Autovalores do Laplaciano - Departamento de Matemática - UFMG

Autovalores do Laplaciano - Departamento de Matemática - UFMG Autovalores do Laplaciano - Departamento de Matemática - UFMG

09.05.2013 Views

Rodney Josué Biezuner 61 u ∈ C 8 Ω a fórmula de Taylor produz −∆dud = −∆u − ∆x2 12 ∆2u − ∆x4 4 ∂ ∂ + 4 360 ∂x4 4 ∂x2∂y = −∆u − ∆x2 4 ∆x4 ∂ ∂ ∆f − + 4 12 360 ∂x4 4 ∂x2∂y ∂y4 ∆u + O ∆x 6 (2.44) ∂y4 f + O ∆x 6 . (2.45) 2 + ∂4 2 + ∂4 O ponto crucial aqui é que o erro é expresso em termos de −∆u e, conseqüentemente, por f. Ainda é necessário escolher uma discretização especial para f: ou fd = fi,,j−1 + fi−1,j + 8fi,j + fi+1,j + fi,j+1 12 fd = 1 ⎡ ⎣ 12 1 1 8 1 1 ⎤ (2.46) ⎦ . (2.47) Usando a fórmula de Taylor para f, obtemos que esta discretização especial para f satisfaz fd = f + ∆x2 12 ∆f + O ∆x 4 . (2.48) Somando esta estimativa com (2.45), e usando −∆dud = fd, −∆u = f, obtemos −∆dud = −∆u + O ∆x 4 Para este esquema, pode-se provar (veja [Hackbusch], pág. 64) que existe uma constante C > 0 tal que ud − vd ∞ C∆x 4 u C 6 (Ω) ou ud − vd ∞ C∆x 4 u C 5,1 (Ω) (2.49) O esquema de Rosser também satisfaz o princípio do máximo. Concluindo, vemos que uma maior regularidade da solução permite obter métodos de diferenças finitas com maior ordem de convergência, embora esta não seja uma tarefa simples. 2.4 Diferenças Finitas em Coordenadas Polares Consideraremos nesta seção diferenças finitas em coordenadas polares para domínios com simetria radial. Consideraremos em detalhes os casos do disco e do anel. O primeiro caso inclui a origem no domínio da definição, onde o laplaciano apresenta uma singularidade quando escrito em coordenadas polares, singularidade esta que não existe no problema original, e esta particularidade deve ser tratada com cuidado para não atrapalhar a ordem de convergência do esquema obtido. Considere a equação de Poisson em coordenadas polares no disco Ω = [0, R) × [0, 2π) : urr + 1 r ur + 1 r2 uθθ = f (r, θ) se 0 r < R e 0 < θ < 2π, u (R, θ) = 0 se 0 θ 2π. A solução exata deste problema deve satisfazer a condição de continuidade u (r, 0) = u (r, 2π) para todo 0 r R. Embora esta condição não seja uma condição de fronteira e aparece apenas por causa do sistema de coordenadas utilizado, ela acaba funcionando como uma condição de fronteira em muitos métodos numéricos (e

Rodney Josué Biezuner 62 mesmo analíticos), pois não deixa de ser uma condição na fronteira do retângulo (0, R) × (0, 2π). onde Discretizamos o disco através de uma malha polar Sua fronteira discretizada é o conjunto ∆r ∆θ Ωd = {(ri, θj) ∈ Ω : ri = i∆r, θj = j∆θ, 0 i n − 1, 0 j m} ∆r = R 2π , ∆θ = n m . ∂Ωd = {(rn, θj) ∈ ∂Ω : rn = n∆r = R, θj = j∆θ, 0 j m} . Discretizamos a equação de Poisson da seguinte forma. Denotamos os valores das discretizações ud e fd em pontos da malha por entendendo que ui,j e fi,j devem satisfazer ui,j = u (ri, θj) , fi,j = f (ri, θj) , u0,0 = u0,j e f0,0 = f0,j (2.50) para todo 0 j m, já que existe apenas um ponto associado com i = 0 (a origem, correspondente a r = 0). Além disso, pela condição de continuidade, devemos ter também ui,0 = ui,2π e fi,0 = fi,2π (2.51) para todo 0 i n. Usando uma diferença centrada usual para derivadas segundas, o terceiro termo do laplaciano em coordenadas polares pode ser aproximado para pontos interiores do disco por 1 uθθ (ri, θj) ≈ r2 1 r2 ui,j−1 − 2ui,j − ui,j+1 i ∆θ2 . (2.52) Para aproximar os primeiros dois termos, escrevemos urr + 1 r ur = 1 r (rur) r . Se (ri, θj) é um ponto interior do disco diferente da origem (isto é, i = 0), podemos usar diferenças centradas para a derivada primeira, tanto na primeira quanto na segunda aproximações a seguir, obtendo 1 r (rur) r (ri, θj) ≈ 1 (rur) (ri + ∆r/2, θj) − (rur) (ri − ∆r/2, θj) ri 2∆r/2 ≈ 1 u (ri + ∆r, θj) − u (ri, θj) u (ri, θj) − u (ri − ∆r, θj) ri+1/2 − ri−1/2 ∆r ∆r ri ∆r = 1 ri+1/2 (ui+1,j − ui,j) − ri−1/2 (ui,j − ui−1,j) ri ∆r2 . (2.53)

Rodney Josué Biezuner 62<br />

mesmo analíticos), pois não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser uma condição na fronteira <strong>do</strong> retângulo (0, R) × (0, 2π).<br />

on<strong>de</strong><br />

Discretizamos o disco através <strong>de</strong> uma malha polar<br />

Sua fronteira discretizada é o conjunto<br />

∆r<br />

∆θ<br />

Ωd = {(ri, θj) ∈ Ω : ri = i∆r, θj = j∆θ, 0 i n − 1, 0 j m}<br />

∆r = R 2π<br />

, ∆θ =<br />

n m .<br />

∂Ωd = {(rn, θj) ∈ ∂Ω : rn = n∆r = R, θj = j∆θ, 0 j m} .<br />

Discretizamos a equação <strong>de</strong> Poisson da seguinte forma. Denotamos os valores das discretizações ud e fd<br />

em pontos da malha por<br />

enten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> que ui,j e fi,j <strong>de</strong>vem satisfazer<br />

ui,j = u (ri, θj) ,<br />

fi,j = f (ri, θj) ,<br />

u0,0 = u0,j e f0,0 = f0,j (2.50)<br />

para to<strong>do</strong> 0 j m, já que existe apenas um ponto associa<strong>do</strong> com i = 0 (a origem, correspon<strong>de</strong>nte a r = 0).<br />

Além disso, pela condição <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>vemos ter também<br />

ui,0 = ui,2π e fi,0 = fi,2π (2.51)<br />

para to<strong>do</strong> 0 i n. Usan<strong>do</strong> uma diferença centrada usual para <strong>de</strong>rivadas segundas, o terceiro termo <strong>do</strong><br />

laplaciano em coor<strong>de</strong>nadas polares po<strong>de</strong> ser aproxima<strong>do</strong> para pontos interiores <strong>do</strong> disco por<br />

<br />

1<br />

uθθ (ri, θj) ≈<br />

r2 1<br />

r2 ui,j−1 − 2ui,j − ui,j+1<br />

i ∆θ2 . (2.52)<br />

Para aproximar os primeiros <strong>do</strong>is termos, escrevemos<br />

urr + 1<br />

r ur = 1<br />

r (rur) r .<br />

Se (ri, θj) é um ponto interior <strong>do</strong> disco diferente da origem (isto é, i = 0), po<strong>de</strong>mos usar diferenças centradas<br />

para a <strong>de</strong>rivada primeira, tanto na primeira quanto na segunda aproximações a seguir, obten<strong>do</strong><br />

1<br />

r (rur) r (ri, θj) ≈ 1 (rur) (ri + ∆r/2, θj) − (rur) (ri − ∆r/2, θj)<br />

ri<br />

2∆r/2<br />

≈ 1<br />

u (ri + ∆r, θj) − u (ri, θj) u (ri, θj) − u (ri − ∆r, θj)<br />

ri+1/2 − ri−1/2 ∆r<br />

∆r<br />

ri<br />

∆r<br />

= 1 ri+1/2 (ui+1,j − ui,j) − ri−1/2 (ui,j − ui−1,j)<br />

ri<br />

∆r2 . (2.53)

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!