Autovalores do Laplaciano - Departamento de Matemática - UFMG

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09.05.2013 Views

Rodney Josué Biezuner 123 Como u é um ponto de mínimo para F , 0 é um ponto de mínimo para g, logo g ′ (0) = 〈u ′ , v ′ 〉 − 〈f, v〉 L 2 = 0. O problema variacional é chamado método de Galerkin, enquanto que o problema de minimização é chamado método de Ritz. Coletivamente, eles são chamados simplesmente de método de Ritz-Galerkin. 6.1.2 Elementos Finitos Lineares por Partes Vamos agora construir um subespaço Vh de dimensão finita de V consistindo das funções lineares por partes em [0, 1]. Seja 0 = x0 < x1 < x2 < . . . < xn < xn+1 = 1 uma partição do intervalo [0, 1] em n+1 subintervalos Ij = [xj−1, xj] de comprimento hj = xj −xj−1. Defina Vh = {v ∈ V : v é linear em Ij para j = 0, . . . , n} . (6.6) Observe que para descrever uma função v ∈ Vh é suficiente conhecer os n valores v (x1) , . . . , v (xn). Introduzimos uma base B = {ϕ1, . . . , ϕn} ⊂ Vh para Vh declarando 1 se i = j, ϕj (xi) = (6.7) 0 se i = j, (note que como estas funções são não-negativas, esta base é evidentemente não-ortogonal). Assim as funções v de V têm a representação v = v (x1) ϕ1 + . . . + v (xn) ϕn. (6.8) As funções ϕ1, . . . , ϕn são chamadas funções base. Note que dim Vh = n. Observe que estas funções têm suporte compacto, e que o suporte está contido em dois subintervalos adjacentes. Se uh ∈ Vh satisfaz o problema variacional 〈u ′ h, v ′ 〉 L 2 = 〈f, v〉 L 2 para todo v ∈ Vh, (6.9) então em particular ′ u h, ϕ ′ j L2 Escrevendo = 〈f, ϕj〉 L2 para todo j = 1, . . . , n. (6.10) ou uh = uh (x1) ϕ1 + . . . + uh (xn) ϕn uh = u1ϕ1 + . . . + unϕn, (6.11) onde denotamos ui = uh (xi), obtemos um sistema linear nas incógnitas u1, . . . , un: A matriz do sistema n i=1 ′ ϕ i, ϕ ′ j L2 ui = 〈f, ϕj〉 L2 para j = 1, . . . , n. (6.12) A = ⎡ ⎢ ⎣ 〈ϕ ′ 1, ϕ ′ 1〉 L 2 . . . 〈ϕ ′ 1, ϕ ′ n〉 L 2 . . . . 〈ϕ ′ n, ϕ ′ 1〉 L 2 . . . 〈ϕ ′ n, ϕ ′ n〉 L 2 ⎤ ⎥ ⎦ (6.13) é uma matriz simétrica porque ϕ ′ i , ϕ′ j L2 = ϕ ′ j , ϕ′ i L2. Ela é chamada a matriz de rigidez e o vetor ⎡ ⎤ b = ⎢ ⎣ 〈f, ϕ1〉 L 2 . . 〈f, ϕn〉 L 2 ⎥ ⎦

Rodney Josué Biezuner 124 é chamado o vetor de carga, terminologia emprestada das primeiras aplicações do método de elementos finitos em mecânica de estruturas; o método foi inventado por engenheiros para tratar de tais problemas na década de 1950. As entradas da matriz de rigidez podem ser facilmente calculados. Primeiro observe que ′ ϕ i, ϕ ′ j L2 = 0 se |i − j| > 1, porque, neste caso, onde ϕ ′ i não se anula, ϕ′ j se anula, e vice-versa. Em particular, segue que a matriz A é uma matriz esparsa tridiagonal. A escolha especial de Vh e das funções base garantiu a esparsidade da matriz de rigidez. Os elementos da diagonal principal da matriz de rigidez são dados por 〈ϕ ′ i, ϕ ′ i〉 L 2 = xi+1 ϕ xi−1 ′ i (x) 2 xi 1 dx = xi−1 h2 i dx + xi+1 enquanto que os elementos das diagonais secundárias são dados por Resumindo, ′ ϕ i, ϕ ′ i+1 L2 = xi+1 ϕ ′ i (x) ϕ ′ xi+1 i+1 (x) dx = xi ′ ϕ i, ϕ ′ j L2 = ⎧ ⎪⎨ ⎪ ⎩ xi xi 1 h 2 i+1 − 1 1 hi+1 1 + hi 1 se i = j, hi+1 − 1 se |i − j| = 1, hi+1 0 se |i − j| > 1. dx = 1 hi+1 hi + 1 , hi+1 dx = − 1 hi+1 . (6.14) A matriz de rigidez também é positiva definida, Se ξ = (ξ1, . . . , ξn) ∈ Rn é um vetor não-nulo e v = n ξiϕi, temos 〈Aξ, ξ〉 = n aijξiξj = i,j=1 No caso especial em que n i,j=1 ′ ϕ i, ϕ ′ j L2 n ξiξj = ξiϕ i=1 ′ i, hi = xi − xi−1 = 1 =: h, n + 1 n j=1 ξjϕ ′ j L 2 = 〈v ′ , v ′ 〉 L 2 > 0. a matriz de rigidez é exatamente a matriz de discretização de diferenças finitas centradas: 1 h2 ⎡ 2 −1 ⎤ ⎢ −1 ⎢ ⎣ 2 −1 −1 . .. . .. . .. . .. −1 −1 2 −1 ⎥ . ⎥ ⎦ −1 2 6.2 O Caso Bidimensional Nesta seção, desenvolveremos métodos de elementos finitos para resolver o problema de Dirichlet para a equação de Poisson em um domínio Ω ⊂ R2 : −∆u = f em Ω, (6.15) u = 0 sobre ∂Ω, onde f é uma função contínua. i=1

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Como u é um ponto <strong>de</strong> mínimo para F , 0 é um ponto <strong>de</strong> mínimo para g, logo g ′ (0) = 〈u ′ , v ′ 〉 − 〈f, v〉 L 2 = 0.<br />

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O problema variacional é chama<strong>do</strong> méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> Galerkin, enquanto que o problema <strong>de</strong> minimização é<br />

chama<strong>do</strong> méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> Ritz. Coletivamente, eles são chama<strong>do</strong>s simplesmente <strong>de</strong> méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> Ritz-Galerkin.<br />

6.1.2 Elementos Finitos Lineares por Partes<br />

Vamos agora construir um subespaço Vh <strong>de</strong> dimensão finita <strong>de</strong> V consistin<strong>do</strong> das funções lineares por partes<br />

em [0, 1]. Seja<br />

0 = x0 < x1 < x2 < . . . < xn < xn+1 = 1<br />

uma partição <strong>do</strong> intervalo [0, 1] em n+1 subintervalos Ij = [xj−1, xj] <strong>de</strong> comprimento hj = xj −xj−1. Defina<br />

Vh = {v ∈ V : v é linear em Ij para j = 0, . . . , n} . (6.6)<br />

Observe que para <strong>de</strong>screver uma função v ∈ Vh é suficiente conhecer os n valores v (x1) , . . . , v (xn). Introduzimos<br />

uma base B = {ϕ1, . . . , ϕn} ⊂ Vh para Vh <strong>de</strong>claran<strong>do</strong><br />

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1 se i = j,<br />

ϕj (xi) =<br />

(6.7)<br />

0 se i = j,<br />

(note que como estas funções são não-negativas, esta base é evi<strong>de</strong>ntemente não-ortogonal). Assim as funções<br />

v <strong>de</strong> V têm a representação<br />

v = v (x1) ϕ1 + . . . + v (xn) ϕn. (6.8)<br />

As funções ϕ1, . . . , ϕn são chamadas funções base. Note que dim Vh = n. Observe que estas funções têm<br />

suporte compacto, e que o suporte está conti<strong>do</strong> em <strong>do</strong>is subintervalos adjacentes.<br />

Se uh ∈ Vh satisfaz o problema variacional<br />

〈u ′ h, v ′ 〉 L 2 = 〈f, v〉 L 2 para to<strong>do</strong> v ∈ Vh, (6.9)<br />

então em particular ′<br />

u h, ϕ ′ <br />

j L2 Escreven<strong>do</strong><br />

= 〈f, ϕj〉 L2 para to<strong>do</strong> j = 1, . . . , n. (6.10)<br />

ou<br />

uh = uh (x1) ϕ1 + . . . + uh (xn) ϕn<br />

uh = u1ϕ1 + . . . + unϕn, (6.11)<br />

on<strong>de</strong> <strong>de</strong>notamos ui = uh (xi), obtemos um sistema linear nas incógnitas u1, . . . , un:<br />

A matriz <strong>do</strong> sistema<br />

n<br />

i=1<br />

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ϕ i, ϕ ′ <br />

j L2 ui = 〈f, ϕj〉 L2 para j = 1, . . . , n. (6.12)<br />

A =<br />

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〈ϕ ′ 1, ϕ ′ 1〉 L 2 . . . 〈ϕ ′ 1, ϕ ′ n〉 L 2<br />

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〈ϕ ′ n, ϕ ′ 1〉 L 2 . . . 〈ϕ ′ n, ϕ ′ n〉 L 2<br />

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é uma matriz simétrica porque ϕ ′ i , ϕ′ <br />

j L2 = ϕ ′ j , ϕ′ <br />

i L2. Ela é chamada a matriz <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z e o vetor<br />

⎡ ⎤<br />

b =<br />

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〈f, ϕ1〉 L 2<br />

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〈f, ϕn〉 L 2<br />

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