Ordem LEPIDOPTERA - Acervo Digital de Obras Especiais
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<strong>LEPIDOPTERA</strong> 17<br />
os vários tipos <strong>de</strong> transição entre essas estruturas cuticulares. Para<br />
o estudo <strong>de</strong>stas produções do tegumento, consulte-se o trabalho<br />
clássico <strong>de</strong> MAYER.<br />
As escamas inserem-se em ambas as faces da asa e são elas que<br />
constituem a poeira fina que se pren<strong>de</strong> aos <strong>de</strong>dos, quando se toca<br />
em Lepidópteros, ou que se <strong>de</strong>spren<strong>de</strong> do seu corpo, quando, presos,<br />
se <strong>de</strong>batem.<br />
Variam consi<strong>de</strong>ravelmente na forma e no tamanho. As mais<br />
curtas são <strong>de</strong> revestimento; dispoem-se regularmente em linhas<br />
seriadas (exceto nos Lepidópteros primitivos), imbricadas umas<br />
sôbre as outras, como as telhas <strong>de</strong> um telhado (fig. 13).<br />
As mais longas encontram-se principalmente na franja e nas<br />
<strong>de</strong>mais regiões do corpo.<br />
O tipo <strong>de</strong> escama mais primitivo é representado pela escama<br />
oval, estriada longitudinalmente (fig. 12).<br />
Nos tipos mais diferenciados as escamas apresentam-se geralmente<br />
truncadas, mais ou menos <strong>de</strong>nteadas na margem distai e<br />
providas <strong>de</strong> estriolas transversais entre tinas cristas longitudinais<br />
(fig. 13.) Estas, regular e paralelamente dispostas sôbre a superfície<br />
exposta da escama, formam um sistema <strong>de</strong> raias muito mais perfeito<br />
que as mais tinas gra<strong>de</strong>s usadas em física para o estudo dos feno-<br />
menos <strong>de</strong> difração.<br />
Em escamas <strong>de</strong> uma espécie brasileira <strong>de</strong> Morpho KELLOGG contou<br />
1.400 estrias num milímetro, com um intervalo <strong>de</strong> 0,70 a 0,72<br />
entre duas estrias próximas. Na escama que se vê na figura 13,<br />
também <strong>de</strong> urna espécie <strong>de</strong> Morpho, o espaço entre duas estrias<br />
próximas me<strong>de</strong> cêrca <strong>de</strong> 0,85 µ<br />
É da difração dos raios luminosos inci<strong>de</strong>ntes sôbre uma superfície<br />
tão finamente sulcada, que resultam as cores brilhantes das<br />
asas dos Lepidópteros, por isso classificadas no grupo das côres<br />
estruturais ou físicas. Todavia, apropria laminação da escama, que<br />
apresenta as duas faces quitinosas transparentes, separadas por um<br />
filme <strong>de</strong> ar extremamente <strong>de</strong>lgado, e a superposição <strong>de</strong> duas ou mais<br />
escamas, po<strong>de</strong>m tambem causar fenômenos <strong>de</strong> interferência luminosa,<br />
que se manifestam por tais côres iri<strong>de</strong>scentes. Além <strong>de</strong> côres puramente<br />
estruturais, há a consi<strong>de</strong>rar as chamadas cores pigmentares,<br />
que resultam da presença, nas escamas, <strong>de</strong> pigmentos vários, como