Autovalores do Laplaciano - Departamento de Matemática - UFMG
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Rodney Josué Biezuner 17<br />
As proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> imersão compacta <strong>do</strong>s espaços <strong>de</strong> Sobolev são as que lhe conferem a sua gran<strong>de</strong><br />
utilida<strong>de</strong>. Recordamos os conceitos <strong>de</strong> imersão contínua e imersão compacta:<br />
Definição. Seja E um subespaço vetorial norma<strong>do</strong> <strong>de</strong> um espaço norma<strong>do</strong> F (ou seja, a norma em E não<br />
precisa necessariamente ser a norma induzida <strong>de</strong> F ). Dizemos que a inclusão E ⊂ F é uma imersão<br />
(contínua) se a aplicação inclusão I : E → F <strong>de</strong>finida por Ix = x for contínua. Denotamos este fato<br />
por<br />
E ↩→ F.<br />
Se, além disso, a aplicação inclusão for compacta, dizemos que a imersão E ↩→ F é compacta.<br />
Denotaremos a imersão compacta <strong>de</strong> um espaço vetorial norma<strong>do</strong> E em um espaço vetorial norma<strong>do</strong><br />
F por<br />
E ↩ → F.<br />
Como a aplicação inclusão é linear, o fato <strong>de</strong> existir uma imersão E ↩→ F é equivalente à existência <strong>de</strong> uma<br />
constante C tal que<br />
xF C xE para to<strong>do</strong> x ∈ E.<br />
Em particular, se (xn) é uma seqüência <strong>de</strong> Cauchy em E, então (xn) também é uma seqüência <strong>de</strong> Cauchy<br />
em F ; logo, se xn → x em E, então xn → x em F também. É claro que se E tem a norma induzida <strong>de</strong> F ,<br />
então a inclusão E ⊂ F é uma imersão, com C = 1. Quan<strong>do</strong> existe uma imersão E ↩→ F , dizer que ela é<br />
compacta é equivalente a dizer que seqüências limitadas <strong>de</strong> (E, ·E ) possuem subseqüências convergentes<br />
em (F, ·F ).<br />
1.6 Teorema. (Teorema da Imersão <strong>de</strong> Sobolev) Seja Ω ⊂ R n um aberto. Então<br />
W 1,2 (Ω) ↩→ L 2 (Ω),<br />
W 1,2<br />
0 (Ω) ↩→ L 2 (Ω).<br />
Prova: Usan<strong>do</strong> a norma equivalente introduzida acima, se E = W 1,2 (Ω) ou se E = W 1,2<br />
0 (Ω) temos<br />
<br />
u E = u L 2 (Ω) +<br />
n<br />
<br />
<br />
<br />
∂u <br />
<br />
∂xi<br />
i=1<br />
L 2 (Ω)<br />
u L 2 (Ω) .<br />
1.7 Teorema. (Teorema <strong>de</strong> Rellich–Kondrakhov) Seja Ω ⊂ R n um aberto limita<strong>do</strong> com fronteira <strong>de</strong> classe<br />
C 1 . Então<br />
W 1,2 (Ω) ↩ → L 2 (Ω) ,<br />
Se trocarmos W 1,2 por W 1,2<br />
0 , o resulta<strong>do</strong> é váli<strong>do</strong> para abertos arbitrários.<br />
1.8 Teorema. (Desigualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Poincaré) Seja Ω ⊂ R n um aberto limita<strong>do</strong>. Então<br />
u L 2 (Ω) <br />
|Ω|<br />
ωn<br />
1/n<br />
∇u L 2 (Ω) .<br />
para to<strong>do</strong> u ∈ W 1,2<br />
0 (Ω) (aqui ωn é o volume da bola unitária em R n ).<br />
Observe que o Teorema 1.8 não é váli<strong>do</strong> se trocamos W 1,2<br />
0<br />
por W 1,2 porque as funções constantes pertencem<br />
a W 1,2 e não satisfazem a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Poincaré (pois têm <strong>de</strong>rivada nula).