Ordem LEPIDOPTERA - Acervo Digital de Obras Especiais

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42 INSETOS DO BRASIL Em nossa terra, como em outros países, os bandos de Lepidopteros emigrantes são geralmente constituidos por determinadas borboletas da família Pierididae. Os pousos prediletos para êsses bandos Fig.30 - A mesma lagarta da fig. 29, com o corpo aberto, vendo-se os principais orgãos internos; 1, glanglio infraesofagiano; 2, cérebro; 3, stomodaeum; 4, glandulas sericigenas; 5, mesenteron; 6, vaso dorsal; 7, tubos de Malpighi; 8, proctodaeum; 9, anus; 10, troncos traqueais em relação com os espiráculos (C. Lacerda del.). migratórios são as praias arenosas dos rios, como se pode observar na fotografia da figura 28, que me foi gentilmente enviada de Santa Catarina pelo Sr. FRITZ HOFFMANN. Lagartas 11. Aspecto geral. - As larvas dos Lepidopteros são cilindróides, moles, eucéfalas, geralmente providas de pernas toráxicas e de pares de curtos apêndices carnosos abdominais, que funcionam também como órgãos locomotores (figs. 29 e 35). O aspecto de tais larvas é tão característico que para elas há, em tôdas as linguas: uma designação vulgar, Nós as chamamos lagartas, designação oriunda da palavra lacerta, que aliás não significa própriamente lagarta e sim lagarto, lagartixa. Os latinos conheciam as lagartas pelo nome - eruca. Daí, em linguagem técnica, serem elas conhecidas como larvas eruciformes. Há outros insetos (da ordem Panorpatae e Hymenoptera, da sub ordem Chalastogastra), cujas larvas são também eruciformes; essas, porém, se distinguem das verdadeiras "lagartas" principalmente por possuirem mais de 5 pares de pernas abdominais, o máximo observado na quase totalidade dos Lepidopteros.

LEPIDOPTERA 43 12. Anatomia externa. - Cabeça (figs. 31 e 32) - É constituida por uma cápsula fortemente esclerosada, geralmente polida, perfeitamente distinta do resto do corpo, principalmente por ser mais pigmentada, porém, mais ou menos retráctil na parte anterior do tórax. Na maioria das espécies sutura epicraneana divide superiormente a cápsula cefálica em duas calotes, às vêzes bem separadas. As antenas são extrema- mente reduzidas, exceto em Eriocephalidae, tendo, no máximo, 3 segmentos, sendo os dois distais providos de sensílios. Há, de cada lado, 6 ocelos punctiformes, geralmente 5 em semicírculo e um iso- lado, este às vêzes ausente. Excetuando as lagartas mineiras, que têm a cabeça mais ou menos prognata, as demais lagartas são hipogna- tas, tôdas, porém, com as peças bucais de tipo masti- gador. As mandíbulas, curtas, robustas, córneas, geralmente Fig. 31 - Cabeça de Bombyx mori; ant, antena; F, fiandeira ("spinneret'); Lab, labium; Labr, labrum; Man, mandíbula; Max, maxila; Ment, mento; Oc, ocelos; Plb, palpo labial; Pmx, palpo maxilar (C. Lacerda del.). de bordo livre denteado, são adaptadas para o corte e trituração de tecidos. Maxilas quase sempre sem gálea, porém providas de palpo muito pequeno, de 3 a 2 segmentos; labium, com os respectivos palpos ainda mais reduzidos que os maxilares, apresentando, na parte livre (prementum), em relação com o hipofaringe, um orifício (fiandeira, "spinneret") através do qual é expelido o fio de sêda, aliás constituído por 2 fios colados (fig. 31). Toráx. - Com os 3 segmentos mais ou menos igualmente desenvolvidos. O protórax quase sempre apresenta uma placa tergal esclerosada (escudo protoráxico ou cervical), mais extensa que a dos outros somitos toráxicos.

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12. Anatomia externa. - Cabeça (figs. 31 e 32) - É constituida<br />

por uma cápsula fortemente esclerosada, geralmente polida,<br />

perfeitamente distinta do resto do corpo, principalmente por ser<br />

mais pigmentada, porém, mais ou menos retráctil na parte anterior<br />

do tórax.<br />

Na maioria das espécies sutura epicraneana divi<strong>de</strong> superiormente<br />

a cápsula cefálica em duas calotes, às vêzes bem separadas.<br />

As antenas são extrema-<br />

mente reduzidas, exceto em<br />

Eriocephalidae, tendo, no<br />

máximo, 3 segmentos, sendo<br />

os dois distais providos <strong>de</strong><br />

sensílios.<br />

Há, <strong>de</strong> cada lado, 6 ocelos<br />

punctiformes, geralmente<br />

5 em semicírculo e um iso-<br />

lado, este às vêzes ausente.<br />

Excetuando as lagartas<br />

mineiras, que têm a cabeça<br />

mais ou menos prognata, as<br />

<strong>de</strong>mais lagartas são hipogna-<br />

tas, tôdas, porém, com as<br />

peças bucais <strong>de</strong> tipo masti-<br />

gador.<br />

As mandíbulas, curtas,<br />

robustas, córneas, geralmente<br />

Fig. 31 - Cabeça <strong>de</strong> Bombyx mori; ant, antena;<br />

F, fian<strong>de</strong>ira ("spinneret'); Lab, labium; Labr, labrum;<br />

Man, mandíbula; Max, maxila; Ment, mento;<br />

Oc, ocelos; Plb, palpo labial; Pmx, palpo maxilar (C.<br />

Lacerda <strong>de</strong>l.).<br />

<strong>de</strong> bordo livre <strong>de</strong>nteado, são adaptadas para o corte e trituração<br />

<strong>de</strong> tecidos.<br />

Maxilas quase sempre sem gálea, porém providas <strong>de</strong> palpo<br />

muito pequeno, <strong>de</strong> 3 a 2 segmentos; labium, com os respectivos palpos<br />

ainda mais reduzidos que os maxilares, apresentando, na parte<br />

livre (prementum), em relação com o hipofaringe, um orifício<br />

(fian<strong>de</strong>ira, "spinneret") através do qual é expelido o fio <strong>de</strong> sêda,<br />

aliás constituído por 2 fios colados (fig. 31).<br />

Toráx. - Com os 3 segmentos mais ou menos igualmente <strong>de</strong>senvolvidos.<br />

O protórax quase sempre apresenta uma placa tergal esclerosada<br />

(escudo protoráxico ou cervical), mais extensa que a dos<br />

outros somitos toráxicos.

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