Autovalores do Laplaciano - Departamento de Matemática - UFMG

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09.05.2013 Views

Rodney Josué Biezuner 53 Segue do Princípio do Máximo Discreto que a função ud − ∆dud ∞ wd assume o seu mínimo na fronteira. Este último é igual a − ∆dud ∞ max∂Ωd wd. Por sua vez, o máximo de wd na fronteira é menor ou igual ao máximo de w em ∂Ω, dado por Portanto, concluímos que para todos i, j. Analogamente, 1 max x − 0x1 4 1 2 1 = max y − 2 0x1 4 1 2 = 2 1 8 . ui,j ui,j − ∆dud ∞ wi,j − 1 8 ∆dud ∞ ∆d (ud + ∆dud ∞ wd) 0 (2.32) e a função ud + ∆dud∞ wd assume o seu máximo na fronteira, igual a ∆dud max∂Ωd ∞ wd 1 8a, donde ui,j ui,j − ∆dud ∞ wi,j 1 8 ∆dud ∞ para todos i, j. Reunindo as duas desigualdades, segue que para todos i, j, o que conclui a demonstração. |ui,j| 1 8 ∆dud ∞ 2.6 Teorema. Seja Ω = (0, 1) 2 . Sejam u ∈ C 4 Ω uma solução clássica para o problema de Dirichlet −∆u = f em Ω, u = 0 sobre ∂Ω, e vd uma solução do correspondente problema discretizado −∆dvd = fd em Ωd, vd = 0 sobre ∂Ωd. (2.33) Então existe uma constante C > 0 independente de u tal que ud − vd∞ C D 4 u 2 2 L∞ ∆x + ∆y (Ω) . (2.34) Prova. A hipótese f ∈ C2,α Ω garante que u ∈ C4 Ω . Lembre-se que D 4 u L∞ = (Ω) sup ∂ 4u ∂xp (x, y) ∂yq . Pela Fórmula de Taylor, (x,y)∈Ω p+q=4 ∂2u ∂x2 (xi, yj) = u(xi − ∆x, yj) − 2u(xi, yj) + u(xi + ∆x, yj) ∆x2 − 2 ∂ 4! 4u ∂x4 (xi, yj)∆x 2 − 2 ∂ 5! 6u ∂x6 (xi, yj)∆x 4 − . . . = ui−1,j − 2ui,j + ui+1,j ∆x2 − 2 ∂ 4! 4u ∂x4 (xi, yj)∆x 2 − 2 ∂ 5! 6u ∂x6 (xi, yj)∆x 4 − . . . , ∂2u ∂y2 (xi, yj) = u(xi, yj − ∆y) − 2u(xi, yj) + u(xi, yj + ∆y) ∆y2 − 2 ∂ 4! 4u ∂y4 (xi, yj)∆y 2 − 2 ∂ 5! 6u ∂y6 (xi, yj)∆y 4 − . . . = ui,j−1 − 2ui,j + ui,j+1 ∆y2 − 2 ∂ 4! 4u ∂y4 (xi, yj)∆y 2 − 2 ∂ 5! 6u ∂y6 (xi, yj)∆y 4 − . . . ,

Rodney Josué Biezuner 54 donde Como temos que ∆u (xi, yj) = (∆dud) ij − 1 4 ∂ u 3! ∂x4 (xi, yj)∆x 2 + ∂4u ∂y4 (xi, yj)∆y 2 + O ∆x 4 , ∆y 4 . (2.35) −∆u (xi, yj) = f (xi, yj) , − (∆dud) i,j = (fd) i,j − 1 4 ∂ u 3! ∂x4 (xi, yj)∆x 2 + ∂4u ∂y4 (xi, yj)∆y 2 + O ∆x 4 , ∆y 4 . (2.36) Subtraindo desta equação a equação obtemos o que implica − (∆dvd) i,j = (fd) i,j , − (∆dud − ∆dvd) i,j = − 1 4 ∂ u 3! ∂x4 (xi, yj)∆x 2 + ∂4u ∂y4 (xi, yj)∆y 2 + O ∆x 4 , ∆y 4 , ∆d (ud − vd)∞ 1 D 3! 4 u 2 2 L∞ ∆x + ∆y (Ω) + O ∆x 4 , ∆y 4 C 4 D uL 2 2 ∞ ∆x + ∆y (Ω) . Usando a estimativa a priori do lema anterior, obtemos finalmente o resultado desejado. Definição. Dizemos que as soluções do problema discretizado −∆dvd = fd em Ωd, vd = 0 sobre ∂Ωd, convergem para a solução exata u do problema de Poisson −∆u = f em Ω, u = 0 sobre ∂Ω, com relação à norma · se ud − vd → 0 quando ∆x, ∆y → 0. Dizemos que a convergência é de ordem k (ou que o esquema de diferenças finitas é convergente de ordem k) se ud − vd = O ∆x k , ∆y k . O Teorema 2.6 diz que o esquema de diferenças finitas da fórmula de cinco pontos é um esquema convergente na norma do sup de ordem 2, se u ∈ C 4 Ω . Maior regularidade da solução u não causa melhor convergência no método. Na verdade, a ordem de convergência da fórmula de cinco pontos ainda é 2 mesmo sob hipóteses mais fracas sobre a regularidade de u: basta assumir u ∈ C 3,1 Ω , ao invés de u ∈ C 4 Ω . No entanto, regularidade menor que esta em u afeta negativamente a ordem de convergência da fórmula de cinco pontos. Em geral, pode-se provar que se u ∈ C k,α Ω , 2 k 4, então existe uma constante C = C (k, α) tal que ud − vd ∞ C ∆x k+α−2 + ∆y k+α−2 u C k,α (Ω) . (2.37) Para uma demonstração destes resultados, veja [Hackbusch], págs. 60-61. Se quisermos uma melhor ordem de convergência para as soluções discretizadas, é necessário considerar outras forma de discretizar o laplaciano através de diferenças finitas. Isto será feito na próxima seção.

Rodney Josué Biezuner 54<br />

<strong>do</strong>n<strong>de</strong><br />

Como<br />

temos que<br />

∆u (xi, yj) = (∆dud) ij − 1<br />

4 ∂ u<br />

3! ∂x4 (xi, yj)∆x 2 + ∂4u ∂y4 (xi, yj)∆y 2<br />

<br />

+ O ∆x 4 , ∆y 4 . (2.35)<br />

−∆u (xi, yj) = f (xi, yj) ,<br />

− (∆dud) i,j = (fd) i,j − 1<br />

4 ∂ u<br />

3! ∂x4 (xi, yj)∆x 2 + ∂4u ∂y4 (xi, yj)∆y 2<br />

<br />

+ O ∆x 4 , ∆y 4 . (2.36)<br />

Subtrain<strong>do</strong> <strong>de</strong>sta equação a equação<br />

obtemos<br />

o que implica<br />

− (∆dvd) i,j = (fd) i,j ,<br />

− (∆dud − ∆dvd) i,j = − 1<br />

4 ∂ u<br />

3! ∂x4 (xi, yj)∆x 2 + ∂4u ∂y4 (xi, yj)∆y 2<br />

<br />

+ O ∆x 4 , ∆y 4 ,<br />

∆d (ud − vd)∞ 1 <br />

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4 u <br />

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+ O ∆x 4 , ∆y 4<br />

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4<br />

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∞ ∆x + ∆y (Ω)<br />

.<br />

Usan<strong>do</strong> a estimativa a priori <strong>do</strong> lema anterior, obtemos finalmente o resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong>seja<strong>do</strong>. <br />

Definição. Dizemos que as soluções <strong>do</strong> problema discretiza<strong>do</strong><br />

<br />

−∆dvd = fd em Ωd,<br />

vd = 0 sobre ∂Ωd,<br />

convergem para a solução exata u <strong>do</strong> problema <strong>de</strong> Poisson<br />

−∆u = f em Ω,<br />

u = 0 sobre ∂Ω,<br />

com relação à norma · se<br />

ud − vd → 0<br />

quan<strong>do</strong> ∆x, ∆y → 0. Dizemos que a convergência é <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m k (ou que o esquema <strong>de</strong> diferenças<br />

finitas é convergente <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m k) se<br />

ud − vd = O ∆x k , ∆y k .<br />

O Teorema 2.6 diz que o esquema <strong>de</strong> diferenças finitas da fórmula <strong>de</strong> cinco pontos é um esquema convergente<br />

na norma <strong>do</strong> sup <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m 2, se u ∈ C 4 Ω . Maior regularida<strong>de</strong> da solução u não causa melhor convergência<br />

no méto<strong>do</strong>. Na verda<strong>de</strong>, a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> convergência da fórmula <strong>de</strong> cinco pontos ainda é 2 mesmo sob hipóteses<br />

mais fracas sobre a regularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> u: basta assumir u ∈ C 3,1 Ω , ao invés <strong>de</strong> u ∈ C 4 Ω . No entanto,<br />

regularida<strong>de</strong> menor que esta em u afeta negativamente a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> convergência da fórmula <strong>de</strong> cinco pontos.<br />

Em geral, po<strong>de</strong>-se provar que se u ∈ C k,α Ω , 2 k 4, então existe uma constante C = C (k, α) tal que<br />

ud − vd ∞ C ∆x k+α−2 + ∆y k+α−2 u C k,α (Ω) . (2.37)<br />

Para uma <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong>stes resulta<strong>do</strong>s, veja [Hackbusch], págs. 60-61. Se quisermos uma melhor or<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong> convergência para as soluções discretizadas, é necessário consi<strong>de</strong>rar outras forma <strong>de</strong> discretizar o laplaciano<br />

através <strong>de</strong> diferenças finitas. Isto será feito na próxima seção.

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