Autovalores do Laplaciano - Departamento de Matemática - UFMG
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Rodney Josué Biezuner 125 6.2.1 Formulação Variacional Para obter uma formulação variacional deste problema, defina e V = W 1,2 0 (Ω) (6.16) F (v) = 1 |∇v (x)| 2 Ω 2 dx − f (x) v (x) dx = Ω 1 2 ∇vL2 (Ω) − 〈f, v〉 L2 (Ω) . (6.17) Como vimos no Capítulo 1, os problemas variacional e de minimização são equivalentes e a solução de ambos é a solução do problema (6.15): 6.3 Proposição. u ∈ V é uma solução do problema (6.15), se e somente se u é a solução única do problema variacional 〈∇u, ∇v〉 L 2 (Ω) = 〈f, v〉 L 2 (Ω) para todo v ∈ V, (6.18) ou, equivalentemente, se e somente se u satisfaz F (u) = min F (v) . (6.19) v∈V 6.2.2 Triangulações e Elementos Finitos Lineares por Partes Vamos agora construir um subespaço Vh de dimensão finita de V consistindo das funções lineares por partes em Ω. Por simplicidade, assumiremos que Ω é um domínio poligonal, significando que ∂Ω é uma curva poligonal (no caso geral, é necessário antes aproximar ∂Ω por uma curva poligonal). Fazemos uma triangulação de Ω subdividindo Ω em um conjunto de triângulos que não se sobrepõem, podendo se interceptar apenas ao longo de uma aresta em comum ou em um vértice em comum: Ω = N Ti. (6.20) i=1 Esta triangulação de Ω é também chamada uma malha triangular e os vértices da triangulação são freqüentemente chamados nodos. Definimos o parâmetro da malha h = max i=1,...,N (diam Ti) . (6.21) Observe que o diâmetro de um triângulo é o comprimento de seu maior lado. Definimos o subespaço Vh de dimensão finita de V por Vh = {v ∈ V : v é contínua em Ω e linear em Ti para i = 1, . . . , N} . (6.22) Para descrever uma função v ∈ Vh, é suficiente conhecer os n valores de v nos n nodos internos da triangulação de Ω: x1, . . . , xn (nos nodos da fronteira, v é nula). Introduzimos uma base B = {ϕ1, . . . , ϕn} ⊂ Vh para Vh declarando 1 se i = j, ϕj (xi) = (6.23) 0 se i = j. As funções v de V têm a seguinte representação em termos das funções base ϕ1, . . . , ϕn: v = v (x1) ϕ1 + . . . + v (xn) ϕn (6.24) e dim Vh = n. Note que o suporte de ϕj consiste dos triângulos que têm xn como um nodo comum. Tais funções bases podem ser definidas da seguinte forma. Se Tk é um triângulo da triangulação de Ω que tem xi
Rodney Josué Biezuner 126 como vértice, sejam xi = x0 , y0 , a1 k = x1 , y1 e a2 k = x2 , y2 os três vértices de Tk; definimos ϕi em Tk por 1 x − x ϕi (x, y) = y2 − y1 − y − y1 x2 − x1 (x0 − x1 ) (y2 − y1 ) − (y0 − y1 ) (x2 − x1 ) . 0 0 Observe que ϕi x , y 1 1 = 1 e ϕi x , y 2 2 = ϕi x , y = 0. Se Tk é um triângulo da triangulação de Ω que não tem xi como vértice, então definimos ϕj ≡ 0 em Tk. Se uh ∈ Vh satisfaz o problema variacional então em particular Escrevendo ou 〈∇uh, ∇v〉 L 2 (Ω) = 〈f, v〉 L 2 (Ω) para todo v ∈ Vh, (6.25) 〈∇uh, ∇ϕj〉 L 2 (Ω) = 〈f, ϕj〉 L 2 (Ω) para todo j = 1, . . . , n. (6.26) uh = uh (x1) ϕ1 + . . . + uh (xn) ϕn uh = u1ϕ1 + . . . + unϕn, (6.27) onde denotamos ui = uh (xi), obtemos um sistema linear nas incógnitas u1, . . . , un: n i=1 A matriz de rigidez (isto é, a matriz do sistema) 〈∇ϕi, ∇ϕj〉 L 2 (Ω) ui = 〈f, ϕj〉 L 2 (Ω) para j = 1, . . . , n. (6.28) A = ⎡ ⎢ ⎣ 〈∇ϕ1, ∇ϕ1〉 L 2 (Ω) . . . 〈∇ϕ1, ∇ϕn〉 L 2 (Ω) . . 〈∇ϕn, ∇ϕ1〉 L 2 (Ω) . . . 〈∇ϕn, ∇ϕn〉 L 2 (Ω) . . ⎤ ⎥ ⎦ (6.29) é uma matriz simétrica, positiva definida, pelos mesmos motivos que a matriz de rigidez no caso unidimensional é. Ela é esparsa porque o suporte da função base ϕj é constituído pelos triângulos que têm o vértice xj em comum. De fato, 〈∇ϕi, ∇ϕj〉 L 2 (Ω) = 0 se xi e xj não são diretamente ligados pelo lado de um triângulo. Para calcular o valor das entradas não-nulas, é útil usar a seguinte fórmula de mudança de coordenadas: se T é o triângulo de vértices (0, 0), (0, 1) e (1, 0) e T é um triângulo qualquer com vértices x 0 , y 0 , x 1 , y 1 e x 2 , y 2 , então a aplicação φ : T −→ T definida por é um difeomorfismo com T φ (ξ, η) = x 0 , y 0 + ξ x 1 − x 0 , y 1 − y 0 + η x 2 − x 0 , y 2 − y 0 det dφ (ξ, η) = x 1 − x 0 y 1 − y 0 − x 2 − x 0 y 2 − y 0 , de modo que se F : T −→ R é uma função contínua, então F (x, y) dxdy = x 1 − x 0 y 1 − y 0 − x 2 − x 0 y 2 − y 0 F (φ (ξ, η)) dxdy. T
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6.2.1 Formulação Variacional<br />
Para obter uma formulação variacional <strong>de</strong>ste problema, <strong>de</strong>fina<br />
e<br />
V = W 1,2<br />
0 (Ω) (6.16)<br />
F (v) = 1<br />
<br />
|∇v (x)|<br />
2 Ω<br />
2 <br />
dx − f (x) v (x) dx =<br />
Ω<br />
1<br />
2 ∇vL2 (Ω) − 〈f, v〉 L2 (Ω) . (6.17)<br />
Como vimos no Capítulo 1, os problemas variacional e <strong>de</strong> minimização são equivalentes e a solução <strong>de</strong> ambos<br />
é a solução <strong>do</strong> problema (6.15):<br />
6.3 Proposição. u ∈ V é uma solução <strong>do</strong> problema (6.15), se e somente se u é a solução única <strong>do</strong> problema<br />
variacional<br />
〈∇u, ∇v〉 L 2 (Ω) = 〈f, v〉 L 2 (Ω) para to<strong>do</strong> v ∈ V, (6.18)<br />
ou, equivalentemente, se e somente se u satisfaz<br />
F (u) = min F (v) . (6.19)<br />
v∈V<br />
6.2.2 Triangulações e Elementos Finitos Lineares por Partes<br />
Vamos agora construir um subespaço Vh <strong>de</strong> dimensão finita <strong>de</strong> V consistin<strong>do</strong> das funções lineares por partes<br />
em Ω. Por simplicida<strong>de</strong>, assumiremos que Ω é um <strong>do</strong>mínio poligonal, significan<strong>do</strong> que ∂Ω é uma curva poligonal<br />
(no caso geral, é necessário antes aproximar ∂Ω por uma curva poligonal). Fazemos uma triangulação<br />
<strong>de</strong> Ω subdividin<strong>do</strong> Ω em um conjunto <strong>de</strong> triângulos que não se sobrepõem, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> se interceptar apenas<br />
ao longo <strong>de</strong> uma aresta em comum ou em um vértice em comum:<br />
Ω =<br />
N<br />
Ti. (6.20)<br />
i=1<br />
Esta triangulação <strong>de</strong> Ω é também chamada uma malha triangular e os vértices da triangulação são freqüentemente<br />
chama<strong>do</strong>s no<strong>do</strong>s. Definimos o parâmetro da malha<br />
h = max<br />
i=1,...,N (diam Ti) . (6.21)<br />
Observe que o diâmetro <strong>de</strong> um triângulo é o comprimento <strong>de</strong> seu maior la<strong>do</strong>. Definimos o subespaço Vh <strong>de</strong><br />
dimensão finita <strong>de</strong> V por<br />
Vh = {v ∈ V : v é contínua em Ω e linear em Ti para i = 1, . . . , N} . (6.22)<br />
Para <strong>de</strong>screver uma função v ∈ Vh, é suficiente conhecer os n valores <strong>de</strong> v nos n no<strong>do</strong>s internos da triangulação<br />
<strong>de</strong> Ω: x1, . . . , xn (nos no<strong>do</strong>s da fronteira, v é nula). Introduzimos uma base B = {ϕ1, . . . , ϕn} ⊂ Vh para Vh<br />
<strong>de</strong>claran<strong>do</strong><br />
<br />
1 se i = j,<br />
ϕj (xi) =<br />
(6.23)<br />
0 se i = j.<br />
As funções v <strong>de</strong> V têm a seguinte representação em termos das funções base ϕ1, . . . , ϕn:<br />
v = v (x1) ϕ1 + . . . + v (xn) ϕn<br />
(6.24)<br />
e dim Vh = n. Note que o suporte <strong>de</strong> ϕj consiste <strong>do</strong>s triângulos que têm xn como um no<strong>do</strong> comum. Tais<br />
funções bases po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>finidas da seguinte forma. Se Tk é um triângulo da triangulação <strong>de</strong> Ω que tem xi