Autovalores do Laplaciano - Departamento de Matemática - UFMG
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Rodney Josué Biezuner 51<br />
2.2.3 Princípio <strong>do</strong> Máximo Discreto<br />
Para obter uma estimativa a priori para a equação <strong>de</strong> Poisson discretizada, e com isso provar a convergência<br />
da solução discreta para a solução clássica, usaremos um princípio <strong>do</strong> máximo discreto que enunciaremos e<br />
provaremos nesta subseção.<br />
2.3 Lema. (Proprieda<strong>de</strong> <strong>do</strong> Valor Médio) Se ∆dud = 0, então para pontos interiores vale<br />
ui,j = ∆x2 (ui,j−1 + ui,j+1) + ∆y2 (ui−1,j + ui+1,j)<br />
2 (∆x2 + ∆y2 .<br />
)<br />
Em particular, se ∆x = ∆y, então para pontos interiores vale<br />
ui,j = ui,j−1 + ui,j+1 + ui−1,j + ui+1,j<br />
.<br />
4<br />
2.4 Teorema. (Princípio <strong>do</strong> Máximo Discreto) Se ∆dud 0, o máximo <strong>de</strong> ud em Ωd é atingi<strong>do</strong> na fronteira<br />
∂Ωd; se o máximo <strong>de</strong> ud é atingi<strong>do</strong> no interior, então ud é constante.<br />
Se ∆dud 0, o mínimo <strong>de</strong> ud em Ωd é atingi<strong>do</strong> na fronteira ∂Ωd; se o mínimo <strong>de</strong> ud é atingi<strong>do</strong> no<br />
interior, então ud é constante.<br />
Prova. Primeiro provaremos para ∆x = ∆y, para ilustrar a analogia com o caso contínuo. ∆dud 0 implica<br />
Logo, um ponto interior é um máximo local, isto é,<br />
ui,j ui,j−1 + ui,j+1 + ui−1,j + ui+1,j<br />
.<br />
4<br />
ui,j ui,j−1, ui,j+1, ui−1,j, ui+1,j<br />
(ou seja, é um máximo em relação aos seus quatro vizinhos), somente se cada um <strong>do</strong>s seus quatro vizinhos<br />
assume este mesmo valor máximo, e a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> torna-se uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>. Aplican<strong>do</strong> este argumento a<br />
to<strong>do</strong>s os pontos da malha, concluímos que ou não existe um máximo interior, e portanto o máximo é atingi<strong>do</strong><br />
na fronteira, ou existe um máximo interior e to<strong>do</strong>s os pontos da malha assumem o mesmo valor, isto é, ud é<br />
constante.<br />
No caso geral ∆x = ∆y, se ∆dud 0 temos<br />
<br />
1 1<br />
+<br />
∆x2 ∆y2 <br />
ui,j 1<br />
<br />
ui,j−1 + ui,j+1<br />
2 ∆y2 Se ui,j é um máximo local, segue que<br />
<br />
1 1<br />
+<br />
∆x2 ∆y2 <br />
ui,j 1<br />
<br />
ui,j + ui,j<br />
2 ∆y2 + ui−1,j + ui+1,j<br />
∆x2 <br />
.<br />
+ ui,j + ui,j<br />
∆x2 <br />
= 1<br />
<br />
1 1<br />
+<br />
2 ∆x2 ∆y2 <br />
ui,j,<br />
logo nenhum <strong>do</strong>s seus quatro vizinhos po<strong>de</strong> assumir um valor menor que ui,j, isto é, cada um <strong>do</strong>s quatro<br />
vizinhos assume o mesmo valor máximo e o argumento prossegue como no caso anterior. O caso ∆dud 0<br />
é prova<strong>do</strong> consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-se −ud. <br />
2.2.4 Convergência da Solução Discreta para a Solução Clássica<br />
Por simplicida<strong>de</strong>, trabalharemos no quadra<strong>do</strong> unitário, isto é, Ω = (0, 1) × (0, 1). Consi<strong>de</strong>raremos a norma<br />
<strong>do</strong> máximo discreta para funções vd <strong>de</strong>finidas no <strong>do</strong>mínio discretiza<strong>do</strong> Ωd:<br />
vd∞ = max |vi,j| .<br />
0in<br />
0jm<br />
Em primeiro lugar, obtemos uma estimativa a priori discreta (que também po<strong>de</strong> ser visto como um resulta<strong>do</strong><br />
<strong>de</strong> regularida<strong>de</strong> discreto) para soluções da equação <strong>de</strong> Poisson discreta com condição <strong>de</strong> Dirichlet homogênea: