09.05.2013 Views

Carlos Fortuna Rogerio Proença Leite (Orgs.) - Centro de Estudos ...

Carlos Fortuna Rogerio Proença Leite (Orgs.) - Centro de Estudos ...

Carlos Fortuna Rogerio Proença Leite (Orgs.) - Centro de Estudos ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

As cida<strong>de</strong>s, a condição urbana contemporânea<br />

e os <strong>de</strong>safios do seu futuro. <strong>Estudos</strong><br />

sobre cultura urbana, arquitectura e arte,<br />

urbanismo e sustentabilida<strong>de</strong> das cida<strong>de</strong>s.<br />

cida<strong>de</strong>s e arquitectura<br />

Coor<strong>de</strong>nada por <strong>Carlos</strong> <strong>Fortuna</strong><br />

e José António Ban<strong>de</strong>irinha<br />

Plural <strong>de</strong> cida<strong>de</strong> são as cida<strong>de</strong>s que existem <strong>de</strong>ntro da cida<strong>de</strong>. Não é um conjunto<br />

diverso <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s, nem uma questão <strong>de</strong> geografia. Plural <strong>de</strong> cida<strong>de</strong> são os territórios<br />

díspares que fazem a cida<strong>de</strong>, as políticas sócio-urbanas e a sua ausência, o atropelo<br />

aos direitos e as paisagens <strong>de</strong> privilégio, as formas <strong>de</strong> segregação e a ostentação,<br />

a cultura, a saú<strong>de</strong>, o emprego, o dinheiro, o futuro e, ao mesmo tempo, a falta <strong>de</strong><br />

todos eles. Plural <strong>de</strong> cida<strong>de</strong> é a conjugação <strong>de</strong>stas cida<strong>de</strong>s numa só. E em todas elas.<br />

Nas ricas e nas pobres, nas do Norte e nas do Sul, nas que falam e se fazem escutar<br />

e nas outras, nas históricas e nas criativas, nas <strong>de</strong> hoje e nas <strong>de</strong>mocráticas. Plural<br />

<strong>de</strong> Cida<strong>de</strong> são ainda os sempre renovados léxicos com que as vidas urbanas<br />

produzem a sua presença, se <strong>de</strong>ixam perceber e tornam ou são tornadas invisíveis.<br />

Plural <strong>de</strong> cida<strong>de</strong> é ainda um <strong>de</strong>safio intelectual enorme que, neste livro, reúne textos <strong>de</strong><br />

estudiosos portugueses e brasileiros, que integram a Re<strong>de</strong> Brasil-Portugal <strong>de</strong> <strong>Estudos</strong><br />

Urbanos, grupo <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong>dicado ao estudo comparativo entre cida<strong>de</strong>s brasileiras<br />

e portuguesas.<br />

ISBN 978-972-40-3924-4<br />

9 789724 039244<br />

01<br />

<strong>Carlos</strong> <strong>Fortuna</strong><br />

rogerio <strong>Proença</strong> leite (orgs.)<br />

plural <strong>de</strong> cida<strong>de</strong><br />

plural <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>:<br />

novos léxicos urbanos<br />

<strong>Carlos</strong> <strong>Fortuna</strong><br />

<strong>Rogerio</strong> <strong>Proença</strong> <strong>Leite</strong> (<strong>Orgs</strong>.)<br />

série cida<strong>de</strong>s e arquitectura<br />

carlos fortuna é Professor da Faculda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Economia da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Coimbra<br />

e investigador do <strong>Centro</strong> <strong>de</strong> <strong>Estudos</strong><br />

Sociais, on<strong>de</strong> coor<strong>de</strong>na o Núcleo <strong>de</strong> <strong>Estudos</strong><br />

sobre Cida<strong>de</strong>s e Culturas Urbanas. É<br />

o Coor<strong>de</strong>nador português da Re<strong>de</strong> Brasil-<br />

-Portugal <strong>de</strong> <strong>Estudos</strong> Urbanos.<br />

rogerio proença leite é Professor da<br />

associado da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Sergipe/Brasil,<br />

on<strong>de</strong> coor<strong>de</strong>na o Laboratório<br />

<strong>de</strong> <strong>Estudos</strong> Urbanos e Culturais. É pesquisador<br />

do CNPq, actual membro da Diretoria<br />

da ANPOCS e Coor<strong>de</strong>nador brasileiro da<br />

Re<strong>de</strong> Brasil-Portugal <strong>de</strong> <strong>Estudos</strong> Urbanos.


Apresentação<br />

Plural <strong>de</strong> cida<strong>de</strong> são as cida<strong>de</strong>s que existem <strong>de</strong>ntro da cida<strong>de</strong>. Não é um conjunto<br />

diverso <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s, nem uma questão <strong>de</strong> geografia. Plural <strong>de</strong> cida<strong>de</strong> são os territórios<br />

díspares que fazem a cida<strong>de</strong>, as políticas sócio-urbanas e a sua ausência, o atropelo aos<br />

direitos e as paisagens <strong>de</strong> privilégio, as formas <strong>de</strong> segregação e a ostentação, a cultura, a<br />

saú<strong>de</strong>, o emprego, o dinheiro, o futuro e, ao mesmo tempo, a falta <strong>de</strong> todos eles.<br />

Plural <strong>de</strong> cida<strong>de</strong> é a conjugação <strong>de</strong>stas cida<strong>de</strong>s numa só. E em todas elas. Nas<br />

ricas e nas pobres, nas do Norte e nas do Sul, nas que falam e se fazem escutar e nas<br />

outras, nas históricas e nas criativas, nas <strong>de</strong> hoje e nas <strong>de</strong>mocráticas. Plural <strong>de</strong> cida<strong>de</strong> é<br />

também um <strong>de</strong>safio intelectual enorme, ao tratar, a um tempo, da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sejada,<br />

imaginada, e da cida<strong>de</strong> vivida. A dimensão intelectual <strong>de</strong>sse <strong>de</strong>safio só possível<br />

enfrentar-se <strong>de</strong>vagar e com o contributo <strong>de</strong> muitas mãos, muitas inspirações, muitas<br />

experiências, muitos pontos <strong>de</strong> partida.<br />

Um dos nossos pontos <strong>de</strong> partida foi a constatação que a premissa simmeliana<br />

da predominância <strong>de</strong> um ethos metropolitano na vida humana, típico da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, se<br />

confirma a cada dia, através do inexorável e sugestivamente irreversível processo <strong>de</strong><br />

urbanização do mundo. Definitivamente, os humanos escolheram viver em cida<strong>de</strong>s.<br />

Sabe-se como são complexas as repercussões da acentuada urbanização<br />

contemporânea, do mesmo modo que se receia a sua futura evolução. As cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> hoje<br />

esbanjam problemas <strong>de</strong> todos os tipos. Não falta com que nos <strong>de</strong>ixemos preocupar. Os<br />

gran<strong>de</strong>s aglomerados humanos sempre foram consi<strong>de</strong>rados um problema sociológico<br />

nada <strong>de</strong>sprezível. Constituem uma exaltante matéria <strong>de</strong> investigação nas Ciências Sociais<br />

porque anunciam comportamentos e condutas, mas também imaginários e sociabilida<strong>de</strong>s,<br />

que se diferenciam a cada instante. Não será exagerado dizer, portanto, que a cida<strong>de</strong> é o<br />

“objeto” par excellence das Ciências Sociais. Nela <strong>de</strong>cantam e reverberam, em primeira<br />

mão, as acções, reacções e conflitos que se fazem presentes no curso da vida quotidiana.<br />

Por essa razão, enten<strong>de</strong>r a complexida<strong>de</strong> da vida urbana contemporânea mais parece ser<br />

uma condição necessária para se compreen<strong>de</strong>r as socieda<strong>de</strong>s actuais, face à crise <strong>de</strong><br />

eficácia simbólica do estado-nação em <strong>de</strong>corrência da transversalida<strong>de</strong> global dos fluxos<br />

culturais.<br />

A esta complexida<strong>de</strong> das cida<strong>de</strong>s contemporâneas correspon<strong>de</strong> a crescente<br />

dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> estudá-la. Esse é o <strong>de</strong>safio plural, também, que temos perante nós. Mais do<br />

que uma evi<strong>de</strong>nte multidisciplinarida<strong>de</strong>, as análises contemporâneas sobre as cida<strong>de</strong>s<br />

precisam <strong>de</strong> perspectivas analíticas heterodoxas. Por outras palavras, necessitam <strong>de</strong><br />

abordagens culturais originais e <strong>de</strong> novos léxicos que dêem conta das interfaces e das<br />

liminarida<strong>de</strong>s que as díspares práticas urbanas apresentam hoje. Essas são as cida<strong>de</strong>s que<br />

existem <strong>de</strong>ntro da cida<strong>de</strong>, sujeitas a rápidas metamorfoses. A linguagem do seu retrato<br />

carece também <strong>de</strong> contínua actualização. Se as coisas mudam na cida<strong>de</strong> sem que mu<strong>de</strong>m<br />

e se renovem os métodos e os léxicos da sua tradução, o futuro urbano, que afinal é o<br />

futuro cultural <strong>de</strong> todos nós só po<strong>de</strong> tornar-se mais complexo e sem esperança.<br />

Este livro constitui uma tentativa <strong>de</strong> abordar parte das diferentes feições que a<br />

cida<strong>de</strong> contemporânea revela. Nele estão reunidos textos que procuram analisar, sob<br />

diferentes enfoques empíricos e variadas perspectivas teóricas, esse mosaico<br />

multifacetado que é o plural <strong>de</strong> cida<strong>de</strong> contemporâneo. Temas diversos são abordados


por estudiosos brasileiros e portugueses, que integram actualmente a Re<strong>de</strong> Brasil-<br />

Portugal <strong>de</strong> <strong>Estudos</strong> Urbanos, grupo <strong>de</strong> pesquisa que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2006 vem trabalhando em<br />

conjunto no esforço <strong>de</strong> um estudo comparativo entre cida<strong>de</strong>s brasileiras e portuguesas. O<br />

grupo conta também com a colaboração <strong>de</strong> colegas <strong>de</strong> outras nacionalida<strong>de</strong>s, numa<br />

experiência <strong>de</strong> alargamento <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> vista sobre a cida<strong>de</strong> que apenas as limitações<br />

financeiras e logísticas nos impe<strong>de</strong>m, por enquanto, <strong>de</strong> multiplicar.<br />

A Re<strong>de</strong> Brasil-Portugal <strong>de</strong> <strong>Estudos</strong> Urbanos é financiada pelo Programa<br />

Comunida<strong>de</strong>s dos Países <strong>de</strong> Língua Portuguesa – CPLP do Conselho Nacional <strong>de</strong><br />

Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq/Brasil; pelo Programa <strong>de</strong> Cooperação<br />

Bilateral entre a Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Aperfeiçoamento <strong>de</strong> Pessoal <strong>de</strong> Nível Superior –<br />

CAPES/Brasil e a Fundação para a Ciência e Tecnologia – FCT, do Ministério da<br />

Ciência, Tecnologia e Ensino Superior/Portugal; pelo <strong>Centro</strong> <strong>de</strong> <strong>Estudos</strong> Sociais e a<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Economia da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Coimbra e pelo Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação<br />

em Sociologia da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Sergipe/Brasil.<br />

Por fim, não será <strong>de</strong>mais sublinhar que este livro não preten<strong>de</strong> consolidar<br />

conceitos e abordagens novas em substituição <strong>de</strong> outros, eventualmente superados. Ao<br />

contrário, preten<strong>de</strong>-se tão somente contribuir para a abertura <strong>de</strong> um <strong>de</strong>bate com vista à<br />

actualização do que chamamos estudos urbanos. Um <strong>de</strong>bate que, sendo urgente, só<br />

frutificará na medida em que saiba ser plural.<br />

<strong>Carlos</strong> <strong>Fortuna</strong><br />

<strong>Rogerio</strong> <strong>Proença</strong> <strong>Leite</strong>


Apresentação<br />

Secção I<br />

Artes <strong>de</strong> fazer a cida<strong>de</strong><br />

1. Patrimônio cultural e cida<strong>de</strong><br />

Antonio A. Arantes<br />

2. Políticas <strong>de</strong> enobrecimento<br />

Silvana Rubino<br />

3. Requalificação urbana<br />

Paulo Peixoto<br />

4. A cida<strong>de</strong> no diálogo entre disciplinas<br />

Heitor Frúgoli Jr.<br />

5. Culturas populares na cida<strong>de</strong><br />

Sérgio Ivan Gil Braga<br />

6. Culturas urbanas/Léxicos urbanos<br />

<strong>Carlos</strong> <strong>Fortuna</strong><br />

Secção II<br />

Artes <strong>de</strong> usar a cida<strong>de</strong><br />

7. Etnografia urbana<br />

José Guilherme Cantor Magnani<br />

8. Segregações urbanas<br />

Lucia Maria Machado Bógus<br />

9. Espaços e vazios urbanos<br />

Cristina Meneguello<br />

10. Sonorida<strong>de</strong>s e Cida<strong>de</strong><br />

Luciana Mendonça<br />

11. Usos da rua<br />

Fraya Frehse<br />

Sumário


12. Políticas culturais urbanas<br />

João Teixeira Lopes<br />

13. Espaços públicos na pós-mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong><br />

<strong>Rogerio</strong> <strong>Proença</strong> <strong>Leite</strong><br />

Secção III<br />

Artes <strong>de</strong> consumir a cida<strong>de</strong><br />

14. Narrativa <strong>de</strong> Lisboa<br />

Irlys Barreira<br />

15. La Economía <strong>de</strong>l Patrimonio<br />

Eva Vicente<br />

16. Turismo e cida<strong>de</strong><br />

Clarissa M. R. Gagliardi<br />

17. Ambiente, sustentabilida<strong>de</strong> e cida<strong>de</strong><br />

Maria Eugénia Rodrigues<br />

18. Cida<strong>de</strong>s e migrações<br />

Ulisses Neves Rafael<br />

19. Consumo cultural en la ciudad<br />

Ana Rosas Mantecón<br />

20. Intermediários culturais e cida<strong>de</strong><br />

Claudino Ferreira<br />

Sobre os autores

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!