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walter benjamin - Programa de Pós-Graduação em Filosofia - UFBA ...

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hom<strong>em</strong> ético. Ao trazer a figura do justo para o estudo fica a dúvida: sua intenção é<br />

aproximar o hom<strong>em</strong> da teologia ou afastar <strong>de</strong>finitivamente o hom<strong>em</strong> do âmbito<br />

teológico ao secularizar o justo na figura do narrador? A sua intenção <strong>em</strong> O Narrador<br />

me parece que foi a <strong>de</strong> recuperar o justo do esquecimento da história.<br />

Para ele a história é o local i<strong>de</strong>al para o exercício da santida<strong>de</strong> a partir <strong>de</strong><br />

uma experiência messiânica. Benjamin sabia que a experiência <strong>de</strong> santida<strong>de</strong> se dá<br />

entre os homens por meio <strong>de</strong> uma relação <strong>de</strong> respeito, paciência, integrida<strong>de</strong> e<br />

amor. Algo que ele constatou que a muito havia <strong>de</strong>ixado <strong>de</strong> existir no mundo, não<br />

somente no período entre guerras. A matéria <strong>de</strong> trabalho do narrador é a vida<br />

humana, <strong>de</strong>la se constrói as gran<strong>de</strong>s narrativas. Para fazer uso <strong>de</strong> sua matéria <strong>de</strong><br />

trabalho o narrador <strong>de</strong>ve se aproximar do outro na busca do diálogo:<br />

Assim se imprime na narrativa a marca do narrador, como a mão do<br />

oleiro na argila do vaso. Os narradores gostam <strong>de</strong> começar sua<br />

história com uma <strong>de</strong>scrição das circunstâncias <strong>em</strong> que foram<br />

informados dos fatos que vão contar a seguir, a menos que prefiram<br />

atribuir essa história a uma experiência autobiográfica. 70<br />

O que busca o verda<strong>de</strong>iro narrador é compreen<strong>de</strong>r o valor do que é digno <strong>de</strong><br />

ser narrado. Para este autor, os vestígios estão presentes <strong>de</strong> muitas maneiras nas<br />

coisas narradas, seja na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> qu<strong>em</strong> viveu ou na <strong>de</strong> qu<strong>em</strong> relata - a relação<br />

que existe entre o narrador e o ouvinte é dominada pelo interesse <strong>em</strong> conservar o<br />

que foi narrado. Qual a relação que existe entre Rabi Nakhman e Franz Kafka com o<br />

estudo sobre a narração <strong>de</strong> Benjamin?.Primeiramente Nakhman faz parte <strong>de</strong> uma<br />

tradição <strong>de</strong> narradores <strong>de</strong> forte influencia oral, que buscou durante toda sua vida<br />

viver pela justiça. No caso <strong>de</strong> Kafka, ele foi o último gran<strong>de</strong> narrador da<br />

mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, sua obra faz parte do século XX, mas é um relato sobre a construção<br />

da humanida<strong>de</strong>. É nossa atualida<strong>de</strong> que é <strong>de</strong>scrita, mas também é uma reflexão<br />

sobre toda ação humana. A matéria <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> ambos os narradores é a vida<br />

humana.<br />

Não vamos aprofundar na dissertação sobre a obra do Rabi Nakhman e n<strong>em</strong><br />

tão pouco <strong>em</strong> Franz Kafka. Do primeiro busco trabalhar o valor do tzadik, e sua<br />

influência no pensamento <strong>de</strong> Benjamin, do segundo a sua crítica à mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> a<br />

partir da narração oral. Acredito que ao aproximar aspectos do pensamento <strong>de</strong> Rabi<br />

70 Ibid. p. 205.<br />

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