

ser distinguidos. A feedforward architecture (arquitetura unidirecional) on<strong>de</strong> não há ligações<br />

entre a saída e os neurônios <strong>de</strong> entrada. E a recurrent achitecture (arquitetura recorrente),<br />

on<strong>de</strong> há conexões entre a saída e os neurônios <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> forma que a re<strong>de</strong> guarda<br />

informações do estado passado e o estado futuro não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> apenas dos sinais <strong>de</strong> entrada,<br />

mas também do estado anterior.<br />

4.7 Aprendizado <strong>de</strong> Re<strong>de</strong>s Neurais Artificiais<br />

Segundo Kasabov (1996), a característica mais atrativa das re<strong>de</strong>s <strong>neurais</strong> é sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

aprendizado. O aprendizado possibilita que a re<strong>de</strong> se a<strong>de</strong>que ao meio. A re<strong>de</strong> neural é treinada<br />

<strong>de</strong> forma que um conjunto <strong>de</strong> entradas x produza um conjunto <strong>de</strong> saídas y <strong>de</strong>sejadas ou, pelo<br />

menos, consistentes. Os el<strong>em</strong>entos do conjunto <strong>de</strong> entradas x são chamados ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong><br />

treinamento. O processo <strong>de</strong> treinamento reflete numa mudança dos pesos associados a cada<br />

conexão da re<strong>de</strong>. Os algoritmos <strong>de</strong> treinamento po<strong>de</strong>m ser classificados com três grupos:<br />

28


• supervisionado, on<strong>de</strong> os ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> treinamento são vetores <strong>de</strong> entrada x e vetores<br />

<strong>de</strong> saídas <strong>de</strong>sejadas y. O treinamento é realizado até que a re<strong>de</strong> “aprenda” a associar<br />

cada vetor <strong>de</strong> entrada x à saída correspon<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>sejada;<br />

• não-supervisionado, on<strong>de</strong> apenas são inseridos os valores da entrada x e a re<strong>de</strong><br />

encontra relações entre toda informação apresentada;<br />

• aprendizado por reforço, que é uma combinação dos dois métodos apresentados. É<br />

apresentado um vetor <strong>de</strong> entrada x e gerada uma saída y. Se a saída é consi<strong>de</strong>rada<br />

“boa” é atribuída à re<strong>de</strong> uma “recompensa”, caso contrário, a re<strong>de</strong> é “penalizada”.<br />

4.8 Aprendizado supervisionado <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s <strong>neurais</strong><br />

Segundo Braga, Carvalho e Lu<strong>de</strong>rmir (2000), O método <strong>de</strong> aprendizado supervisionado é o<br />

método mais comum <strong>de</strong> treinamento <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s <strong>neurais</strong>. Neste método as entradas e saídas<br />

<strong>de</strong>sejadas para a re<strong>de</strong> são fornecidas e o treinamento é visto como uma aproximação <strong>de</strong><br />

mapeamento entre o esp<strong>aço</strong> <strong>de</strong> entrada e o esp<strong>aço</strong> solução do probl<strong>em</strong>a. Segundo Kasabov<br />

(1996), o aprendizado supervisionado é normalmente feito na seguinte seqüência:<br />

1. prepara-se a estrutura <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> neural contendo neurônios <strong>de</strong> entrada,<br />

neurônios <strong>de</strong> saída e um conjunto inicial <strong>de</strong> valores <strong>de</strong> pesos das conexões da re<strong>de</strong>;<br />

2. fornece-se um vetor <strong>de</strong> entrada x do conjunto <strong>de</strong> ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> treinamento para a<br />

re<strong>de</strong>;<br />

3. calcula-se a saída o produzida pela re<strong>de</strong> neural;<br />

4. compara-se o vetor <strong>de</strong> saída <strong>de</strong>sejado y e a saída encontrada o produzida pela re<strong>de</strong>,<br />

calculando-se o erro;<br />

5. ajustam-se os pesos das conexões <strong>de</strong> forma que, da próxima vez que x for<br />

apresentado à re<strong>de</strong>, a saída produzida será mais próxima do valor <strong>de</strong>sejado <strong>de</strong> saída<br />

y.<br />

6. repet<strong>em</strong>-se os passos 2 a 5 até que a re<strong>de</strong> encontre um estado <strong>de</strong> convergência.<br />

Os erros <strong>de</strong> aproximação po<strong>de</strong>m ser encontrados pelo cálculo do erro instantâneo:<br />

29<br />

Err = ( o − y)<br />

(4.2)


Ou pelo erro quadrático médio, ou mean-square error (MSE):<br />

30<br />

2<br />

Err = ( o − y)<br />

/ 2<br />

(4.3)<br />

Depen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> como o erro é calculado, dois tipos <strong>de</strong> erros po<strong>de</strong>m ser encontrados para uma<br />

re<strong>de</strong> neural. O primeiro, chamado <strong>de</strong> erro aparente, estima o quão b<strong>em</strong> uma re<strong>de</strong> treinada se<br />

aproxima dos ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> treinamento. O segundo, chamado <strong>de</strong> erro teste, estima o quão<br />

bom a re<strong>de</strong> treinada po<strong>de</strong> generalizar, ou seja, reagir à novos vetores <strong>de</strong> entrada.<br />

4.9 Re<strong>de</strong>s perceptron multicamadas e o algoritmo <strong>de</strong> retro propagação<br />

Para superar a limitação <strong>de</strong> separação linear dos perceptrons, re<strong>de</strong>s do tipo Multilayer<br />

Perceptrons (MLP) foram introduzidas. Uma MLP consiste <strong>em</strong> uma camada <strong>de</strong> entrada, pelo<br />

menos uma camada intermediária (oculta) e uma camada <strong>de</strong> saída. Os neurônios <strong>de</strong> cada<br />

camada estão todos ligados aos neurônios da próxima camada. Os neurônios na MLP têm<br />

valores contínuos <strong>de</strong> entrada e saída, função soma <strong>de</strong> entradas e função <strong>de</strong> ativação não-linear.<br />

Um gradiente po<strong>de</strong> ser usado para encontrar pesos ótimos para as conexões minimizando o<br />

erro global E. Uma mudança <strong>de</strong> pesos Δ wij<br />

<strong>em</strong> um ciclo (t+1) está na direção do gradiente<br />

negativo do erro E:<br />

Δ ( t + 1)<br />

= −lrate(<br />

∂E<br />

/ ∂w<br />

( t))<br />

(4.4)<br />

wij ij<br />

On<strong>de</strong> lrate é a taxa <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong>. A regra do gradiente assegura que <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um número<br />

<strong>de</strong> ciclos, o erro E alcançará um valor mínimo. Um erro global para todos os ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong><br />

treinamento po<strong>de</strong> ser calculado da forma:<br />

E<br />

= ∑∑<br />

p j<br />

Err<br />

( p)<br />

j<br />

(4.5)<br />

( p)<br />

On<strong>de</strong> o erro para o ex<strong>em</strong>plo p, Err<br />

po<strong>de</strong> ser calculado, por ex<strong>em</strong>plo, como um erro<br />

quadrático médio.<br />

j


Segundo Kasabov (apud Amari, 1967), sugeriu-se que o algoritmo <strong>de</strong> gradiente <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte<br />

fosse usado para treinar MLP, mas propagando o erro para trás e ajustando os pesos das<br />

conexões.<br />

A cada ciclo <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong> (on<strong>de</strong> ciclo, no MATLAB, é chamado <strong>de</strong> epoch) que po<strong>de</strong> ser<br />

<strong>de</strong>finido como o processo <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> um ou mais ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> treinamento pela re<strong>de</strong> e<br />

calculando seus erros E. O algoritmo <strong>de</strong> treinamento consiste <strong>em</strong> duas fases: Fase direta<br />

(forward pass), quando as entradas são inseridas e propagadas pelas camadas intermediárias<br />

até a camada <strong>de</strong> saída, e fase reversa (backward pass), quando o erro é calculado na saída e<br />

propagado para trás calculando-se as mudanças dos pesos. O processo <strong>de</strong> treinamento é<br />

repetido por muitos ciclos com o conjunto <strong>de</strong> ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> treinamento até que o erro global E<br />

seja suficient<strong>em</strong>ente pequeno.<br />

Figura 4.6 – Representação esqu<strong>em</strong>ática <strong>de</strong> um aprendizado <strong>de</strong> MLP<br />

FONTE: Kasabov, 1996.<br />

31


CAPÍTULO V<br />

V METODOLOGIA E RESULTADOS<br />

O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é <strong>de</strong>, a partir da uma imag<strong>em</strong> <strong>de</strong> uma chapa <strong>de</strong> <strong>aço</strong> no momento da<br />

laminação, processar essa imag<strong>em</strong> <strong>via</strong> MATLAB com o intuito <strong>de</strong> localizar e abstrair<br />

características <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos geralmente encontrados na superfície do plano. Fazendo-se uso<br />

<strong>de</strong>stas informações, classificar o <strong>de</strong>feito quanto ao seu tipo utilizando re<strong>de</strong>s <strong>neurais</strong>. A<br />

metodologia <strong>de</strong>ste trabalho po<strong>de</strong> ser dividida <strong>em</strong> três passos: Preparo da imag<strong>em</strong>, Análise da<br />

imag<strong>em</strong> e Classificação <strong>via</strong> Re<strong>de</strong>s Neurais.<br />

5.1 Preparo da imag<strong>em</strong><br />

Esta etapa visa evi<strong>de</strong>nciar os <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong> forma que seja possível extrair características<br />

pertinentes para sua classificação. É uma etapa <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância por se tratar da base do<br />

processo. A exatidão na classificação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá da qualida<strong>de</strong> das informações extraídas neste<br />

passo. Uma imag<strong>em</strong> real fornecida por uma indústria si<strong>de</strong>rúrgica foi escolhida para ilustrar o<br />

processamento que esta etapa realiza numa imag<strong>em</strong> <strong>de</strong> chapa <strong>de</strong> <strong>aço</strong> contendo <strong>de</strong>feitos a<br />

ser<strong>em</strong> evi<strong>de</strong>nciados (Figura 5.1).<br />

Figura 5.1 – Imag<strong>em</strong> Original<br />

O Primeiro passo realizado no preparo da imag<strong>em</strong> é o <strong>de</strong> importar a imag<strong>em</strong> para o ambiente<br />

do MATLAB utilizando a função imread. Esta função lê a imag<strong>em</strong> e a armazena como uma<br />

32


matriz no seu esp<strong>aço</strong> <strong>de</strong> trabalho. É realizada a <strong><strong>de</strong>tecção</strong> na imag<strong>em</strong> importada das bordas dos<br />

<strong>de</strong>feitos utilizando a função edge do IMAGE PROCESSING TOOLBOX, ferramenta contida<br />

no MATLAB (Figura 5.2).<br />

Figura 5.2 – Imag<strong>em</strong> após <strong><strong>de</strong>tecção</strong> das bordas utilizando o método <strong>de</strong> Sobel<br />

A máscara binária na Figura 5.2 mostra linhas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> contraste na imag<strong>em</strong>. Porém, não é<br />

possível <strong>de</strong>linear completamente os <strong>de</strong>feitos presentes. Comparando os <strong>de</strong>senhos encontrados<br />

com a imag<strong>em</strong> original po<strong>de</strong>m-se ver <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s no contorno. Para tornar o contorno<br />

mais fiel, é realizada a dilatação das linhas utilizando el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> estrutura linear que po<strong>de</strong>m<br />

ser criados com a função strel do MATLAB e aplicados com a função imdilate gerando a<br />

imag<strong>em</strong> da Figura 5.3.<br />

Figura 5.3 – Imag<strong>em</strong> após dilatação<br />

Para preencher os buracos presentes nas formas encontradas na Figura 5.3 é utilizada a função<br />

imfill que torna os Pixels inativos <strong>de</strong> valor 0(zero) cercados por Pixels ativos <strong>de</strong> valor 1(um)<br />

<strong>em</strong> Pixels ativos.<br />

33


Figura 5.4 – Imag<strong>em</strong> preenchida<br />

Para que imagens <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos que não estão completamente contidos <strong>em</strong> nossa área <strong>de</strong><br />

interesse, retira-se todos os conjuntos <strong>de</strong> Pixels ativos que tocam os limites da imag<strong>em</strong> gerada<br />

pelo preenchimento (Figura 5.4) utilizando a função do MATLAB imclearbor<strong>de</strong>r.<br />

Figura 5.5 – Imag<strong>em</strong> após a limpeza das bordas da região <strong>de</strong> interesse<br />

Para que a imag<strong>em</strong> encontrada após a limpeza das bordas (Figura 5.5) tenha um aspecto mais<br />

natural e fiel ao <strong>de</strong>feito, é realizada a suavização dos contornos dos objetos erodindo a<br />

imag<strong>em</strong> com um el<strong>em</strong>ento estrutural criado pela função strel.<br />

34


Figura 5.6 – Imag<strong>em</strong> após a suavização do contorno dos objetos<br />

Para retirar os ruídos e <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong> dimensões <strong>de</strong>sprezíveis presentes na imag<strong>em</strong> obtida após a<br />

suavização do contorno dos objetos (Figura 5.6), é utilizada a função bwareaopen. Nesta<br />

etapa, retiram-se conjuntos <strong>de</strong> Pixels na imag<strong>em</strong> menores que 35 Pixels, gerando uma<br />

máscara on<strong>de</strong> apenas os objetos <strong>de</strong> interesse (<strong>de</strong>feitos) têm Pixels ativos. (Figura 5.7)<br />

Figura 5.7 – Imag<strong>em</strong> após a retirada <strong>de</strong> conjuntos <strong>de</strong>sinteressantes<br />

Para visualizar os resultados obtidos na etapa <strong>de</strong> preparação da imag<strong>em</strong>, os objetos<br />

encontrados na Figura 5.7 são <strong>de</strong>lineados utilizando-se a função bwperim e, <strong>em</strong> seguida,<br />

sobrepostos sobre a imag<strong>em</strong> original <strong>de</strong> forma a facilitar a visualização e avaliação do<br />

resultado obtido pelos métodos adotados.<br />

35


Figura 5.8 – Imag<strong>em</strong> original com <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong>lineados<br />

Como po<strong>de</strong> ser visto na Figura 5.8, a etapa <strong>de</strong> preparação da imag<strong>em</strong> obteve um bom<br />

resultado pois todos os <strong>de</strong>feitos encontrados na chapa foram satisfatoriamente <strong>de</strong>lineados e<br />

nenhum ruído foi equivocadamente evi<strong>de</strong>nciado.<br />

5.2 Análise da imag<strong>em</strong><br />

O objetivo <strong>de</strong>sta etapa é extrair informações das imagens evi<strong>de</strong>nciadas pela etapa anterior e<br />

utilizá-las para classificar os <strong>de</strong>feitos contidos na chapa analisada. Para isto, é utilizada a<br />

função bwboundaries que traça um contorno nos conjuntos <strong>de</strong> pixels encontrados e encontra o<br />

número <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos. Já a função regionprops abstrai as características pertinentes para<br />

classificação dos <strong>de</strong>feitos como centrói<strong>de</strong>, excentricida<strong>de</strong> e orientação.<br />

5.2.1 Medidas das formas<br />

Com o intuito <strong>de</strong> classificar os <strong>de</strong>feitos presentes no momento da laminação <strong>em</strong> <strong>chapas</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>aço</strong>, as informações que serão extraídas dos objetos encontrados no preparo da imag<strong>em</strong> são:<br />

• área – valor escalar que representa o atual número <strong>de</strong> Pixels na região;<br />

• posição – valor escalar da distância do centrói<strong>de</strong> do objeto ao ponto médio da<br />

figura dividida pelo valor do ponto médio na coor<strong>de</strong>nada x.<br />

36


• excentricida<strong>de</strong> – valor escalar que especifica a excentricida<strong>de</strong> da elipse que t<strong>em</strong><br />

o mesmo momento <strong>de</strong> inércia <strong>de</strong> área que a região. A excentricida<strong>de</strong> é obtida<br />

dividindo-se a distância entre os focos da elipse pelo comprimento da maior<br />

aresta da elipse, <strong>de</strong>sta forma, o valor resultante fica entre 0 e 1. Se a<br />

excentricida<strong>de</strong> encontrada é próxima <strong>de</strong> 1, trata-se <strong>de</strong> algo parecido com um<br />

segmento <strong>de</strong> reta e, se a excentricida<strong>de</strong> for um valor próximo <strong>de</strong> 0, é algo que<br />

se ass<strong>em</strong>elha a um círculo;<br />

• orientação – valor escalar do ângulo <strong>em</strong> graus entre -90 e 90 entre o eixo x e o<br />

maior eixo da elipse que t<strong>em</strong> os mesmos momentos <strong>de</strong> inércia <strong>de</strong> área que a<br />

região.<br />

Para facilitar a i<strong>de</strong>ntificação visual dos <strong>de</strong>feitos pelo usuário, caso a imag<strong>em</strong> analisada tenha<br />

gran<strong>de</strong>s dimensões, criou-se um algoritmo que <strong>de</strong>senha retângulos ao redor dos <strong>de</strong>feitos<br />

utilizando-se a função imrect presente no toolbox IMAGE PROCESSING TOOLBOX do<br />

MATLAB, com base nos dados extraídos pela função regionprops <strong>de</strong>nominados<br />

“BoundingBox”. “BoundingBox” são valores <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nadas correspon<strong>de</strong>ntes ao menor<br />

retângulo que contém cada um dos objetos encontrados. Baseado nos valores <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nadas<br />

para estes retângulos, foram <strong>de</strong>senhados retângulos com arestas maiores para facilitar a<br />

visualização do <strong>de</strong>feito e sua borda. O resultado po<strong>de</strong> ser observado na Figura 5.9.<br />

counter=0<br />

x=1<br />

y=0<br />

regiao=[stats.BoundingBox]<br />

for counter=1:numregions<br />

y=x+3<br />

imrect(gca,regiao(x:y)+[-10,-10,20,20])<br />

x=x+4<br />

end<br />

37


5.3 Classificação <strong>via</strong> Re<strong>de</strong>s Neurais<br />

Figura 5.9 – Imag<strong>em</strong> com <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong>stacados por retângulos<br />

A etapa <strong>de</strong> classificação visa o uso <strong>de</strong> toda a informação adquirida ao longo do processo <strong>de</strong><br />

preparo e análise da imag<strong>em</strong> na triag<strong>em</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos encontrados utilizando re<strong>de</strong>s <strong>neurais</strong><br />

artificiais. Para tanto, baseando <strong>em</strong> testes realizados com imagens reais cedidas por uma<br />

<strong>em</strong>presa si<strong>de</strong>rúrgica, foram criadas classes para os <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong> acordo com suas características<br />

e um banco <strong>de</strong> dados para aplicação <strong>em</strong> re<strong>de</strong>s <strong>neurais</strong>. A primeira classe (Classe A) é um risco<br />

na tira no sentido da laminação e localizado nas laterais (Figura 5.10(a)). A Classe B é uma<br />

mancha ou furo encontrado na região central da chapa (Figura 5.10(b)). Os <strong>de</strong>feitos Classe C<br />

são trincas localizadas na parte central da chapa (Figura 5.10(c)). Os <strong>de</strong> Classe D são carepas<br />

encontradas nas laterais das <strong>chapas</strong> (Figura 5.10(d)). A Tabela 5.1 mostra as proprieda<strong>de</strong>s<br />

avaliadas <strong>em</strong> cada classe.<br />

Figura 5.10 – Defeitos classificados. (a) Defeito classe A; (b) <strong>de</strong>feito classe B; (c) <strong>de</strong>feito classe C; (d) <strong>de</strong>feito classe D .<br />

38


Tabela 5.1 – Características avaliadas <strong>de</strong> cada classe<br />

Classe Área Posição Excentricida<strong>de</strong> Orientação<br />

A Pequena Laterais Alta Vertical<br />

B Gran<strong>de</strong> Centro Baixa Vertical<br />

C Pequena Centro Alta Horizontal<br />

D Média Laterais Média Vertical<br />

5.3.1 Geração dos dados para treinamento<br />

Foram gerados valores aleatórios baseados <strong>em</strong> <strong>de</strong>feitos similares encontrados <strong>em</strong> imagens<br />

reais cedidas por uma <strong>em</strong>presa si<strong>de</strong>rúrgica e armazenados <strong>em</strong> um banco <strong>de</strong> dados do matlab<br />

com valores variando segundo os gráficos da Figura 5.11.<br />

1<br />

Posição<br />

Centro Laterais<br />

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1<br />

1<br />

1<br />

Área<br />

Pequena Média Gran<strong>de</strong><br />

0 500 1000 1500 2000<br />

Valor <strong>em</strong> pixels<br />

Excentricida<strong>de</strong><br />

Baixa MédiaAlta<br />

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1<br />

Orientação<br />

Horizontal Vertical<br />

0 15 30 45 60 75 90<br />

Valor <strong>em</strong> módulo <strong>em</strong> graus<br />

Figura 5.11 – Valores <strong>de</strong> entrada<br />

Utilizando-se valores aleatórios nos intervalos referentes a cada característica <strong>de</strong> cada classe<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos, foi gerado um total <strong>de</strong> 100 ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> cada classe para o treinamento das re<strong>de</strong>s.<br />

(Gráficos 5.12, 5.13, 5.14 e 5.15)<br />

39


Figura 5.12 – Características dos <strong>de</strong>feitos Classe A<br />

Figura 5.13 – Características dos <strong>de</strong>feitos Classe B<br />

40


Figura 5.14 – Características dos <strong>de</strong>feitos Classe C<br />

Figura 5.15 – Características dos <strong>de</strong>feitos Classe D<br />

41


5.3.2 Criando e treinando as re<strong>de</strong>s<br />

Após obtenção dos dados, foi utilizada a ferramenta nntool fornecida pelo matlab para a<br />

criação e treinamento da re<strong>de</strong>. O comando nntool abre a interface que guia as etapas. (Figura<br />

5.16)<br />

Figura 5.16 – Interface da ferramenta nntool<br />

Feito isso, foram importados para o “nntool” os dados <strong>de</strong> entrada e saída <strong>de</strong> treinamento, teste<br />

e validação da re<strong>de</strong>. Para tanto, basta clicar no botão “import” e a janela da figura 5.17 é<br />

aberta para importar os dados que estão na área <strong>de</strong> trabalho do Matlab.<br />

42


Figura 5.17 – Interface <strong>de</strong> importação <strong>de</strong> variáveis do workspace do Matlab.<br />

Clicando-se no botão “New” da interface da ferramenta nntool, é aberto uma janela on<strong>de</strong> no<br />

botão network, po<strong>de</strong>-se criar a re<strong>de</strong> neural, <strong>de</strong>finindo sua estrutura como número <strong>de</strong> camadas,<br />

número <strong>de</strong> neurônios <strong>em</strong> cada camada, algoritmo <strong>de</strong> treinamento, entre outras características.<br />

A figura 5.18 mostra a interface <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> re<strong>de</strong>.<br />

O it<strong>em</strong> network type foi escolhido como feed-forward backprop que <strong>de</strong>screve o tipo <strong>de</strong> re<strong>de</strong><br />

adotado. Em Input data é inserido a matriz <strong>de</strong> entrada “net_inputs” e, <strong>em</strong> Target data é<br />

inserido o vetor com os valores <strong>de</strong> classe “net_targets”, <strong>em</strong> nosso caso, o valor das classes são<br />

valores inteiros on<strong>de</strong> a classe A, t<strong>em</strong> valor 1. A classe B t<strong>em</strong> valor dois, a C t<strong>em</strong> valor 3 e a D<br />

valor 4. Em Training function escolhido foi o algoritmo <strong>de</strong> treinamento “TRAINLM” por ter<br />

gerado melhores resultados e ser bastante rápido. Dos ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> treinamento, o tipo <strong>de</strong> re<strong>de</strong><br />

adotado utiliza 60% <strong>de</strong>les para treinamento da re<strong>de</strong>, 20% para a validação e os 20% restantes<br />

para testes. Os itens performace function e adaption learn function ficaram inalterados. Os<br />

itens restantes foram utilizados para criar diferentes tipos <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s, cada uma com um número<br />

variável <strong>de</strong> neurônios e camadas. Finalmente, clicando-se no botão “create” a re<strong>de</strong> é criada e<br />

en<strong>via</strong>da para o campo “network” da janela do “nntool” figura 5.16.<br />

43


Figura 5.18 – Interface <strong>de</strong> criação da re<strong>de</strong><br />

Após a criação da re<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>mos acessar a interface da re<strong>de</strong> mostrada na Figura 5.19<br />

selecionando a re<strong>de</strong> na interface da ferramenta nntool e clicando sobre o botão open.<br />

Figura 5.19 – Interface da re<strong>de</strong><br />

44


Para realizar o treinamento da re<strong>de</strong> basta acessar a aba “train” e inserir as variáveis <strong>de</strong> entrada<br />

e saídas <strong>de</strong>sejadas (alvos). No momento do treinamento é aberta a interface <strong>de</strong> treinamento da<br />

re<strong>de</strong> como mostrado na Figura 5.20.<br />

Figura 5.20 – Interface <strong>de</strong> treinamento<br />

Para esta simulação, após 43 ciclos, ou Epochs, a re<strong>de</strong> encontra o seu estado <strong>de</strong> convergência.<br />

O gráfico do <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho po<strong>de</strong> ser visto na Figura 5.21.<br />

Figura 5.21 – Gráfico do <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho da re<strong>de</strong><br />

45


Em caráter prático, foram realizadas simulações com dados criados, inéditos para a re<strong>de</strong>,<br />

pertencentes a cada uma das classes da re<strong>de</strong> através da ferramenta nntool do MATLAB. As<br />

variáveis utilizadas são: simulate_input_A; simulate_input_B; simulate_input_C;<br />

simulate_input_D; Cada uma <strong>de</strong>las pertencendo a sua respectiva classe. Os valores das<br />

variáveis citadas po<strong>de</strong>m ser vistas na Tabela 5.2.<br />

Tabela 5.2 – Valores das variáveis <strong>de</strong> entrada e sua saída após simulação na re<strong>de</strong><br />

ENTRADA Área Posição Excentricida<strong>de</strong> Orientação SAÍDA<br />

simulate_input_A 200(Pequena) 0.900(Laterais) 0.998(Alta) 89(Vertical) 1.0000<br />

simulate_input_B 1500(Gran<strong>de</strong>) 0.200(Centro) 0.800(Baixa) 83(Vertical) 2.0000<br />

simulate_input_C 450(Pequena) 0.450(Centro) 0.998(Alta) 15(Horizontal) 3.0000<br />

simulate_input_D 550(Média) 0.900(Laterais) 0.920(Média) 50(Vertical) 4.0000<br />

A resposta obtida após a simulação com as variáveis <strong>de</strong> entrada foi precisa, já que todos os<br />

tipos <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos foram classificados <strong>de</strong> acordo com sua respectiva classe.<br />

Para verificar a precisão da classificação da re<strong>de</strong> neural artificial criada, foram gerados<br />

valores aleatórios nunca vistos pela re<strong>de</strong> utilizando a função rand do MATLAB. Desta forma,<br />

gerou-se valores aleatórios <strong>de</strong> características <strong>de</strong> cada uma das classes, totalizando 5 ex<strong>em</strong>plos<br />

<strong>de</strong> cada classe. Após a inserção <strong>de</strong>stes novos valores <strong>de</strong> entrada na re<strong>de</strong>, foram obtidos os<br />

resultados mostrados na Tabela 5.3.<br />

46


Tabela 5.3 – Valores <strong>de</strong> entrada simulados e resposta da re<strong>de</strong> neural artificial<br />

Tabela <strong>de</strong> novos ex<strong>em</strong>plos classe A<br />

Ex<strong>em</strong>plo 1 2 3 4 5<br />

Área 497,546045 341,274247 486,866449 105,701232 134,531973<br />

Posição 0,6862929 0,64566682 0,9101949 0,95309612 0,86372801<br />

Excentricida<strong>de</strong> 0,99414552 0,98480547 0,98064099 0,98646387 0,99195608<br />

Orientação 79,4961803 73,3410613 48,2786598 55,2323559 56,8149454<br />

Resultado 1 1 1 1 1<br />

Tabela <strong>de</strong> novos ex<strong>em</strong>plos classe B<br />

Ex<strong>em</strong>plo 6 7 8 9 10<br />

Área 1447,57244 1923,82613 1980,3168 1606,41031 1761,34295<br />

Posição 0,24131012 0,22142374 0,10719485 0,15973116 0,40453623<br />

Excentricida<strong>de</strong> 0,04916524 0,5871737 0,54516022 0,28935065 0,05225318<br />

Orientação 79,4961803 73,3410613 48,2786598 55,2323559 56,8149454<br />

Resultado 2 2 2 2 2<br />

Tabela <strong>de</strong> novos ex<strong>em</strong>plos classe C<br />

Ex<strong>em</strong>plo 11 12 13 14 15<br />

Área 497,546045 341,274247 486,866449 105,701232 134,531973<br />

Posição 0,24131012 0,22142374 0,10719485 0,15973116 0,40453623<br />

Excentricida<strong>de</strong> 0,99414552 0,98480547 0,98064099 0,98646387 0,99195608<br />

Orientação 33,9026302 25,1097675 24,0092248 1,54360091 1,46939701<br />

Resultado 3 3 3 3 3<br />

Tabela <strong>de</strong> novos ex<strong>em</strong>plos classe D<br />

Ex<strong>em</strong>plo 16 17 18 19 20<br />

Área 666,605796 820,039684 917,52585 828,246752 693,98314<br />

Posição 0,6862929 0,64566682 0,9101949 0,95309612 0,86372801<br />

Excentricida<strong>de</strong> 0,92604061 0,97317954 0,93817438 0,9407828 0,95761814<br />

Orientação 79,4961803 73,3410613 48,2786598 55,2323559 56,8149454<br />

Resultado 4 4 4 4 4<br />

Como pô<strong>de</strong> ser observado na Tabela 5.3, a re<strong>de</strong> foi capaz <strong>de</strong> classificar perfeitamente todos os<br />

ex<strong>em</strong>plos inéditos <strong>de</strong> entrada inseridos. Deste modo, a utilização do método <strong>de</strong> classificação<br />

<strong>via</strong> re<strong>de</strong>s <strong>neurais</strong> artificiais se mostra a<strong>de</strong>quada para este tipo <strong>de</strong> processo.<br />

47


VI CONCLUSÃO<br />

CAPITULO VI<br />

A <strong><strong>de</strong>tecção</strong> e i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos na superfície dos <strong>aço</strong>s no momento da fabricação são<br />

fundamentais para um controle da qualida<strong>de</strong> do produto trabalhado e do processo <strong>em</strong> que é<br />

produzido o <strong>aço</strong>. O método abordado apresentou resultados esperados para classificação <strong>de</strong><br />

cada um dos <strong>de</strong>feitos e sua respectiva classe <strong>de</strong>monstrando a eficácia dos mo<strong>de</strong>rnos mo<strong>de</strong>los<br />

<strong>de</strong> inteligência artificial aplicados <strong>em</strong> um processo <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> complexida<strong>de</strong>.<br />

A caracterização e i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos <strong>em</strong> <strong>chapas</strong> <strong>de</strong> <strong>aço</strong> baseando-se <strong>em</strong> características<br />

extraídas através <strong>de</strong> métodos <strong>de</strong> processamento e análise <strong>de</strong> imagens se mostraram precisas.<br />

Através <strong>de</strong> testes realizados e apresentados neste trabalho, constatou-se que novas<br />

informações inseridas no aplicativo geraram como resultado informações esperadas.<br />

Os resultados obtidos através dos métodos abordados têm gran<strong>de</strong> importância para<br />

caracterização do processo, justificando qualquer interesse neste setor. Re<strong>de</strong>s <strong>neurais</strong><br />

artificiais e processamento <strong>de</strong> imagens são ferramentas eficazes e flexíveis, apresentando bons<br />

resultados, quando b<strong>em</strong> utilizadas, e po<strong>de</strong>ndo ser adotadas <strong>em</strong> diversas áreas.<br />

Este trabalho contribuiu para a maior integração <strong>de</strong> novas tecnologias aplicadas a áreas <strong>de</strong><br />

difícil controle on<strong>de</strong> os processos envolv<strong>em</strong> um enorme número <strong>de</strong> variáveis.<br />

Como sugestão para trabalhos futuros, a compl<strong>em</strong>entação do trabalho realizado com um<br />

sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> imagens, a aplicação dos métodos apresentados <strong>em</strong> diferentes tipos <strong>de</strong><br />

<strong>aço</strong> e <strong>em</strong> outros processos <strong>de</strong> produção on<strong>de</strong> a inspeção automatizada <strong>de</strong> superfícies é<br />

necessária.<br />

48


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:<br />

GONZALEZ, Rafael C.; WOODS, Richard E. Digital Image Processing, 3ª edição. Upper<br />

Saddle River, New Jersey: Editora Prentice Hall, 2008.<br />

GONZALEZ, Rafael C.; WOODS, Richard E.; EDDINS, Steven L.; Digital Image<br />

Processing Using MATLAB, 3ª edição. Upper Saddle River, New Jersey: Editora Prentice<br />

Hall, 2004.<br />

DIETER, George E.; Mechanical Metallurgy, 3ª edição. New York: Editora McGraw-Hill,<br />

1986.<br />

ARAÚJO, Luiz Antônio <strong>de</strong>; Manual <strong>de</strong> Si<strong>de</strong>rurgia - Transformação v.2, 2ª edição.<br />

São Paulo: Editora Arte & Ciência, 2005.<br />

BRAGA, Antônio <strong>de</strong> Pádua; CARVALHO, André Carlos Ponce <strong>de</strong> Leon Ferreira;<br />

LUDERMIR, Teresa Bernada. Re<strong>de</strong>s Neurais Artificiais Teoria e aplicações, 1ª edição. Rio<br />

<strong>de</strong> Janeiro: Editora livros técnicos e científicos, 2000.<br />

KASABOV, Nikola K. Fundations of Neural Networks, Fuzzy Syst<strong>em</strong>s, and Knowledge<br />

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AMARI, Shunithi. Theory of adaptive pattern classifiers, . Hoboken: Wiley-IEEE Press, v.<br />

EC–16, p. 299-307, jun. 1967<br />

MCCULLOCH, Warren Sturgis; PITTS, Walter. A logical calculus of the i<strong>de</strong>as immanent<br />

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MINSKY, Marvin Lee; PAPERT, Seimour. Perceptrons: An Introduction to<br />

Computational Geometry. Cambridge,Mass, MIT Press, 1969.<br />

FERREIRA, Geraldo M; MENDONÇA, Fernando J. Utilização <strong>de</strong> métodos automatizados<br />

<strong>de</strong> controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> da superfície <strong>de</strong> <strong>aço</strong>s planos no momento da laminação.<br />

Entrevista concedida a Rafael Soares Ferreira pelo assistente técnico (FERREIRA) e pelo<br />

gerente <strong>de</strong> automação da laminação(MENDONÇA) da <strong>em</strong>presa Arcelor Mittal Timóteo,<br />

Timóteo, 3 mar. 2008.<br />

49


BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:<br />

AN INTRODUCTION, D<strong>em</strong>os and Webnars ,Image Processing Toolbox. Disponível <strong>em</strong> :<br />

. Acessado <strong>em</strong> 25/06/2008. The Mathworks, Inc., Natick, MA.<br />

DETECTING a Cell Using Image Segmentation, D<strong>em</strong>os and Webinars. Image Processing<br />

Toolbox. Disponível <strong>em</strong> : . Acessado <strong>em</strong> 25/06/2008. The<br />

Mathworks, Inc., Natick, MA.<br />

TAYLOR, James L.; Dicionário Metalúrgico, 2ª edição. São Paulo: Associação Brasileira <strong>de</strong><br />

Metalurgia e Minerais, 2000.<br />

USERS Gui<strong>de</strong>, Image Processing Toolbox, Version 6.1. Disponível <strong>em</strong> :<br />

. Acessado <strong>em</strong> 25/06/2008. 2008. The Mathworks, Inc., Natick,<br />

MA.<br />

USING MATLAB, Version 7.6. Disponível <strong>em</strong>: . Acessado <strong>em</strong><br />

25/06/2008. 2002, The Mathworks, Inc., Natick, MA.<br />

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