Autovalores do Laplaciano - Departamento de Matemática - UFMG

Autovalores do Laplaciano - Departamento de Matemática - UFMG Autovalores do Laplaciano - Departamento de Matemática - UFMG

09.05.2013 Views

Rodney Josué Biezuner 25 Por definição de λk, logo Em particular, concluímos que Para provar a segunda expansão, escreva donde Como segue que 〈∇wk, ∇wk〉 L 2 (Ω) λk+1 〈wk, wk〉 L 2 (Ω) , wk 2 L 2 (Ω) = 〈wk, wk〉 L 2 (Ω) 1 ∇vk 2 L 2 (Ω) = v = lim vk + lim wk = ∇vk = λk+1 〈∇v, ∇v〉 L 2 (Ω) → 0. ∞ αiui em L 2 (Ω) . (1.19) i=1 k αi∇ui, i=1 k α 2 i 〈∇ui, ∇ui〉 = i=1 k α 2 i λi 〈ui, ui〉 = i=1 k i=1 〈∇wk, ∇wk〉 L 2 (Ω) + 〈∇vk, ∇vk〉 L 2 (Ω) = 〈∇v, ∇v〉 L 2 (Ω) , ∇vk 2 L2 (Ω) ∇v2 L2 (Ω) . Somando-se a isso o fato que os λi são não-negativos, concluímos que a série ∞ ∇ (wk − wl) 2 L 2 (Ω) = ∇ (vl − vk) 2 L 2 (Ω) = l i=k+1 λiα 2 i . λiα i=1 2 i λiα 2 i converge, de modo que e portanto (∇wk) também é uma seqüência de Cauchy em L 2 (Ω), ou seja, (wk) converge em W 1,2 0 (Ω). Conseqüentemente, em vista do resultado anterior, wk → 0 em W 1,2 0 (Ω), logo ∇v 2 L2 2 (Ω) = lim ∇vkL2 (Ω) + 2 lim 〈∇vk, ∇wk〉 + lim ∇wk 2 L2 (Ω) = Segue que (uj) é uma seqüência ortonormal e o fecho do subespaço gerado por (uj) é um espaço de Hilbert contendo W 1,2 0 (Ω) contido em L2 (Ω). Como W 1,2 0 (Ω) = L2 (Ω), concluímos que {uj} é um sistema ortonormal completo para L2 (Ω). Observação 1. Segue deste teorema, em particular, que aquelas funções v em L2 (Ω) que não estão em W 1,2 0 (Ω) podem ser caracterizadas pelo fato que ∞ i=1 λi 〈v, ui〉 L2 (Ω) diverge. Observação 2. Pelo Teorema 1.13, se ∂Ω for de classe C∞ , então as autofunções do problema de Dirichlet estão em C∞ Ω e são soluções clássicas. A demonstração do resultado equivalente para o problema de autovalor com condição de Neumann é análoga (veja [Jost]): 1.15 Teorema. Seja Ω ⊂ R n um aberto limitado. Então o problema de autovalor −∆u = λu em Ω, u ∈ W 1,2 (Ω) ∞ i=1 λiα 2 i .

Rodney Josué Biezuner 26 possui um número infinito enumerável de autovalores tais que e autofunções {uj} que satisfazem 0 = λ0 λ1 λ2 . . . λj . . . ∂u ∂η λj → ∞, = 0 sobre ∂Ω e constituem um sistema ortonormal completo para L 2 (Ω), isto é, para todo v ∈ L 2 (Ω). Em particular, Além disso, para todo v ∈ W 1,2 (Ω) vale v = v 2 L 2 (Ω) = ∇v 2 L 2 (Ω) = ∞ i=1 ∞ i=1 ∞ i=1 αiui 〈v, ui〉 2 L 2 (Ω) . λi 〈v, ui〉 2 L 2 (Ω) . Na demonstração do Teorema 1.14 usamos o princípio de Rayleigh para obter o primeiro autovalor do laplaciano como o mínimo do funcional de Rayleigh. Como os autovalores do laplaciano formam uma seqüência infinita que cresce arbitrariamente em módulo, o funcional de Rayleigh para o laplaciano não possui um máximo. Entretanto, da mesma forma que no caso de operadores lineares em dimensão finita, podemos também derivar um princípio de minimax para obter os demais autovalores do laplaciano: 1.16 Teorema. Seja Ω ⊂ R n um aberto limitado. Sejam 0 < λ1 λ2 . . . λj . . . os autovalores do laplaciano com condição de Dirichlet: −∆u = λu em Ω, u ∈ W 1,2 0 (Ω) . Então, se Lj denota o conjunto dos subespaços vetoriais de W 1,2 0 (Ω) de dimensão j, temos ou, dualmente, λj = min L∈Lj λj = max L∈Lj−1 ⎛ ⎝ max u∈L u=1 ⎛ ⎝ min u⊥L u=1 〈∇u, ∇u〉 L 2 (Ω) 〈∇u, ∇u〉 L 2 (Ω) ⎞ ⎠ = min L∈Lj ⎞ ⎛ ⎠ = max L∈Lj−1 ⎝max u∈L u=0 ⎛ ⎝min u⊥L u=0 〈∇u, ∇u〉 L 2 (Ω) u 2 L 2 (Ω) 〈∇u, ∇u〉 L 2 (Ω) u 2 L 2 (Ω) ⎞ ⎠ (1.20) ⎞ ⎠ . (1.21) O resultado análogo vale para os autovalores do laplaciano com condição de Neumann trocando-se W 1,2 0 (Ω) por W 1,2 (Ω) e λj por λj−1.

Rodney Josué Biezuner 25<br />

Por <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> λk,<br />

logo<br />

Em particular, concluímos que<br />

Para provar a segunda expansão, escreva<br />

<strong>do</strong>n<strong>de</strong><br />

Como<br />

segue que<br />

〈∇wk, ∇wk〉 L 2 (Ω) λk+1 〈wk, wk〉 L 2 (Ω) ,<br />

wk 2<br />

L 2 (Ω) = 〈wk, wk〉 L 2 (Ω) 1<br />

∇vk 2<br />

L 2 (Ω) =<br />

v = lim vk + lim wk =<br />

∇vk =<br />

λk+1<br />

〈∇v, ∇v〉 L 2 (Ω) → 0.<br />

∞<br />

αiui em L 2 (Ω) . (1.19)<br />

i=1<br />

k<br />

αi∇ui,<br />

i=1<br />

k<br />

α 2 i 〈∇ui, ∇ui〉 =<br />

i=1<br />

k<br />

α 2 i λi 〈ui, ui〉 =<br />

i=1<br />

k<br />

i=1<br />

〈∇wk, ∇wk〉 L 2 (Ω) + 〈∇vk, ∇vk〉 L 2 (Ω) = 〈∇v, ∇v〉 L 2 (Ω) ,<br />

∇vk 2<br />

L2 (Ω) ∇v2 L2 (Ω) .<br />

Soman<strong>do</strong>-se a isso o fato que os λi são não-negativos, concluímos que a série ∞<br />

∇ (wk − wl) 2<br />

L 2 (Ω) = ∇ (vl − vk) 2<br />

L 2 (Ω) =<br />

l<br />

i=k+1<br />

λiα 2 i .<br />

λiα<br />

i=1<br />

2 i<br />

λiα 2 i<br />

converge, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que<br />

e portanto (∇wk) também é uma seqüência <strong>de</strong> Cauchy em L 2 (Ω), ou seja, (wk) converge em W 1,2<br />

0 (Ω).<br />

Conseqüentemente, em vista <strong>do</strong> resulta<strong>do</strong> anterior, wk → 0 em W 1,2<br />

0 (Ω), logo<br />

∇v 2<br />

L2 2<br />

(Ω) = lim ∇vkL2 (Ω) + 2 lim 〈∇vk, ∇wk〉 + lim ∇wk 2<br />

L2 (Ω) =<br />

Segue que (uj) é uma seqüência ortonormal e o fecho <strong>do</strong> subespaço gera<strong>do</strong> por (uj) é um espaço <strong>de</strong> Hilbert<br />

conten<strong>do</strong> W 1,2<br />

0 (Ω) conti<strong>do</strong> em L2 (Ω). Como W 1,2<br />

0 (Ω) = L2 (Ω), concluímos que {uj} é um sistema ortonormal<br />

completo para L2 (Ω). <br />

Observação 1. Segue <strong>de</strong>ste teorema, em particular, que aquelas funções v em L2 (Ω) que não estão em<br />

W 1,2<br />

0 (Ω) po<strong>de</strong>m ser caracterizadas pelo fato que ∞ i=1 λi 〈v, ui〉 L2 (Ω) diverge.<br />

Observação 2. Pelo Teorema 1.13, se ∂Ω for <strong>de</strong> classe C∞ , então as autofunções <strong>do</strong> problema <strong>de</strong> Dirichlet<br />

estão em C∞ Ω e são soluções clássicas.<br />

A <strong>de</strong>monstração <strong>do</strong> resulta<strong>do</strong> equivalente para o problema <strong>de</strong> autovalor com condição <strong>de</strong> Neumann é<br />

análoga (veja [Jost]):<br />

1.15 Teorema. Seja Ω ⊂ R n um aberto limita<strong>do</strong>. Então o problema <strong>de</strong> autovalor<br />

−∆u = λu em Ω, u ∈ W 1,2 (Ω)<br />

∞<br />

i=1<br />

λiα 2 i .

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