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Tocqueville e Beaumont - sobre o sistema penitenciário nos

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Seção II<br />

Manutenção dispendiosa das antigas prisões. – As novas são fonte de lucro para o<br />

Estado. – Aproveitamento da jornada nas novas prisões. – Gastos de comida. –<br />

Despesas com vigilância. – Administração empresarial e estatal. – Combinação desses<br />

dois <strong>sistema</strong>s administrativos.<br />

Manutenção anual das prisões 1<br />

O novo <strong>sistema</strong> em vigor <strong>nos</strong> Estado Unidos promete também grandes vantagens com<br />

relação às despesas de manutenção anual; seus efeitos, nesse caso, foram além do que se<br />

esperava quando foram concebidos.<br />

Enquanto o antigo regime de prisões estava em vigor, a manutenção dos detentos<br />

foi, em todos os estados, uma fonte de despesas considerável. Citaremos dois exemplos<br />

somente: de 1790 até 1826, o estado de Connecticut pagou, pela a manutenção de sua<br />

prisão (Newgate), 204 711 dólares, e o estado de Nova Iorque pagou, pela manutenção<br />

da antiga prisão de Newgate, durante vinte e três a<strong>nos</strong>, desde 1797 até 1819, 646 912<br />

dólares. Em 1819, no estado de Nova Iorque, e em 1827, em Connecticut, o novo<br />

<strong>sistema</strong> foi estabelecido; logo depois, no primeiro desses estados, os gastos diminuem, e<br />

no segundo deles se transformam imediatamente em um lucro anual.<br />

Em Auburn, durante os dois últimos a<strong>nos</strong>, as receitas provindas dos trabalhos<br />

excederam as despesas de manutenção, e já se prevê a época quando, na penitenciária de<br />

Singsing, uma vez acabada, o trabalho dos detentos, aplicado inteiramente em indústrias<br />

produtivas, cobrirá as despesas da prisão.<br />

Desde o primeiro ano de sua instituição, a nova prisão de Connecticut<br />

(Wethersfield) rendeu 1 017 dólares e 16 centavos, deduzindo-se as despesas; cada ano<br />

o lucro cresceu; enfim, o ganho do ano de 1832 foi de 7 824 dólares e dois centavos.<br />

Em suma, durante três a<strong>nos</strong> e meio, a nova penitenciária, que custava tão cara,<br />

rendeu para o Estado, deduzindo-se as despesas de todos os gêneros, um benefício<br />

líquido de 17 139 dólares e 53 centavos.<br />

Em três a<strong>nos</strong>, a partir do dia de sua instituição, a penitenciária de Baltimore<br />

rendeu ao estado de Maryland 44 344 dólares e 45 centavos, deduzindo-se todas as<br />

despesas.<br />

Seguramente, não se deve louvar o <strong>sistema</strong> <strong>penitenciário</strong> por causa desses<br />

resultados: e o que o prova é que a prisão de Baltimore era produtiva antes mesmo que<br />

um <strong>sistema</strong> <strong>penitenciário</strong> lá fosse estabelecido; concebemos mesmo muito bem que a<br />

melhor penitenciária não seja a que rende mais, pois o zelo e o talento do detentos no<br />

ateliê podem ser estimulados em detrimento da disciplina. No entanto, é forçoso<br />

reconhecer que esse <strong>sistema</strong>, uma vez admitido na prisão, é capaz de manter a ordem e a<br />

1 Ver Estatística, parte financeira, seção II, peça nº 19.<br />

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