Autovalores do Laplaciano - Departamento de Matemática - UFMG

Autovalores do Laplaciano - Departamento de Matemática - UFMG Autovalores do Laplaciano - Departamento de Matemática - UFMG

09.05.2013 Views

Rodney Josué Biezuner 137 7.1.2 Convergência dos Autovalores Discretos para os Autovalores Contínuos A convergência dos autovalores discretos para os autovalores exatos pode ser agora demonstrada: 7.6 Teorema. Sejam λhi autovalores discretos de (7.3) tais que Então λ0 é um autovalor de (7.2). lim λhi = λ0. (7.24) Prova. Suponha por absurdo que λ0 não é um autovalor de (7.2). Então, pelo Lema 7.2, ω (λ0) = η0 > 0. Como ω (λ) é uma função contínua, existe ε0 > 0 tal que ω (λ) η0 2 para todo λ ∈ Dε0 (λ0) = {z ∈ C : |z − λ0| ε0}. Escolha K = Dε0 (λ0) no Lema 7.5 e sejam ηh e C os números dados naquele lema. Como lim ηhi = 0, seja h0 > 0 tal que ηh C η0 4 para todo h h0. Segue dos Lemas 7.2 e 7.5 que para todo λhi ∈ Dε0 (λ0) com hi h0 nós temos uma contradição. > 0 0 = ωhi (λhi) Cω (λhi) − ηhi C η0 2 − C η0 4 = C η0 4 7.7 Lema. As funções ω (λ) e ωh (λ) não possuem um mínimo positivo próprio no interior de um compacto K ⊂ C. Prova. Seja L o operador associado à forma bilinear a. Sejam µ um ponto interior de K com ω (µ) > 0 e ε > 0 suficientemente pequeno para que Dε (µ) ⊂ K e ω (λ) > 0 para todo λ ∈ Dε (µ). Pelo Lema 7.2, (L − λI) −1 está definida em Dε (µ), logo é holomórfica aí. Pela fórmula integral de Cauchy, (L − λI) −1 = 1 2πi ∂Dε(µ) para todo λ ∈ Dε (µ). Daí, 1 ω (λ) = (L − λI) −1 max de modo que z∈∂Dε(µ) ω (λ) min ω (z) z∈∂Dε(µ) (L − zI) −1 dz z − λ (L − zI) −1 = max z∈∂Dε(µ) > 0, 1 ω (z) , para todo λ ∈ Dε (µ). Portanto, ω (λ) não pode assumir um mínimo próprio em Dε (µ). A demonstração para ωh (λ) é análoga. A recíproca do Teorema 7.6, isto é, que todos os autovalores reais podem ser aproximados por uma seqüência de autovalores discretos, é dada no próximo resultado: 7.8 Teorema. Seja λ0 um autovalor de (7.2). Então existem autovalores discretos λh de (7.3) tais que lim h→0 λh = λ0. (7.25)

Rodney Josué Biezuner 138 Prova. Os autovalores do laplaciano são isolados, logo pelo Lema 7.2 ω (λ) > 0 para todo 0 < |λ − λ0| < ε se ε > 0 é suficientemente pequeno. Como ω (λ) é contínua e ∂Dε (λ0) é compacto, temos ωε = min ω (λ) > 0. ∂Dε(λ0) Segue do Lema 7.5 que para todo λ ∈ ∂Dε (λ0) e para todo h suficientemente pequeno temos ηh < C 1 + 1 ωε, C donde ωh (λ) Cω (λ) − ηh Cωε − ηh > ηh C ωh ω (λ0) (λ0) − C = ωh (λ0) . Em particular, ωh (λ) tem um mínimo próprio em Dε (λ0). Pelo lema anterior, isso implica que existe λh ∈ Dε (λ0) tal que ωh (λh) = 0, isto é, λh é um autovalor discreto. 7.1.3 Convergência das Autofunções A convergência das autofunções segue do próximo teorema: 7.9 Teorema. Sejam uh autofunções de (7.3) associadas respectivamentes aos autovalores discretos λh e satisfazendo uhV = 1 e lim λh = λ0. Então existe uma subseqüência uhi que converge em V para h→0 uma autofunção u0 associada ao autovalor λ0 de (7.2) com u0V = 1. Prova. Usando o fato que V = W 1,2 0 (Ω) está compactamente imerso em L 2 (Ω), obtemos uma subseqüência uhi convergente para u0 ∈ L 2 (Ω). Como no Lema 7.4, definimos z0 = Zλ0 (u0) é a solução de aµ (z0, v) = (λ0 − µ) 〈u0, v〉 L 2 (Ω) para todo v ∈ V, zhi = Z hi λ0 (u0) é a solução de aµ (zhi, v) = (λ0 − µ) 〈u0, v〉 L 2 (Ω) para todo v ∈ Vhi. Dado ε > 0, existe h 1 ε > 0 tal que se hi < h 1 ε. A função uhi é uma solução de ou seja, uhi = Z hi λi (uhi). Segue que z0 − zhi V < ε 2 aµ (uhi, v) = (λhi − µ) 〈uhi, v〉 L 2 (Ω) para todo v ∈ Vhi, fi (v) := aµ (zhi − uhi, v) = (λ0 − µ) 〈u0, v〉 L 2 (Ω) − (λhi − µ) 〈uhi, v〉 L 2 (Ω) = (λ0 − µ) 〈u0 − uhi, v〉 L 2 (Ω) − (λhi − λ0) 〈uhi, v〉 L 2 (Ω) para todo v ∈ Vhi. Mas fi → 0 em V ′ porque λhi → λ0 e uhi → u0 em L 2 (Ω), logo existe h 2 ε > 0 tal que fi V ′ ε 2α (7.26)

Rodney Josué Biezuner 137<br />

7.1.2 Convergência <strong>do</strong>s <strong>Autovalores</strong> Discretos para os <strong>Autovalores</strong> Contínuos<br />

A convergência <strong>do</strong>s autovalores discretos para os autovalores exatos po<strong>de</strong> ser agora <strong>de</strong>monstrada:<br />

7.6 Teorema. Sejam λhi autovalores discretos <strong>de</strong> (7.3) tais que<br />

Então λ0 é um autovalor <strong>de</strong> (7.2).<br />

lim λhi = λ0. (7.24)<br />

Prova. Suponha por absur<strong>do</strong> que λ0 não é um autovalor <strong>de</strong> (7.2). Então, pelo Lema 7.2,<br />

ω (λ0) = η0 > 0.<br />

Como ω (λ) é uma função contínua, existe ε0 > 0 tal que<br />

ω (λ) η0<br />

2<br />

para to<strong>do</strong> λ ∈ Dε0 (λ0) = {z ∈ C : |z − λ0| ε0}. Escolha K = Dε0 (λ0) no Lema 7.5 e sejam ηh e C os<br />

números da<strong>do</strong>s naquele lema. Como lim ηhi = 0, seja h0 > 0 tal que<br />

ηh C η0<br />

4<br />

para to<strong>do</strong> h h0. Segue <strong>do</strong>s Lemas 7.2 e 7.5 que para to<strong>do</strong> λhi ∈ Dε0 (λ0) com hi h0 nós temos<br />

uma contradição. <br />

> 0<br />

0 = ωhi (λhi) Cω (λhi) − ηhi C η0<br />

2<br />

− C η0<br />

4<br />

= C η0<br />

4<br />

7.7 Lema. As funções ω (λ) e ωh (λ) não possuem um mínimo positivo próprio no interior <strong>de</strong> um compacto<br />

K ⊂ C.<br />

Prova. Seja L o opera<strong>do</strong>r associa<strong>do</strong> à forma bilinear a. Sejam µ um ponto interior <strong>de</strong> K com ω (µ) > 0<br />

e ε > 0 suficientemente pequeno para que Dε (µ) ⊂ K e ω (λ) > 0 para to<strong>do</strong> λ ∈ Dε (µ). Pelo Lema 7.2,<br />

(L − λI) −1 está <strong>de</strong>finida em Dε (µ), logo é holomórfica aí. Pela fórmula integral <strong>de</strong> Cauchy,<br />

(L − λI) −1 = 1<br />

<br />

2πi ∂Dε(µ)<br />

para to<strong>do</strong> λ ∈ Dε (µ). Daí,<br />

1<br />

ω (λ) =<br />

<br />

<br />

(L − λI) −1 max<br />

<strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que<br />

z∈∂Dε(µ)<br />

<br />

<br />

ω (λ) min ω (z)<br />

z∈∂Dε(µ)<br />

(L − zI) −1<br />

dz<br />

z − λ<br />

(L − zI) −1 = max<br />

z∈∂Dε(µ)<br />

> 0,<br />

1<br />

ω (z) ,<br />

para to<strong>do</strong> λ ∈ Dε (µ). Portanto, ω (λ) não po<strong>de</strong> assumir um mínimo próprio em Dε (µ).<br />

A <strong>de</strong>monstração para ωh (λ) é análoga. <br />

A recíproca <strong>do</strong> Teorema 7.6, isto é, que to<strong>do</strong>s os autovalores reais po<strong>de</strong>m ser aproxima<strong>do</strong>s por uma<br />

seqüência <strong>de</strong> autovalores discretos, é dada no próximo resulta<strong>do</strong>:<br />

7.8 Teorema. Seja λ0 um autovalor <strong>de</strong> (7.2). Então existem autovalores discretos λh <strong>de</strong> (7.3) tais que<br />

lim<br />

h→0 λh = λ0. (7.25)

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!