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walter benjamin - Programa de Pós-Graduação em Filosofia - UFBA ...

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se referia a um segredo, e sua revelação carregava autorida<strong>de</strong>. Essa autorida<strong>de</strong> ele<br />

toma da teologia.<br />

A revelação não era apenas uma idéia retirada da tradição judaica, mas um<br />

fenômeno da existência humana, ela está presente nos objetos culturais que ele<br />

tanto apreciava e buscava interpretar. Assim, a m<strong>em</strong>ória daquilo que se encontra<br />

oculto no t<strong>em</strong>po podia se manifestar <strong>de</strong> várias maneiras. Porém, a que melhor lhe<br />

representava era a experiência estética. Benjamin buscou mostrar como as idéias<br />

estéticas estão ligadas à teologia. Acreditava que revelação e re<strong>de</strong>nção são uma<br />

experiência histórica e, <strong>em</strong> certo ponto, até mesmo uma categoria estética - tudo se<br />

origina no momento da revelação, que se reproduz ao longo do t<strong>em</strong>po através dos<br />

diversos reflexos e refrações da exegese. Schol<strong>em</strong> escreve:<br />

117<br />

Benjamin encarregou-se <strong>de</strong> mostrar como as idéias estéticas estão<br />

intimamente ligadas aos gêneros teológicos. Seu objetivo era revelar<br />

a vida interior, o movimento dialético nos conceitos fundamentais do<br />

mundo da alegoria barroca, na verda<strong>de</strong>, para reconstruí-la a partir<br />

<strong>de</strong>ssa dialética. O fato <strong>de</strong> ele ter alcançado este objetivo <strong>de</strong>veu-se,<br />

talvez ao modo especial <strong>em</strong> que aqui a filosofia da linguag<strong>em</strong> e a<br />

filosofia da história, <strong>em</strong>bora dialeticamente dissociadas, se<br />

encontram fundidas <strong>em</strong> sua atitu<strong>de</strong> metafísica que se ligava aos<br />

impulsos mais férteis <strong>de</strong> seu pensamento. 151<br />

A estética é seu campo <strong>de</strong> trabalho, e <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ssa experiência ele busca<br />

encontrar o local para a re<strong>de</strong>nção humana. E nada melhor que a alegoria para<br />

construir a ponte entre a arte e a teologia. Por isso a força da alegoria no seu<br />

pensamento. Ela oscila entre revelar o pensamento intencionado ou mostrar-se mais<br />

obscura. A filosofia da linguag<strong>em</strong> e a filosofia da história no pensamento<br />

<strong>benjamin</strong>iano se encontrar através da experiência da revelação. A revelação é<br />

fundamental para a re<strong>de</strong>nção humana. Ele toma essa experiência como resultado da<br />

<strong>de</strong>scoberta da justiça <strong>de</strong>ntro dos padrões apresentados <strong>em</strong> O Narrador. Para ele a<br />

vida humana necessita <strong>de</strong> salvação.<br />

Quando o narrador narra uma história, ele narra uma vida. Dessa vida<br />

narrada surge a experiência da aproximação entre narrador e ouvinte. O mesmo<br />

acontece com o cronista. Ao contar uma história ele aproxima o fato da vida, <strong>de</strong><br />

qu<strong>em</strong> a vivenciou ou <strong>de</strong> qu<strong>em</strong> ouviu falar. Essa é a razão porque a experiência<br />

151 SCHOLEM, Gershom. O Gol<strong>em</strong>, Benjamin, Buber e outros justos: Judaica I. Trad.:<br />

Ruth Joanna Sólon. São Paulo: Perspectiva, 1994. p. 197.

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