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Automotiva Usiminas. Fazer melhor sempre. - Automotive Business

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ESPECIAL | TECNOLOGIA DESENVOLVIMENTO E INOVAÇÃO INDUSTRIAL<br />

GOVERNO QUER<br />

MAIS TECNOLOGIA<br />

NOVA POLÍTICA INDUSTRIAL PREVÊ INCENTIVOS À ATUALIZAÇÃO<br />

TECNOLÓGICA DOS VEÍCULOS NACIONAIS<br />

PEDRO KUTNEY<br />

O<br />

governo reconhece a importância<br />

do setor automotivo<br />

para a indústria nacional e<br />

já diagnosticou: boa parte da falta de<br />

competitividade global dos veículos<br />

brasileiros está ligada ao seu menor<br />

conteúdo tecnológico. Também admite<br />

que a alta carga tributária limita<br />

o maior desenvolvimento. Por isso, na<br />

política industrial em gestação, deverá<br />

trocar redução de impostos por inclusão<br />

tecnológica e maior capacidade de<br />

produção local.<br />

Bruno Jorge ajudou a coordenar<br />

pesquisas de diagnóstico e até o fim<br />

de abril esperava por determinações<br />

do governo para começar a articular a<br />

aplicação de medidas de apoio ao setor<br />

automotivo. Jorge é o especialista<br />

dedicado ao “Projeto Automotivo” da<br />

Agência Brasileira de Desenvolvimento<br />

Industrial (ABDI), órgão criado em 2004<br />

com a missão de apoiar e monitorar a<br />

execução da política industrial. Vinculada<br />

ao Ministério do Desenvolvimento,<br />

Indústria e Comércio Exterior, o MDIC,<br />

a ABDI promove a articulação das diversas<br />

instâncias governamentais (além<br />

do próprio MDIC, outros ministérios,<br />

autarquias e estatais) para que propostas<br />

sejam colocadas em prática.<br />

Nesta entrevista exclusiva a <strong>Automotive</strong><br />

<strong>Business</strong>, Jorge revelou que a incorporação<br />

de conteúdos tecnológicos nos<br />

veículos produzidos no Brasil está no<br />

radar do governo para garantir a sobrevi-<br />

54BUSINESS<br />

54BUSINESS<br />

vência desta indústria, por isso é um dos<br />

focos da política industrial para o setor.<br />

AUTOMOTIVE BUSINESS – Como o<br />

governo/ABDI enxerga o atual estágio<br />

de desenvolvimento da indústria<br />

automotiva no País?<br />

BRUNO JORGE – A indústria automotiva<br />

tem avançado muito. Na década de<br />

1990 fez uma reestruturação em seu<br />

processo produtivo, em direção a formas<br />

de produção mais flexíveis, com<br />

um grande volume de novos investimentos<br />

e ampliação da capacidade<br />

produtiva. Já na primeira década deste<br />

século tem havido um importante avanço<br />

nas atividades de engenharia local.<br />

Exemplo disso é o desenvolvimento<br />

do motor flex. A engenharia brasileira<br />

atua no desenvolvimento de produtos<br />

e, em alguns casos, até em plataformas<br />

globais. Entretanto, não se pode olhar<br />

apenas para a realidade do mercado<br />

interno, pois vivemos em uma época<br />

de indústria global. Nesse sentido,<br />

constata-se considerável distância entre<br />

os veículos fabricados localmente e os<br />

de outras regiões, no que se refere a<br />

tecnologia (segurança, conforto e infotainment),<br />

eficiência energética, custos<br />

e também preços.<br />

Muito se tem falado a respeito da perda<br />

de competitividade da indústria<br />

automotiva brasileira. O maior avanço<br />

tecnológico pode reverter essa si-<br />

tuação? E como obter esse avanço?<br />

JORGE – É muito provável que o maior<br />

avanço tecnológico dos produtos possa<br />

reverter essa situação. De fato, os<br />

veículos produzidos no País são considerados<br />

tecnologicamente inferiores<br />

quando se faz uma comparação com<br />

os principais mercados internacionais.<br />

A incorporação de conteúdos tecnológicos<br />

e de segurança nos veículos<br />

produzidos localmente é uma questão<br />

estratégica para a sobrevivência desta<br />

indústria e por isso é um dos focos das<br />

nossas reflexões sobre uma nova política<br />

industrial para o setor.<br />

Como o poder público pode atuar<br />

para aumentar aqui os investimentos<br />

em P&D?<br />

JORGE – O fortalecimento e a atração<br />

de centros de P&D fazem parte da<br />

nova política industrial em gestação no<br />

governo. Sabe-se que nos próximos<br />

dez anos os países emergentes serão<br />

responsáveis pelo crescimento do mercado<br />

global, por isso iremos aproveitar<br />

esse ativo para influenciar estratégias<br />

globais das empresas do setor. E é<br />

esse o papel do governo: sinalizar para<br />

a indústria global que o Brasil é um<br />

dos mercados mais promissores, que<br />

a base existente pode se tornar mais<br />

competitiva pela inovação e agregação<br />

de valor e que nós temos condições de<br />

fazê-lo. Nesse sentido, serve de bom<br />

exemplo o programa Pró-Engenharia,

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