PI - Instituto de Matemática - UFRJ
PI - Instituto de Matemática - UFRJ
PI - Instituto de Matemática - UFRJ
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Estruturas Algébricas Mestrado <strong>Matemática</strong> <strong>UFRJ</strong><br />
2012-1<br />
Prova Intermediária - Grupos<br />
Problema 1: Subgrupos característicos, centro<br />
Lembramos que uma caraterização possível <strong>de</strong> um subgrupo normal em G é que ele é estável pelos<br />
automorfismos internos. Dizemos que um subgrupo H é característico em G quando ele é estável<br />
por todos automorfismos e <strong>de</strong>notamos H ⊏ G. Obviamente um subgrupo característico é também<br />
normal em G.<br />
1) Demonstre que a relação “característico” é transitiva: H ⊏ K ⊏ G ⇒ H ⊏ G. (Vimos que ao<br />
contrário, a relação <strong>de</strong> normalida<strong>de</strong> não é transitiva).<br />
2) Demonstre que H ⊏ K ⊳ G ⇒ H ⊳ G.<br />
3) Lembramos que o centro Z(G) <strong>de</strong> G é o conjunto dos elementos que comutam com todos elementos<br />
<strong>de</strong> G. Demonstre que ele é sempre um subgrupo característico. Será igualmente o caso por um<br />
subgrupo do centro?<br />
4) Demonstre que se H, K são subgrupos característicos, então [H, K] (o subgrupo gerado pelos<br />
comutadores [h, k] = hkh −1 k −1 , h ∈ H, k ∈ K) é característico em G. Mostre que o subgrupo<br />
<strong>de</strong>rivado D(G) := [G, G], é caraterístico.<br />
5) Denotamos G ∗n o subgrupo <strong>de</strong> G gerado pelos elementos da forma x n , <strong>de</strong>monstre que é característico<br />
por todo n.<br />
6) Uma noção ainda mais forte é aquele <strong>de</strong> subgrupo totalmente invariante <strong>de</strong> G. São os subgrupos<br />
invariantes por todos endomorfismos (morfismos <strong>de</strong> G em G). Demonstre que é uma relação<br />
transitiva e que os subgrupos D(G) e G ∗n são totalmente invariantes.<br />
(Ao contrário, po<strong>de</strong>-se provar que o centro <strong>de</strong> um grupo não é sempre totalmente invariante).<br />
7) Qual relação existe entre o centro <strong>de</strong> um grupo e o centro <strong>de</strong> um dos seus subgrupos?<br />
8) Seja φ o mapa que a x ∈ G associa o automorfismo interior ix : y ↦→ xyx −1 . Mostre que é um<br />
morfismo <strong>de</strong> grupos. Determine o núcleo e <strong>de</strong>duza:<br />
G/Z(G) ∼ = Int(G)<br />
Problema 2: Grupos Diedrais, Sylow<br />
Lembramos que Dn = {< r, s >: o(r) = n, o(s) = 2, srsr = id} é <strong>de</strong> cardinal 2n.<br />
1) Descreve os subgrupos <strong>de</strong> Sylow <strong>de</strong> Dp com p primo.<br />
2) Determine os subgrupos <strong>de</strong> Sylow <strong>de</strong> D6. (Dica: os 2-Sylows são gerados por dois elementos <strong>de</strong><br />
or<strong>de</strong>m 2).<br />
3) Por n > 2, qualquer, <strong>de</strong>notamos Fr = {ϕ ∈ Aut(Dn) : ϕ(r) = r} e Fs = {ϕ ∈ Aut(Dn) : ϕ(s) = s}.<br />
Verifique que Fr e Fs são subgrupos <strong>de</strong> Aut(Dn).<br />
4) Demonstre que |Fs| = φ(n) on<strong>de</strong> φ é a indicatriz <strong>de</strong> Euler.<br />
5) Demonstre que Fr é normal em Aut(Dn) e <strong>de</strong> cardinal n (distingue o caso n par).<br />
6) Demonstre que Aut(Dn) = FrFs e <strong>de</strong>duza | Aut(Dn)|. (Dica: por calcular o cardinal <strong>de</strong>termine<br />
Fr ∩ Fs e aplique o 2° Teo. <strong>de</strong> homomorfismo: K ⊳ G ⇒ HK/K ∼ = H/H ∩ K).<br />
1
Problema 3: Grupo dual, abelianizado<br />
Seja G um grupo, chamamos <strong>de</strong> caráter do grupo G todo morfismo <strong>de</strong> G em (C ∗ , .). Denotamos G<br />
o conjunto dos caracteres <strong>de</strong> G, munido do produto usual com as funções é o grupo dual <strong>de</strong> G.<br />
1) Verifique que G é um grupo abeliano.<br />
2) Mostre que se G é finito, G = Hom(G, U). Isso é todo caráter tem valores no grupo U dos números<br />
complexos <strong>de</strong> módulo 1.<br />
3) Demonstre que, por n ∈ N ∗ , o grupo dual <strong>de</strong> Z/nZ é isomorfe a Z/nZ. Admitimos que todo grupo<br />
abeliano finito é isomorfe a um produto <strong>de</strong> grupos cíclicos:<br />
Z/n1Z × Z/n2Z × · · · × Z/nrZ<br />
verifique que A × B ∼ = A × B e <strong>de</strong>duza que todo grupo abeliano finito é isomorfe a seu dual.<br />
4) Deduza que se G é finito, G é isomorfe ao abelianizado G/ D(G). (Dica: proprieda<strong>de</strong> universal do<br />
abelianizado).<br />
Problema 4: Grupos nilpotentes<br />
Definimos recursivamente a série central <strong>de</strong> um grupo G:<br />
• C 1 (G) := G<br />
• C i+1 (G) := [G, C i (G)]<br />
Um grupo G é nilpotente se C n+1 (G) = {e} por um certo n. Se G é nilpotente, sua classe <strong>de</strong><br />
nilpotência é o menor n tal que C n+1 (G) = {e}. Assim um grupo é abéliano se e só se é nilpotente<br />
<strong>de</strong> classe ≤ 1.<br />
1) Mostre que subgrupos e grupos quocientes <strong>de</strong> um grupo nilpotente são nilpotentes.<br />
2) Compare as proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> nilpotência e <strong>de</strong> solubilida<strong>de</strong>. (Dica: exemplifique com S3).<br />
3) Demonstre que se H é um subgrupo próprio <strong>de</strong> G nilpotente, H é estritamente incluido no seu<br />
normalizador. (Dica: recursão sobre a classe <strong>de</strong> nilpotência). Deduza que os p-Sylow <strong>de</strong> G são<br />
normais em G.<br />
4) Demonstre que todo p-grupo é nilpotente. (Dica: consi<strong>de</strong>ra a ação do grupo em ele mesmo por<br />
automorfismos internos).<br />
2